Cold Eyes escrita por Van_Michaelis


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo, e mais uma vez desculpa pela demora, gente! Eu ando tendo tanto problemas com a escola/recuperação/atividades extracurriculares que nem conto! Por isso resolvi não começar nenhuma outra fic até terminar todas essas que eu já tenho aqui.



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Nick estava ansioso. Seu aniversario seria em poucos dias e ele tinha um mal pressentimento sobre isso...sentia que algo estava para acontecer, e provavelmente não seria nada bom...além disso, todos os moradores da mansão estavam completamente  envolvidos com as preparações para a festa que celebraria seus 15 anos...afinal, mesmo morando no fim do mundo ele ainda era filho de um duque, e seus aniversários tinham de ser comemorados devidamente. Vários outros nobres estariam presentes, inclusive a própria família real, seus parentes mais próximos.

Naquele tarde ele não estava conseguindo se concentra nos estudos, algo que nunca acontecia. E não era apenas a bela visão de seu amante que tivera sua concentração, mas sim essa sensação estranha que estava o perturbando.

-Nicholas?  Tudo bem?- Richard percebia que a mente de seu fofo aluno não estava ali.- o que foi, algo anda te preocupando?

-Eu...eu não sei bem o que é, mas tenho medo de que alguma coisa ruim esteja prestes a acontecer...- o professor sorriu, deixando o livro de lado e sentando na cadeira ao lado do aluno, trazendo-o para seu colo e acariciando os sedosos cabelos negros do pequeno.- eu só...tenho essa sensação no meu peito...

-Prever o futuro também é um de seus poderes?

-Não...na verdade não...pelo menos nunca fiz isso antes...

-Acho que deve ser o nervosismo pelo seu aniversario. O que acha de deixarmos essa matéria para depois e fazermos outra coisa?

-O que?- Nick bem que queria um tempo para ficar com seu Richard, afinal, desde que seus pais haviam voltado para a mansão há um mês atrás eles tinham de tomar cuidado com suas ações...não haviam trocado nada além de alguns beijos rápidos quando estavam sozinhos. Ele sentia falta de dormir nos braços fortes do maior, de ter seu corpo tocado...de ser amado...quando estava junto ao amante, seus problemas para dormir nem pareciam existir.-Tocar um pouco de piano não dá porque minhas irmãs estão tendo aula ali...Está nevando demais para sair da casa e ir ao jardim...estão limpando a biblioteca...E o resto da casa está sendo arrumado e preparado para minha festa...

- Certo, vamos ficar aqui mesmo.- sorriu, segurando com carinho o rosto do menino e tomando seus pequenos lábios em um beijo profundo e apaixonado...

XXX

O dia havia chegado. Edward estava num humor terrivelmente depressivo, estava na hora de contar a verdade ao filho, um dia que ele preferia que jamais chegasse...poderia significar o fim de tudo, e que ele jamais veria seu precioso menino novamente.

A festa seria naquela noite e vários convidados já haviam chegado e se hospedado na mansão. Phillip trouxera a nova esposa, e embora fosse claro que ele até simpatizasse com a moça, não sentia nada por ela, até preferia manter distancia.

-Pai? Me chamou? – Nick entrou no escritório, seu pai havia lhe chamado dizendo que queria lhe dizer algo importante.

-Entre e tranque a porta, temos um conversa longa...você ainda está com aquele cordão que lhe dei?

-Sim...- o pequeno tirou o pesado medalhão fosco de dentro do casaco. Se perguntara muitas vezes o que aquele símbolo gravado ali poderia significar, e porque seu pai lhe dissera para manter aquilo sempre consigo.

-Ótimo...isso pode vir a ser útil no futuro. Agora sente-se, eu irei te contar tudo...a verdade sobre você e sua mãe.-Na mesma hora, o garoto se arrumou na poltrona, esse era algo que ele queria saber sua vida inteira, e finalmente estava prestes a descobrir...e Edward começou a contar...

“Eu tinha 19 anos naquela época. Estava estudando em Oxford, e sentia tudo o peso de ser filho único de um duque e ainda por cima ter um parentesco direito com a família real. Levar o nome Heagraves  era um fardo pesado, porém, eu tinha bastante orgulho e me empenhava em conseguir alcançar as expectativas dos meus pais, por mais que isso muitas vezes me deixasse cansado.

Eu me lembro bem daquela tarde...era um dia abafado e quente, um fato raro na sempre sombria e chuvosa Londres. Eu estava distraído com algumas coisas que estavam tirando meu sono, entre elas um casamento arranjando por meu pai. O problema é que eu simplesmente desprezava aquela mulher fútil, egoísta e mesquinha que deveria ser tornar minha esposa, e isso vinha me deixando contrariado.

