Together escrita por giuguadagnini


Capítulo 27
Confetes, Gotas, Gengibre e Confia em Mim?


Notas iniciais do capítulo

Senhoras e senhores... eu lhes apresento o maior capítulo que eu já escrevi em toda a minha vida.
Tá vendo a barrinha de rolagem ali no cantinho da tela? Pois é, vocês vão ter que percorrer todo aquele trajeto, até lá em baixo.
Nossa, que maldade a minha, não é mesmo? :D
Me desculpem pela demora, mas é que eu queria fazer um capítulo pelo menos decente depois dos DEZESSEIS reviews que recebi no anterior. 16! AAAAAAAH, eu não vou mentir. Alguns chegaram a me emocionar, a ponto de levar esta autora a secar as lágrimas com a manga do casaco.
De verdade, eu não sei como agradecer vocês. Tudo o que eu li, cada palavra, podem ter certeza, significaram muuuuuito para mim.
Obrigada a Sobrevivi 1572011 (eu amei o seu nick name :D) e LaLa, a linda que fez uma conta só por que eu pedi para deixar review.
As duas são leitoras novas, então... SEJAM BEM VINDAS!
Adrian Carthagian - o mais novo LEITOR da fic. Obrigada pelo seu review, lindo. E sim, eu atendi ao seu pedido. Lembra qual era? Hmmmmm, vamos descobrir então.
Musicas:
POV Blaise - It's Time - Imagine Dragons
POV Charlotte - What I Wouldn't Do - A Fine Frenzy
POV Fred - When We First Met - HeyHiHello
POV Hermione - All About Us - He Is We
POV Pansy - What You Mean To Me - Sterling Knight
Bom, eu falo com vocês lá em baixo, ok?
Tenho que parar de falar pelos cotovelos! Hunf >
Estão prontos para 6,192 palavras? Ebaaa!
Boa leitura :)



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POV Blaise Zabini

A carruagem parou de repente, com um solavanco tão forte que Luna até firmou sua mão sobre meu joelho quando tudo deu uma balançada. Harry, Astória, Gina e Neville estavam à nossa frente.

– Vamos todos juntos na Dedos de Mel? – perguntou Gina, animada.

Juntos? O que viemos fazer aqui, afinal? Um encontro de casais?

– Eu queria passar na Artigos de Qualidade para Quadribol antes – Harry falou, obviamente pensando o mesmo que eu, enquanto ajudava Astória a descer da carruagem.

– Eu vou dar uma volta com a Luna – desci e sorri para Harry, que entendeu de imediato meu pensamento. Luna se apoiou em meus ombros para descer também.

– Então nos encontramos no Três Vassouras, tudo bem? – decidiu Neville, pegando a mão de Gina e entrelaçando seus dedos – No final da tarde.

Concordamos e cada um (ou devo dizer dois) foi para um lado. Neville saiu correndo de mãos dadas com Gina para a loja de doces. Harry pegou Astória na cacunda e foi até a vitrine da loja de quadribol para olhar pomos de ouro. A loira ria alto e se agarrava no pescoço dele, quase o sufocando.

Luna ia à minha frente e olhava tudo de um jeito curioso, sorrindo abertamente. Sorri ao ver seu sorriso e a puxei para mais perto, me encostando em suas costas e encaixando meu queixo entre seu pescoço e seu rosto.

– Ai! – ela reclamou, rindo, quando veio para trás – Como você é delicado, Blaise.

– Ah, eu sei. Sou tão delicado como um trasgo dançando balé.

Ela riu mais, batendo de levinho com a mão gelada na minha bochecha.

– O que você costuma fazer em tardes assim? – ela olhou para o céu nublado e depois para mim, com o rosto colado no meu.

– Faço tricô com os elfos.

Blaise.

– O que foi? – perguntei, me divertindo com a cara que Luna fez. Ela bufou.

– Aonde vamos primeiro? – ela perguntou se desvencilhando de mim e me puxando com a mão no meu pulso pela estreita rua em que passávamos.

– Podemos ir ao Café da Madame Puddifoot – eu disse e Luna me olhou sem entender – A gente toma um chazinho e come biscoitos, feito um par de velhas.

Blaise – Luna se controlou para não rir, mas eu continuei.

– Ah, qual é? – a sacodi pelos ombros enquanto ela sorria – Se tivermos sorte, podem nos jogar confetes cor de rosa, que nem no dia dos namorados.

Ela revirou os olhos e sacodiu a cabeça, sorrindo fracamente.

– Você é muito idiota – ela cutucou minha barriga, me fazendo rir.

– E você é muito linda – eu a puxei para mais perto, encostando meus lábios nos seus.

Ela sorriu enquanto me beijava, passando os braços em volta do meu pescoço.

– Suas mãos estão geladas – eu as segurei forte, tentando aquecê-las – Vou comprar umas luvas para você.

– Não vai nada – ela arregalou os olhos e fez um bico fofo, parecendo uma criança brincalhona.

– Então você vai ter que ficar de mãos dadas comigo até a hora de irmos embora.

Ela pareceu feliz com a hipótese.

– Ou então você pode tricotar um par de luvas e um cachecol para mim, junto com os elfos – ela falou irônica.

– Claro. Vai querer um suéter também? – brinquei.

