Desejo Oculto escrita por luud-chan


Capítulo 1
Capítulo Único: Desejo oculto


Notas iniciais do capítulo

Oie! haha. Essa foi uma oneshot que escrevi para presente de amigo oculto na comunidade Ichigo&Rukia fanfics (na época do orkut ainda, ÇOCORR) e foi um presente para a Roberta! :)

Bem, mas isso é para vocês também, espero que gostem, porque eu adoro escrever oneshots e foi uma delícia escrevê-la! Adoro essas coisas de Natal! Beijo e boa leitura!



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Desejo Oculto

Não há uma data melhor que o Natal. As pessoas distribuem presentes, passam o dia com a família, se reconciliam, dizem que amam uma as outras e deixam as diferenças de lado, pelo menos por um dia — ou quase isso — já que Kuchiki Byakuya não se adequara totalmente a esse último item.

Kurosaki Ichigo já não aguentava mais ficar se escondendo e correndo por toda a Soul Society. Correndo do sádico do Kenpachi que estava muito doido por uma luta para “testar” suas novas habilidades, pois ele deveria estar foda pra caralho depois daquela luta com os fullbringers, o que estava dificultando ainda mais a sua vida. Porque fugir de Kenpachi e de Byakuya ao mesmo tempo não era muito fácil.

Na verdade, era muito, muito difícil.

A sua sorte era que Rukia estava o ajudando, mas sua face não mostrava gratidão e sim ao contrário, já que a culpa disso tudo era dela.

— Viu só?! Eu avisei para não contarmos para ele agora! — reclamou mais uma vez naquele dia, escondido atrás de uma árvore numa colina qualquer da Seireitei.

— Não reclame, Ichigo! Ele reagiu melhor que esperávamos! — Rukia disse com uma pontada de divertimento. — Pare de se exaltar, sua reiatsu está ficando descontrolada de novo. Assim nii-sama irá nos achar novamente!

— Reagiu melhor que esperávamos? — retrucou indignado, ignorando o último pedido da morena. — Rukia! Ele me ameaçou de morte! Ele liberou a shikai! A shikai! — lembrou-a do pequeno detalhe o que a fez rir.

— Pelo menos não foi a bankai Ichigo. Olhe pelo lado bom — disse tão naturalmente que Ichigo não sabia se ficava mais irritado ou se acalmava. — Não fique bravo, Morango. Achei que como amanhã é véspera de natal, ele iria aceitar sem tentar te matar — falou com sinceridade.

— Rukia, você é doida, só pode! Até parece que ele não tentaria me matar depois de dizermos que estamos namorando. — Ichigo a olhou ainda indignado. — Imagina quando ele souber que eu tirei o “lacre” da irmãnzinha querida dele! — Ao falar isso, ruborizou levemente e desviou o olhar do dela.

— Que horror, Ichigo. Que jeito horrível de dizer que fizemos amor! — Quis parecer séria para repreendê-lo, mas não aguentou e começou a rir atraindo a atenção de Ichigo. — E ele não precisa saber dessa parte.

— Você está se divertindo não é, nanica? — acusou, semicerrando os olhos e logo em seguida um sorriso malicioso tomou conta dos lábios masculinos. — Também quero me divertir!

Ela o olhou sem entender o que ele quis dizer. Mas a compreensão logo a atingiu quando sentiu os lábios quentes do ruivo pressionando os dela com força e os braços dele passarem em sua volta, levando-a para perto dele. A sensação era a mesma da primeira vez em que se beijaram. Era quente, saboroso, totalmente delicioso, excitante.

Os lábios dele eram tão macios e doces. Sentiu um êxtase enorme quando ele mordeu seu lábio inferior para em seguida invadir sua pequena boca com a língua ávida e não tão experiente assim, mas ainda assim de uma maneira que a fazia delirar e pensar coisas que não devia — pelo menos naquele momento. Os lábios moviam-se em sincronia perfeita.

