Do Princípio... escrita por Vany Myuki


Capítulo 8
Curada


Notas iniciais do capítulo

Tá, a está hora eu deveria estar dormindo, porém o capítulo estava pronto eu fiquei com pena de deixa-lo sem postar.
Espero que gostem.
Perdão por qualquer erro...



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Suzana encarou a entrada da caverna onde estavam o Rei Pedro, o Rei Edmundo, o príncipe Caspian e a pequena Rainha Lúcia.

Ela olhou para os arredores da caverna e percebeu que aquilo não era um sonho, tratava-se de muitas criaturas, umas diferente das outras: anões, gigantes, texugos, ursos, centauros..., eram criaturas nunca antes vistas pela garota, ela sorriu ao perceber que eram narnianos.

Lágrimas começaram-lhe a percorrer o rosto agora com frequencia, Lúcia correu em sua direção e a abraçou.

Ela retribuíu o abraço aos soluços.

_Suzana, eu senti sua falta_disse a pequena rainha, depois ela olhou o corte profundo no braço de Suzana e arregalou o par de olhos_você está ferida, está muito ferida.

Suzana encontrou o olhar da pequena e com a visão embassada pelas lágrimas disse:

_Não importa, estou feliz por vocês estarem aqui.

Ela deixou que um sorriso reprimido escapasse por entre seus lábios.Lúcia tornou a abraçar Suzana, está repousou o queixo no topo da cabeça da menina ainda chorando.

_Suzana.

Suzana abriu os olhos e viu Pedro se aproximasse delas juntamente com Edmundo em seu encalce.

Lúcia largou Suzana, está mal teve tempo de recompor-se pois Pedro já lhe abraçava fortemente, tão forte que fazia com que seu corpo doesse mais ainda.

_Por Aslam, você está viva!

_Pedro não quero lhe interromper mais acho que Suzana está bem machucada..._Edmundo disse sorrindo para esta.Pedro se afastou e se assustou ao ver o furo no braço de Suzana e sua roupa ensanguentada.

_O que houve?_disse a voz ofegante.

_Telmarinos_Pedro olhou com raiva os machucados de Suzana.

Lúcia aproximou-se mais uma vez, Suzana notou que ela tinha um frasquinho no meio das mãos.

_Acho que posso ajudar-lhe Suzana.Suzana não teve tempo de responder não conseguiu manter-se em pé e caíu machucando as costas novamente. _Pedro e Edmundo abaixaram-se para ajuda-la.

_Não, eu estou bem_disse ela, os olhos fechados de dor e vergonha.

Ela abriu-os e percebeu que Lúcia segurava um frasquinho com um conteúdo vermelho escarlante neste.

_Abra a boca, isso melhorara seus ferimentos_disse Lúcia gentilmente. Suzana entreabriu os lábios e sentiu uma gota descer-lhe a garganta.

O gosto do líquido era indecífravel, porém tratava-se de um líquido bastante forte, ela sentiu a garganta queimar logo após  olhou abismada para o braço bom.

_Acho que está melhor_disse Lúcia com um sorriso.

Suzana desviou seu olhar do braço, outrora machucado, e encarou a pequena Lúcia.

_Como fez isso?_disse Suzana as sombrancelhas juntas.

Pedro e Edmundo entreolharam-se quando Suzana, não se importando com olhares à sua volta, levantou seu vestido até os joelhos e massageou a perna poucos segundos antes machucada onde agora apenas uma fina cicatriz encontrava-se no local.

_Obrigada_disse Suzana com um sorriso, ela de fato sentia-se muito melhor, apenas estava um pouco cansada, mais isto era só.

_Acho melhor você entrar e descansar, isso é bom, mais acho que você perdeu muito sangue_disse Lúcia um vinco aprofundando-se em sua testa.

_Eu a levo_Pedro nem esperou que outra pessoa se oferecesse, em poucos segundos passou os braços por de baixo dos joelhos da menina e a ergueu facilmente em seu braços.

Suzana foi levada para dentro por Pedro, olhando sobre o ombro deste pode ver Lúcia, Edmundo, Caspian, um anão, um texugo e um rato seguindo-lhes para dentro da caverna.

Suzana sentiu-se muito bem dentro da caverna, pelo fato, que apesar desta ser escura e úmida, dava-lhe a imprenssão de conforto e de alguma forma a presença do Grande leão Aslam pairava ali em baixo o que a fez suspirar de alívio.