– Quero – ela entrou na brincadeira, enquanto passávamos pela frente do Três Vassouras.

– De qual cor? – perguntei. Ela parou na minha frente, me olhando de um jeito sapeca.

– Azul.

– E você nem devia estar na Corvinal, não é? – falei sarcástico – Nem combina com a casa.

– Pois é – ela largou minhas mãos por um minuto, procurando algo no bolso do seu casaco – Mas pode combinar com isso.

Ela me mostrou um cordão azul, com o que me parecia uma rolha na ponta. Acho que era um colar.

– É um amuleto – ela falou divertida quando viu minha cara de confusão – Afasta os Nargulés.

Sorri enquanto a loira o colocava em volta do meu pescoço, ajeitando para o cordão não ficar enrolado.

– É muito bonito – eu o segurei contra o peito – Mesmo que eu não faça ideia do que são Nargulés.

Ela sorriu de uma forma doce, as bochechas coradas pelo frio.

– É também para você lembrar de mim quando eu não estiver por perto - Luna me olhou nos olhos, voltando a me dar sua mão.

– Não preciso de nada para lembrar de você – eu segurei seu queixo – Eu sempre lembro.

Ela riu, piscando os olhos de um jeito calmo.

Me aproximei dela, a puxando pela cintura enquanto ela mantinha as mãos envoltas no meu moletom, arrancando o calor do meu peito.

Fiz um bico de pato, indo em direção aos seus lábios.

Tudo que eu senti depois foi quando a loira enfiou a rolha do amuleto na minha boca.

– Depois. Vamos tomar chá e comer biscoitos – ela sorriu para mim, me puxando pela manga do casaco.

– Feito um par de velhas? – perguntei, com a rolha ainda na boca, enquanto era puxado pela rua.

– Exatamente – ela concordou – E não se esqueça dos confetes.

– Claro. Os confetes.


POV Charlotte Lewis

Mal cheguei à Hogsmeade e Fred já foi me contando tudo sobre a loja de doces. Segundo ele, era impossível gastar menos do que cinco galeões naquele lugar.

Dividíamos a carruagem com Lino, Cátia Bell, Jorge e Hermione.

– Você não convidou a Angelina, Jorge? – Fred perguntou ao gêmeo.

– Ela está vindo com a Alicia Spinnet e com a Demelza Robins em outra carruagem – disse Jorge – Vamos nos encontrar no Três Vassouras mais tarde.

– Por que ela não veio com a gente? – perguntou Lino – Tem certeza que ela não está te enrolando? Ela te trocou por uma garota! – ele levantou e baixou as sobrancelhas bem rapidinho, fazendo uma cara engraçada.

Eu ri e Hermione sorriu, revirando os olhos ao mesmo tempo.

– Cala a boca, Lino – Jorge bufou e deu um empurrão no ombro do moreno.

– Elas foram comprar novas vestes de quadribol, a Angelina e a Alicia – esclareceu Cátia – Elas queriam que eu fosse junto, mas preferi vir com vocês.

Cátia deu a mão para Lino e deitou a cabeça no ombro dele.

– Mione, estamos sobrando – disse Jorge, fingindo tristeza e enterrando o rosto no ombro dela – Devíamos descer e ir andando até Hogsmeade.

– Apoiado. Me sinto uma tocha olímpica ambulante – a castanha sorriu, dando batidinhas no ombro de Jorge e fingindo consolá-lo.

Eu estava sorrindo até o momento em que a ficha caiu. Se Jorge e Hermione estavam sobrando e Cátia e Lino estavam juntos, só restava Fred e eu.

Corei um pouco quando percebi que insinuavam que nós éramos um casal. Quer dizer, nós não éramos não é? Bom, pelo menos eu não sabia de nada.

– Chegamos! – Lino gritou animado, apontando para um monte de casinhas e chaminés acesas logo adiante.

A carruagem parou e todos desceram. Jorge e Hermione foram juntos em direção ao Três Vassouras enquanto Lino e Cátia seguiram por outro caminho.

– Aonde eles foram? – perguntei a Fred enquanto nos aproximávamos da rua principal – O Lino e a Cátia?

– Na Zonko’s – o ruivo respondeu como se fosse óbvio.

– Zonko’s? – perguntei. Eu nunca havia vindo à Hogsmeade e, consequentemente, nunca havia ouvido falar da Zonko’s.

– Tá brincando? – ele pareceu não acreditar – Você nunca veio aqui antes?

Neguei com a cabeça, sorrindo com a cara que ele fazia. Parecia um misto de “não acredito” com “você não sabe o que está perdendo”.

– Charlotte Lewis – ele anunciou oferecendo o braço, o qual eu aceitei de bom grado – Eu vou ser seu guia esta tarde.

Fred envolveu seu braço ao redor do meu e sorriu. Seu moletom nas cores da Grifinória era macio, o que tornava o contato entre nós ainda mais aconchegante.

– Ótimo – eu sorri – Me fale tudo o que você conhece, guia.

– Ali é o correio – ele apontou para um lugar que era ainda pior que o Corujal em relação à quantidade de corujas. Devia ter no mínimo umas 500 delas ali, divididas em códigos e cores diferentes – Você é designado a uma coruja de cor diferente dependendo da urgência da sua mensagem – ele falou de um jeito formal demais, parecendo um bobão engomadinho de algum filme de época.

