Todos os Reis encaminhavam-se para fora da caverna depois de horas de decisão.

Quando avistaram o lado de fora desta tomaram um susto, haviam vários duelos acontecendo ao mesmo tempo.

_Fomos atacados?_perguntou o texugo os olhos escancarados das órbitas.

Uma voz ao longe fez com que eles virassem suas atenções para esta.

_Arqueiros preparar flechas.

Suzana e Lúcia comandavam um exército de narnianos com as mais diversas criaturas.

Eles obseravaram-as ajeitarem as flechas dos arqueiros e lhes darem instruções diversificadas sobre o que fazer para acertar mais precisamente o alvo em questão.

Eles começaram a rir quando um centauro feliz por ter acertado uma pinha agarrou Lúcia e começou a cavalgar com ela gritando para todos à sua volta sua vitória.

Pedro ficou satisfeito ao ver que Lúcia já não chorava, pelo muito contrário ela gargalhava e ria junto dos arqueiros.

Eles observaram, ainda ocultos na boca da caverna, Suzana aproximar-se de um anão que vinha duelando com várias outras criaturas e saindo-se melhor do que todas, e manusear sua espada para um duelo.

Suzana era rápida, atacava, defendia e quando menos se esperava o anão estava com os braços erguidos e todos ao redor deles grunhiam em sinal de aprovação.

Perceberam que ela lhes ensinava técnicas nunca antes vistas, algumas na maioria das vezes eram arriscadas, mais ao que tudo parecia, estava dando certo.

Suzana guardou sua espada novamente e preparou seu arco mostrando para Lúcia o que ela deveria fazer para fazer com que sua flecha alcançasse o dobro da velocidade.

Caspian e os outros se aproximaram fazendo com que o foco em que todos antes se encontravam fosse perdido.

Todos se ajoelharam quando os Reis e o príncipe aproximaram-se.

Suzana, percebendo que eles estavam interrompendo o treinamento, atirou uma adaga contra o muro de pedra fazendo que todos os olhares se voltassem para ela.

_Primeira e mais importante regra na hora da luta: nunca perca o foco, aconteça o que acontecer mantenha seu foco nos seus oponentes, eles não hesitaram em distraí-los e mata-los logo em seguida.

Os narnianos não esperaram nem sequer um segundo e começaram a duelar novamente.

Pedro, Edmundo e até Caspian riram quando todos puseram-se a obedecer Suzana, pelo que parecia, bastante temerosos.

_Está fazendo um ótimo trabalho_disse Pedro ao se aproximar-se da telmarina.

_Só sendo útil_Suzana falou e piscou na direção de Lúcia que sorriu abertamente.

_Obrigado_disse Pedro tentando fazer com que a atenção dela voltasse para ele.

Suzana estava tentando não olhar nos olhos de Pedro, sabia que se o fizesse ficaria com aquele mal estar, como se estivesse cometendo um crime por sentir-se atraída pelo rei.

_É o mínimo que posso fazer_disse a menina ajudando um sátiro a acertar seu alvo.

Pedro estava sem graça, queria fazer uma maneira de Suzana o olhar nos olhos, mas está parecia distante, afastada até.

_Pedro, que tal um duelo?_perguntou Edmundo atrás do irmão.

_É claro_disse Pedro voltando-se para o irmão.

Os dois se afastaram e começaram um duelo de tirar o fôlego.

_Suzana, posso lhe falar?_Suzana olhou para Caspian que estava perto dela.

Ela acentiu e os dois ficaram um pouco mais afastados dos arqueiros e dos duelos.

Caspian respirou fundo e antes que pudesse começar Suzana o parou.

_Príncipe Caspian não precisa me pedir desculpas, se for isso que tem a dizer.

Caspian estreitou os olhos e mudou o peso de seu corpo apenas para uma perna, desconfortável com a situação.

_Ainda está chateada?

_Não_disse Suzana pensativa_estou mais para conformada. Mais agora não é hora para isto, acho que deveríamos apenas nos focar no que é importante.

Ela fez um gesto com a mão indicando todos os narnianos à sua volta.

_Acho que têm razão.

_Acha?_perguntou Suzana, as sombrancelhas levantadas.

_Você é muito teimosa_o príncipe riu, mais Suzana adqueriu uma expressão de tristeza.

_Disse algo ofensivo?_perguntou so perceber a expressão da garota.

_Não, apenas já ouvira isso antes.

Suzana lembrou-se de Christian e o quanto este lhe foi fiel e amigo, mesmo que os sentimentos dele tenham  se misturado fazendo-o pensar que talvez eles pudessem formar um casal, Suzana, apesar do pouco tempo que passou com este, viu que tinham muita coisa em comum, haviam tornado-sem amigos e ela não teve tempo de agradecer-lhe.

_Com licença princípe_Suzana se afastou, antes que perdesse a pose de forte e começasse a chorar na frente de Caspian.

Caspian viu-a se afastar e sentiu-se pela primeira vez em toda sua vida como se lhe tivessem arrancando um órgão fundamental.

Ele não estava entendo porque os olhos de Suzana, marejados como estavam quando esta se pôs a caminhar, lhe fizeram tamanho dano emocional.

Era como se quando ela virou-se para ir ele já tivesse visto a mesma cena à muito tempo, e está lhe partiu no meio.

Caspian percebeu que alguém o encarava entre golpes de espada.

Pedro o encarava quando conseguia desligar-se por segundos da luta que travava com Edmundo, e pela cara do Rei, Caspian sabia o por quê da falta de um órgão.

_E essa agora_reclamou o Princípe impressionado com sua descoberta.