Come Back escrita por sankdeepinside


Capítulo 40
Traga de volta a paixão de viver


Notas iniciais do capítulo

Oláá´´aa, olha só que lindo, duas semanas sem postar, nossa to muito bem hein? Acho que to merecendo um murro da roça no meio da cara pra tomar vergonha kkkk mas gente, to em final de periodo então tava uma correria horrível, teve um dia desses ai q eu tava gritando e chorando com meu fichario p vcs verem a situação. Mas agora enfim está qse tudo acabado, só falta mais um trabalho e vou ter duas semaninhas de "férias" pra colocar o bonde de volta no lugar. Eu passei aquele tempo todo postando qse regularmente mas era pq a minha facul tava de greve e eu era uma pessoa vagabunda, agr tenho q estudar né e.e
Enfim, queria agradecer às reviews de vcs, muito obrigada gente, por não abandonarem a fic, eu sei q ela ta bem abusada e esse lance do Nyah n ajudou muito, mas vamos lá, força na peruca.
Queria agradecer a recomendação linnnda que eu recebi da Aline Iero, essa menina linda e super louca q veio até me seguir no twitter, tem q ser uma pessoa mt boa pra me aturar em dobro pq né KKK então flor, o capitulo de hj é seu :3
Sobre o capitulo, bom, eu juro que queria que ele tivesse melhor e maior e mais uhu, só que ele não está. Na ultima pov eu me peguei qse morrendo de chorar e dps não saiu mais nada, isso pq eu tinha um monte de coisa pra enfiar nesse cap, mas acabei decidindo deixar como está. Em razão disso e possivel que o próximo venha mais depressa.
Depois de mil milênios, Lais Barangacelos voltou ao seu oficio de beta e agora eu posso voltar a colocar a culpa dos erros remanescentes nela -q
Não vou enrolar mais, espero que gostem.
Boa Leitura
Beeijos ^^



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- Por que eu não posso ver? – Allie disse se fazendo de magoada.

- Ainda não está pronto mamãe! – soltei uma gargalhada enquanto Shannon continuava concentrada, mas recebi um tapinha forte demais pra uma garotinha de três anos. – Não se mova gigante!

- Ai isso doeu!

- Para de ser mentiroso.

Os olhinhos azuis continuavam atentos ao seu trabalho, permaneci quieto enquanto ela fazia a última trancinha. Por fim se afastou de mim e bateu palminhas, animada.

- Como eu estou?

- Lindo!

Me virei para Allie e na hora que ela me viu começou a ter um ataque de risos. Peguei um espelho e me olhei.

- Estou muito lindo, olha só para mim, pareço o Davy Jones! – Eu havia permitido que Shannon fizesse trancinhas na minha barba, era uma forma agradável de me aproximar dela e, além disso, talvez algumas tranças ajudassem no meu look ruivo, nunca me importei em parecer estranho mesmo. – Olhe só para mim, tenho tentáculos! – e agitei o rosto rapidamente fazendo as trancinhas balançarem.

- Você gostou? – a pequena perguntou com os olhos brilhando.

- Eu amei! – dei um beijo em sua bochecha e fiz uns barulhos estranhos enquanto fazia cócegas nela. Depois de rir por um bom tempo, a segurei deitada no meu colo e olhei para ela mais uma vez, eu adorava olhar para ela, os olhos eram tão vivos, o sorriso tão verdadeiro, ela tinha problemas cardíacos e quem a visse nunca imaginaria, era tão perfeita quanto qualquer outra criança. – Não está chateada por eu estar levando vocês para viajar?

- Você disse que não é pra sempre, então não estou chateada.

- Obrigada Shannon.

Shay me abraçou mais uma vez e só então me dei conta de que Allie ainda estava ali, levantei os olhos para ela e ela sorriu de volta para mim, mas ela ainda estava muito triste consigo mesma. Era estranho que ela se esquivasse de mim daquela forma, com vergonha e uma espécie de punição interna. Eu não queria aquilo.

A campainha tocou e ela imediatamente saiu dali para atender, acho que não estava se sentindo muito confortável com o meu olhar, mesmo que não houvesse mágoa alguma nele.

- PAPAI! – Shannon saltou enérgica do meu colo e aquilo me deixou um pouco... Enciumado?