– Hm – eu guardei a informação, tentando manter minha atenção às lojas a minha volta – O quê mais?

– Lá temos a estação de trem – ele apontou um pouco mais longe, onde eu reconheci o Expresso de Hogwarts, vermelho e bufante, envolto por fumaça.

– E aquela ali? – eu apontei para uma loja com paredes de pedra, as janelas e a porta eram num tom de verde bandeira bem vivo.

– É uma das minhas preferidas – ele sorriu como uma criança ao ganhar presentes antes do dia de Natal – Dedos de Mel.

Paramos ali na frente e eu senti um cheiro delicioso me envolver. Algo que chegava a entorpecer meus sentidos de tão doce que era.

– Vamos – Fred me puxou pela mão e entrou na loja em completo desespero.

E não era só o cheiro que parecia bom. Tudo a minha volta parecia gritar e se jogar na frente dos meus olhos, implorando “me compre”. Doces das mais variadas cores e tamanhos. Embalagens bonitinhas, garrafas fofas de suco de abóbora concentrado e panelas fumegantes de fondue de chocolate branco e preto. A um canto havia grossos tubos transparentes com torneiras no fundo, cheios de feijõezinhos de todos os sabores. Por vários lados, prateleiras com balas, sapos de chocolate, chicletes, caldeirões borbulhantes com cheiro de fruta e potes de caramelos.

– Eu podia morar aqui – Fred disse olhando para todos os doces que nos cercavam – Juro que não me importaria nem um pouco.

Eu me limitei a rir e empurrá-lo até a prateleira dos sapos de chocolate.

– Eu vou levar um desse aqui – eu peguei a embalagem azul e dourada. Fiquei pensando que bruxo famoso viria estampado na minha figurinha até voltar minha atenção para o ruivo – Ah, Fred...

O ruivo já não estava mais do meu lado. Havia sumido no meio da multidão que estava dentro da loja.

Dei de ombros e continuei a ver os doces. Peguei um pacote de chicletes de alcaçuz e um de feijõezinhos de todos os sabores. Junto com o sapo, já era bastante coisa.

– Ah, com licença... – a voz do ruivo atravessava um grupo de garotas do quarto ano com dificuldade.

– Ai! – uma delas reclamou – Tome cuidado com isso!

Tudo o que eu vi depois foi um Fred extremamente atrapalhado usando o moletom como uma bolsa, trazendo todos os tipos de doce ali dentro.


POV Fred Weasley

– Ainda não escolheu o que vai levar? – perguntei à Charlotte enquanto eu tentava equilibrar todos aqueles doces dentro do meu moletom.

– Já escolhi – ela mostrou umas poucas coisas em suas mãos.

– Só isso? – eu perguntei espantado – Como é que você consegue? Eu fico pelo menos uma hora decidindo o que eu não vou levar.

Ela riu e olhou para os seus doces.

– Só? Fred, já bastante coisa e... Isso no seu capuz são cobras de gelatina? – ela questionou subindo nas pontas dos pés, para olhar às minhas costas.

– É... Eu acho que sim – sorri envergonhado – Elas são muito gostosas – eu puxei uma do meu próprio capuz e a envolvi em volta de Charlotte – Tome. Pegue uma para você – amarrei a cobra em seu pescoço.

Ela ficou tentando fugir, mas eu consegui deixar um nó leve e firme entre a cabeça e o rabo da serpente.

– Como fiquei? – ela fez pose de madame e empinou o nariz.

– Bem ofídica – respondi.

Charlotte riu e empurrou o meu peito de leve, indo até o caixa e desamarrando a cobra do pescoço.

Paguei seis galeões e dois sicles por todos aqueles doces que trazia no meu moletom, enquanto Charlotte pagou três galeões e vinte e quatro nuques pelos seus.

Sem que ela percebesse, passei alguns dos meus doces para sua sacola. Até parece que ela ia chegar a Hogwarts só com aquela nem meia dúzia de doces.

– Fred... – ela me olhou desconfiada.

– O quê? – eu tentei evitar um sorriso para não parecer culpado.

– Como é que “misteriosamente” – ela desenhou aspas no ar – apareceram mais uns três sapos de chocolate na minha sacola?

Ela me olhava de um jeito risonho, como se estivesse captando cada resquício de culpa no meu rosto.

– Já ouviu falar em procriação? – eu perguntei antes de ela trancar uma risada.

Saímos da loja rindo e empurrando um ao outro até que notei o tempo. O céu estava armado. Iria chover logo.

Charlotte ficou alguns segundos apenas olhando para a rua, onde as pessoas saiam sorridentes de cada loja em que haviam entrado.

– Tem mais algum lugar que a gente possa ir? – ela se virou para mim e perguntou.

Pensei por um momento e olhei a minha volta.

– Tem sim. A casa dos gritos.

– Casa dos gritos? – ela pareceu se assustar um pouquinho com o nome – Onde é que fica isso?

Fiquei atrás dela e deixei meu rosto ao lado do seu, para que ela olhasse exatamente para onde eu estava apontando.

– Está vendo aquela casinha lá, bem longe?

Ela me olhou pelo canto dos olhos e assentiu, com o rosto quase colado ao meu.

