The Black Owl escrita por Bibs


Capítulo 3
Uma Fúria Pega o Metrô.


Notas iniciais do capítulo

Heeeey, tudo bom com vocês?
Bom, primeiro queria agradecer a Julia, minha primeira leitora! Espero que tenha gostado, é só o começo!
Em segundo queria pedir pra antes de vocês lerem, jurarem juradinho pra mim que não vão rir das minhas onomatopeias ok ? Ou podem rir, ficou besta mesmo AHAHHAHA
Meus primeiros capítulos foram pequenos, fiz um maiorzinho agora. Espero que gostem! Boa leitura!



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A casa, toda bagunçada. Meu pai, estirado no chão da sala, morto.

Eu queria gritar, eu queria chorar, e o fiz. A dor que eu sentia era inddescritível, eu perdi a única pessoa que amava. Me ajoelhei ao lado do seu corpo, e o abracei. Um último abraço. Um último "eu te amo".

– PRECISAMOS IR ! BIANCA, ARRUME SUAS COISAS E VAMOS, AGORA!

Eu não podia acreditar nisso. tinha acabado de perder o meu pai e aquele bacaca ainda estava querendo brincar comigo.

– SAI DAQUI, SEU IDIOTA. TENHA O MÍNIMO DE RESPEITO POR MIM E SAI DA MINHA CASA AGORA - gritei, ainda chorando.

– BIANCA, POR FAVOR ! VOCÊ TEM QUE ACREDITAR EM MIM !

Eu ia gritar mais ainda, estapear a cara daquele desgraçado que não me deixava ter o último momento de paz com meu pai, mas então eu vi uma coisa. Um bilhete, na mão do meu pai.

"Elas descobriram. Você não pode ficar nessa casa. FUJA. Pegue meus livros sobre mitologia grega, leia e acredite em tudo que está lá. Encontre um sátiro em alguma escola e vá para o acampamento. Eu te amo mais do que tudo, nunca se esqueça disso."

Podia ser impossível tudo que Mike me contou, mas agora eu acreditava nele. Por que foi o último pedido de meu pai.Levantei, e sequei minhas lágrimas. Não ia adiantar nada eu ficar chorando agora, tinha que cumprir o que meu pai me pediu e sair dali o mais rápido possível. Eu deixaria minhas lágrimas para a hora de dormir. Se é que eu ia sobreviver até lá.

– Tudo bem, vou com você.Vou arrumar minhas coisas. Espere um minuto.

Fui ao meu quarto, peguei minha mala, coloquei minhas roupas, maquiagens, os livros de mitologia do meu pai, minha chapinha e produtos de higiene. Peguei todo o dinheiro e uma foto minha abraçada com meu pai, de quando eu era criança. Guardei na mala sem olhar, como disse, ia guardar a tristeza para mais tarde, agora eu precisava agir.

Liguei para os meus tios. Não tinha tempo de fazer alguma coisa com o corpo de meu pai, mas também não ia deixa-lo ali, ele ia ter um funeral merecido. Não falei muita coisa, muito menos que não ia estar ali quando eles chegassem. Alguma coisa me dizia que eles não podiam saber de nada.

Achei melhor pegar alguma comida e água para levar na viagem, por que afinal, eu estava fugindo, e antes de ir para esse acampamento, eu ia ter que vagar atrás de um sátiro em algumas escolas. Droga, onde eu ia achar um sátiro em uma escola? Como mascote? Eu estava relmente perdida. Peguei minhas coisas e voltei para a sala, tentando não olhar para o corpo de meu pai.

–Vamos. Vou ter que rondar algumas escolas atrás de um sátiro, você vai comigo?

– Eu não te disse isso ainda ? Você não precisa ir atrás de um. Eu sou um sátiro.- dizendo isso ele tirou as calças.

Não posso dizer que não fiquei surpresa com o Mike tendo metade do corpo de um bode, mas me recompus, não tinha tempo para ficar surpresa com um pouco mais de pêlo.

– Tudo bem, vamos. E coloque essa calça logo, não quero ficar olhando para seu trasseiro peludo.