Rukia passou os braços em volta do pescoço masculino o incentivando a continuar com aquilo. Separaram-se por um breve segundo para respirar e voltarem a se beijar com mais ferocidade e atrevimento. Uma das mãos atrevidas de Ichigo deslizou até uma das coxas torneadas de Rukia e a outra para dentro das vestes de Shinigami e acariciar a área escondida por ali. Suas reiatsus estavam descontroladas, não sabiam como controlar aquela imensa onda de amor e prazer.

Ainda se beijavam quando a voz de Byakuya surgiu:

— Kurosaki Ichigo. Projeto de Shinigami. Irei matar você agora! — disse isso a uns vinte metros de distância e Renji estava com ele. E como um ótimo amigo que era, estava segurando-se ao máximo para não rir da situação em que Ichigo e Rukia estavam. — Você destruiu a pureza da minha irmã! — Estava chegando mais perto.

“Pureza é? Deixe só ele saber o quando ela é pura quando está comigo”, Ichigo pensou.

Ichigo rapidamente puxou Zangetsu — que havia jogado no chão enquanto estava ocupado demais se amassando com Rukia — e pegou Rukia nos braços. Usando um shunpo saiu dali o mais rápido que pôde. Byakuya o seguiu com Senbozakura em mãos e estava com uma olhar que claramente dizia “Irei matar você moleque safado, mas antes irei te castrar!”. Mesmo na situação em que estava, não se conteve e gritou para que o “cunhadinho” escutasse:

— Ela já é minha! — Sorriu e viu uma veia saltando da testa do Kuchiki.

Agradeceu quando — do além — Kenpachi apareceu interrompendo a perseguição de Byakuya, dizendo que quem lutaria com Ichigo primeiro seria ele e os dois começaram a lutar entre si. O Kurosaki até achou estranho o comportamento de Byakuya, mas ficou em silêncio. Antigamente ele provavelmente ignoraria Zaraki e daria um jeito de se livrar dele. Como se ela lesse sua mente, Rukia disse:

— Nii-sama mudou bastante durante esse tempo que ficamos longe um do outro.

A perseguição durou muito tempo, mas depois de algumas horas, Ukitake apareceu e interveio naquela “palhaçada”. Fez Byakuya acalmar-se com a ajuda da — assustadora e ameaçadora — capitã Unohana. E finalmente entraram em um consenso. Byakuya não pôde fazer mais nada além de aceitar o compromisso de Ichigo com a irmã. Mas é claro que levantou algumas condições.

 — Cuide muito bem de Rukia, Kurosaki Ichigo. Se ela aparecer com um arranhão sequer, eu acabo com você, entendeu? — disse friamente. Ichigo confirmou com a cabeça e se surpreendeu com o que ouviu em seguida. — Ela é a coisa mais importante para mim nesse mundo.

Rukia sorriu pelo irmão mostrar tamanho afeto.

— Nii-sama — chamou um tanto nervosa. — Posso passar a véspera de Natal com a família do Ichigo? — pediu. O Kuchiki ergueu as sobrancelhas perfeitas e Rukia logo completou: — Volto dia vinte e cinco pela manhã, para a festa na mansão Kuchiki.

— Certo — concordou. — Desde que ele venha com você. — Apontou para Ichigo.

— Tudo bem — o ruivo disse com um sorriso satisfeito.

I&R

Casa dos Kurosaki – 20h – 24/12/11

Estava nevando em Karakura como não nevava há anos. Ichigo e Rukia andavam pelas ruas de mãos dadas a caminho da casa do ruivo. Haviam saído por alguns instantes para curtir o momento de casal, já que em casa Isshin não os deixava em paz, dizendo baboseiras que deixava Ichigo irritado e Rukia rubra até a raiz dos cabelos. Quando o pai do Kurosaki descobriu que estavam namorando, fez uma tremenda algazarra. Dizendo coisas como: Até que enfim. Desculpe por meu filho ser tão lerdo, Rukia-chan.