– Dizem que é a casa mais mal assombrada de toda a Grã Bretanha.

– Dizem, é? – ela se afastou de mim e começou a andar em direção a casa.

– É – eu concordei a seguindo – Mas depois que fizemos uma festa lá há umas semanas atrás não deve estar em tão bom estado assim.

Ela parou de repente e seu queixo caiu.

– Vocês fizeram uma festa lá? – ela perguntou, mal acreditando.

– Claro.

– Você está de brincadeira, não é? Uma festa? Naquela casa ali? – Charlotte apontou para a cabana a alguns metros de nós - Sério? – ela sorriu e largou sua sacola em uma pedra que mais parecia um banco que ficava entre duas árvores. Concordei e nos sentamos ali, um de frente para o outro.

– Onde você passa o Natal? – eu perguntei, notando que a qualquer dia já poderia começar a nevar.

– Na casa do Blaise.

– Na casa do Blaise? Por quê? – eu não havia entendido nada desta vez. Charlotte sorriu.

– Desde pequena eu passo o Natal lá. A mãe dele, que é muito legal e bastante, digamos liberal – ela riu sozinha - sempre convidou a mim e ao Draco para passar as festas de fim de ano por lá.

Eu sorri e fiquei olhando para o céu. Cada vez mais nublado.

– E você? Digo, como é o seu Natal? – Charlotte perguntou e eu voltei minha atenção para ela.

– Ah, você sabe... Reunião de família, todos comendo peru e aquelas comidas natalinas. Minha tia avó Muriel fica bêbada e xinga a todos, depois cai no sono no sofá da sala. Conversamos bastante, conheço primos de sei lá onde e quando toca meia noite, trocamos presentes. Minha mãe ficou louca comigo e com Jorge uma vez. Explodimos o pudim de leite que ela havia feito para a sobremesa no meio da ceia de Natal, quando todos estavam comendo. Ainda me lembro de que a maioria dos pedaços voou em cima da cabeça do Ron.

– Eu gosto de pudim – ela falou sorridente.

– O da minha mãe é o melhor – eu mostrei a língua e ela cruzou os braços.

Ficamos apenas nos olhando e segurando o riso o máximo que conseguíamos. Não passou nem dois segundos completos e já estávamos rindo a beça.

Ao longe, eu já escutava os trovões se aproximando. A chuva havia começado.

Foi quando uma gota caiu em sua bochecha que eu tive um impulso. Ela ia secar o rosto quando eu segurei sua mão. Aproximei-me e beijei onde a gota havia caído. Charlotte sorriu.

Outra gota caiu na minha testa e ela chegou ainda mais perto, beijando um pouco acima das minhas sobrancelhas.

Mais gotas vieram e eu já havia beijado seu queixo, a ponta do seu nariz e seu olho direito.

Eu acariciei seu rosto e fiquei a olhando no exato momento em que uma outra gota, apenas uma, tombava sobre os seus lábios.

E eu esperei, o que na minha cabeça pareceu a eternidade, até ela olhar nos meus olhos e sorrir com o canto dos lábios. Aquilo foi a permissão de que eu precisava. Sorri também e cheguei mais perto, quase encostando meus lábios nos seus. Ela fechou os olhos e apertou meu braço, me fazendo sentir bem mais perto do que eu já estive de alguém.

Debaixo daquela chuva, a chuva mais importante da minha vida até agora, foi quando eu senti seus lábios nos meus pela primeira vez. Foi quando eu senti seu rosto colado ao meu, seus dedos na minha nuca me trazendo para mais perto, sua respiração batendo de frente com a minha, seu nariz roçando com o meu. Foi a primeira vez em que todo o detalhe significava um mundo para mim, a maneira como tudo se encaixava, apenas eu e ela, e ela e eu.


POV Hermione Granger

Jorge veio conversando comigo pelo caminho do Três Vassouras. Ele realmente gostou de Angelina por muito tempo, até antes de Fred namorá-la.

E eu o entendia, sabia pelo que ele havia passado, pois eu também havia vivido isso. Foi quando eu ainda gostava de Ron.

Eu sabia que ele ficava irritado quando o interrompiam enquanto comia alguma torta deliciosa ou quando não se sentia capaz de fazer alguma coisa.

Sabia que ele corava quando eu o incentivava a tentar entrar para o time de quadribol da Grifinória ou quando Fleur Delacour o beijou na bochecha no quarto ano, quando ele saiu do lago e ajudou a irmãzinha dela, Gabrielle.

Eu o conhecia mais do que qualquer um, e foi mais do que doloroso quando Lilá se intitulou dona dele de uma hora para outra. Foi como se me empurrassem para trás e me pedissem para ficar quieta, para não atrapalhar.

Era o que Jorge havia sentido, que da noite para o dia, a garota que ele mais amava estava apaixonada na verdade pelo seu irmão gêmeo. Alguém igualzinho a ele, a não ser o pequeno detalhe de que Angelina falava menos com Fred do que com o próprio Jorge.

Acho que eu quebraria em pedacinhos se aguentasse tudo o que Jorge aguentou. Por tanto tempo.

