O que ele estava fazendo ? Eu aqui falando tudo o que pensava, e ele de repente começa a rir ? Se bem que... falei tudo tão rapidamente, as palavras atropelando umas as outras, e de onde eu tirei essa história do resto de aborto ?

Era a hora de ir. Me levantei disposta a ir embora quando Enzo olhou para mim e perguntou:

- Lilitih, você não faz idéia do que esta falando.

- Sei sim, e é por isso mesmo que disse. Essa é a verdade Enzo, se você acredita nela ou não é um critério seu.

- Você vai embora ?

- Vou. - eu não queria, realmente não queria ter que ir, porque sabia que talvez, depois, eu não fosse mais encontrar forças para voltar.

- Fique. - ele segurou em um dos meus ombros.

- Por que deveria ? - perguntei

- Porque preciso que você fique. - ela falou a palavra "preciso" de uma forma tão intensa que me fez sentar.

- Lilitih, você ainda não entendeu não é ?

- Não entendi o que ?

- Que preciso de você, que não posso simplesmente fingir que você não existe ou que não passou pela minha... vida...

- Enzo, eu só disse a verdade, tem certeza que vai querer me aguentar ? - disse com um risinho sem vida.

- Tenho, nunca tive tanta certeza de uma coisa em toda a minha... vida.

Ficamos em silêncio por um tempo, sem dizer nada quando de repente ele me beijou. SIM, foi assim do nada. Um beijo rápido e ao mesmo tempo tão leve, eu não tinha certeza direito do que pensar, mas eu sabia que havia gostado. Mas, não era quente, era gelado ( muito gelado ), porém eu estava gostando, mas ele parou.

Ele me observou por um tempo, e eu como sempre não consegui dizer nada, fiquei só olhando para ele.

- Me desculpe.

Foi só o que ele disse. Acho que todo mundo ja fez isso antes, pedir desculpa quando não se esta arrependido, o "me desculpe" dele soou meio assim.

- Acho que você serve. - falei, me lembrando do que minha mãe havia dito.

- Hãã ? Eu sirvo ? Para que ? - ele perguntou muito confuso.

Expliquei tudo a ele, que ouviu atentamente sem dizer nada, e então cheguei ao ponto que queria, disse que precisá apresenta-lo para minha mãe como meu namorado.

- Não posso.

- Por favor, você não precisa realmente ser meu namorado, você só precisa ir comigo, e se você quiser nós vamos antes das 18:00 horas, e não vamos demorar nada, eu juro... - insisti.

- Não é isso, Lilitih. Eu não acho ruim você dizer que sou seu namorado, ou a hora que vamos para sua casa.

- Então qual é o problema ?