Together escrita por giuguadagnini


Capítulo 19
Infantilidades, Revelações e Corações Partidos


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOIE *O*
Eu sei que demorei, de novo, mas esse capítulo meio que me incomodou. Acho que eu o escrevi mais de umas três vezes, por acabar não gostando, apagar tudo e reescrever de um jeito melhor.
Acho que de tanto insistir, algum dos fantasminhas se revelaram, e eu agradeço muito por isso. Que foi gente? Deixar review não dói. Eu juro! HAHAHAHAHAHA
Ok, vamos ao capítulo, mas antes, as músicas ;)
- POV Hermione - Thinking Of You - Katty Perry.
- POV Harry - Just A Dream - Nelly
- POV Astória - Love The Way You Lie - Rihanna ft Eminem
- POV Fred - Flightless Bird - American Mouth
E... o mais importante! Segredo da Astória vai ser revelado hoje! YEEEEEEEEEEEEEEY! :D
É isso então.
Boa leitura e nos vemos lá em baixo :)



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POV Hermione Granger

Estávamos no Salão Principal. Nossas aulas da tarde já haviam acabado e agora, todos conversavam na mesa da Grifinória, comendo pãezinhos, brioches e biscoitos, acompanhados é claro, de suco de abóbora.

– O que vocês estão fazendo? – olhei a cena com certo desconforto.

– Uma competição – Harry esclareceu – Ron e Blaise querem ver quem consegue colocar mais pãezinhos na boca.

O moreno e o ruivo estavam com a boca cheia, e tentavam falar ao mesmo tempo.

– Ah, a educação masculina... – suspirei e Astória sorriu para mim.

– O que eu perdi? – Draco acabara de chegar e sentou-se ao meu lado. Pegou na minha mão e a segurou com um aperto.

– Só os dois ali que querem morrer sufocados com tanta comida – Gina respondeu e Draco deu uma risada gostosa. Pescou um biscoito e o colocou na boca.

– Eles vão é acabar na Ala Hospitalar, isso sim – disse enquanto os dois tentavam mastigar todos aqueles pães de uma só vez.

– Relaxa, Mione – Draco me puxou para um rápido abraço. Ficamos colados e ele começou a distribuir beijinhos perto da minha orelha.

– Não provoca – alertei e senti um sorriso do loiro se formar em meu pescoço.

– E o que você vai fazer? Vai tentar me impedir? – ele colocou a mão em minha cintura, me trazendo para mais perto, e a deixou ali, enquanto eu me arrepiava só com a sua voz rouca perto do meu ouvido.

– Não se esqueça de que eu conheço seu ponto fraco – passei de leve as unhas em seu pescoço e ele se mexeu um pouco desconcertado, dando um sorriso de lado.

– Você venceu – ele fez um bico fofo e eu o beijei. Foi um selinho demorado, na verdade.

– Gente, vou indo. Preciso passar na biblioteca – levantei-me e baguncei o cabelo do loiro, beijei sua bochecha e acenei para todos.

Fui andando até a biblioteca, e às vezes recebia olhares maldosos. Isso passou a acontecer desde que eu comecei a ficar com o Draco. Que gente mais bisbilhoteira. Suas vidas são tão monótonas, ao ponto de precisarem tomar conta da minha? Isso já estava ficando muito chato. E o pior, eram olhares de garotas que me incomodavam mais. Elas praticamente me davam um soco no estômago com todas aquelas caras e bocas.

Quanto aos meninos, acho que eles começaram a me notar. Não vejo o porquê. Eu continuo sendo aquela sabe-tudo irritante, uma rata de biblioteca. Pelo menos é o que eu acho. Se bem que por agora, eu não tenho mais certeza de nada.

Adentrei naquele vasto cômodo, repleto de livros. Tenho um amor pela Biblioteca desde que vim estudar em Hogwarts. Aqui sempre foi meu refúgio, um lugar para me esconder do mundo. Fui até uma prateleira, e comecei a ler os títulos dos livros. Nada ali me parecia tão interessante. Mudei de estante e puxei um grosso livro com a capa roxa. Ao retirá-lo de lá, vi pelo espaço vazio que acabara de se formar, um cabelo ruivo. Seria Ron? Não, ele não vem aqui, estaria lá no Salão Principal se empanturrando de tanto comer. Seria Jorge? Fred?

Com cuidado e sem fazer barulho, mudei de corredor e me aproximei do ruivo. Era Fred. Estava com a cara enterrada em um livro e nem percebeu a minha presença.