_Onde colocaremos ela Majestade?_disse o texugo preocupado, ele receava que Suzana fosse colocada na Mesa de Pedra, apesar de tudo a Mesa era o lugar sagrado onde Aslam fora sacríficado e ressuscitou.

_Acho que Aslam não se oporia se colocasse-mos na Mesa_disse a pequena Rainha Lúcia.

Todos se entreolharam temerosos e Suzana pode ver a hesitação no olhar de cada um ali.

_Vossas Majestades podem colocar-me em qualquer lugar no chão, não me importo, tenham certeza que será melhor do que os últimos lugares que descansei_disse Suzana com um sorriso.

Pedro olhou para os demais na sala e voltou seu olhar para a garota.

_Perdoe-nos, acho que merecia lugar mais aconchegante.

Suzana negou com a cabeça, certa de que o chão estava, para quem precisava descansar, de ótimo tamanho.

_Vossa Majestade pode colocar-me no chão, me sinto muito melhor.

Pedro olhou-a pronto para dizer algo em protesto quando outra voz o interrompeu:

_Vejo que a moça está bem melhor Pedro, deixe-a descansar apenas.

Suzana olhou para Caspian enquanto este pronúnciava cada palavra, seu olhar recaíu-se sobre ela mais voltou tão rápido quanto fora voltando-se novamente para os demais.

Suzana sentiu uma dor aguda no coração, não a mesma dor que sentia quando pensava em Pedro, mais essa dor era boa de certa forma, o que a fez ficar ainda mais confusa.

Suzana tentou esquecer o que sentiu, não era hora para pensar nesses sentimentos conturbados que andaram estabelecendo-sem ultimamente em seu coração.

Pedro, mesmo que contrariado, assentiu e colocou Suzana em pé. A garota cambaleou um pouco e encostou-se numa das paredes da caverna.

Suzana sentiu mãos envolvendo sua cintura e não precisava olhar para saber que Lúcia sustentava como podia seu peso.

A menina lhe sorriu, satisfeita por estar sendo útil.

_Você está com frio Suzana?_perguntou Lúcia ao perceber o quanto Suzana estava gelada.

_Não_mentiu a garota.

Edmundo, que até então tinha se mantido calado com excessão de uma única vez, manifestou-se:

_Venha Suzana, lá em baixo há fogo, você poderá esquentar-se.

Edmundo e Lúcia ajudaram Suzana durante todo o caminho, Edmundo havia achado que Pedro estava dando bandeira demais sobre seus sentimentos em relação à Suzana, então resolveu fingir indiferença e ajuda-la o quanto podia para Pedro não ficar, no final, com cara de trouxa.

Suzana olhava maravilhada para as figuras que encontravam-se desenhadas nas paredes da caverna: haviam reis sendo coroados e uma rainha também, ela não precisava pensar muito para concluir que se tratava dos três irmãos.Suzana tentou reprimir o susto que levou ao ver onde acabara à sala: era um cômodo onde no centro encontrava-se a Mesa de Pedra dos contos antigos de Aslam, ela não pôde deixar de levar a mão à boca ao ver está, logo mais a frente uma imagem do Grande Leão estava entalhada na parede da caverna e labaredas brilhavam em frente à mesma, era lindo de se vêr, magnífico diria.

Suzana foi levada para perto do fogo onde estava a imagem de Aslam e ficou fascinada com está, era pura, nítida e mostrava o bem de tal forma que até o pior dos feiticeiros ajoelharia-se aos pés da imagem.

Eles sentaram Suzana ali perto, mais esta ensistiu-se em caminhar até lá de joelhos, ao chegar perto abaixou a cabeça e começou a agradecer.

Suzana não sabia se este era o jeito certo de agradecer, mais achava falta de respeito estar em tal lugar e não agradecer por tudo que Aslam estava fazendo em sua vida, principalmente por ele ter lhe protegido mesmo quando ela não tinha forças para tal ato.

Suzana não percebeu que todos os olhares ardiam em suas costas e continuou a agradecer silenciosamente.

Lúcia achou muito bonito o gesto de Suzana e aproximou-se da garota, ajoelhou-se e começou a agradecer também.