— Está bom, não está, Rukia? — perguntou, puxando-a para mais perto para amenizar o frio que sentia.

— Está ótimo, Ichigo. O tempo está bem frio, não acha? — perguntou, aconchegando-se melhor no braço do seu shinigami.

— Sim, mas eu gosto. É bom pra ficar coladinho com quem a gente ama, dormir abraçado — falou com um sorriso oferecido. — Se aquecer mutualmente...

— Como você é oferecido, Ichigo! — Soltou uma gargalhada, sendo seguida pela risada dele. Abraçou-o fazendo parar e abraçá-la de volta. — Mas eu concordo. É sempre bom estar com quem amamos.

— Uhum — murmurou antes de apertá-la mais contra si e beijá-la sem se importar com os olhares das poucas pessoas que ainda estavam nas ruas. Separaram-se ofegantes. — Vamos para casa, antes que o velho comece a achar que eu raptei você.

Ela apenas concordou e foram a caminho de casa em silêncio. Quando chegaram, foram recebidos por um Isshin escandaloso, uma Karin mais sorridente que o normal e uma Yuzu prestativa.

— Bem vindos de volta. Oni-chan, Rukia-chan — Yuzu desejou com um enorme sorriso. — Este ano o Natal vai ser mais legal, não acham? Ainda bem que convidou a Rukia-chan, oni-chan!

 Rukia sorriu e agradeceu mais uma vez por ter sido convidada.

Até a hora da ceia, os membros da família Kurosaki e Rukia ficaram conversando trivialidades e se divertindo com as brigas de Ichigo e Isshin, que as vezes até Karin e Yuzu metiam-se no meio para calar o pai que soltava comentários maldosos — que deixavam tanto Rukia quanto Ichigo morrendo de vergonha.

As horas passaram rápido e logo eles trocaram presentes de natal, em que Isshin fez questão de envergonhar o filho novamente, dando-lhe uma caixa de camisinhas de vários sabores diferentes. Serviram a ceia e comeram em silêncio, meia-noite em ponto desejaram feliz-natais para lá e para cá. Não demorou muito para que Ichigo arrastasse Rukia para fora da casa para que tivessem um momento a sós.

Sentaram-se na calçada gelada abraçados, olhando a neve que voltava a cair. Ichigo jamais imaginara que o seu desejo oculto iria ser realizado. Jamais imaginou que poderia abraçar, beijar, tê-la para si. Esse era o tipo de coisa que se personificavam nos seus sonhos mais ocultos, era o que desejava silenciosamente cada vez que tinha ela por perto.

Com ela não era muito diferente. Ela não era burra, sabia que gostava dele e sabia que ele gostava dela, nem que fosse um pouco. Mas sempre teve dificuldades para admitir isso a si própria e sempre esteve dificultando para que os dois colocassem um “fim” nessa história e finalmente cedessem aos caprichos um do outro.

Toda vez que sentia que ele ia falar algo sobre o assunto, cortava-o com voadoras ou gritos qualquer coisa do tipo. Afinal, era impossível ficarem juntos. Em seu interior ela ficava com raiva de si mesma por isso. Qual garota em sã estado rejeitaria um homem como Ichigo? Nenhuma! E parou de resistir quando se deu conta que não havia nenhum motivo para isso.

Ichigo lutaria por ela novamente, mesmo que fosse contra toda a SS, ele lutaria, e ela também tinha que lutar por ele. Outro motivo que a levou isso, foi quando percebeu seu excesso de ciúmes. Bastava estarem passeando por aí e passasse uma garota olhando para o seu Ichigo que veias saltavam de sua testa. E claro, com Ichigo não era muito diferente.

Depois de um tempo em silêncio, Ichigo lembrou-se de algo e virou para Rukia com um sorriso.

— Quase esqueço. Tenho uma coisa para você — disse. Ela o olhou confusa sem entender e só piorou quando ele a soltou e levantou procurando algo no bolso do casaco. — Está aqui em algum lugar. Espera aí — pediu, tirando o casaco e abrindo todos os bolsos a procura de alguma coisa.