Samuel se ajoelhou e abriu os braços para receber o abraço da garotinha.

- Oi Shay! – Sam a envolveu com carinho no abraço e fechou os olhos por um instante. – Como você está meu amor?

- Eu estou bem papai, e você? – Shannon segurou o rosto dele entre as pequenas mãos e o analisou com cuidado – Parece triste.

- Só estou um pouco cansado meu amor – Sam se permitiu a abrir o sorriso mais verdadeiro que conseguia – Tenho novidades pra você, adivinha com quem eu vou trabalhar agora?

- Com o Papai Noel?

- Não – Samuel sorriu e o olhar dele acidentalmente se encontrou com o meu, mas rapidamente ele voltou os olhos para Shay outra vez – Com o Max.

- Com o tio Max? Oh! Isso é tão legal.

- Isso é verdade? Vai mesmo trabalhar com o Max? – Allie falou por trás dele.

- Sim, ele me chamou para ajudar na segurança.

- Por quê? Ele acha que está correndo perigo? É por isso que ele está nos tirando da cidade não é?

Sam se levantou para encarar Alison em alturas semelhantes.

- Não é isso Allie, ele só quer me ajudar, acha que talvez eu me restabeleça melhor perto dele.  A sua viagem é só pra descontrair.

- Descontrair? A quem vocês querem enganar?

- Allie, apenas alivie a sua mente um pouco, todos nós estamos lidando com muita pressão aqui, talvez seja bom pra você.

Ele estava mentindo, ele também sabia que Max corria perigo, assim como eu, ele também estava tentando protegê-las. Logo, Samuel ignorou a irritação de Allie e deu um beijo em Shannon.

- Boa viagem Shay. Vamos sair pra passear quando voltar okay?

Shannon confirmou freneticamente e deu um beijo na bochecha de Sam. Quando ele se ergueu, olhou rapidamente para mim, mas não se dirigiu nenhuma vez a mim, logo em seguida foi embora.

- Acho que já estamos prontos para ir não é? – eu disse por fim.

Max

Ray caminhava a minha frente, a postura muito ereta e o ar sempre muito superior aos outros, ele não era bem o meu agente preferido, mas era necessário.

A porta de metal se abriu e uma brisa gelada bateu contra minha pele, a pele seca do meu antebraço reclamou, as queimaduras já começavam a se curar e cruzei os braços. Dentro da sala um grupo de mulheres me aguardava, cada uma delas bem arrumadas, com os cabelos devidamente presos e roupas sociais mostrando a seriedade que elas davam ao ofício.

- Senhoritas, este aqui é Maximillian Turner, como lhes informei previamente, ele está formando uma equipe para se encarregar de sua defesa pessoal. Eu particularmente esperava que ele escolhesse um dos musculosos de dois metros e meio que eu tenho ali atrás, mas ele disse que se sentiria mais confortável com uma donzela do que com um dos meus rapazes. – Ray soltou uma risadinha e olhou para mim – Max pegue as fichas para mim, sim, essa pasta branca.

Peguei o volume de fichas na pasta e passei para ele, em seguida puxei uma cadeira e me sentei, as queimaduras incomodavam muito quando eu ficava de pé sem me mover, assim como também incomodavam se eu me mexesse demais. Escutei com atenção enquanto ele apresentava cada uma das candidatas, outra moça o auxiliava nas apresentações, descrevendo dados dos currículos das agentes que não estavam em suas fichas, como, “Tal fulana é boa com curativos, ou com amas de grande porte” e coisas do tipo. Eu sei que um homem seria muito melhor para a minha proteção, mas eu gostava de me sentir confortável, e se eu fosse ficar com uma pessoa no pé 24 horas por dia, era melhor que fosse alguém que me agradasse, além disso, eu já tinha o Samuel de homem para fazer minha segurança.

- Ei você – interrompi a apresentação da moça, o que pareceu irritá-la um pouco.

- Sim, senhor.

- Como se chama? – ela olhou confusa para Ray, mas logo tratou de responder.

- Detetive Sarah Faraday, senhor.

- Detetive? Por que seu nome não está em uma dessas listas? – eu disse lançando um olhar repreensivo para Ray.

