Aventuras Descontroladas De Percabeth escrita por bloodymary


Capítulo 19
Meu vestido é tomara que caia!


Notas iniciais do capítulo

Nhaa, aproveitem. E ignorem o nome do capítulo. E as magias (como Celeste) que acontecem que não têm nada a ver com a mitologia grega original.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/186025/chapter/19

Escovei os dentes e tomei banho, tentando não pensar sobre ir a uma festa acompanhada por Percy e usar salto alto. Me sequei e desejei um secador de cabelos. Fui até o armário pegar o vestido e o sapato e vi um secador em cima da cama (já feita, claro). Sorri. Obrigada senhor Poseidon. Ouvi uma onda quebrar ao longe e sorri, pegando o secador. Coloquei uma roupa fácil de tirar e comecei a secar o cabelo. Quando eu terminei, ele tinha cachos só nas pontas, a raiz estava lisa. Tinha ficado bonito e eu quis que ele durasse a noite toda. Abri uma porta do pequeno armário que tinha debaixo da pia e me deparei com uma bolsa com estampa de zebra. Guardei o secador dentro do armário e não segurei a curiosidade. Peguei a bolsa e abri. Bem... Um kit completo de maquiagem. Base, pó, corretivo, blushes com vários tons de cereja, amora, e alguns marrons. Glosses de tutti-frutti e morango e vários outros, rímel para volume, rímel para isso, rímel para aquilo. Obrigada senhora Afrodite. Agora só me falta saber passar tudo isso. Uma pessoa atrás de mim me assustou.

-Ah!

-Olá, sou Celeste, sua maquiadora de hoje. – a tal Celeste disse com um sorriso de orelha a orelha.

-Hm... Oi?

Ela deu uma risadinha baixa e fina.

-Ah sim! Me desculpe pelo susto, mas minha senhora me mandou tão rápido que eu não tive tempo de bater na porta.

-Hã. Claro.

Eu a observei. Ela era bonita. Morena, branca, mais ou menos alta, com olhos que eu não sabia dizer a cor (uma hora mel, outra verde escuro, totalmente pretos, dourado e castanho médio) , com uma roupa simples, mas que caia-lhe perfeitamente. Uma calça jeans no tom mais comuns e uma blusa xadrez azul claro e rosa, por cima de uma regata com a escrita: Eu amo Londres.

-Ah. Oi. – eu senti mais firmeza na minha própria voz.

Ela deu outra risada baixa e disse.

-Sim, oi. Bom. Vamos ao trabalho?

Eu dei de ombros.

-Claro.

Ela (com toda a minha certeza, uma assistente fiel de Afrodite) conjurou uma cadeira com um encosto para as costas e me fez sentar a força – confesso que nessa hora fiquei com medo de do nada ela se transformar em uma Fúria – e começou a passa muitas coisas no meu rosto. Achei que quando eu levantasse estaria com a cara da Lady GaGa transplantada para meu rosto. Era um pincel daqui, uma esponja dali.

-Pode se olhar agora querida. – ela disse depois de incríveis cinco minutos.

Arqueei uma sobrancelha, mas me levantei, olhando diretamente no espelho. Procurei algumas suturas e pontos, mas só achei o meu rosto sem as poucas sardas, com um pouco mais de vida, minha boca brilhante e com gosto de amora, meus olhos destacados com algumas camadas de rímel para... Vai lá se saber para que. Ainda era eu. A única diferença marcante foi os cílios maiores do que já eram e um pouco mais escuros, porque ela não tinha passado sombra. Ou tinha e era tão natural que não se notava? Olhei para ela e agradeci com a cabeça.

-Uau! Está linda agora! – ela me disse, como se não tivesse ideia do que tinha feito e só percebesse agora.

Eu sorri. Mas uma pergunta saiu:

-Mas... Como eu tiro tudo isso?

Ela sorriu e mostrou os dentes perfeitamente brancos.

-É só usar água. Maquiagem mágica querida, não borra se você passar a mão sem querer, mas sai se você chorar. Mas você é nova e bonita demais para chorar.

Abri ainda mais o sorriso.

-Obrigada.