— O que foi Ichigo? Aconteceu alguma coisa? — perguntou preocupada.

O ruivo não respondeu, continuou a sacudir o casaco freneticamente até alguma coisa cair e ele pegar antes de chegar ao chão.

— Uh?

Ichigo se ajoelhou na frente dela e fitando-a com tanto amor, com tanta paixão e desejo, os olhos repletos de ternura, tudo aquilo que ele teve que esconder durante o tempo que esteve com ela e agora não era mais necessário fazê-lo. Viu a pele alva dela tomar cor, deixando-a mais atraente do que já era, os olhos dela refletiam os seus, só que eram muito mais bonitos e excêntricos do que os dele. Respirou fundo e sorriu nervosamente.

— Kuchiki Rukia... Você quer se casar comigo? — Abriu uma pequena caixa de veludo azul escuro, com um anel delicado de ouro branco com alguns diamantes em cima e dentro estava escrito em uma caligrafia bonita “para sempre”.

A primeira reação de Rukia foi arregalar os olhos e abrir a boca de surpresa, em seguida seus olhos se encheram de lágrimas e em seguida começou a rir enlouquecidamente. Ichigo a olhou sem entender e ficando mais nervoso pela falta de resposta dela. Depois de alguns minutos, Rukia controlou-se e o fitou com os olhos enxarcados.

— Você está brincando comigo, Ichigo? — perguntou séria.

— Você é idiota? Por que diabos eu brincaria com algo assim? — retrucou, ficando ainda mais nervoso pela falta de resposta.

— Sério? — murmurou. Ele assentiu novamente e ela o olhou com tanta intensidade que ele achou que ia derreter. — Sim! SIM! SIM! — praticamente gritou, jogando-se em cima dele e o abraçando com toda sua força sem se importar em conter as lágrimas que continuavam a cair. Ele começou a rir e apertou com força e ficaram assim por longos minutos até ele a afastar e colocar o anel em sua mão delicada. — Eu te amo, Ichigo.

— Eu te amo, Rukia. Para sempre! — E a beijou mais uma vez, fazendo aquele momento ser eterno. Não que eles fossem se esquecer de algo assim, mas...

— Eu não tenho nada para te dar agora, Ichigo. Eu não sabia o que comprar... — murmurou um tanto entristecida depois de alguns minutos.

— Sabe... Quando somos crianças acho que todos temos praticamente o mesmo objetivo. Conquistar o mundo. Então, não precisa me dar nada.

— E o que isso tem a ver com eu não te dar um presente? — perguntou curiosa o olhando atentamente, um sorriso enorme brotou nos lábios do ruivo. Aquele sorriso que era apenas para ela.

— Eu já conquistei esse objetivo. Eu conquistei você.

Rukia achou que ia chorar de novo até rir e falar:

— Uh? É você mesmo Ichigo? O que aconteceu com aquele cara mal humorado e de cenho franzido?

Ichigo franziu o cenho e abriu uma carranca.

 — Você prefere assim?  — perguntou, fingindo mau humor.

— Eu gosto de você de qualquer jeito! — declarou.

Ele sorriu e voltaram a se abraçar.

Nada poderia ficar mais perfeito. Tirando algumas brigas por motivos idiotas, é claro. Mas não fazia tanta diferença, mesmo juntos, eles ainda eram Ichigo e Rukia. Duas pessoas diferentes, mas ao mesmo tempo que se completavam e quando um estava longe do outro, as coisas não estavam em seus eixos.

Mas sabe de uma coisa? Ichigo até gostava das brigas idiotas. Porque elas acabavam da melhor maneira que ele poderia imaginar.

Na cama.

Por que você é, você é, meu verdadeiro amor, de todo meu coração


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham apreciado tanto quanto eu, façam uma autora feliz e deixem reviews, independente de quando você tenha lido isso! :)

Notas editadas em: 27/01/2014