- Onii-chaan!!! – ouviu sua irmã Yuzu gritar da cozinha – Desce rápido, Onii-chan! O café já está pronto!!

O adolescente de cabelo laranja levantou-se com má vontade e continuou sentado na cama, sonolento.

- Ah, droga... Esqueci que hoje é Natal... – colocou a mão no rosto, lembrando-se da data comemorativa que suas irmãs adoravam, e se “jogou” na cama novamente

- Ichi-nii... – Karin bate e entra no quarto de seu irmão mais velho, observando o mesmo deitado na cama – Vamos logo. A Yuzu está quase subindo para te tirar daí.

- Já estou indo... – falou com a voz desleixada de cansaço

- Hai, hai. – suspirou fundo e fechou a porta

A garota, apesar de sorrir a todo instante e parecer animada, estava triste. Feliz que sua família irá passear pelos locais mais bonitos da cidade, porém triste que já faz tempo que seu amigo e ajudante no futebol não aparece...

Apoiada na porta, escorrega alguns centímetros abaixo e pensa um pouco... Será que ele está bem? Será que continua lutando contra os hollows? Será que... Ainda lembra-se dela?

Sentiu a porta por detrás dela sumir, seu corpo acabou caindo para trás mas segurado pelos braços fortes de seu irmão que agilmente a segurou.

- Karin?! O que foi?! – perguntou deixando a garota novamente em pé, um pouco assustada – Se machucou?

- Não, não, Ichi-nii. Estou bem, obrigada. Vamos descendo? – abriu um sorriso e saiu correndo do quarto

- Karin...

Ufa, ainda bem! Seu irmão não conseguiu ver suas pequenas lágrimas que escorriam de seu rosto ao lembrar-se do grisalho. Enquanto descia, secava as lágrimas e via se não estava com os olhos inchados ou vermelhos.

- Ka-rin-chan!!! – sua irmã, Yuzu, gritou seu nome furiosa – Eu pedi para chamar o Onii-chan e você demora tudo isso?!

- Gomen, Yuzu! É que... Tive que ir ao banheiro! – inventou uma desculpa e coçou a cabeça sorrindo

- Hunf. Vamos tomar o café que daqui a pouco sairemos!!

- Hai, hai.

Depois de toda a família descer – incluindo o pai, Isshin –, tomaram um café da manhã especial feito por Yuzu, bem no estilo natalino.

Logo, Yuzu e Karin subiram para se arrumar e trataram de serem rápidas. A campainha tocou, mas como estavam se arrumando, deixaram que os “homens da casa” atendessem.

Terminando de se arrumar, Karin, como era mais “natural”, se arrumou com um básico; já sua irmã estava terminando de se arrumar.

Desceu as escadas e foi até a sala para ver seu irmão.

- Ichi-nii, a  Yuzu vai...! – a garota parou de respirar no mesmo instante em que viu quem eram as “visitas”

- Há quanto tempo, Karin. – cumprimentou Rukia, levantando e se curvando

- Rukia-chan... H-há quanto tempo!

- Ohh, está tão bonita nessa roupa! Gosta bastante do Natal, né? – sorriu radiante Matsumoto Rangiku

- Hehe... – sorriu envergonhada

- Né, Taichou, a Karin está muito linda nessa roupa, né, né? – a ruiva ficou cutucando seu capitão para ver se ele reagia de alguma forma

- ... Não ligo, não importa. – respondeu friamente

Lá estava ele, o capitão do décimo esquadrão, Hitsugaya Toushirou. Um dos jogadores mais habilidosos que Karin já viu. Seu penteado havia mudado... Pudera! Já faz algum tempo que não se veem e ele poderia mudar um pouco, certo? Sem falar que continua o mesmo de sempre: bonito aos seus olhos.

- Oe, Toushirou! Elogie pelo menos uma vez alguém, né? – reclamou Ichigo

- Ichi-nii, está tudo bem! Afinal, eu não posso dizer o mesmo dele, né? – e sorriu, mesmo contando uma mentira...

- Hunf. Como se eu ligasse para a sua opinião, Kurosaki Karin. – virou o rosto

Karin assustou-se um pouco. Ele se lembra dela! Ele lembra o nome dela! Sua respiração ficou um pouco presa até sua irmã chegar animada e levando um susto com a quantidade da visita, brigando com o irmão logo em seguida, pois não tinha avisado nada que viria alguém.