_Mulheres_Edmundo revirou os olhos, mais também as acompanhou na prece ali mesmo onde estava, ajoelhou um joelho e deixou o outro erguido, fechou os olhos e agradeceu por voltar a Nárnia e por todas as coisas boas que tinham acontecido até então.

Pedro estava muito feliz, ele não pensou duas vezes ao ver Edmundo se ajoelhar e imitou o gesto do irmão, agradecendo por diversas coisas que lhe tinha acontecido.

Todos os demais que estavam na sala fizeram questão de ajoelhassem e agradecer, até o anão Trumpkin que não acreditava em Aslam fez sua prece silenciosa, e seu maior desejo foi que Aslam o fizesse crer como os demais.

Depois de longos minutos todos se puseram de pé.

Suzana arrastou-se até um canto e ali repousou às costas contra a parede.

_Suzana o que ouve com você? Achamos que estivesse prisioneira_disse Pedro.

Trumpkin, o anão, foi mais rápido e terminou a frase _ou morta_ele encolheu-se ao olhar desaprovador do Rei Pedro.

_Eu fui capturada como vocês sabem, e fiquei por dois dias mantida refém no acampamento dos telmarinos, na segunda noite Christian resgatou-me e entramos na floresta sorrateiramente

_Suzana entristeceu-se por lembrar de Christian, não deveria ter morrido deste jeito

_Nessa manhã, ao acordar, fomos surpreendidos por telmarinos, ele salvou-me de novo_ela sorriu à lembrança_Mais eu não fui tão rápida para salva-lo.

_Quem é Christian?_perguntou o texugo.

Suzana olhou diretamente para Caspian ao falar:

_É um dos soldados telmarinos, mais bem dar-se para ver que era um soldado incomum, morreu lutando e acreditando em Aslam.

Caspian tinha um olhar sereno, podia-se dizer que até zangado.

_Onde exatamente estão acampando os soldados telmarinos?_perguntou Edmundo, a voz urgente.

_Muito perto, não demoraram à atacar_Suzana foi rápida e o resultado que esperava fora o mesmo.

Milhares de vozes começaram à falar rapidamente, apenas Caspian e Suzana mantinham-se calados.

_Não temos o que fazer, vão nos matar!_gritou Trupkin.

_Aslam vai nos proteger!_ralhou o texugo.

Ciclone entrou trotando na caverna interrompendo a gritaçada e ajoelhou-se antes de falar:

_Queria desculpar-me com a senhorita, creio que não foi certo o que fiz, jurei que era uma telmarina.

Suzana sentiu-se mal pelos olhares que à encaravam:

_Não sinta-se culpado eu teria feito o mesmo, e de qualquer modo_ela sorriu sem graça para o centauro_eu sou uma telmarina.

Todos com excessão dos Pervence que sabiam a origem de Suzana arfaram de surpresa.

_Você é uma telmarina e está traindo o seu povo?_perguntou o Príncipe Caspian aturdido.

_Sim, e creio-me que você também é um telmarino e se eu traio o meu povo você faz o mesmo com o seu tendo em vista que estamos falando do mesmo povo.

Caspian não sabia as palavras que usar então apenas encarou a saída e se dirigiu para ela.

_Ele é muito rabugento às vezes_disse Lúcia tentando acalmar a situação.

_De qualquer forma_começou Ciclone_venho me desculpar por tê-la tratado daquela maneira, pelo fato de estar tão impossibilitada e por eu ter tirado vantagem disso sem ao mínimo pergunta-lhe algo.

_Tudo bem, o que importa é que você soube reconhecer seu erro, e isto é um gesto nobre.

Todos se calaram, Suzana não aparentava ser da realeza mais naquele momento foi tão sábia e culta que pareceu pertencer ou um dia ter pertencido a mesma.

Ciclone ajoelhou-se diante dela, não por dever, mais porque queria fazê-lo e caminhou para fora da caverna.

_Ciclone_gritou Pedro antes que este desaparecesse_Chame Caspian, diga à ele que precisamos tratar de um assunto.

_Sim majestade_disse Ciclone sem hesitar.

Edmundo encarou o irmão e perguntou:

_Qual seria o assunto Pedro?

Pedro encarou cada rosto presente e disse com tamanha serenidade:

_A guerra, meu irmão.


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Notas finais do capítulo

Postado, espero que gostem...