– Fred? – chamei e ele virou sua atenção para mim.

– É, a menos que tenham me enganado sobre meu nome desde a maternidade – ele voltou a encarrar o livro em suas mãos, nem se importando se eu estava ali.

– Será que você podia me falar por que você anda agindo assim comigo?

– Desculpa se não correspondo às suas expectativas de jeito que você gostaria, Granger, mas você também não corresponde às minhas. Pelo menos, não mais.

– Expectativas? Do que você está falando? – falei um pouco mais alto do que eu gostaria.

– Sem baderna por aqui – Madame Pince apareceu emburrada – Se querem discutir, façam isso lá fora! – ela saiu e nos deixou sozinhos.

Fred me deu as costas e saiu andando. Eu o acompanhei. Saímos da biblioteca e ele seguiu por um corredor. Este estava praticamente vazio, a não ser por dois garotinhos do primeiro ano. Logo eles saíram de lá também.

– Será que dá pra parar de ser infantil, e me contar logo o que você tem?

– Infantil? Eu? – ele riu e se virou para mim – Você não vê que a única criança aqui é você mesma? – ele rebateu e foi como se eu tivesse levado um tapa na cara.

– Criança? Você só pode estar brincando!

– Eu não, mas Draco sim. Me avise quando ele se cansar de brincar com seus sentimentos – ele deu ênfase na palavra “seus”.

– E o que o Draco tem haver com tudo isso?

– Será que dá para parar de ser burra, Hermione? Ele te humilha na frente de todos e mesmo assim, você ainda se derrete por ele.

– Burra? Me chame de tudo, mas menos de burra! Você é um dos únicos que não tem o direito me julgar. Já não basta todas essas garotas mimadas me olharem torto todos os dias.

– Elas têm razão.

– E por que teriam?

– Não sei, talvez por que isso nunca daria certo? Será que você não percebe que isso não vai durar? Que ele só está te usando e que depois, vai te jogar fora?

– Me jogar fora? – eu estava indignada – Pois se você pensa que eu sou como muitas aqui, que são só brinquedinhos na mão de garotos que nem sabem nada da vida, você está muitíssimo enganado, Fred! Eu podia esperar isso de muitas pessoas, mas nunca de você.

– E eu? Pelo que podia esperar? Ver você beijando ele naquele corredor me abriu os olhos.

– Você viu?

– Vi! – ele contraiu os lábios - E o que ele teve que fazer pra te ter de volta? Dizer que você é diferente das outras? Ou ele só teve que te beijar para você voltar correndo que nem um cachorrinho idiota para os braços dele? – ele ia se aproximando de mim, e a cada passo que ele dava para frente, eu dava um para trás.

– Saiba que eu não lhe devo satisfações do que eu faço ou que eu deixo de fazer, mas fique sabendo de que o único idiota aqui é você. Ele cantou uma música linda de uma banda trouxa para mim, me pediu desculpas e me fez sentir a pessoa mais importante no mundo pra ele. Então, cale a boca para falar do que você não sabe. E sim, ele me beijou.

– É? – ele parecia ainda mais enraivecido do que antes – Então me diz o que você acha disso – ele deu mais um passo pra frente e eu dei de costas com a parede. Fred me agarrou pela cintura e selou nossos lábios. Eu mal conseguia me mexer, enquanto aquela velha sensação de estar beijando Fred me invadia. Seus lábios quentes, com gosto de hortelã me faziam lembrar a noite da curtida em Hogsmeade. Eu não podia estar fazendo aquilo. Eu batia em seus ombros, tentava desviar dele, mas não conseguia. Ele era mais forte do que eu. Aos poucos fui me aquietando, e ele pareceu feliz com isso. Voltei a me mexer, e ele me agarrou mais forte. Merlin, o que eu faço agora?


POV Harry Potter

Depois do que denominamos de uma “competição”, Ron venceu Blaise de lavada. Mas quer saber de uma coisa? Isso nem lá me importava.

Depois de sairmos do Salão Principal, todos deram um jeito de sumir, e me deixaram sozinho com Astória. De novo.

– Você acha que deveríamos fazer isso? – Astória falava de algo que eu nem fazia ideia do que. Acho que fiquei novamente distraído, olhando para ela com cara de bobo. Eu precisaria de um balde nesse momento?

– Hmm, é... eu acho, é... – comecei a enrolar e ela sorriu.

