- Mad, acorde! – ouvi uma voz baixa e ao mesmo tempo doce falando comigo, enquanto eu podia sentir que alguém fazia cafuné em minha cabeça. Niall, pensei, e com isso meu coração acelerou. – Nós chegamos. – ele sorriu, se levantando e estendendo o braço para que eu me levantasse também.

Eu não conseguia falar nada. Minhas pernas tremiam e meu coração estava a mil. Assim que descemos do avião e pude realmente sentir que estava em Paris, senti vontade de chorar. Chorar de felicidade! Aquilo tudo era um sonho para mim.

- Espero fazer dessa viagem, a mais especial de sua vida. – ele falou, ficando de frente para mim e olhando meus olhos.

- Você vai, eu tenho certeza. – respondi, sorrindo. Me aproximei dele e fiquei na ponta dos pés para beija-lo, e nisso, ele me agarrou pela cintura, me levantou e me girou ali, no meio do aeroporto, com todos vendo.

- Aw vocês são tão fofos! – ouvi uma voz desconhecida falando conosco, alguns minutos depois. – Ah, me desculpem! – ela ficou tímida, sim, era uma garota. – Eu queria uma foto com você, Niall! Eu posso, Mad? – assim que ela me fez aquela pergunta, senti vontade de começar a rir, mas fiquei quieta. Apenas fiz que sim com a cabeça.

Ficamos lá por muito mais tempo do que o esperado. Outras garotas viram a movimentação e logo perceberam quem estava ali, vieram todas correndo, gritando, chorando, sorrindo para Niall. Ele foi totalmente atencioso com todas: tirou as fotos, as abraçou, pediu para que sorrissem em vez de chorar, deu autógrafos e até cantou um pouco. Mas o momento que me conquistou, foi quando uma menina de aproximadamente quinze anos se aproximou junto de uma outra, com pouco mais de quatro anos e disse que a pequenina era fã da banda.

- Então você merece um abraço especial. – ele disse, olhando para a menininha e a pegando no colo. Ele sorriu para ela, tomando todo o cuidado para que ela não caísse. – Muito obrigada pelo apoio, Marrie. – esse era o nome dela. Depois disso, as duas saíram.

Fiquei ali, parada, olhando para ele e sorrindo ao me lembrar da cena dele com a menininha alguns segundos atrás. Niall era todo atrapalho com crianças, mas ao mesmo tempo, era todo fofo e cuidadoso.

- Ei Mad, tudo bem? – ele perguntou, balançando a mão, tentando fazer com que eu “acordasse” daquele transe.

- Tudo perfeito. – sorri para ele, ainda me lembrando daquilo. – Acho que você será um bom pai. – falei, apontando para a garotinha que andava em direção aos pais.

- Só se eu puder dizer ao meu filho que você é a mãe. – ele sorriu, segurando minha mão.

Alguns segundos depois, um funcionário do aeroporto chegou e cochichou algo com Niall, logo depois, pediu para que fossemos até a porta dos fundos. Saímos por lá para disfarçar e não atrair mais atenção, nem causar tumulto.

- Aqui está a chave do carro de vocês. – falou, entregando uma chave para nós e logo após apontando para um ~lindo, fofo e divo~ new beetle preto.

Eu sorria feito uma boba. Estar em Paris, com o namorado mais fofo do mundo e ainda andar em um new beetle! Isso era mesmo real?

- Eu sabia que você ia gostar. – ele falou, ao perceber que eu sorria feito boba.

- Eu amei. – sorri.

Colocamos as malas no carro, entramos e fomos até o hotel. O rádio tocava alguma música francesa, cuja letra eu não consegui entender. Mas era fofa e eu realmente estava me sentindo em um daqueles filmes, com direito a trilha sonora perfeita. Nosso hotel era encantador, e por um momento cheguei a me sentir mal por lembrar que quem estava pagando tudo era Niall.

- Para onde, moça? – ele perguntou, fazendo voz engraçada, enquanto entrávamos no elevador.

- Não importa, contanto que eu esteja com você. – falei, tentando imitar alguma atriz de algum filme romântico. Mas acabou sendo mais engraçado que romântico.

- Para a eternidade! – ele sorriu, fazendo sinal para que eu passasse primeiro. – Mas por enquanto, para o nosso quarto. – comecei a rir. Niall sempre fazia vozes engraçadas quando tentava ser sério.

Ele abriu a porta e eu fiquei maravilhada. Era um lugar lindo. A decoração, a mobília, a vista da janela, tudo. Mas notei um embrulho na cama.

- Acho que é seu. – ele falou, quando percebeu minha expressão de curiosidade e confusão.

Fui até lá e me sentei na ponta da cama. Mesmo antes de abrir e matar minha curiosidade, senti uma vontade estranha de chorar, mas chorar de felicidade. Resolvi abrir o embrulho e então a surpresa.

“Vi isso em uma loja e então me lembrei de você. Eu sei, eu sei, amanhã você ficará mais velha e talvez Peter Pan já seja avançado para sua idade, mas bem, lembrei de você. Se lembra, quando você dizia “Peter Pan é mágico, não importa quantos anos eu tenha, sempre vou gostar”? Pois é, espero que goste. Com carinho, Marg.”

Todas as lágrimas que estavam em meus olhos segundos atrás, desceram por meu rosto, fazendo com que eu ficasse vermelha e com cara de choro.

- Ele é... – tentei falar mas eu chorava a ponto de soluçar. Mad, por que tão chorona?

- É lindo. E vai ficar mais lindo ainda em você! – falou. Meu coração parou e depois voltou a bater a mil; típica coisa que acontecia quando eu estava perto de Niall. – Minha menininha. – ele se aproximou e me abraçou por trás, dando um beijo em minha bochecha e me apertando. 

Deixei o moletom sobre a cama, olhando para ele, com os olhos ainda cheios de lágrimas e um sorriso no rosto. Peter Pan me trazia boas lembranças, como meus pais e os momentos bons que tivemos. 

- Ah, Mad... - Niall começou. - Guarde bem esse moletom! Quero que nossa filha use-o quando ele servir.