-Bom, vou indo, se quiser, pode mandar alguma mensagem de Íris para me contar como foi... Ou se quiser mais uma maquiagem. Meu sobrenome é Clearwater. É melhor falar o sobrenome quando for mandar a mensagem de Íris, porque sabe, existem muitas Celestes por ai. Hm... – ela virou a cabeça e pensou – Estou roubando seu tempo. Boa festa! – ela desconjurou a cadeira e apontou o dedo para a tralha, que voltou para a bolsa de zebra em um instante. Depois ela piscou e evaporou. Voltei a me olhar no espelho. Abri de volta a bolsa e procurei pelo gloss de amora. Achei, fechei a bolsa, coloquei-a ao lado do secador de cabelo no armário debaixo da pia e sai do banheiro. Olhei bem para o vestido em cima da cama. Tirei a roupa e comecei a coloca-lo. Foi fácil. O zíper subiu sozinho. Abri a porta do guarda-roupa e me olhei no espelho de corpo inteiro. O vestido era de um tom de azul que eu não conhecia, era tomara que caia (NÃO!) e ia até um pouco antes do joelho. Ele parecia maior no cabide. Tentei ignorar completamente o pouco comprimento dele e fui até a cama, me sentando. Tirei as meias e peguei um Scarpin reluzente. Era pesado e era meu número (como todos os outros sapatos). Coloquei os dois e tentei ficar de pé. Ficar de pé foi fácil. Era vez de tentar andar. Um pé na frente do outro, Annabeth, logo vai estar correndo. Um passo. Meu pé tremeu. Outro passo. A melhor parte era parar. Um passo. Outro passo. Quase me desequilibrei. Meus deuses! Como as filhas de Afrodite usavam aquilo todos os dias? Uma ajudinha? Um passo, outro passo, um passo, outro passo. Andei até o espelho. Eu era sete centímetros mais alta. Treinei por todo o quarto. Cada vez mais rápido. Não, eu não corria, mas já sentia mais firmeza. Olhei o relógio. Sete e meia. Cansei e peguei um livro na estante. Harry Potter e a Ordem da Fênix em grego. Quem tinha feito a tradução? Vai lá saber. Me sentei pela primeira vez na cadeira de couro e me acomodei. Primeiro capítulo. Sete e quarenta e cinco. Segundo capítulo. Oito e dez. Terceiro capítulo. Oito e meia. Quarto capítulo. Oito e trinta e nove. Quarto capítulo. Oito e quarenta e sete. Dobrei a ponta da página, recoloquei os sapatos, olhei no espelho a última vez, passei o gloss de novo, sentei na ponta da cama e bati os pés de uma ansiedade que eu não esperava. Um minuto. Peguei o gloss de amora e passei (sim, ele já tinha secado depois de todo aquele tempo). Dois minutos. Me olhei de novo no e verifiquei o meu cabelo. Ainda estava liso na raiz, com a franja caindo de lado, e os cachos das pontas ainda definidos. Sorri para mim mesma. Voltei à cama e sentei ainda mais na ponta. Mordi a parte de dentro da boca. Cinco minutos. Minha barriga quase explodiu, meu estômago se perdeu em algum de meus membros, meu coração pulou com a adrenalina.

Toc, toc, toc, TOC TOC!

Olhei para a porta e respirei fundo.  Levantei decidida, mas vacilei quando peguei o cartão. Suguei o ar e balancei a cabeça. Andei até a porta, com o cartão tremulo na mão. Engoli em seco e abri a porta. Meu estômago tinha ficado para trás. Percy estava incrível. O terno preto era-lhe perfeito. Os sapatos tão lustrosos quanto os meus. A gravata por cima da camisa azul claro estava colocada como uma coleira. Eu sorri. Ele ainda estava perdido em alguma parte de mim. Eu não fui capaz de interromper. Ele me olhou por mais alguns... Minutos? Eu esperei, olhando nos olhos dele, que faziam o mesmo trajeto para sempre. De cima para baixo, de baixo para cima. Alguns minutos precisos passaram. Troquei o peso do corpo do pé esquerdo para o direito. Ele parou de flutuar e me olhou nos olhos. Eu sorri mais ainda e ele ficou vermelho.

-Estou vendo que não sabe mesmo fazer nós de gravatas. – eu disse, ainda bem, sem quebrar o clima legal.

Ele levantou os braços e gaguejou:

-Hã... Hm. Ér. Aham, isso. Meus deuses! Vo-você está linda.

Eu fiquei rosa, depois vermelha, depois cor de amora, depois acho que fiquei roxa e depois um pouco verde, mas voltei ao normal.

-Obrigada. – eu consegui falar.

Ele sorriu e falou com a voz rouca:

-Faz para mim? – e apontou para a gravata amarrotada.

Eu levantei uma sobrancelha e falei:

-Você só tem essa?