– Você não prestou atenção no que eu disse, não é mesmo? – ela ria.

– Na verdade, não – é, eu estava prestando atenção como seu cabelo voa com a brisa vinda contra nós, acrescentei mentalmente.

– Certo, eu estava falando de nos reunirmos de novo no próximo passeio à Hogsmeade.

– Claro, ótima ideia – sorri e ela fez o mesmo.

– Só que tem uma condição – ela disse mostrando o dedo indicador levantado – Sem jogo da garrafa desta vez.

– E por que não? – perguntei meio preocupado. Será que ela não gostou de ter ficado comigo naquela noite?

– Você viu os problemas que aquilo causou. Pansy e Ron quase romperam, Draco e Hermione também, Gina e Blaise acabaram de vez e Neville, coitado, é perseguido por garotas todos os dias.

– E quanto a mim?

– A você? – ela arqueou uma sobrancelha e fez uma cara confusa.

– Nós nos beijamos naquela noite. Qual foi a consequência disso? – eu estava nervoso, mas por sorte não gaguejei.

– Eu não sei, Harry – ela ficou meio sem graça e corou. Desviou o olhar do meu e passou a fitar o chão.

– Talvez não tenha tido consequências – segurei a sua mão e ela voltou a me olhar.

– Para mim teve – ela disse e eu fiquei curioso.

– Teve é? E quais foram?

– O fato de nós termos nos aproximado mais por esses dias – ela sorriu andando de mãos dadas comigo – também pelos nossos amigos se darem bem e... – ela parou de andar e ficou na minha frente – E também o fato de eu estar me apaixonando por você, Harry.

– E isso é ruim? – perguntei naturalmente, e ela deu um sorriso de lado. Meu coração ficou acelerado e eu fiquei imensamente feliz de ouvir aquilo. Acho que até meus olhos estavam brilhando.

– Não sei – respondeu simplesmente.

E então eu decidi tentar uma coisa. Que se dane se eu levasse um tapa na cara, ganhasse um não ou um xingamento da loira, eu não saberia dizer o que aconteceria se não tentasse.

Aproximei meu corpo ao dela, olhei seus olhos azuis profundos e, ainda de mãos dadas, fui chegando com meu rosto perto de rosto dela. Ela tinha fechado os olhos e isso me pareceu um bom sinal. Quando estava a milímetros de tocar seus lábios, ela colocou a mão em meu peito e disse:

– Não faz isso – disse como um sussurro. Ainda tinha os olhos fechados, passava a mão pela minha camisa branca do uniforme e respirou fundo.

– Por que não? – perguntei em um tom de voz baixa. Não me afastei, apenas fiquei onde estava.

– Isso estragaria tudo. Eu não vou conseguir passar por isso novamente – abriu os olhos e eles estravam marejados. Ela estava se segurando para não chorar, até que a primeira lágrima caiu, traçando um caminho em seu rosto.

– Novamente? – perguntei inocente. O que será que ela tinha passado?

Ela não falou nada, só assentiu com a cabeça.

– Tudo bem – a puxei para um abraço, o qual ela retribuiu fortemente. Logo senti a loira soluçar, ainda agarrada a mim. Passei a mão pelo alto de sua cabeça, descendo pelos cabelos dela. Ela enterrou seu rosto em meu peito, ainda soluçando intensamente – Você quer me contar?

– Eu não sei se consigo – ela se afastou apenas o necessário para me olhar. Pelo seu rosto, várias lágrimas escorriam – Eu nunca contei isso pra ninguém.

Sentei no chão, me recostando na parede. Ela sentou ao meu lado, entrelacei nossos dedos e voltei a olhá-la.


POV Astória Greengrass

– Foi há um ano e meio atrás – comecei a contar, embora sentisse minha respiração pesada e minha garganta se fechando aos poucos – Minha família tinha feito mais uma festa idiota, só por causa da minha irmã. Todo mundo estava lá, inclusive um garoto de que eu gostava. Ele se chama Jeremy Rosier. Ele era amigo da minha irmã, Dafne. A casa estava cheia, como sempre. Pansy, Draco e Blaise também estavam lá – limpei uma lágrima que escorria em meu rosto e continuei – Eu estava falando com eles, quando sinto alguém cutucar meu ombro. Era ele.

