Capítulo 6- Quand On Arrive En Ville

Tudo o que queremos é sermos felizes

Seja feliz por ser velho antes

Nós não temos tempo de esperar trinta anos

Tudo o que queremos é ser feliz

Seja feliz por ser velho antes

Isto você pode fazer enquanto estiver esperando

Victorique não viu de onde eles vieram.

Em um momento, ela estava no caída no chão, pois tropeçara na saia enorme. No momento seguinte, ela estava nos braços de um homem, em cima de um cavalo.

— Ataquem! — ele gritou para os outros homens que o acompanhavam. Eles seguiram para atacar a fera com lanças e espadas. Todos usavam armaduras parecidas, túnicas azuis e capas negras.

— Q-quem é você? — Victorique perguntou assustada. O homem que a segurava era um homem muito alto. Mesmo sentados, a cabeça dela não chegava ao nariz dele. Ele tinha o cabelo escuro e curto. Uma barba bem feita o deixava mais bonito e tinha uma cicatriz horizontal no nariz.

— Meu nome, majestade, é V... Walter. — ele disse, sem olhar nos olhos dela.

Ela virou-se para a cena. Outro cavaleiro retirara Charlotty de baixo da pata do fenrir e seguia com ela no colo. Os outros três cavaleiros desmontaram dos cavalos e atacavam diretamente o animal com espadas, fazendo o fenrir recuar para dentro da floresta novamente. Em alguns momentos, a escolta dela apareceu. Cavaleiros que usavam modelos antigos de armadura e pareciam ter tanto medo do homem que segurava a princesa quanto do fenrir.

Eles pareceram tomar iniciativa e começaram a correr para atacar o fenrir.

— Não! — o cavaleiro que segurava Victorique gritou. — Meus homens já estão cuidando disso. Deixem conosco.

Pouco tempo depois, o monstro já estava dentro da floresta novamente, os guerreiros de Walter seguiam atacando-o. O próprio Walter desmontara do cavalo, deixando-a ali e seguiu para a floresta junto com seus guerreiros.

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Cornell choramingava. Velkhan se aproximou dele e notou um corte no meio de sua testa.

— Ooh, Cornell. – Velkhan disse, fazendo um carinho no rosto dele. Ele foi até uma das mochilas que deixaram no acampamento e retirou umas bandagens.

— Velkhan... E se aqueles caras decidirem aparecer? — Richard perguntou, olhando para Cornell.

— Bem... certifique-se que eles não vão aparecer. — Velkhan respondeu enquanto tentava colocar as bandagens em Cornell, que ficava se sacudindo.

Hector se adiantou e estendeu a mão para que Velkhan entregasse-lhe as bandagens. Em alguns instantes, a cabeça de Cornell estava envolvida na atadura, como se ele estivesse com dor de dente.

— Ah, e é bom que comecem a me chamar de “Walter”. — Velkhan lembrou-os.

— Walter? —Richard disse.

— É, Walter.

— Não, eu estou te chamando! Vem ver! — Richard fez um gesto com a mão para que Velkhan se aproximasse.

Velkhan se aproximou de onde Richard o chamara. Ouviu vozes ao longe, mas que pareciam se aproximar.

— ...acho que entraram por aqui! Venham!

— Sheisse! — Velkhan reclamou, socando uma árvore. — Vocês sabem o que fazer?

Hector desembainhou a espada.

— Acho que é hora de correr, amigo — Sussurrou para Cornell. Tocou-lhe com a lâmina de leve e Cornell os encarou com uma expressão de tristeza.

— Tudo bem amigão — Velkhan disse se aproximando do Fenrir — Você se esconde, depois nós vamos vir atrás de você, está bem? — ele esfregou o pelo de Cornell.

Cornell virou-se de costas e correu para fora da área do seu acampamento, para dentro da floresta, que se tornava mais densa. Hector preparou a pose, junto com os outros.

— Aqui estão eles! — um soldado gritou.

