Perséfone se dirigiu para o pátio do Olimpo, caminhava em direção à carruagem preta e cinza que estava a sua espera, puxada por belíssimos cavalos-esqueleto. Havia um homem de braços cruzados encostado nela, mas não qualquer homem, o seu homem. Ele vestia um terno cinza-escuro recém lavado. Ah, como ela sentia falta daquele homem. Musculoso e sexy como sempre. Alto, bem mais alto que ela. Seus olhos negros agora a fitavam, e um sorriso de criança satisfeita se formou em seus lindos lábios.

Quando Perséfone chegou perto dele, Hades descruzou seus braços e os esticou até ela, quando ela ficou ao seu alcance ele a puxou para perto de si e apenas a abraçou, por longos minutos, a luz da lua.

-Vamos, minha rainha? - Hades disse, praticamente cochichando perto do ouvido da deusa. A voz firme e sedutora do marido fez o corpo todo de Perséfone estremecer. Como ela sentira falta dele! Da sua voz, do seu toque, dos seus lábios, seus olhos, de tudo.

-Vamos, meu rei. - Ela respondeu, sorrindo e o olhando nos olhos.

Ele abriu a porta para que ela entrasse e entrou logo atrás, ordenando para que os cavalos os levassem para seu destino e sentando-se perto de Perséfone. Ele colocou seus braços em volta do corpo dela e a segurou bem perto dele, como se tivesse medo que a tirassem dele. Ela encostou a cabeça em seu ombro e fechou seus olhos, não tinha nada para observar, nada para se preocupar, estava segura nos braços de seu amado.

-Ah, só para lembrar, você está magnífica. - Disse Hades, e de fato ela estava. Ela vestia um delicado vestido com alças finas, cinza com poucas e delicadas flores pretas. Seu cabelo caía solto sobre seus ombros, formando cachos nas pontas.

Poucos minutos se passaram e eles chegaram no restaurante que iriam jantar. Não era bem um restaurante, era um pequeno canto de restaurante perto da beira de um penhasco, a vista era esplêndida, com rios e lagos, canyons e um céu livre de nuvens exibindo suas infinitas estrelas. 

A mesa estava posta para dois. Hades puxou a cadeira para Perséfone sentar e se sentou na frente dela. Ambos jantaram em silêncio, apenas lançando olhares um ao outro. Quando os dois terminaram de comer, servos invisíveis recolheram os pratos e deixaram apenas as taças de vinho tinto. Hades pegou a mão de Perséfone que estava em cima da mesa.

-Eu ainda vou esgoelar a sua mãe por me deixar sem você por tanto tempo. - Apesar de Hades ter dito as coisas seriamente, Perséfone riu, e Hades não pôde evitar e riu junto. 

-Querido, não que eu goste de passar tanto tempo com ela, mas eu acho que ela anda muito sozinha, é bom que eu vá para lá e passe um tempo com ela, só que poderia ser uma vez a cada 15 dias, não 6 meses inteiros! - Hades assentiu em concordância. 

-Mas o simples fato de você estar comigo agora é que importa. - Hades se levantou e fez um gesto para que ela o acompanhasse. Ele caminhou até a borda do penhasco e se sentou, Perséfone o seguiu e fez o mesmo. Ele colocou um braço por trás dela, abraçando sua cintura e a trazendo para perto de si.

-Se sentires medo, me avise. - Cochichou Hades no ouvido de Perséfone.

-Medo? Para que se eu tenho você. - Ela sorriu e beijou os lábios do marido por bastante tempo, os dois apenas se separaram para respirar. Hades suspirou olhando para a paisagem e beijou a testa de sua mulher. Depois beijou a bochecha, a boca novamente e terminou por beijar o rosto inteiro, a fazendo sorrir como um anjo.

-Eu nunca achei que fosse capaz de amar alguém como eu amo você. - Ele disse, olhando nos olhos dela. Uma lágrima escorreu pelo rosto dele, fazendo com que a expressão no rosto de Perséfone mudasse.

-Hey, shhhh, eu estou aqui, não estou? - Ela disse, limpando as lágrimas que vinham seguindo a primeira. - E não importa se estivermos distantes, eu amarei você cada vez mais, todos os dias da minha eternidade.

Hades ao ouvir a delicada voz de sua mulher se inclinou e a beijou novamente, a abraçando e puxando para cima de si, se deitando no chão de pedra. Para ele existiam apenas eles dois e a imensidão de estrelas acima deles. E ali eles se amaram, como se fosse a última vez.