Depois de um tempo, Isshin resolveu que todos fossem passear juntos. Afinal, iria ser uma chatice para Ichigo ir com o pai, do jeito que eles se dão bem... Animados, as visitas concordaram.

Porém, o pequeno capitão recusou. Disse que veio forçadamente por Rangiku que queria muito voltar ao mundo Real e perguntou se tinha a permissão de permanecer em casa. Sua subordinada tentou convencê-lo, mas foi em vão.

A família Kurosaki aceitou a proposta, afinal, todos conheciam Hitsugaya muito bem e saberiam que ele não faria nada de mais em sua casa.

- Ichi-nii... – chamou Karin, fechando a porta da casa, já que foi a última a sair – O Toushirou vai ficar mesmo? Digo... Justo no Natal, ele vai ficar sozinho?

- O que quer dizer com isso? – disse, ficando de frente para sua irmã que estava parada na porta enquanto todos já estavam indo

- Ah... Etto... Hum... O-o Toushirou vai se sentir muito solitário, não acha? Afinal, todos vão se divertir e só ele vai ficar em nossa casa! S-será que não tem um jeito de ele vir com a gente?

- Hum... – pensou um pouco e deu seu sorriso costumeiro – Okay, Karin, pode ficar com ele. Mas tem certeza disso?

- Q-Q-Q-Quem disse que eu quero ficar?!?! – disse corando um pouco

- Mas nada de besteiras, ouviu?! Apesar de deixar que fique com o Toushirou, ainda sou seu irmão mais velho, entendeu?! – sorriu, afagou os cabelos da pequena e foi atrás dos que já estavam na frente.

A garota suspirou fundo e tomou coragem para abrir novamente a porta.

- “Calma, Karin, você consegue!” – afirmou para si mesma – “É só uma porta! Que do outro lado tem um garoto que com certeza irá estranhar que estou de volta... Já sei, vou ficar aqui fora! Aí o Ichi-nii pensa que estava dentro de casa e eu não preciso ver o Toushirou... É, isso mesmo!”

Disposta, a garota assentiu e saiu pelas ruas.

Foi até o campo de futebol e ficou triste vendo-o vazio. E, afinal, já havia crescido. Não tinha mais tempo para ficar jogando por aí, sem falar que tinha se tornado uma moça.

Andou mais um pouco e viu o local onde sempre encontrava Toushirou no final da tarde. Mas como ainda era cedo, ele não estava lá. Sorriu um pouco e correu até a ponta, onde sempre ficava. Pulou a barra e deitou na grama inclinada, observando o lindo céu azul com várias nuvens.

Com certeza ia chover.

Karin não ligou e simplesmente observava as nuvens se acumulando pela doce brisa criando uma só nuvem.

Os ventos estavam ficando cada vez mais fortes

e aquela nuvem, a cada instante, ficava mais escura. Karin percebeu que ia começar a chover então resolveu se levantar para se abrigar em algum local que ficasse seco.

- Ugh... – levantou-se um pouco e viu um belo corte em sua perna. Pudera, havia uma pequena rosa no local onde estava e seus espinhos continuavam fortes – Porcaria de Rosa...

Sentiu pingos caírem e saiu correndo a procura de um lugar seco. Pela correria que estava, acabou escorregando e tombando no chão. A chuva aumentava a cada segundo, então resolveu ficar debaixo de uma árvore até que a chuva diminuísse ou que sua perna melhorasse um pouco, pois a água da chuva estava ardendo no corte.

Já se passara bastante tempo, a chuva não parava nem um momento sequer. Que droga... Mas sorte que seu pai e nem seu irmão estavam em casa, então pensariam que estava junto de Toushirou. E como Toushirou não sabia de nada, então estava tudo resolvido! A turma que foi passear deve estar se abrigando em algum lugar e não tinha nada com que se preocupar! E, Toushirou, bem, deve estar em casa fazendo nada.

Encostou-se na árvore e pôs-se a sentar.

Ele finalmente veio. Faz tanto tempo que não o via e agora está com vergonha... Vergonha de conversar, vergonha de ficar no mesmo local, vergonha até mesmo de olhá-lo nos olhos... Que patético!

Esperou tanto por esse momento e agora não consegue aproveitá-lo.

- “Que idiota...” – pensava – “Sou mesmo uma grande idiota...”

- Oe!! – elevou a cabeça e tentou avistar quem havia gritado – O que está fazendo aí?! Quer pegar um resfriado?!

- Toushirou...?