E eu o admiro muito, muito mesmo. Ele preferiu tentar se esquecer dos próprios sentimentos para não interferir na felicidade do irmão. Ele nada fez, ou na verdade, fez de tudo. Obrigou-se a olhar para o outro lado quando via os dois se beijando, escutou quando Fred falava de Angelina para ele, ajudou Fred quando ele e Angelina brigavam. Ele foi muito forte, de verdade.

E agora, como se recebesse um retorno por todo esse esforço que fez, ele teria seu primeiro encontro com ela. Jorge sorria bobamente para o mundo, como se nada mais importasse.

E de novo eu o entendia. Fiquei assim durante dias após aquele baile. O baile em que eu e Draco ficamos pela primeira vez.

– As damas primeiro – Jorge abriu a porta para mim e entramos naquele pub quentinho, onde pessoas sorriam, conversavam e bebiam umas com as outras.

– Obrigada – eu sorri, o agradecendo.

A primeira coisa que fiz ao pisar ali foi passar os olhos pelo bar inteiro, procurando qualquer cabelo loiro platinado que eu encontrasse. Mas não. A única cabeleira loira que encontrei foi de uma garota da Lufa-Lufa. O cabelo dela estava tão armado a ponto de parecer que tinha pintado um poodle de amarelo e colocado em cima da própria cabeça.

– Tá procurando ele? – Jorge me puxou para a realidade, perguntando no meu ouvido.

– Hã... Não. Quer dizer... Ele quem? – eu me enrolei toda e ele arqueou uma sobrancelha, me olhando de um jeito que parecia capaz de ver até minha alma.

– Se você está procurando a doninha, relaxe. Ele não está aqui.

Não sei dizer se aquilo havia me aliviado ou me deixado desapontada.

– E ela? Você já a achou? – perguntei enquanto nos encaminhávamos para uma mesa perto da janela.

– Ainda não... – Jorge puxou uma cadeira enquanto eu já havia me sentado.

– Ou sim. Ela acabou de chegar – eu disse discretamente e ele virou-se para ver a entrada do bar no exato momento em que Angelina entrava pela porta, sorrindo, o procurando com os olhos exatamente como eu há uns segundos atrás - Vai lá, garotão – eu o encorajei quando ele havia ficado de costas para ela, tentando se esconder. Vergonha.

– Mas... – ele pegou na minha mão, como se eu fosse a única coisa que o prendesse aqui.

– Não perca mais tempo, Jorge – eu apertei seus dedos, dando confiança – Você esperou muito por esse dia. Não deixe passar assim.

Ele me olhou e apertou a minha mão com força. Ficou calmo. Sorriu para mim e eu sorri de volta.

– Vai lá. Ela vai pensar que você não veio – eu ri e soltei sua mão.

– Tá bom. Estou indo! Mas... Você vai ficar aqui sozinha? – ele perguntou, voltando-se para mim.

– Sim. E vou ficar bem, não se preocupe – eu tratei de acrescentar antes que ele inventasse alguma desculpa e resolvesse ficar aqui.

Sério, eu me odiaria pelo resto da vida se fizesse Jorge perder aquele dia. O dia que ele sempre esperou.

– Vai! – eu sorri, o virando na direção dela e empurrando um pouco acima do seu bumbum. Eu estava sentada e não alcançava mais em cima.

– Olha essa mão boba aí, Granger – Lino passou pela mesa em que estávamos – Depois que você experimenta não quer mais largar. Rola uma paixão, viu?

Cátia Bell (que estava andando abraçada com Lino) revirou os olhos, sorrindo, e Jorge deu um tapa na orelha dele. O moreno resmungou um “Ai! Para que violência?” e foi procurar uma mesa de dois lugares vazia.

– Vai, Jorge! – eu o empurrei de novo, só que dessa vez pelo braço.

Ele respirou fundo e foi na direção da entrada, acenando para a morena ainda parada na porta, gritando “Angelina! Aqui” para que ela o visse.

Eu me sentia feliz por ele. Tão feliz que até havia deixado de pensar nos meus problemas por alguns minutos.

Olhei em volta de novo, procurando por Draco. Acabei encontrando Gina e Neville em uma mesa mais ao fundo. Madame Rosmerta havia levado um cupcake para a mesa deles. Gina segurava o bolinho para Neville morder e, quando ele fez isso, ela o lambuzou com o glacê que ficava por cima. Eles riam e sujavam um ao rosto do outro com a cobertura do bolinho.

Jorge ria com Angelina em uma mesa não muito longe da minha. Estavam de mãos dadas e ele ria das luvas que ela havia comprado na Dervixes e Bangue.

– Parecem patas de dragão – eu escutei ele dizendo. Ela riu e deu um peteleco no braço dele.

Olhei pela janela e vi Luna colocando um amuleto igual ao seu no pescoço de Blaise. Eles se beijaram e eu parei de olhar.

Isso é o que eu chamo de ficar para a titia.

– Hermione, querida – Madame Rosmerta tocou meu ombro, me apertando e sorrindo – O que vai querer?

– Ah, o de sempre. Uma cerveja amanteigada com um pouco de...

– Gengibre. Eu sei – ela sorriu e fez um sinal com a mão, como se seu pulso estivesse solto e sua mão caísse por falta de sustentação – Já trago para você, querida. Albert! – ela gritou com um homem no balcão – Mesa vinte e sete. Uma cerveja amanteigada com um pouco de gengibre!

