Caspian nem falou nada, apenas se afastou deixando-lhes a sós.

Pedro não conseguia mais enchergar Suzana então se aproximou-se devagar e tentou encostar nela, mais onde ele tentara tocar não havia nada...

_Um minuto, acho que posso conseguir materializar-me.

Pedro esperou.

Suzana concentrou-se e começou a imaginar coisas ruins, coisas que lhe eram repudiardas, tais coisas que lhe davam raiva, nojo...

Em poucos instantes ela estava visível aos olhos de Pedro.

_Como...?_Pedro não conseguia dizer mais nenhuma palavra coerente.

Suzana sorriu para ele.

_Descobri recentemente que a raiva me faz aparecer, sentimento contubardo para me fazer visível, não?_Suzana riu sem humor.

Pedro encarou o belo par de olhos de Suzana e falou, novamente parecendo o Pedro que ela conhecera à dias atrás.

_Eu sabia que não ia conseguir, de uma certa maneira você tem uma conexão com Caspian._as palavras de Pedro sairam amargas e duras.

Suzana viu que ele estava com ciúmes.

_Sim, também desconheço essa conexão.

Pedro ofegou, ele esperava que ela contrariasse sua tese, mais Suzana não queria mentir, ela sabia que havia algo especial e anormal entre eles, só ainda desconhecia o que era.

Pedro resolveu mudar de assunto.

_Como está se sentindo..., quero dizer... morta?_disse, tentando sem muito sucesso, falar de forma mais educada e gentil.

Suzana o olhou entendo o mau estar que ele sentia ao tocar nesse assunto, afinal ela estivera viva à pouco mais de algumas horas atrás.

_Bom, eu estou bem, mais sei que a gente não está bem.

Pedro olhou-a e sabia o que aconteceria.

_Como aguentar a dor quando fecho os olhos? Sempre tão certa de minhas decisões, sempre exata de meu destino e agora... a morte me suspreendera com seu traçado em minha vida._disse Suzana mais para si mesma do que para Pedro.

Suzana suspirou, como ela queria que isso não estivesse acontecendo.

_Você sabe que eu te amo, não consigo calar esse amor que sinto por você, sempre quando te vejo tento ignorar este sentimento, mais ele sempre me ataca como um animal selvagem prestes a dilacerar-me.

Pedro começou a chorar e isso só fazia tudo ficar pior.

_Eu te amo Pedro, e é por este motivo que não posso mais te prender, pelo simples fato de que estou morta, e isso é motivo o suficiente para eu deixar que você parta da minha vida.

Pedro beijou a face de Suzana, apesar de não querer terminar e calar esse amor que nascera nos dois ele sabia que nada revertia a morte e de uma certa maneira Suzana estava certa.

_Eu te prometo Suzana que nunca vou amar alguém como amei você.

Suzana jogou-se nos braços de Pedro e pode ver que era o fim, o fim de tudo, agora mais do que nunca ela se sentia morta, totalmente morta.

_Prometa que vai seguir sua vida?_ela pediu grudada ao rapaz.

Pedro hesitou alguns minutos e antes que pudesse perder a coragem beijou Suzana.

Esse beijo trouxe amor, ternura, saudade, felicidade, tristeza e acima de tudo coragem, coragem para ambos.

O beijo se intensificou e eles não ousaram romper o laço que os unia, pelo menos essa última vez.

Suzana passeava as mãos pelos cabelos de Pedro bagunçando-os, causando um tremendo arrepio em ambos.

Pedro manteve-se colado à cintura da menina, implorando por mais da mesma.

Suzana sentia-se explendida, eram fatores definitivamente compulsiveis, eles  queriam, eles precisavam e pediam por mais um do outro.

Estavam ambos ainda em devida situação quando não conseguiram mais segurassem e caíram sobre a relva.

Pedro acariciava cada parte do corpo de Suzana, ele fazia tudo com muito cuidado temendo que a garota levantasse e fosse embora.

Suzana beijava Pedro ardentemente, a garota estava tendo dificuldade para pensar, para racíocinar as palavras certas, ela só queria e pensava em Pedro.

_Nós não..._disse a garota entre suspiros.

Pedro não deixou que ela prosseguisse com as palavras, ele à beijou antes que essa tivesse a chance de falar mais algo.

A gorata ainda tentava resistir ao desejo que lhe dominava, porém Pedro estava lhe deixando sem ar.

_Não..._disse ela tentando lembrar o que estava tentando falar.

Pedro parou ofegante e encarou Suzana, seus olhos tinham um brilho indescritível.

_Não deixa que o medo lhe vença Sú, pense que está é nossa última chance, nossa última vez juntos, por favor não se prive e não me prive desse amor.

Suzana sorriu, afinal porque ela deixaria de aproveitar o amor que eles sentiam, se tinham que se separar então não valia a pena não aproveitar esse momento que tanto ansiavam.

Pedro viu que Suzana havia tomado sua decisão, sendo assim se aproximou-se ainda mais da menina lhe arrancando suspiros e beijando-lhe os lábios diversas vezes.

Algo escureceu a visão de Suzana e ela começou a sentir uma grande dor.

Suzana percebeu quando uma imagem focou-se em sua mente:

Era Caspian, ela estava lá se despedindo dele.

Ela viu-se avançar, estava doendo separar-se dele, doía de verdade...

Então, sem ligar para qualquer pessoa presente ela recuou alguns passos e beijou-lhe.

Suzana assistia a cena atônita, e apesar de não estar participando da mesma ela conseguiu sentir cada sentimento que passou naquele beijo.

Era um beijo que ela e Pedro nunca selaram, nem o de Christian chegava aos pés daquele.

A menina engolira em seco, pois não conseguia acreditar no que via e sentia.

Em segundos o beijo se finalizou e ela pode ver a tristeza em ambos os olhares dela e de Caspian, um último abraço foi dado.

A imagem de Suzana desaparecera junto com os Reis e a Rainha Lúcia por um tipo de portal.

 Suzana sentiu uma golfada de tristeza lhe envadir quando olhou para Caspian uma última vez antes da imagem oscilar e desaparecer de sua visão.

Suzana voltou a si e percebeu que Pedro não havia notado o que acontecera com ela, pelo muito contrário, ele continuava a traçar beijos em todo o seu corpo.

_Por favor, pare._disse Suzana tentando acalmar-se.

No mesmo instante que Pedro ouviu as palavras parou e a encarou.

_O que disse?_perguntou os olhos sérios.

_Não quero fazer isso Pedro, eu te amo, mais não quero.

Pedro no começo ficou triste mais logo em seguida sorriu para Suzana.

O rapaz levantou-se de cima da menina e a ajudou a levantar.

_Sendo assim, eu vou indo._disse sem graça.

_Não está bravo?_perguntou Suzana receosa.

Pedro ficou pensativo e depois beijou o topo da cabeça de Suzana.

_Eu nunca vou ficar bravo com você.

E depois piscou para ela, saindo de seu campo de visão em seguida.

Suzana, apesar de tudo, sabia que tinha feito a coisa certa, não estava pronta e a imagem que invadiu sua visão apenas deixou isso mais claro.

Ela só tinha uma pergunta em mente: QUE DIABOS ESTAVA ACONTECENDO COM ELA???