-Não... Tem mais umas quatro no armário. Porque? – ele olhou para a gravata e viu o estado – Ah...

Eu ri e ele falou:

-Espere ai.

Dei de ombros e ele entrou na cabine sem fechar a porta. Não liguei se ele estava ouvindo ou não e suspirei alto. Ele voltou com uma gravata idêntica. Sorri e comecei a fazer o nó. Tentei ignorar meus pelos se arrepiando. Ele ficou travado o tempo todo. Terminei e arrumei a gola da camisa.

-Pronto.

Ele passou a mão no terno e falou:

-Vamos?

Olhei para o braço dele esperando para que eu passasse o meu por dentro. Hesitei, mas depois deixei de lado.

-Claro.

Andamos até o elevador e descemos com mais um casal (aquele que estava se beijando mais cedo). Ela estava perfeitamente perfeita. O vestido era uma mescla básica de azul e branco, e o tecido só acabava quando tinha 10 centímetros arrastando no chão. O cabelo vermelho estava preso em um coque que eu não sabia onde começava nem onde terminava. Ele estava um pouco melhor do que mais cedo. O terno normal, com uma camisa normal, com uma gravata normal. A única diferença era que não estava usando óculos. Acenei com a cabeça e as portas do elevador abriram para um lugar abarrotado de pessoas. Mulheres com roupas azuis e homens de terno normal.

-Todo mundo de azul? – eu falei, apontando para... Todo mundo?

-É um navio feito por Poseidon... O que queria?

-Pensei que a cor dele fosse verde...

-Não no mar em que estamos... – ele se fez misterioso.

Eu sorri e nós passamos pelos casais que riam e conversavam alto. Entramos no restaurante, que estava completamente diferente. Sem mesas quadradas e paredes claras. No meio, um pouco para trás, havia uma banda de blues tocando uma música chata, as mesas redondas eram gigantescas, as paredes, azul marinho na meia luz, um globo colorido girava em cima da parte onde não tinha mesas, eu pude ouvir famílias conversando sobre o quanto de tinta tinham gastado para pintar todas aquelas paredes. Percy me levou para uma mesa onde não tinha ninguém e puxou uma cadeira para mim. Corei e sentei devagar para não amassar o vestido. Ele se sentou a minha direita e falou no meu ouvido:

-Agora é só esperar o capitão chegar, vir falar conosco. Depois é só comer e dançar.

Me arrepiei... Bem... Com a palavra dançar. Eu nunca tinha ido em uma festa onde se dançava. Só em festas no chalé (leia-se no jardim) mesmo, sem comida, sem música, só conversa. Uma vez me chamaram para a festa de 13 anos de uma menina de Íris, com bolo colorido contrabandeado pelos Stolls. Não fui, e depois fiquei sabendo: eles comeram o bolo; depois se molharam, secaram; e brincaram com uma garrafa, uma brincadeira onde giram uma garrafa e em quando ela para (apontando para duas pessoas) elas se beijam, um garoto de Apolo beijou uma de Afrodite (básico), uma menina de Íris beijou alguém de Niké, um filho de Hermes beijou por duas vezes uma filha de Dionísio (eles ainda estão juntos – e o pai dela já percebeu), um garoto de Deméter beijou a minha irmã Lisa (por quem ela continua apaixonada, devo acrescentar), e uma filha de Hipnos que conseguiu se levantar, saiu da brincadeira de mãos dadas com um filho de Hermes.

-Claro. – eu consegui falar depois de lembrar de tudo isso.

A música parou e alguém disse em um microfone:

-Agora, uma música mais animada.

Neutron Star Collision do Muse começou e eu vibrei. Cantei alto e ignorei o olhar de medo de Percy. Terminei a música sem fôlego. Percy me olhava com os olhos arregalados. Sorri.

-Que foi? – perguntei eu.

-Meus deuses. – ele suspirou e franziu a testa para o DJ que colocava Fireflys e eu cantava as notas do teclado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que me desejaram boa sorte nas provas, agora vamos ver se deu certo, não é mesmo?
Demorei, mas cá estamos com o capítulo. Mais um e PAM! Now kiss. Mentira. Vai ser idiota como a fic inteira, não sei porque demorei tanto para colocar o beijo. Vocês vão ficar tipo: "DUH, É ISSO? Que droga, vou ali me jogar e já volto." Mas ok. Não vão falar que eu não avisei.
Nossa, parece que com essas palavras eu estou dando a cara de triste, MAS NÃO TÔ! Tá, e daí?
Então...
Beijo e é nóis que tá! (¬¬)