Flashback on

– Oi Tori – ele disse. Tinha um sorriso maroto no rosto e não parava de olhar para trás, onde o grupinho de seus amigos ria e olhava para gente. Entre eles, minha irmã, é óbvio. Ela sabia ser irritante.

– Oi Jeremy – disse timidamente.

– Vamos dar uma volta? – ele passou a mão pela cabeça, e me olhava de um jeito diferente.

– É... – olhei para meus amigos. Blaise sorria enquanto Draco estava abraçando Pansy por trás. Eles tinham ficado nessa festa. Eles assentiram com a cabeça, Blaise piscou pra mim – Claro, vamos sim.

– Quer tomar alguma coisa? – disse ele enquanto nos aproximávamos de um quiosque onde um barman servia bebidas para todos.

– Não, obrigada. Eu não sou muito de beber.

– Ah, vai! Bebe um drinque comigo – ele passou o braço pelos meus ombros e me sacudiu levemente.

– Jeremy, não começa – sorri.

– Só um – ele implorou – Não vai fazer mal, Tori – ele disse, enquanto eu me controlava. Ficava toda boba quando ele me chamava assim.

– Tá bom, mas é só um – avisei e ele sorriu.

Depois de beber dois copos de whisky de fogo com uma folha de menta, Jeremy mandou trazer uma garrafa de cerveja amanteigada para nós. A tomei junto com ele, e já sentia minha visão um pouco turva.

– Vamos lá pra dentro? – ele perguntou.

– Vamos.

Chegamos ao meu quarto, e ele olhava para mim com desejo.

– Tori, você está linda.

– Obrigada – sorri bobamente – Você também está muito bonito – A bebida já fazia efeito. Me sentia quente, minha visão estava embaçada, mas eu nem liguei – Jeremy?

– Sim – ele se aproximou de mim.

– Eu gosto de você – admiti e ele sorriu. Grossamente, ele me agarrou pela cintura e me jogou na cama. Beijava-me de um jeito vorás. Foi quando eu o senti tentando tirar meu vestido, que eu decidi interferir. Eu gostava dele, mas não estava pronta. E não seria desse jeito, comigo levemente bêbada e ele só querendo sexo.

– Jeremy – o afastei um pouco – N-Não faz isso.

– Isso o que? – ele beijou meu pescoço e eu voltei a empurrá-lo.

– Jeremy, para – o tirei de cima de mim e me levantei. Ele sentou na cama e ficou me olhando.

– Vem cá, vem – ele me fitava de um jeito malicioso.

– Não – cruzei os braços na frente do corpo na tentativa de esconder um pouco minhas curvas.

– Então eu vou atrás de você – ele se aproximou de mim e eu tentei fugir. Ele me segurou por trás e arremessou na cama, subindo por cima de mim e prendendo meus braços. Eu não conseguia me mexer. Gritei, mas ele tapou minha boca com a mão – Fica quietinha e aproveita. Lembre-se – ele aproximou a boca do meu ouvido – Quanto mais difícil você for, mais divertido vai ser pra mim.

Eu esperneava, tentava me soltar, gritava em vão. Ele já tinha tirado meu vestido e eu estava só de calcinha e sutiã. Ele me beijava, me deixava marcas pelo pescoço, enquanto eu estava totalmente apavorada. Eu não queria aquilo. Ele estava se aproveitando da minha inocência, se aproveitando de que eu gostava dele. Tudo o que eu sentia agora era nojo, desprezo. Me sentia suja, com vontade de escapar daquele lugar e sumir.

– Me solta! – gritei quando ele tirou a mão da minha boca – Jeremy, eu não quero!

– Mas eu quero! – ele estava em cima de mim, com um joelho de cada lado de meu corpo. Ia abrindo o zíper da calça enquanto eu ia me desesperando. Olhei para os lados e não via nada que me ajudasse a sair dali. Olhei para o criado mudo ao lado da cama e vi um porta joias de porcelana. O agarrei e quando Jeremy voltou a se aproximar, bati com o porta joias em sua cabeça. Ele caiu desacordado ao meu lado. Tinha um pequeno corte na testa, enquanto eu sentia dor em minha mão. Olhei para ela e vi que ela sangrava. Um corte bem fundo estava lá.

– Astória – Blaise apareceu na porta do quarto. Ele viu meu estado e correu até mim. Tirou o blazer e colocou por cima de meus ombros.

Asclépio – Blaise falou com a varinha apontada para minha mão. Senti uma leve ardência, e depois um grande alívio. Minha mão esta inteira novamente, a não ser por uma pequena marca que ficara ali – Epskey – murmurou apontando para o corte na cabeça de Jeremy.

