Mariana
- É a tua vez de ires ao bar, Mariana! – disse a Catarina – Já todas acabámos.- Ok. Eu vou lá meninas. As mesmas bebidas? – perguntei eu.- Ya, por mim pode ser. – respondeu a Sara.Depois de ter pedido as bebidas e de me ter levantado alguém veio contra mim e entornou-as.- Mas tu és doido? – disse, virando-me de repente para ver a cara do rapaz que tinha vindo contra mim – Não sabes por onde andas?- Tem calma! – exclamou ele elevando as mãos como quem diz ‘’Não tenho culpa’’ – Eu pago-te outras bebidas, é o mínimo que posso fazer.- Está bem. – disse eu, ainda ligeiramente zangada, sentando-me outra vez no banco onde tinha estado sentada há momentos atrás.- Então… Como é que te chamas? – perguntou ele.- Vais-me só pagar umas bebidas, não vamos casar, ya? Não precisas de saber o meu nome! – resmunguei eu.- Eu sei que começámos mal, mas não precisas de me tratar assim, está bem? -disse ele, a olhar-me nos olhos. Pela primeira vez reparei no olhar delle e no tom verde dos olhos dele, perdendo-me completamente.- Vamos começar de novo, pode ser? – perguntou ele.- Hum… Pode. – respondi eu, ainda meia abananada pela intensidade do seu olhar.- Então, como te chamas? – repetiu ele, ainda a olhar-me nos olhos.- Chamo-me Mariana e tu? – respondi eu.- Eu sou o… Espera… Mas… Não sabes o meu nome? – assim que ele perguntou isto eu ergui a minha sobrancelha direita – Quer dizer, não me interpretes mal, não estou a querer armar-me em bom, mas achei estranho não saberes o meu nome…- Eu sei o teu nome… Harry!!! – respondi eu, com um certo desdém. Cada vez gostava menos dele. Primeiro entornou as bebidas em cima de mim e não pediu desculpa e depois ainda se armou em estrela…- Então porque é que perguntaste?- Porque no palco até podes ser uma estrela e tudo mais, mas aqui és uma pessoa normal como todas as outras. E como tal tens o direito de te apresentares. Mas desculpa lá se não pensas assim!!! – respondi eu, quase a saltar-me a tampa.Ele apenas sorriu e eu perguntei, totalmente enervada, a pensar que ele estava a gozar comigo:- O que foi?- Gosto da maneira como pensas. Aliás, adoro a maneira como pensas. Já não estou muito habituado a que me tratem de maneira normal, porque há poucas pessoas que o fazem e essas são todas minhas conhecidas. Por isso é que fiz aquelas perguntas parvas todas. Já agora, peço desculpa se pareceu que eu me estava a ser convencido. - através dos olhos dele consegui ver que ele estava a ser totalmente sincero, apesar de mal o conhecer. Limitei-me a sorrir.- Esse sorriso bonito quer dizer que estou perdoado? – perguntou ele, sorrindo também.- Sim, quer. – disse eu, desviando os meus olhos dos dele, ligeiramente envergonhada pelo elogio.- Ah e peço também desculpa pelas bebidas.- Não há problema… - respondi, voltando a sorrir para ele e ele para mim. Ficámos com o olhar preso um no outro durante algum tempo…

Harry
- É a tua vez de ires buscar bebidas aqui para o pessoal, Harry! – disse o Liam.- Ok. Portem-se bem enquanto eu não estiver aqui. – disse eu, em jeito de brincadeira.Quando cheguei ao bar ia a olhar não sei bem para onde e choquei contra uma rapariga acabando por a sujar toda com as bebidas que ela tinha nas mãos. - Mas tu estás doido? – explodiu a rapariga. Ela olhou para mim e nem vacilou, continuando:- Não sabes por onde andas?- Tem calma. Eu pago-te outras bebidas, é o mínimo que posso fazer. – disse eu olhando a rapariga nos olhos pela primeira vez e vendo a sua verdadeira beleza. Ela respondeu qualquer coisa que eu nem percebi e sentou-se. Percebi que ela ainda estava chateada e decidi meter conversa. Ela respondeu-me com sete pedras na mão e eu sugeri que apesar de termos começado com o pé esquerdo devíamos começar de novo. Ela concordou comigo, mas esta segunda tentativa também me correu bastante mal, porque ela surpreendeu-me com a sua maneira de pensar e acabei por parecer que um grande convencido. Consegui apaziguar as coisas e ela sorriu-me de uma maneira absolutamente encantadora, que me deixou algum tempo sem reacção. Quando eu já estava pronto a falar outra vez o empregado entregou as bebidas:- Aqui estão os vossos pedidos.Ela pegou nos copos que eram para ela e começou a levantar-se. Virou-se para mim e disse:- Obrigada pelas bebidas.Quando ela se começou a afastar é que eu comecei a raciocinar:- Espera! – gritei, para me fazer ouvir através do barulho da música.Ela virou-se para mim e perguntou:- Sim?Era a primeira vez que ia fazer isto. Nunca tinha dado o meu número de telemóvel, nem sequer pedido, a uma rapariga que mal conhecia. Mas a Mariana cativou-me com a sua maneira de pensar e com o seu lindo sorriso. Disse a mim mesmo que uma rapariga assim não se encontra duas vezes na vida e perguntei:- Dás-me o teu número de telemóvel? Ela pareceu ficar surpreendida mas mesmo assim pegou num papel e escreveu o número. Quando ela acabou perguntei:- Queres o meu?- Está bem. –  disse ela, encolhendo os ombros. Dei-lhe o meu numero e após ela se virar mais uma vez eu voltei a chamá-la:- Sim? – perguntou ela, admirada suponho que por a ter chamado outra vez.- Gostei de te conhecer.Ela corou um bocadinho e sorriu acanhadamente:- Também gostei de te conhecer. Embora ao inicio não tenha tido a melhor impressão de ti conseguiste demonstrar que estava errada.Fiquei sem saber o que dizer após ela ter sido tão directa comigo.