Olhei uma última vez para o meu pai. Me abaixei, o abracei, sussurei que o amava pela última vez também, me levantei e sai. Eu podia ficar ali pro resto da vida, com o corpo de meu pai. Mas tinha que sair o mais rápido possível, meus tios já deviam estar chegando, e eu não podia me encontrar com eles, senão eles não me deixariam ir.

Saimos para a rua, e só então eu comecei a pensar em como seria esse acampamento. Como se já não bastasse a escola, agora vou ter que passar minha vida num lugar onde sou ignorada pelas pessoas, ótimo.

– Como vamos chegar lá ?- perguntei, acho que eu só tentava tirar meu pai da cabeça, me distrair com outras coisas no momento.

– Bom, o acampamento é perto daqui. Vamos pegar um metrô até certa parte do caminho, depois podemos pegar um taxi...

Fomos andando em silêncio até a estação mais próxima. Eu gostava do silêncio, mas ele parecia achar o silêncio desconfortável. Acho que ele queria me dar alguma palavra de consolo, mas eu preferia que não, já era ruim o bastante sem ter as pessoas com pena de mim.

Chegamos na estação de metrô, e eu já tinha até esquecido que meu colar tinha endoidado. Mas preferi continuar sem falar nada.Compramos nosso bilhete e fomos entrar no metrô. A sensação forte de que eu estava sendo seguida voltou, mas por sorte entramos no metrô e ora, ninguém podia me seguir dentro do metrô. Eu veria.

O metrô começou se mover, coloquei meus fones de ouvido pra continuar ignorando a presença de Mike. Agora que estavamos parados, tive tempo pra parar pra pensar, e perceber as coisas. Meu colar esquentava cada vez mais, os olhos da coruja continuavam vermelhos. Isso não era normal.

– Mike, olha só, meu colar...

BUM!

O metrô parou. Silêncio.

BUM!

Alguma parte do metrô tinha sido quebrada. As pessoas começaram a gritar desesperadamente e tentar sair, mas estavamos presos lá. Que ótimo.

– Temos que sair daqui AGORA! - disse Mike.

– Droga, porque você sempre quer me arrastar para longe de todos os lugares ? Caramba, daqui a pouco eles consertam o metrô e a gente sai, e vai pra esse acampamento ai. Não tem como sair agora.

BUM! - pela terceira vez.

Só que dessa vez, eu vi o que realmente estava acontecendo.Um bicho estranho tinha acabado de arrancar um pedaço do teto do metrô, e entrado por ele. Eu nunca liguei muito para aparências, mas tenho que dizer: Aquele bicho era horrível.

– Que troço é esse Mike ?

O metrô estava lotado, o bicho olhava para todos os lados, e passava pelas pessoas, parecia procurar alguma coisa. O estranho é que as pessoas estavam sim, desesperadas, mas não tanto quanto deviam estar por ver AQUILO andando entre elas.

– FÚÚRIA. COOOORRE! -Mike berrou.

Não me parecia uma boa idéia correr, já que o suposto monstro tinha enormes asas de morcego que me alcançariam fácil, fácil. Meu cérebro começou a trabalhar muito rápido. O metrô não tinha parado muito longe da próxima estação. E agora tinha uma saída, o buraco que a "fúria" tinha feito para entrar. A idéia se formou em minha mente e eu nem quis pensar direito se ia dar certo ou não. Sabia que era minha única chance. Por algum motivo, eu também sabia exatamente o que a fúria estava procurando: EU.

Sussurei para o Mike:

– Na hora certa, distraia ela.