Eu não estava prestando atenção em nada, imerso demais em minhas próprias preocupações. Não percebi que uma carruagem desgovernada vinha em minha direção, até que os gritos desesperados dos outros passantes me acordassem de meus pensamentos e estivesse perto demais para desviar. Se ela tivesse se chocado contra mim, tenho certeza que acabaria morrendo com o impacto, mas felizmente isso não aconteceu...alguns segundos antes de ser atingido, eu senti algo passando por meus olhos, um vislumbre de uma bela mulher, e no segundo seguinte fui arremessado para o outro lado da rua, caindo sobre uma pequena barraca na feira, que amorteceu a queda.

Era algo impossível. Eu fiquei pasmo, não tinha como ter desviado da carruagem, mas ali estava completamente ileso além de um hematoma na cabeça. Eu estava perfeitamente bem, e isso era surreal.

Depois daquele dia, comecei a ter um sonho, o mesmo todas as noites. Eu via uma bela mulher de cabelos lisos bem negros, pele pálida, olhos escuros e uma beleza que não era humana. Eu estava curioso a respeito disso, principalmente porque essa jovem me lembrava muito a visão que eu tive  pouco antes de não ser esmagado. Comecei a ficar obcecado com isso, e a acreditar que realmente tinha visto essa mulher, e que ela tinha algo a ver com minha sobrevivência.

Até que ela apareceu na minha frente mais uma vez. Era ainda mais bela vista pessoalmente do que em meus sonhos. Seu nome era Lissar e me disse que estava sendo chamada pelos meus sonhos, que isso era explicado pelo fato de termos criado uma conexão, e por isso não conseguia mais evitar o desejo que tinha de revelar sua existência para mim. E foi então que meu minha maior suspeita foi confirmada, ela não era mesmo humana.

Nunca fui muito de acreditar em deus ou anjos, mas quando ela disse que era um anjo, de uma classe conhecida como “anjos da morte” que era responsável por tomar as almas das pessoas boas mortas e leva-las para o paraíso, eu acreditei. E minha crença só aumentou quando ela me disse que eu realmente devia ter morrido naquele acidente..mas Lissar me salvou, contrariando as ordens que tinha, e foi confinada ao céu, impedida de voltar a terra por não ter deixado que tudo seguisse a ordem que deveria seguir e eu morresse. Porém, meus sonhos a chamaram, e ela acabou desobedecendo mais uma vez para poder me ver.

Eu me apaixonei completamente por ela, e fui retribuído. Nosso amor era puro, verdadeiro e totalmente proibido. Seres celestiais não podiam ter envolvimento com humanos, e minha família achava que ela era apenas uma mulher normal que queria estragar os planos que eles tinham para mim.

Nós decidimos enfrentar tudo e todos pelo nosso amor. Depois que nosso romance foi descoberto, ela foi banida do céu e começou a ser caçada como uma rebelde. O único jeito de não ser pega era fugir, e foi o que fizemos. Ficamos um ano apenas fugindo, pois até mesmo os anjos precisam de um tempo para rastrear uma alma ou uma energia espiritual, cerca de três dias. Além disso, esse cordão que lhe dei ajudava-a a se disfarça de humana, diminuía muito sua energia espiritual.

Mas ela acabou engravidando de você, algo que nem sabíamos se possível. Depois disso colocamos nossos esforços em te proteger, sabíamos que os anjos nunca aceitariam um ser hibrido. Da mesma forma que caçaram sua mãe, iriam te caçar. Nos casamos, ela mudou seu nome para Elisabeth  e começamos a construir essa casa...sua mãe...o único jeito de manter você a salvo era criar um espaço onde seu poder fosse contido, e  sua alma não humana não pudesse ser notada. Infelizmente...ela...ela teve de dar toda a energia espiritual que tinha para criar a barreira que envolve a mansão, e se foi...

Eu jamais consegui esquecê-la totalmente, mas depois que conheci Ângela me apaixonei novamente e conseguir formar outra família. Eu não sabia que enquanto você estava crescendo seus poderes também cresciam, e logo essa barreira não será efetiva. Eles vão te encontrar um dia, e isso é o que eu mais temo...felizmente a irmã de sua mãe, Ayen, continua me ajudando a te proteger e me avisou a tempo. Teremos de pensar no que fazer daqui em diante, o tempo de descobrirem sua existência está perto...”


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Notas finais do capítulo

Bem, aí está a verdade sobre a mãe de Nick e sobre os poderes dele...gostaram? Espero que não tenham ficado muito viajado...