- Ela não é qualificada Max. – Ray respondeu um tanto irritadiço, talvez pelo fato de eu ter questionado a sua competência.

- Por que não?

- Porque ela é muito jovem, não tem nem a metade do currículo que todas essas moças que estou lhe apresentando têm.

- O que impede de que ela seja tão competente quanto as outras aqui?

- Não é hora para brincadeiras Max, por mais que eu saiba que você as adora. Olhe para o currículo da Srta. McKay, por exemplo, ela é uma ótima opção, passou dez anos no exército, está no FBI há oito...

- Engatilhe sua arma pra eu ver. – Ignorei completamente Ray e falei com a garota, ela hesitou um instante, não sabia se poderia desobedecer a vontade de seu superior diante de seus olhos, mas eu sabia que havia potencial nela, ela estava com vontade de engatilhar aquela arma, eu via em seus olhos, na sua postura, ela queria mostrar que também era capaz. – O que está esperando? Me mostre o que sabe fazer.

Rapidamente Sarah puxou a arma e apontou o cano, perfeitamente engatilhado para o meio da minha testa. Um sorriso se abriu em meu rosto, a mão dela permaneceu firme, sem nenhuma hesitação, sem tremer. Me levantei e a contornei, era realmente uma belíssima donzela. Os cabelos eram loiros e estavam presos em um coque bem menos arrumado do que os das candidatas ao emprego, parecia feito de última hora, talvez ela tivesse a mesma idade que eu, ou fosse um pouco mais nova. Os braços eram fortes, o corpo era esguio e ágil, por que eu iria querer uma idosa com reumatismo quando eu tinha a segurança perfeita ali naquela garota?

- Você fez o que eu pedi, e me parece muito bem qualificada segurando essa pistola aqui, mas me deixe te perguntar uma coisa... – eu falava próximo ao seu ouvido, para que apenas ela escutasse, ela continuava parada com uma estátua segurando a arma para onde eu estava sentado há pouco. – Se estivesse trabalhando na minha segurança, você seria capaz de desobedecer a seu superior do FBI, se isso implicasse a minha vida?

Ela levou um instante para pensar na minha pergunta, uma ruga se formou em sua testa, mas eu via um lampejo em seus olhos dourados. Podia dizer que a estava escolhendo por implicância com Ray e seu desprezo pela juventude, mas este seria apenas um dos motivos.

- Sim, senhor.

- Ótimo. Pode descansar. – ela guardou a pistola e me sentei novamente. Cocei a barba que recomeçava a crescer e a encarei por um longo instante – A entrevista está encerrada, eu quero a Srta. Faraday na minha guarda pessoal.

Brian

- Pedra, papel e tesoura?

- Não, sem essa, você sempre trapaceia. Eu vou, não você.

- Ele está trazendo a Freak e a tampinha dele cara, se fosse só ele eu deixava, mas com elas duas não vão caber no seu carro.

- Do que está falando, a sua casa inteira cabe no meu carro!

- Não se a sua gordura ocupar os dois bancos da frente e sua bunda pegar o de trás.

- Vai tomar no seu cu Gates! – Zacky me deu um empurrão. – Você não é o único amigo dele aqui okay? E seu carro está com a tranca de uma das portas de trás quebrada, a menina pode cair. Vai querer mesmo matar a filha do Jimmy? Imagina, aquela coisinha fofa toda machucada por sua causa.

- Ela pode por o cinto de segurança, oras.

- Ela tem três anos, o cinto pode machucar ela.

- E daí, pelo menos ela gosta de mim.

- Quem foi que disse que ela não gosta de mim?

- Calem a boca pelo amor de deus. – Johnny jogou uma chinela em mim – Eu estou trabalhando num acorde aqui, não consigo pensar com vocês tendo uma DR no pé do meu ouvido, depois vocês dizem que eu é que sou o otário, por favor, olhem pra vocês mesmos, seus manés! Além disso, o Matt já levou o Jimmy e as meninas pra casa.

- O QUÊ? – Eu e Zacky exclamamos em uníssono. – Aquele filho da puta desgraçado!

- Eu vou pra casa dele agora, aquele viado filho da puta, chega na cidade e nem me liga.

- Eu vou com você – Zacky proclamou e eu olhei para ele meio emburrado. – O que é?

- Nada.