Rosmerta saiu para atender outras mesas e eu fiquei brincando de fazer dobradura com o guardanapo. Isso até outra pessoa tocar meu ombro.

– Madame Pomfrey? – eu me surpreendi ao vê-la ali.

– O que eu disse sobre você me chamar assim? – ela sorriu.

– Desculpe, Papoula – eu sorri também – Sente aqui comigo.

– Só um pouquinho então – ela aceitou e sentou-se a minha frente – Não posso demorar muito. Vim aqui somente para comprar alguns antídotos e sementes de girassol.

Meu sorriso foi sumindo aos poucos, como se minhas bochechas não pudessem mais sustenta-lo.

– Aconteceu alguma coisa, filha? – Papoula perguntou preocupada.

Eu gostava quando ela me chamava assim. De alguma forma, me deixava mais a vontade e tranquila, como se ela fosse realmente minha mãe e eu pudesse contar tudo a ela.

– Acho que sim – eu respondi, cansada.

– Foi o garoto Malfoy? Ele fez algo a você? – perguntou, tentando adivinhar.

Apenas assenti com a cabeça, pois sabia que se fosse falar qualquer coisa naquele momento, eu começaria a soluçar.

– Vocês não estão mais juntos? – ela questionou.

– Eu não sei – respondi forçando meu queixo a não tremer.

– Não sabe? – ela sorriu de uma forma doce.

– Não. Quer dizer, eu acho que não sei – eu me embaralhei toda e coloquei as mãos na frente do rosto, tentando me esconder – Eu só acho que cansei de ficar chorando por causa das coisas que ele fazia quando estava comigo.

Papoula ficou calada por um momento, apenas batendo levemente com as unhas na mesa de madeira.

– Pior seria se você chorasse por coisas que ele teve de fazer quando já não estava mais com você – aquela frase me lembrou de Sebastian, o amor de Madame Pomfrey. Naquele momento eu me senti uma completa tola, por estar sofrendo daquele jeito enquanto Draco ainda estava aqui, do meu lado o tempo todo.

– Desculpe – murmurei, agarrando o açucareiro que já estava na mesa.

– Não se desculpe – ela sorriu – Você não fez nada.

Alguns segundos se passaram. Eu pensava e Papoula olhava pela janela.

– Então... Você acha que eu devo dar mais uma chance a ele? – perguntei, mexendo inquieta no açucareiro.

– Eu não acho nada, querida. Quem sou eu para achar alguma coisa – ela colocou a mão no peito e ficou me olhando – Mas pense. Se você realmente gosta dele...

– Eu o amo – aquelas palavras praticamente pularam da minha boca, sem ao menos ter a minha permissão para saírem pelos meus dentes.

– Se você o ama – ela colocou suas mãos sobre as minhas, para que eu parasse de mexer no açucareiro – Pense no que sentiria se simplesmente não pudesse tê-lo ao seu lado. Daria para seguir vivendo com esse sentimento?

Eu olhei nos seus olhos pela primeira vez naquela tarde, absorvendo cada palavra que ela havia dito.

– Você pode perdoá-lo, não pode Hermione? – ela se levantou e fez carinho no meu cabelo, antes de sair e me deixar a sós com aquelas perguntas.

Voltei a mexer no açucareiro e olhei para fora. Estava começando a chover e alguns pingos já apostavam corrida pelo vidro embaçado da janela. Tempestade, assim como os olhos de Draco. Aquele céu parecia estar me engolindo aos poucos quando...

– Sua bebida – o tal Alfred do balcão deixou a caneca de cerveja amanteigada bem à minha frente – Com gengibre não é?

– É – eu disse meio atordoada – Gengibre.

Ele voltou para o balcão e começou a limpar alguns copos.

Bufei largando o açucareiro e me encostei de uma forma mais relaxada na dura cadeira de madeira.

“Você pode perdoá-lo, não pode Hermione?”

“Não pode?”


POV Pansy Parkinson

Andava pelos corredores de uma Hogwarts completamente vazia. O único barulho que eu escutava era produzido pelos meus próprios passos, batendo contra o chão de pedra.

Todos haviam ido à Hogsmeade, mas eu decidi ficar. Estava tão frio que nem me animava a sair da cama, o que dirá do castelo.

Pelo menos da cama eu saí. Andei mais alguns minutos pelos corredores até bater meus olhos no quadro da Mulher Gorda.

Olhei para baixo, mirando minhas sapatilhas vermelhas, pensando um pouco. Será que ela me deixaria entrar? Uma Sonserina, na sala comum da Grifinória?

– Vai dizer a senha? – a mulher do quadro indagou me surpreendendo e eu tive de levantar a cabeça. Sorri.

– Ah, tudo bem – eu disse mais para mim mesma do que para o quadro. Coloquei a mão no bolso de trás da calça jeans clara que usava e tirei dali um pedaço de pergaminho meio amassado – Diabretes azuis.

Boa senha, pensei, franzindo o cenho. Eu nunca adivinharia essa senha se tentasse entrar aqui.

A passagem foi aparecendo lentamente. Respirei fundo, segurando na moldura dourada do quadro e segui em frente, passando por um pequeno corredor que não devia ter nem um metro e meio de profundidade até que conseguir ver completamente o salão comunal da Grifinória. Não somente o salão, mas também um ruivo.