Fui andando disfarçadamente até embaixo do buraco no teto que ela tinha feito. Muito devagar, ela não podia perceber o movimento. Cheguei, e fiquei esperando...E então o que eu estava esperando aconteceu. Ela virou de costas, para me procurar em um grupo de pessoas diferente. Eu subi em cima do banco mais próximo, peguei impulso e saltei para o buraco no teto. consegui agarrar as laterais do buraco com as mãos e fiz força nos braços, para conseguir subir. Quando consegui passar pelo buraco, Mike me atirou um pequeno objeto. Não deu nem tempo de ver o que era. Na hora que alcançou minha mão, se transformou em uma enorme espada.É claro que toda essa movimentação não passou despercebida pela Fúria. E também é claro que com isso, ela descobriu que era EU quem ela procurava. Ela veio em minha direção, mas Mike pulou na frente, para distrai-la. É claro que não fiquei para ver o que ia acontecer, precisava correr, precisava ganhar tempo. Eu sabia que nada de mal iria acontecer com Mike, ela queria a MIM.

Estavamos na primeira cabine do metrô, portanto saltei para os trilhos. Caí, meu arrastão se rasgou na coxa, e sangrava muito. Mas eu não tinha tempo pra ficar chorando essa dorzinha quando era a minha vida estava em perigo. Levantei e saí correndo pelos trilhos, tinha que chegar até a estação. Mike não conseguiria distraí-la por muito tempo.

Correr se tornou uma tarefa difícil, quando minha perna sangrava e doía muito, e eu tinha que carregar uma espada muito pesada. A espada. Então comecei a pensar. Mike tinha me dado a espada, e isso só significava uma coisa: Eu ia ter que matar a Fúria.

Por sorte, o metrô estava bem perto da estação. Quando consegui chegar nela, vi a Fúria sair voando pelo buraco que ela própria tinha feito em cima do metrô. E vinha voando na minha direção.Pulei para a estação, olhando para todos os lados, mas sem deixar de correr. Não podia deixar ela me alcançar. O que eu faria agora ?

Avistei um banheiro, e pode parecer muita idiotice, mas decidi correr em direção a ele. Não sei porque. Deve ter sido algum instinto, sabe ? Quando você é criança e brinca de pega-pega na escola, o seu porto seguro é o banheiro, principalmente quando for um menino o pegador. Não que eu achasse que o sexo do monstro, ou a educação dele iria o impedir de entrar no banheiro para me matar, mas eu não tinha nenhuma outra ideia, e continuar correndo não iria adiantar por muito tempo, ela voava muito rápido e em pouco tempo me alcançaria. Eu tinha que tirar aquele monstro do meio daquela multidão, não podia deixar ferir ninguém por minha causa.Entrei no banheiro, por sorte estava vazio. Corri até o final do banheiro e era aquilo, não tinha mais saída. A qualquer momento ela entraria e tentaria me matar.Me olhei no espelho enquanto esperava. O que seria de mim agora ?

Mas não tive tempo de pensar, pois nesse momento a porta foi aberta com um estrondo, e a Fúria apareceu, trancando atrás dela.

–Tentado se esconder de mim, semideusa ? - disse com uma voz, que se era possível, pior do que a cara dela.

– Claro, dá até arrepios ficar olhando pra essa sua cara feia! - Parecia outra idiotice insultar um monstro, mas se eu ia morrer, não ia ficar chorando e implorando, ia ser com dignidade.

Isso pareceu a deixar com mais raiva ainda, e ela veio em minha direção com ódio nos olhos. Acertou minha cara, minha bochecha ardia e pingava sangue. Mas, quando eu ia levantar a espada para tentar a sorte, ela parou.

Com os olhos arregalados, estática. Parecia até uma estatua do terror ou sei lá, de tão parada que estava. Eu poderia dizer que ela estava me encarando, mas sabia que não estava. Ela estava encarando o meu colar, minha coruja preta com os olhos brilhando intensamente em vermelho.Peguei a espada. Não, não a ataquei agora, sabia que ela seria mais rápida acabaria me machucando. Cortei o cano de 3 pias que estavam ao meu alcance. Na mesma hora, litros e mais litros dde água voaram em nossa direção. Consegui me desviar, enquanto a água batia com força nela e a jogava no chão. aproveitando a distração, entrei em uma das cabines do banheiro, e fechei a porta. A porta de todas estavam fechadas.