Zacky me empurrou e logo estávamos nos batendo no meio da sala do Johnny.

- Não me façam jogar meu outro chinelo em vocês! – Johnny disse sem tirar os olhos do baixo.

Zacky e eu nos separamos ofegantes.

- Vai indo pro carro, já eu vou, preciso fazer uma coisa antes.

Zacky foi andando meio que se arrastando para a porta, enquanto isso, peguei o chinelo que havia acertado minha cabeça e bem rápido, o joguei com força contra Johnny, o acertando bem no meio da cara.

- GATES, SEU FILHO DA PUTA!

Sai correndo o mais rápido que eu pude, Zacky ainda estava na porta se acabando de rir.

- Vai, vai, vai. – disse para Zacky se apressar e saímos da casa de Johnny gargalhando muito.

A casa do Jimmy não era muito longe dali, mas como ele estava com a família toda, provavelmente devia ter ido para a casa antiga dele, ficava um pouco mais distante, no nosso antigo bairro.

O carro de Matt estava lá fora, como Johnny dissera, o filho da puta tinha ido mesmo buscar ele no aeroporto e não falou nada pra gente. Saltamos do carro e Zacky foi me empurrando feito um idiota, e acabou chegando à porta primeiro que eu, aquele gordo otário.

- Você está muito pé no saco hoje, Vengeance.

- Que bom, melhor do que você, que é pé no saco todo dia.

Dei um tapa atrás da cabeça dele.

- Vai se foder.

Logo a porta se abriu e Valary exibia um sorriso animado enquanto segurava o pentelho dela que eu sempre esquecia o nome do colo, eu era péssimo com nome de crianças.

- Oi Valerosca, cadê os viados?

- Estão na minha frente. – Mostrei o dedo do meio para ela e logo entramos na casa do Jimmy, fazia tempo que eu não entrava ali. Uma nostalgia muito grande me atingiu como um soco no estômago quando entrei. Eu passava muito tempo das minhas tardes e férias naquela casa, no quarto do Jimmy tocando música pessimamente, comendo nachos, bebendo escondido dos nossos pais e conversando merda, dava quase pra me sentir com quinze anos outra vez.

A primeira que eu vi foi Alison, ela corria de um lado para o outro procurando por alguma coisa.

- FREAK! – Zacky gritou animado e então ela notou a nossa presença.

Allie cumprimentou cada um de nós com um abraço caloroso.

- Oi meninos, vocês viram a Shay por aí? Essa casa é tão grande que perder ela fica ainda mais fácil.

- Não, nós não vimos, mas a gente te ajuda a procurar por ela, não é Gates?

- Claro, quem é que não gosta de caçar anões? Ahm, onde está o Jimmy?

- Foi na casa dos pais, ele estava muito ansioso para ver o Joe, não me disse o motivo, mas acho que deve estar de volta logo.

- Okay, fazer o que né? Vamos procurar a anãzinha.

Allie sorriu e depois ela e Zacky se espalharam pelos cômodos, era realmente uma casa grande, subi as escadas sem pressa e comecei a chamar pela menina.

- Menina? Ei menina, cadê você? – como eu disse, tinha uma péssima memória para nome de crianças. Parei em frente do quarto que era de uma das irmãs do Jimmy, ia bater para chamar pela menina, mas logo uma voz conhecida soou do outro lado.

- Eu nunca devia ter aceitado esse trabalho Max, você mandando em mim não é algo que eu ache que consiga suportar. – Ficou em silêncio por uns instantes, ela estava no telefone – É claro que elas estão em segurança! Eu volto pra Madison ainda hoje... Não, eu não vou ficar aqui até amanhã, eu não posso correr o risco de que ele me veja... Eu não quero conversar. Pare de dizer que eu estou fugindo.

Parei de escutar quando uma coisa esbarrou em mim, a segurei rapidamente pelos ombros.

- Onde estava? – Disse olhando para o rosto dela, os olhos eram tão intensos que chegavam a ser perturbadores, parecia que ela olhava para dentro de mim, nem piscava.

- Estava escondida, mas mamãe está demorando demais para me achar, vou procurar outro lugar.

 - Não, você não vai, deixe para se esconder depois de ela já ter organizado tudo.

- Você não manda em mim!