– B-Blaise – minha voz estava trêmula, eu estava aterrorizada. Minhas pernas estavam bambas e eu passei a enxergar tudo embaçado. Senti o moreno me abraçar e me agarrei fortemente a ele.

– Calma, eu to aqui – ele afagava meus cabelos – Não se preocupe.

– Ui – Dafne nos olhava da porta – Rolou um ménage é? – ela riu desdenhosa e foi embora. Tentei ir atrás dela, mas Blaise me segurou. Logo Draco e Pansy chegaram ao quarto.

– O que ele fez com você? – Draco me abraçou.

– N-Nada – solucei. Pansy também se juntou ao abraço e passou a mão pelo meu rosto, tentando me tranquilizar.

Olhei para Jeremy jogado em minha cama, só de cueca box preta. E tudo isso foi só por que eu disse que gostava dele. Isso tudo por que eu me apaixonei.

Flashback off


– Ele estudava aqui em Hogwarts, e depois de ele voltar a me perseguir, contei tudo para Minerva. Ela não queria que se formasse um escândalo, então o expulsou, dizendo a todos que ele seria transferido para Durmstrang. Minha irmã sempre que pode me faz lembrar tudo o que passei. Nas férias, ela convida ele para ir lá em casa. Ela não tem ideia do que eu sinto quando o vejo. Ela só quer me fazer sentir mal. Era tudo uma aposta que ela tinha inventado, desafiando Jeremy a me levar pra cama. Lembrar daquela noite me faz sentir suja, impura. Desde então, eu não me permito gostar de ninguém. Não me apaixono, bom, pelo menos tento – Mais lágrimas caiam, e eu as permitia escorrer pela minha face.

– Astória – Harry falou e eu dirigi meu olhar para ele. Limpou uma lágrima que escorria em minha bochecha e me fez um leve carinho no rosto – Você não pode fugir pra sempre. Você vai ter que enfrentar isso um dia. E tem mais uma coisa, não é só porque aquele tal de Jeremy fez aquilo com você, que todos os garotos que você gostar irão fazer também. Saiba, por incrível que pareça, ainda tem gente boa nesse mundo – ele sorriu e eu também.

– Sabe, eu sei que vou ter que enfrentar isso um dia, mas todas as vezes que eu olho para isso – mostrei uma pequena cicatriz em minha mão, onde eu havia me cortado – Eu acabo desistindo de mim mesma.

– Se você desiste de você mesma, o que deixa para os outros? Você é uma garota linda, inteligente, adorável, sensível e incrivelmente animada. É quase inevitável querer ficar ao seu lado. E é por isso, Tori – ele falou e eu senti borboletas inquietas em meu estômago – que eu estou apaixonado por você.

Eu não pude evitar sorrir depois daquele comentário. Harry me fazia tão bem, me fazia esquecer os problemas e os meus traumas.

– Eu te amo, Astória – ele falou e eu senti meu coração bater forte. Foi como se tudo em nossa volta não importasse mais.

– E-Eu também te amo, Harry – olhei para ele, passei minhas mãos em seu rosto, como um carinho. Ele aproximou nossas bocas e repousou seus lábios sobre os meus. Ele era tudo o que eu queria. Nada mais era necessário com Harry ao meu lado.


POV Fred Weasley

Eu a pressionava contra a parede, ela parecia inquieta. Aprofundei o beijo e ela foi aceitando. Como era bom ter ela ligada a mim novamente. Como era bom beijar aqueles lábios e tê-la em meus braços. O ar foi acabando e nós nos separamos.

– Por que você fez isso? – ela perguntou um minuto depois, calma, olhando o chão.

– E-Eu não sei – menti. Não conseguia falar tudo o que eu sentia.

– Tem certeza de que não sabe? – ela insistiu.

– Não. Eu sei por que eu fiz aquilo.

– Então, Fred. Por favor, me fala.

Eu me virei na tentativa de deixa-la ali, sem respostas, mas Hermione foi mais rápida, segurou meu pulso e me fez encará-la mais uma vez. Seus olhos castanhos me fitavam curiosos.

– Me fala – falou suavemente.

– Eu gosto de você, Hermione – admiti e desviei o olhar.

– Fred – ela virou meu rosto para si – Eu também gosto de você, mas é um carinho que eu sinto por um amigo, um irmão.