Ron estava agachado na frente da lareira, colocando mais lenha para alimentar as poucas brasas do fogo que alguém devia ter feito na noite anterior.

– Oi – eu disse baixinho, adentrando a sala sem fazer muito barulho.

O ruivo se assustou e caiu sentado. A me ver, um sorriso brotou em seus lábios.

– Oi – ele levantou do chão e veio calmamente até mim.

– Desculpe pelo susto – falei enquanto ele me envolvia com seus braços. Minha cabeça apoiada no seu ombro e minhas mãos subindo pelas suas costas, o apertando todo.

– Tudo bem – ele riu um pouquinho e foi me soltando devagar, deixando suas mãos em minha cintura e inclinando o rosto em direção do meu, tocando minha boca de leve.

Pegou minha mão e me guiou até o sofá. Ele sentou ao meu lado e eu coloquei uma de minhas pernas sobre seus joelhos.

– Por que não foi à Hogsmeade? – perguntei.

– Está frio demais – ele respondeu, pensando que nem eu – E não ia ter nada de muito interessante para fazer lá.

Eu sorri e enfiei as mãos no bolso do casaco, tentando aquecê-las.

– Como entrou aqui? – ele questionou – Por acaso pediu para o chapéu seletor te mudar de casa, é?

Eu ri e neguei com a cabeça.

– Hermione – falei – Ela me deu a senha.

Coloquei o pedaço de pergaminho com a senha em sua mão. Ele leu.

– Então você já sabe dos diabretes? – Ron disse com a voz abafada por um bocejo, arqueando as costas e esticando os braços, os dobrando logo depois.

Eu ri, dando um soquinho fraco em sua barriga esticada e levantei do sofá. Ele fingiu que doeu e levantou atrás de mim.

– Eles são azuis! – gritei – Os diabretes são azuis!

Ron riu, balançando a cabeça em negação. Aproximava-se de mim, tentando me pegar para calar a minha boca, mas eu fugia.

– Fica quieta – disse ele sorrindo, quase me pegando pelo braço – Isso é absolutamente secreto.

– Ah, é? – eu fingi não me importar, colocando a mão sobre a boca – Opa.

Ele, com sua agilidade de goleiro, me pescou pelo pulso e me abraçou por trás. Respirou fundo e mordeu minha bochecha.

Em um movimento brusco pulei em seu pescoço e beijei-o desajeitadamente. Ele se desequilibrou e foi andando comigo em seu cangote até esbarrar na parede.

Começamos um beijo lento, sem pressa, mas que de pouco em pouco tomava proporções absurdas.

Ron me trazia para cada vez mais perto, como se estivéssemos a quilômetros de distância um do outro, quando na verdade estávamos completamente colados.

Aquela sensação que eu sentia a cada toque, a cada aperto, como se meu estômago estivesse congelando e fervendo ao mesmo tempo.

Eu já estava ofegante, o peito subindo e descendo em um ritmo descompassado. Íamos esbarrando em tudo. Com meus olhos fechados, não sabia para onde estava indo. Uma vez ou outra derrubávamos coisas, mas tudo era insignificante.

Abri os olhos por um breve instante e vi Ron tirando o casaco, o deixando cair no chão. Calor. Muito calor.

O ruivo voltou aos meus lábios, passando suas mãos desde a curva da minha cintura até o fim da minha coxa.

E de novo eu esbarrei com algo. O degrau da escada para os dormitórios me desequilibrou um pouco, me fazendo rir, enquanto Ron já me puxava e ria junto. Pegou-me no colo e foi subindo. A cada passo, meu coração parecia apertar-se mais contra meu peito.

Dormitório. Eu e Ron no dormitório. Eu e Ron sozinhos no dormitório. Um frio foi subindo pela minha espinha, meus pés não tocavam o chão e eu me senti culpada, como se estivesse prestes a cometer um crime.

Chegamos ao topo da escada e ele abriu a porta, voltando a me beijar enquanto me colocava no chão e entrávamos no quarto aos cambaleios. Eu ficava na ponta dos pés para alcançar sua boca, enquanto ele inclinava-se para baixo para tocar a minha.

Fomos indo cada vez mais para trás, quase caindo. Mantinha minhas mãos em sua nuca, me segurando para não desabar devido as minhas pernas trêmulas e bambas, até sentir a parte de trás de minha panturrilha encostar-se a uma cama.

Caí sobre o colchão com o ruivo em cima de mim. Ele se apoiou nos próprios braços, dando espaço para eu me mover.

Instintivamente fui indo para trás, minhas mãos afundando e subindo sobre as cobertas. Ron veio em minha direção, ficando sobre meu corpo com um joelho de cada lado das minhas pernas.

Ele afastou algumas mechas do meu cabelo para o lado e concentrou-se em meu pescoço.

Meu estado se resumia em uma completa confusão de sentimentos e sensações. Arrepiada. Cada vez mais arrepiada. Nervosismo. Um suspiro. Mais outro. Respiração difícil. Toques. Beijos. Medo.

– Ron... – foi o que eu consegui dizer depois de muito esforço.

– Relaxe. Ninguém vai aparecer aqui tão cedo – ele disse entre um beijo e outro – Vão ficar em Hogsmeade até mais tarde, hoje.