- Mando sim. – a peguei no colo e a joguei por cima do meu ombro, fazendo com que ela risse e agitasse as perninhas. – ENCONTREI A PESTINHA!

Desci as escadas correndo e fazendo com que ela quicasse no meu ombro.

- AI, MINHA BARRIGA! – ela reclamou.

- Toma – a joguei em cima de Matt que estava sentado tranquilamente no sofá. – Não nasci pra tomar de conta de gnomas.

A menina me mostrou a língua e eu mostrei a minha de volta, fazendo com que ela soltasse algumas risadinhas.

Matt gargalhou e chamou Val.

- Veja e aprenda Gates. – Matt disse exibido, logo Valary chegou com o molequinho deles nos braços e Matt pediu para que ela o colocasse no chão. – Shannon, este é o Owen, Owen esta é a Shannon. – As duas crianças passaram um segundo se encarando, duvido que o Owen compreenda muita coisa, ainda nem completara dois anos direito, mas aparentemente as duas crianças pareceram se gostar.

- Ótimo, agora as pestinhas vão juntar as forças. Você deu início ao apocalipse Matt, parabéns!

Dei as costas sorrindo e subi de volta para diante da porta que eu estava antes, mas agora o quarto estava aberto e não havia ninguém ali.

Soltei um suspiro longo e bati a cabeça contra o portal de madeira da porta.

- Eu a perdi...

- Sua mãe não te ensinou que ouvir atrás da porta é feio?

Soltei um suspiro aliviado e me virei para ela.

- Ensinou, mas eu nunca fui um bom filho mesmo.

- Oi Brian.

- Oi Lali.

Jimmy

- Eu não aguento mais, acho que vou morrer! – deixei minha cabeça bater contra a madeira da mesa.

- Que isso Jimmy, foram só alguns Brownies!

- E as panquecas, o café, a torta de peixe e os cookies. Acho que já posso hibernar, dona Barbara.

- Com esse cabelo horroroso está parecendo um urso mesmo! E essas tranças na barba? Parece um mendigo meu filho, não, não, parece o messias.

- Mãe, por favor!

A senhora rechonchuda então desatou uma gargalhada doce e sonora que a deixou corada como um pimentão.

- Ai meu filho, deixei de me importar com suas roupas quando começou a vestir aquelas meias até os joelhos, se lembra delas? Mas ainda gosto de caçoar de você.

- Você não presta mesmo, né mulher?

Barbara passou as mãos nos meus cabelos e os bagunçou, só então percebi o quanto eles estavam grandes, uma mecha ruiva caiu sobre meu rosto, escondendo meu nariz, minha boca e tocando suave em meu queixo.

- Onde está a criança? Achei que fosse trazê-la.

- Eu sou a criança. – nós dois sorrimos um para o outro – Eu queria ver o pai antes de trazê-las aqui.

- Alguma coisa aconteceu, meu filho? Você parece apreensivo.

- Não eu... Só estava com saudades.

Minha mãe sorriu e depositou um beijo suave em minha testa. Depois disso me joguei no sofá ao lado dela, e aguardei pela chegada do meu pai. Acabei adormecendo, talvez a viagem e a mudança tivessem me cansado afinal.

Acordei com o som do painel da NBA apitando início de um jogo que estava passando na TV, me estiquei e cocei os olhos.

- Quanto tempo eu dormi? – tentei olhar no relógio, mas minha visão estava meio turva, eu só me lembrava de usar os óculos quando já não estava enxergando nada.

- Umas duas horas eu acho.

- Pai! – fui tentar me levantar, mas uma dor nas costas exigiu que eu o fizesse lentamente. – Arg, eu tinha me esquecido como esse sofá era horrível.

Joe se levantou e me estendeu a mão para que eu me levantasse.

- Acho que estou mais inteiro do que você, meu filho.

Aquelas palavras cortaram fundo em mim, como uma lâmina afiada, o abracei com toda a minha força, sentindo os ossos da coluna dele estalarem ao meu aperto.

- Eu senti tanto a sua falta.

- Você só está fora há três meses Jimmy, aconteceu alguma coisa?

- Ahm não, eu não posso mais sentir sua falta? – Ele sorriu e se espreguiçou.

- Vamos lá para fora Jimmy, preciso fumar.