O garoto estava encharcado, mesmo segurando um guarda-chuva. Bem, isso parece ato de criança, afinal, quem consegue se molhar com um guarda-chuva?! Pensando nessa hipótese, acabou rindo um pouco e soltando um pequeno espirro.

- Levanta logo daí! Vai ficar pior do que já está! – ordenou em frente a ela

- ... – virou o rosto, envergonhada – Não dá...

- Posso saber o motivo?

- Não quero falar...

- Por quê?

- Porque não quero contar a um intrometido. – reclamou

- Como é que é, garota?! Acha que é minha culpa se você está com um corte e escorregou?!

- Hã? – voltou a encará-lo e agora o mesmo que estava com vergonha – Como sabe que aconteceu tudo isso?

- Isso não é da sua conta, intrometida.

- Estava me seguindo?!

- Sim. Pronto, acabou as perguntas?! – falou envergonhado e ficando um pouco corado

- Que pervertido... – sussurrou

- Isso não importa agora! Vem, vamos para a sua casa!

- Já disse que não consigo!!

- Hum... Quer que eu te leve? – falou ajoelhando-se na frente de Karin

- O quê?! N-não! E-eu só preciso de um tempo para descansar...

- Você tá aqui já faz um tempão! Acha que vai demorar mais ainda?!

- M-mas é que!!

- Nada de “mas”. Vamos logo! Mas você que vai segurar o guarda-chuva, entendeu?!

- C-claro...

                                               ///

Chegando a casa, ambos tiram o excesso de água na porta e adentram. Karin sobe correndo e Toushirou apenas mexia no cabelo para retirar a água. O grisalho sentou-se no sofá e observou a chuva.

- Aqui, uma toalha. – a garota esticou o braço entregando-lhe uma pequena toalha branca

- Você está mais molhada do que eu, pode usar.

- Você é visita, pode pegar. – e sorriu.

Fazia tempo que não sorria daquele jeito...

- ... Obrigado. – resolveu pegar a toalha e a deixou em volta do pescoço

- Gostaria de beber algo...?

- Não, obrigado.

- Okay, okay. – suspirou fundo e sentou-se ao lado de Toushirou

O ar estava pesado entre os dois. Ninguém falava nada: um silêncio total. Apenas o barulho das gotas batendo na janela, chegava até a irritar.

- Então... – a garota começou a falar

- O seu corte... – interrompeu-a – ... Melhorou?

- Ah, sim! Estou bem melhor! Desculpe por fazer você me carregar até aqui...

- Não tem problema. Mas estava doendo muito?

- Até que não, só ardia bem pouco! – e sorriu

O garoto a encarou por um momento.

- Então... Por que estava chorando?

A garota levou um susto. Pelo que lembra, não estava chorando... Não sentia que estava chorando... Será que...

... Virou um costume?

- “Chorando”? Hahaha! Boa piada, Toushirou! Eu? Chorando? – disfarçou virando o rosto para a direção oposta deixando algumas lágrimas caírem

- Pode não ter percebido, mas eu vi. Não vai querer me enganar, né?

- Eu... – sua voz estava fraca e com o tom de choro – Não estava chorando... Eu... Nunca fui de chorar tão fácil... “Principalmente quando é por um menino...” – pensou

- Tudo bem, não vou te obrigar a contar, mas... – Karin ouviu sons, provavelmente era Toushirou se movendo – Aqui. Para você.

Karin virou o rosto e viu um pequeno embrulho na mão do grisalho. Seus olhos brilharam ao ver o pacote muito bem embrulhado e o pegou rapidamente. Abrindo um enorme sorriso.

- Como você fica feliz por tão pouco... Já vou te avisando: é simples.

- A-arigatou!!

- ... Estava chorando?

- ... Sim... – limpou as lágrimas

- Hunf... Abra só quando estiver sozinha, tá? Nem agora pode, porque eu estou aqui. E não conte a ninguém que fui eu quem entregou.

- Quantas regras... – deu um pequeno riso – Mas entendido!

- E... Desculpe-me por mais cedo.

- Hum... Tudo bem! Até já me esqueci! – e riu

- ... Você está bem...? Parece doente.

- Eu? Estou ótima! Hehe... – e acidentalmente soltou um pequeno espirro

- Vai para o seu quarto deitar. – ordenou

- Quem disse que vou?! E você fala na minha cara!!! Seu, seu...!! – e soltou outro espirro

- Vamos, eu te levo. Onde fica seu quarto? – o garoto se levantou e segurou no pulso da garota, fazendo-a corar

- O-oe!!