Não era bem isso que eu queria fazê-lo entender.

– Mas é que... – eu tentei falar de novo, mas o ruivo me calou com outro beijo.

E tudo recomeçou. Confusões mentais, mais arrepios, carinhos e mordidas. Tudo tão intenso que eu até esquecia quem eu era e o que tinha que fazer.

Senti suas mãos deslizarem para baixo da minha blusa, chegando ao ponto de tocar minhas costelas. Isso estava mesmo acontecendo?

– Você está tremendo – disse ele segurando minhas mãos, entrelaçando meus dedos gelados nos dele enquanto distribuía vários beijinhos pelo meu rosto.

– É que... Eu preciso te falar uma coisa e... – minhas palavras foram morrendo quando o ruivo pegou minhas mãos e as levou em direção ao seu abdômen. Levantou a camisa e pôs minhas mãos sobre sua barriga. Cada músculo ali transferindo calor para mim.

Ele se retraiu um pouquinho quando meus dedos frios o tocaram, como se levasse um choque bem rapidinho. Sorriu e ficou me olhando de cima. Acariciou minha bochecha e beijou minha testa.

– Eu ainda sou – disse tremendo mais do que nunca. Foi como se eu tivesse engolido uma bigorna e ela caísse no meu estômago, me deixando tensa e pesada por dentro.

– É? – ele franziu o cenho, parecendo não entender do que eu falava.

– Virgem – eu fechei os olhos por um momento, os abrindo logo depois – Eu ainda sou.

E foi então que ele começou a ter uma confusão mental. Olhou-me profundamente, como se esperasse que a qualquer momento eu pulasse e diria que era brincadeira.

Pois é, não era.

– Mas eu pensei que... Você e o Draco não...? – ele falou as frases pela metade.

– Não. Nunca chegamos a esse ponto – eu desviei o meu olhar do seu e deixei que minhas mãos escorregassem para fora de sua camisa, caindo ao lado do meu corpo.

Respirei fundo e voltei a olhá-lo. As poucas sardas em suas bochechas pareciam sorrir para mim.

– Você já? – perguntei, esticando minha mão até sua nuca para lhe fazer cosquinhas.

– Já – ele piscou os olhos demoradamente – Tem um tempo que aconteceu.

– Quem? – eu tive de perguntar.

Ron sorriu triste, saindo de cima de mim e deitando ao meu lado.

– Lilá.

Tudo o que eu sentia em relação àquela garota se intensificou. Agora eu só não gostava dela, eu simplesmente a detestava por ter sido a primeira de Ron. A primeira, que ficou mais perto dele do que eu mesma já fiquei.

– Onde? – perguntei tentando afastar aquela gárgula loira que tinha uma risada extremamente irritante dos meus pensamentos.

– Armário de vassouras. Terceiro andar.

Eu olhei para o lado e encontrei seus olhos. Um sorriso maroto estava preso aos seus lábios.

– Foi bom? – indaguei.

– Sinceramente? – ele virou de lado, ficando de frente para mim – Não.

Sorri ao ver que ele não parecia ter lembranças muito boas daquele acontecimento. Não que eu gostasse do fato de sua primeira vez tivesse sido ruim (em um armário de vassouras?), mas de certa forma, aquilo me deixou melhor.

– Foi muito de repente, sabe – ele riu e ficou mais junto a mim, encostando seu rosto no meu – Não teve importância alguma. Nada que eu considere especial.

– E hoje? Seria especial? – eu o fitei, mordendo meu próprio lábio.

– Não – ele respondeu, balançando a cabeça - Especial seria pouco para descrever tudo o que significaria para mim, Pan.

Eu tentei controlar meu sorriso, mas ele parecia empurrar minhas bochechas e encher meu rosto de covinhas.

Dessa vez, eu o puxei para cima de mim. Eu que beijei seus lábios. Eu que envolvi minhas pernas ao redor da sua cintura. Eu.

Ele tirou a varinha do bolso das calças e murmurou um feitiço para trancar a porta. Voltou a mim e eu o ajudei a tirar a camisa. Ele tirou minha blusa, beijando cada espacinho de pele exposta do meu ombro ao meu pescoço.

As outras peças se foram também, caindo aos pés da cama quase que em câmera lenta. Agora eu me sentia leve, como se não existisse gravidade e fosse possível flutuar por aí, sem receio algum.

– Confia em mim? – ele segurou meu rosto com as duas mãos, roçando seus lábios sobre os meus.

Eu queria ser dele, assim como queria que ele fosse meu. Apenas meu. Ali, naquela cama, eu não tinha qualquer dúvida sobre a resposta daquela pergunta.

– Confio.



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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?
Eu gostei muito desse capítulo. Demorei mais tempo era para fazer a parte da Pansy. Nunca ficava do jeito que eu queria.
Preciso ir. São quase onze da noite e eu ainda preciso estudar um pouco mais. Física. Be-le-zu-ra!
P.S: OBRIGADO, OBRIGADO E OBRIGADO! Eu só tenho a agradecer, a cada um de vocês.
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Reviews?
Juro solenemente que responderei a todos eles :)
Beeeijos, xuxus. Ih, to parecendo a Isa desse jeito. kkkkk.