O acompanhei e saímos da casa para nos sentarmos no meio fio, peguei um dos meus charutos e ele um dos Malrboros de sempre, acho que foi ele que enfiou a preferência maldita por essa marca na cabeça do Brian.

- Ainda fuma esses charutos fedorentos é? – disse com o canto da boca enquanto acendia o cigarro.

- É melhor do que essa porcaria que você fuma, deve ter até pneu reciclado nessa porra. – Nós dois sorrimos um pouco enquanto ele usava o isqueiro para acender meu charuto. – Sabe pai, você não devia fumar tanto assim.

- Como é que é? – Ele ergueu uma das sobrancelhas exibindo uma porção de rugas em sua testa.

- Eu só... Quer dizer, você já está velho e cigarro causa câncer e essas outras coisas...

- Para você de fumar! Desde quando dá importância a essas coisas?

- Eu só não quero que você morra, pai.

- Lá vem você com seu papo de morte, James, você perde muito tempo pensando na morte, uma hora ela também vai pensar em você. – abaixei a cabeça e o observei dar uma longa tragada no cigarro. Ele fitava o outro lado da rua, mas não parecia ser uma casa que ele estava vendo, ele parecia ver outra coisa, como se estivesse em outro lugar.

- Me desculpa pai... Me desculpa por te causar tanto problema. Ás vezes eu acho que poderia ter sido um filho melhor, ter ficado mais com você.

- Não seja idiota Jimmy, você só é do jeito que é por que eu te fiz assim, eu te criei deixando você ser o que quer que você quisesse, e sabe de uma coisa? Eu estou orgulhoso, não só de você, mas de mim, por que eu fiz um ótimo trabalho.

- Você acha? – eu estava mais triste do que deveria, parecia que um buraco se abria em meu peito pouco a pouco, eu não queria perder meu pai, porra, por que caralhos eu viajei pro futuro?

- Sabe filho, da terceira vez que você foi preso, você se lembra? Você roubou uma loja de conveniência do outro lado da cidade, antes de pagar a sua fiança eu parei pra pensar no que eu estava fazendo. Você tinha largado a escola, saído de casa pra morar sabe Deus onde, andava cometendo crimes e a sua doença ter começado a se manifestar só deixava eu e sua mãe ainda mais preocupados. Eu comecei a pensar sobre o que eu estava fazendo com você, qualquer outro pai teria sido muito melhor em te punir, mas eu não conseguia. Você era o meu único menino e eu estava fazendo tudo errado. Mas então você saiu da delegacia, entrou no carro e pediu desculpas pra mim, disse tudo que estava sentindo, toda a angústia e raiva do mundo que você estava sentindo. Naquele momento eu pensei comigo mesmo, “Porra, eu sou um pai bom pra caralho”, por que eu tinha feito você um garoto brilhante, consciente e tão amável. Você não é perfeito meu filho, mas não tem nenhum dia da minha vida que eu duvide que você seja muito mais do que eu podia esperar, você é meu garoto e eu sou muito orgulhoso de você. Eu só quero ter certeza de que você vai sempre estar bem, deixa que eu que me preocupo com você okay? Agora me deixa fumar meu cigarro, porra.

- Eu te amo pai.

- Eu também te amo, meu filho.


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Notas finais do capítulo

Uma coisa que eu me pego muito muito muito pensando é na relação do Jimmy com os pais dele sabe? acho q foi meio por isso q fiquei meio bolada escrevendo, mas enfim, quero mostra um vídeo pra vocês, quem já tiver visto não precisa ver, mas é um video que eu gosto muito (tão vendo q to muito mulherzinha esses dias né? Mas em relação ao jimmy é meio impossivel pra mim), os pais do Jimmy estão na plateia e eles tocam so far away, e a plateia é uma coisa muito linda gente, tantas luzes, parece um céu estrelado, é muito lindo eu não me canso nunca de ver. Quem não tiver visto é legal ver. https://www.youtube.com/watch?v=Lp6ZAYqiwAE
Ai to chorando outra vez, aff tomarnocu viu.
Enfim, espero que tenham gostado, desculpem pelo capitulo bem meia boca, prometo que o próximo vem melhor.
Qualquer comentário é bem vindo
Beeijos