- Onde fica seu quarto? Vou te levar até lá.

- Eu não tenho quarto! – ficou emburrada

O garoto suspirou fundo. Que menina mais chata... Concentrou-se por um momento a procura da reiatsu da garota.

- Oe, tá acordado?

- Fica quieta, já achei seu quarto. – e puxou-a, fazendo a garota levantar e seguí-lo

- O que?!

- Seja uma boa garota e vamos logo.

- Hunf.

E assim ambos foram até o quarto onde Karin dormia. Era um quarto sempre arrumado e tinha um cheiro “caseiro”. Toushirou sorriu um pouco com o quarto e deitou a garota em sua cama.

- Eu falei que não precisa! Estou bem!! – o garoto aproximou sua testa com a dela, deixando-a corada

- “Bem”? Está com febre!

- E-e-eu...

O garoto pegou um pequeno pano que guardava em seu bolso da calça e o molhou um pouco com a garrafa d’água que Karin tinha na cabeceira.

- N-não precisa se incomodar!

- Isso não importa agora, não acha? – posicionou na testa da garota – Pronto, está melhor?

- Hai... Obrigada. Mas não precisava se preocupar tanto assim!

- Quem disse que eu ligo? É para você ficar bem logo, tá?! Estou mandando!! – aproximou seu rosto com o de Karin

- Toushirou... – a garota sentia uma sensação quente

- Ahh, saco! – ficou de pé, coçando a cabeça de raiva – Toda vez que você está presente, minha personalidade fica diferente... Parece que... Eu fico mais “livre” com você. Por isso, peço perdão.

- Ah, i-isso é normal! Afinal, temos a mesma idade, né? – e sorriu

- Apesar de ser bonzinho com você, não quer dizer que tem a permissão de falar isso de mim. – encarou-a friamente

- Hai, hai, gomen... – escondeu-se debaixo das cobertas, deixando dos olhos para cima descobertos – Será que o Ichi-nii vai voltar...?

- Claro. Ele mora aqui. – suspirou fundo com a pergunta

- Hunf. Não precisava ser tão grosso, sabia?

- Olha, parou de chover...

- Também não precisa me ignorar!! – Karin olhou pela janela e viu que o Sol já estava se pondo – Ah, Toushirou! V-você não vai ver o pôr-do-sol?!

- Eh?

- V-você disse que era nostálgico o pôr-do-sol! Vai lá ver!!

- Não será mais necessário. Estou bem, Kurosaki.

- Hum... É uma garota?

- E isso te importa?

- Sim! Sou sua amiga, oras! Preciso saber de quem você gosta!!

- Q-Q-Quem disse isso?!?! Eu não gosto de ninguém, tá?!

- Ahh, que mentira!! Garotos da sua idade costumam ficar apaixonados!!

- Você não sabe a minha idade!!

- Ué? Você não está no fundamental?

- Oe, oe, estou me segurando, sabia? – estressou um pouco, mas suspirou fundo novamente – Agora, o pôr-do-sol não me importa mais...

- Oh, sério? O que houve?

- Hum... Achei outra paisagem mais bonita.

- Outra? Qual?

- ... A de chuva.

- Eh...?

- KARIN!!! TOUSHIROU!!! CHEGAMOS!!! – o berro de Ichigo ecoou pela casa inteira, até a vizinhança ouviu – ESPERO QUE NÃO TENHAM FEITO BESTEIRAS!!! CASO CONTRÁRIO, VÃO SE ARREPENDER!!!!

- Ahhh, que barulhento. – reclamou virando-se de costas para Karin que continuava intacta – Vou avisá-los que está doente, tá? Até logo. – abriu a porta

- Tou...! – tarde demais. Ele já tinha saído. – ... Shirou...

O garoto descia as escadas um pouco nervoso. Nunca imaginou que falaria aquilo... Principalmente porque não era típico falar sobre esse tipo de assunto. Que droga... O que aconteceu com você...?

- Yo, Toushirou! – Ichigo aparece nas escadas – Cadê a Karin?

- Acho que ela ficou um pouco resfriada. Ao invés de entrar em casa, ela resolveu andar por aí.

- Como sabe que ela ia entrar sendo que ela nem entrou...?

- Eu estava observando vocês.

- E foi atrás dela?!

- Dá pra parar de fazer perguntas?! Não fiz nada de mais! Você não viu a chuva?!

- Sei, sei... Tá bem, heim, Toushirou? – riu um pouco

O grisalhou passou pelo ruivo, dando-lhe um chute no joelho.