Aquilo me destruiu por dentro, mas continuei a fita-la.

– Eu sei. Eu sempre soube.

– Me desculpa – ela se aproximou de mim e me abraçou. De primeira eu fiquei parado, não retribui. Eu estava arrasado. Foi como se um furacão estivesse à solta dentro de mim. Acabou com tudo o que havia pela frente, deixando só escombros e esperanças perdidas por diante. Ela beijou minha bochecha e depois, encostou a lateral do seu rosto no meu. Foi então que eu a abracei fortemente. Nunca daria certo. Só era decepcionante não poder tê-la ao meu lado como eu gostaria. Eu tinha de aceitar a sua vontade, afinal, nada pior do que um amor forçado. Foi o que eu vivi com Angelina no ano passado. Tudo se tornou tão superficial que só ficamos juntos durante tanto tempo por pura acomodação. Era melhor poupar tempo e ficar juntos, do que gastá-lo e ter problemas depois. Eu ficava com ela só para não acabar sozinho.

– Não se desculpe – sorri e a larguei. Ela sorriu para mim, triste.

– Será que você podia ser meu amigo? – ela me olhava com súplica. Se ela não pudesse ficar comigo, pelo menos queria tê-la perto de mim de alguma forma. Assenti com a cabeça e sorri fraco.

– Obrigada – seus olhos estavam úmidos e ela se aproximou mais uma vez de mim, me abraçando novamente. Senti seu cheiro e apertei seu corpo contra o meu.

Ela se afastou um pouco e sorriu de lado. Passou a mão pelo meu rosto, fazendo carícias. Foi deslizando sua mão até meu pescoço, parando em meu ombro. O apertou.

– Hermione? – Draco apareceu na ponta do corredor e nos olhava com receio.

– Eu preciso ir – ela falou para mim.

– Tudo bem – sorri triste e encarei meus sapatos – Vai lá.

Ela sorriu para mim e foi andando até Draco, que a esperava. Ele passou o braço em volta da sua cintura e foram se distanciando, enquanto eu olhava minha felicidade indo embora com aquela castanha sabe-tudo.

Se era para ser assim, então que assim fosse. Quando a gente gosta, tem que deixar ser livre. Se o lugar dela não fosse ao meu lado, então não seria eu que a obrigaria a ficar aqui.

Mas que era desolador, era. Ser praticamente obrigado a desistir sem antes mesmo tentar. Ser cortado antes mesmo de arriscar.

Por que tudo tinha que ser tão difícil? Droga de amor platônico!



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Notas finais do capítulo

E então? Ficou bom? Eu gostei desse capítulo. Gostei bastante até.
O que acharam do secret da Tori? Surpreendi vocês? :D
Se vocês quiserem ver, como eu imagino a Astória, aqui vai o link de uma foto.
http://www.flickr.com/photos/nuderude/6098553138/in/photostream/
E para quem ficou curioso para saber como era o Jeremy Rosier, mais umas fotinhos :D
http://weheartit.com/entry/13961049
http://weheartit.com/entry/22640971
Ok, me contem nos reviews o que acharam do capítulo. Vocês que me dão inspiração para escrever, e se ficarem só no "posta" ou no " continua", eu acabo me desanimando e demorando para escrever mais da fic.
Espero que me entendam, não é uma questão de ser mandona e chata, mas imaginem só vocês, escrever um capítulo de quase quatro mil palavras para depois só receber meras duas palavras como "posta mais"? Nem uma linha isso completa.
Só queria que entendessem o que eu passo. Não quero vocês me achem chata e descontrolada, hahahahaha.
Enfim, obrigado por ouvir meu desabafo. Você será recompensado. Enviarei 10 galeões a todos que me escutaram (AHAM, SEI QUE VAI ENVIAR. ACREDITO) (Cala a boca consciência!)
Obrigado Sophie, pelos seus reviews, você me incentiva muito a continuar.
Obrigado também a Drabione, GarotaWeasley, Elizabeeeth, Yasmin Albuquerque e Chizuru (que também me encantam com seus reviews), pelos comentários de vocês no último capítulo.
Bem, é isso então. Comentem e esperem. Acho que vou fazer uma surpresa para vocês, mas não vou falar nada por agora. É TOP SECRET! Mais top do que o da Astória, hahahaha.
Um super beijo a todos e todas! Vejo vocês no próximo.
Giulia Guadagnini ♥