Não podia ficar parada ali, ela sabia que eu não tinha saído do banheiro e as cabines eram o único lugar para se esconder. Mas só haviam 5. Me abaixei e fui me arrastando por debaixo de todas as cabines, isso pelo menos me daria mais tempo até que ela me encontrasse. Ela levantou do chão, já recuperada.

– MALDITA SEMIDEUSA. COMO OUSAS ? FINALMENTE A ENCONTREI, DEPOIS DE TODOS ESSES ANOS, NÃO VOU DEIXAR ESCAPAR!

e PÁ, ela abriu a primeira cabine.

Eu já havia saído de lá, agora estava na última. era só uma questão de tempo até ela chegar nessa.Eu comecei a pensar se valia mesma a pena lutar. O que eu iria fazer ? Para matar ela, e na minha vida. A única pessoa que eu tinha havia morrido. Eu não tinha mais amigos. E ninguém com quem me importar.

PÁ - a segunda cabine.

Não podia voltar para minha casa, corria risco de vida. Iria passar a minha vida em um acampamento, onde ia ter mais pessoas a me ignorarem, valia mesmo a pena continuar viva e ter uma vida assim ? Não seria mais fácil morrer e fazer companhia para meu pai ?

PÁ - a terceira cabine.

Sim, valia a pena. Eu não ia me entregar assim tão fácil. Ia honrar o pedido de meu pai. Eu nunca tinha precisado de outras pessoas para conseguir viver, e não era agora, na hora que eu mais precisava disso, que as coisas iriam mudar.

PÁ - a quarta cabine.

Era agora.Meu cérebro parecia trabalhava a mil por hora. Eu já sabia o que fazer. Novamente estava limitada a apenas uma única chance de sobreviver.

– Acheiii você, queridinha. Achou mesmo que podia se esconder ?

Enquanto ela falava e se preparava para dar o bote, me arrastei rapidamente pra a quarta cabine, que ela já tinha aberto. Quando ela finalmente abriu a quinta e última com um estrondo para me atacar, eu saí pela quarta cabine, e enfiei a espada pelas costas dela.Só deu tempo de um grito de ódio, e ela virou pó. Eu não acreditava que tinha conseguido.

Sentei no chão do banheiro, que estava todo molhado. Meu arrastão estava todo rasgado, o ferimento de minha perna estava aberto e sangrando. Meu rosto tinha um corte enorme, e meu cabelo estava solto, todo bagunçado. Eu estava toda molhada. Mas nem me importava.

Então comecei a pensar... Ela tinha me procurado. Minha casa tinha sido revistada, e meu pai morto. Ela tinha ido atrás de mim na minha casa e matado o meu pai. 

A tristeza da morte do meu pai passou por um momento, dando lugar ao ódio  aquela criatura, e o orgulho de mim mesma: Eu tinha me vingado. Eu tinha vingado a morte de meu pai.

Mike entrou no banheirro derepente, suando e respirando com dificuldade.

– ONDE ESTÁ ELA ? VOCÊ ESTÁ BEM ? AH MEUS DEUSES, O QUE É ISSO NA SUA PERNA ? EU TINHA QUE TER TE PROTEGIDO, COMO FOI QUE DEIXEI ELA VIR ATRÁS DE VOCÊ?

– MIKE, SE CONTROLA! olha, relaxa tá ? Eu já dei um jeito nela.

–Mas olha como você está! Eu tinha que te proteger! Quando você saiu correndo eu achei que não conseguiria, que você ia morrer! AH, me desculpa Bianca, por favor!

– Não tem nada pro que se desculpar. Você me deu a espada não foi ? Foi isso que salvou tudo. A propósito, tome ela de volta, obrigada.

– Não, fique com você, caso venha outra.

– Tudo bem, então vamos sair daqui logo antes que apareçam mais monstros tentando me matar.


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Notas finais do capítulo

Tá, eu sei que a cena de matar a fúria podia estar melhor, mas não me batam, juuro que com o passar da fic minhas cenas de ação vão ficar melhor.
Gostaram ? Não ? Comentem o que acharam, me deem motivos para continuar com a fic e deixem reviews :3
Beijinhos,
@detarBiic



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