— Cavalheiros... — Velkhan disse, virando-se para os cavaleiros que acabaram de chegar — vocês perderam toda a diversão.

— Diversão?! Isso foi muito perigoso! Achávamos que os fenrirs estivessem praticamente extintos!

— Exatamente! — Isaac respondeu — “Praticamente extintos”. Não “Extintos”.

— Perdoem minha intromissão cavalheiros... mas quem são vocês? — Velkhan perguntou.

— Nós que deveríamos fazer esta pergunta! — um dos cavaleiros respondeu.

— Oh, perdoem minha falta de educação! Somos os Nacht Ritter. Eu sou Walter, o líder deste grupo. Esses são Thomas, Richard, Hector e Isaac. — Velkhan fez uma reverência.

— Nacht Ritter? — uma voz feminina perguntou — Agradeço por terem salvado a minha vida e a de Charlotty.

Victorique. Velkhan reconheceu antes mesmo de vê-la. Ele ergueu os olhos e, é claro, ela estava linda. Ele foi até ela e beijou sua mão, enquanto se ajoelhava.

— Majestade.

— Ah, não, não se ajoelhe. — ela pediu.

— É que não tive a oportunidade de fazê-lo antes, quando a resgatei — justificou o cavaleiro. Ela sorriu para ele, que desviou o olhar.

“Não, Velkhan, não sorria de volta. Ela vai te reconhecer.”, pensou. Os outros cavaleiros repetiram o gesto de se ajoelhar.

— Sinto muito pelo incômodo — Ela pediu — Atrapalhei sua... caçada? — perguntou insegura.

— Na verdade não. Apenas cavalgávamos, um tanto sem rumo e acabamos ficando aqui. Estávamos montando nosso acampamento, como a senhora deve perceber.

— Senhorita. Ainda não me casei. Tenho cerca de dois meses solteira. — disse-lhe com um sorriso. Velkhan não pode deixar de sorrir também. — Agora, quero lhes fazer um pedido. Gostaria que, como prova do meu agradecimento, pudessem passar a noite no meu castelo, como prova da minha gratidão.

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— Ufa. Por pouco não pomos o plano a perder — Thomas comentou, pondo a mão no ombro de Velkhan.

Velkhan sorriu. “Sim, também cheguei a pensar nisso. Mas tudo deu certo.”. Ele suspirou.

— Por aqui, senhores cavaleiros — uma serva do castelo disse, enquanto guiava o grupo por um corredor. — estes serão os seus quartos. Desculpem se não estiver melhor, mas é que não tivemos tempo para prepara-los. Quando nos demos conta, a rainha mandou que preparássemos quartos para vocês!

Ela parou na frente de várias portas duplas de madeira.

— Aqui serão seus quartos. Em breve outros trarão suas bagagens que ficaram em seu acampamento, então não se preocupem. Podem escolher seus quartos.

Cada um abriu uma porta e entrou no seu respectivo quarto. Os quartos eram enormes. Paredes claras e móveis da melhor qualidade. Dignos de um castelo. Nada muito surpreendente para Velkhan ou mesmo para Thomas. Mas para os outros sim.

— Wohooo! — ouviu Velkhan do quarto de Richard e não pode deixar de rir. Deitou-se na cama e começou a tirar a armadura. Tomaria um banho e depois prosseguiria com o plano.

Estava de calças e botas quando Victorique entrou.

— Ah! M-me desculpe! —ela cobriu os olhos com as mãos — E- eu deveria ter batido! Desculpe-me!

Velkhan riu.

— Tudo bem, V... majestade. — “Outro deslize...”

— Eu não poderia ter vindo em hora mais inoportuna! — ela corou e virou-se para a porta — Com sua licença... Vou me retirar.

Velkhan levantou-se da cama.

— Não! — ele a puxou pela mão, fazendo-a girar e encará-lo. — Faça o que veio fazer.

— Senhor Walter... — ela começou, tentando manter o máximo de contato visual (e apenas visual) com ele — Com que o senhor trabalha e de onde vem?