- Itte!!!

- Ela está lá em cima, vá vê-la. – e continuou a andar

- Claro, né!

                                               ///

Depois de todos perguntarem como foi a tarde do capitão e entregando as lembranças que compraram para o mesmo, chegou a hora do adeus. Todos se despediram e estavam se preparando para irem embora.

- Capitão?

- O que foi, Matsumoto? – perguntou arrumando seu casaco

- Não vai se despedir da Karin-chan?

- Por que não vai você?

- Acho que ela ficaria mais feliz se você fosse, capitão!! – e sorriu

- O que quer dizer com isso?

- Hum... Que ela terminaria o Natal mais feliz!!

- Sua idiota. Não aconteceria nada de mais.

- Serááá?? Vaai, capitão!! – e empurrou o capitão para dentro da casa – Ichigoo, o capitão vai dizer um “bye bye” para a Karin-chan, okay??

- Sem problemas. Pode subir.

- Eu. Não. Quero. Subir!!

- Capitão, sabemos que você quer!! Vaai, sobe! – e empurrou o capitão nas escadas

- Que saco... – e subiu as escadas

- Fez isso de propósito, não é, Rangiku-san? – perguntou Ichigo quando Toushirou já havia subido

- Claro! Se o capitão não quisesse, ele não iria, sabia? Ele está indo porque quer!

- Só você, Rangiku-san...

                                               ///

“Toc Toc”

- Com licença...

- Ah, Hitsugaya-kun! – falou Yuzu ao ver o garoto adentrando no quarto – Err... Vou deixar os dois a sós! Qualquer coisa me chama, tá bom, Karin-chan?

- Obrigada, Yuzu...

E assim a garota sai do quarto. Um silêncio toma conta do quarto.

- Vim me despedir. – falou o grisalho

- Ah... Tudo bem. Até, Toushirou!

- Até logo... – se aproximou da garota e suspirou fundo – Espero que... Goste do presente.

- Com certeza. – sorriu um pouco cansada – Vai ficar muito tempo sem vir...?

- Provavelmente... Desculpe-me, mas a Soul Society é um pouco trabalhosa...

- T-t-tudo bem! Não tem problema!! Fico feliz que tenha vindo hoje, muito obrigada!!

- Ah, falando nisso... O seu presente estava lá embaixo, aqui. – e tacou o presente bem no rosto da garota

- I-itte! Oe, Tou...!! – tirou o embrulho do rosto e sentiu os lábios quentes do garoto tocar nos seus, segundos depois, desencostando-se

- Até mais. – saiu do quarto pela janela

A garota ficou paralisada com o beijo. Mas... Foi tão bom...

- “Ahh, que saco!!”

                                                        ///

- Será que o Toushirou vai voltar logo...? – perguntou Ichigo fazendo companhia para o resto

- Já estou aqui, Kurosaki.

- Eh?! C-como desceu?!

- Pela janela.

- Oe, oe, deveria parar com esse hábito, heim?

- Vamos logo. – e assim partiu

- Bye bye, Ichigoo! – gritou Matsumoto e Rukia

- Tchau.

                                                        ///

- Hai, Karin-chan! Um okayu para você! – e colocou a bandeja para Karin

- Obrigada, Yuzu...

- Hehe. É o que posso fazer, né?

- Hum... Pode descer e comer com o Ichi-nii e o velho! Estou bem sozinha. – e sorriu um pouco

- Tem certeza...?

- Sim! Obrigada por tudo, Yuzu!

- Okaay... – e a garota saiu do quarto

Depois de ouvir os passos da irmã pelas escadas, Karin abriu a gaveta da cabeceira e pegou o pequeno embrulho que ganhara mais cedo.

Delicadamente, tentou abrir sem rasgar o papel de presente e achou uma pequena caixinha sem nada escrito; uma caixa preta. Abriu uma pequena fresta e viu algo brilhar.

Abriu por inteiro e viu... Um pingente de gelo. Algo delicado e muito bem feito... Apesar de dominar o gelo, deve ter sido difícil fazer algo tão pequeno e tão... Perfeito. Sorriu um pouco e depois viu um pequeno papel cair.

Abriu a cartinha e leu:

“Feliz Natal, Kurosaki. Espero que goste, é simples...”

- Simples... Sei, sei... – riu – Sabe... Eu também adoro a chuva... Obrigada, Hitsugaya Toushirou. – e sorriu