Come Back escrita por sankdeepinside


Capítulo 20
Enquanto condenamos os mortos eu tento sobreviver


Notas iniciais do capítulo

Olááááá´´aá´´ááá´ai gente nem demorei dessa vez falaê. Dessa vez n vou falar demais, prometo.
Muito obrigada pelas reviews galera, alguns são tão perfeitos e só me fazem querer escrever uma história melhor pra vocês. Muito obrigada mesmo.
Daqui pra frente o drama vai rolar solto gente, vou precisar da força de vocês nesses tres capitulos de agora, nesse e nos dois que vão seguir. Eu confesso que estou muito ansiosa p escrever mas n posso sair atropelando nada até lá, ta sendo dificil, pensar no Jimmy é dificil :'(
Enfim, espero que gostem
Boa Leitura
Beeijos



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Frio idiota! Não sei por que ainda moro nesse lugar! Me joguei na cama, me embolei debaixo de dois edredons e puxei o celular do bolso do moletom, por mais que eu não quisesse fazer nada naquele frio ártico eu precisava deixar Alison a par dos avanços na pesquisa. Na minha última visita à Huntington Beach ela havia me pedido para que desse inicio às pesquisas a respeito da viagem no tempo, fazia sentido.

- Freak? Sou eu, Max

- Oi Max – o tom da voz dela estava estranho, parecia triste

- Aconteceu alguma coisa?

- Não quero falar sobre isso agora

- Tem certeza?

- Tenho

- Tudo bem então – Grrrrrrr frio miserável, pausa para o calafrio – Ahm, consegui achar algumas coisas na minha pesquisa, ta afim de ouvir ou prefere que eu ligue depois?

Percebi ela dar um pesado suspiro do outro lado da linha, estava acontecendo alguma coisa que ela não queria me envolver, raciocinando um pouco dava para apostar que tinha algo relacionado com a Allie do passado, ou como eu mesmo a batizara, com a Joy. Mas eu conheço a Allie bem demais pra insistir numa resposta. Ela só falaria quando estivesse prestes a explodir, até lá remoeria aquilo pra si mesma uma porção de vezes.

- Pode falar sim

- Okaaaaay, bom, você pediu pra que eu iniciasse a pesquisa sobre as ondas temporais e por mais absurdo que isso pareça eu encontrei alguma coisa. Na verdade é tudo bem abstrato, mas já alguma coisa, alguns tem uma certa base cientifica, acho que é um bom começo.

- Isso é ótimo! Eu sabia que encontraria alguma coisa – ela pareceu se espertar um pouco – Max é muito importante que você consiga resultado nessas pesquisas, por que caso eu consiga salvar o Jimmy eu não vou sofrer com a morte dele e não vou ter a idéia de voltar no tempo, eu preciso que a construa para que eu não fique presa aqui.

- Ai cara eu sou um puta gênio, confessa!!!

- Nossa já ta se achando um puta gênio? Da primeira vez que eu falei nessa história você ficou todo fresco dizendo que não era capaz e blá blá blá. To muito feliz por estar confiante de si mesmo Max

- Posso dizer o mesmo de você, quando chegou aqui jurava que era inferior à Leana. Ah falando nela, o que aconteceu com aquela canibal? Demorou um tempão pras marcas das mordidas dela saírem do meu ombro.

Allie soltou a primeira risada de verdade.

- Sei lá, faz um tempo que não vejo ela, provavelmente devia estar no aniversário do Johnny, mas eu estava ocupada com outras coisas

- Pode para por ai, não quero ouvir de novo sobre seu sexo estranho com o James no bar, ui credo, nunca mais vou beber naquele lugar.

- Vai se foder Max! Mas e como você tá?

- Só fazendo cosplay de iceberg como em todos os infernos, ops, invernos! O resto está tudo bem, vou passar o natal com você, quer dizer, você do passado e seus pais.

- Será que eu posso te pedir um favor? Sei que já te pedi muitos, mais até do que era justo pedir a um amigo, mas é algo realmente importante

- Allie, a gente é amigo desde quando? Vamos continuar amigos até quando? Você veio do futuro dizendo que EU construí uma máquina do tempo pra você, acha mesmo que alguma vez na minha vida eu me incomodei com você? Você é minha família Allie Cabeçuda Wade, e por causa disso eu me sinto obrigado a ser seu fiel escudeiro.

- Muito obrigada Max, acho que não sei o que eu faria sem você

- Agora fala, o que você quer me pedir?

- Conversa com a Joy

- Mais do que eu já conversei?

- Não é isso Max, você tem que impedi-la. Ela ta planejando me substituir no dia 28, eu não posso deixar que ela estrague tudo.

- Eu vou tentar fazer o que eu puder, mas ela colocou aquilo na cabeça é quase uma missão impossível tirar.

- Eu sei, eu me conheço bem, mas eu preciso que você ao menos tente, eu me viro com o Sammy.

- Espera, Samuel? O que ele tem a ver com isso.

- Você não sabe?

- Não sei o que?

- Ao que parece minha eu no passado quer metê-lo nessa bagunça.

- Filho da puta!

- Não é culpa dele Max

- Ele não vai causar problema, vai?

- Não precisa se preocupar com ele, Sam é um cara bom, e agora ele já sabe de tudo.

- Ela contou?

- Contou

- Vadia!

- Max ela sou eu!

- Mais vadia ainda!

Depois que Allie desligou o telefone fiquei mais alguns segundos tentando me esquentar, sem muito sucesso, frio do demônio! Não fazia a menor idéia de como eu seguraria Alison, ainda mais no frio que eu era infinitamente mais lento. Pra ser sincero eu estava preocupado, Allie parecia muito tensa e a outra Allie estava  tão despreocupada que nem se dava conta.

Jimmy

- Não faz essa cara Allie, ninguém na minha casa morde

Ela estava muito engraçada, era meu papel de bom namorado não rir na cara dela, pena que eu não era um namorado bom e soltei uma puta gargalhada ao vê-la quase vomitar de nervosismo.

- Cala a porra da boca, você não está ajudando! – ela disse logo depois de me dar um soco fraco no braço.

- Desculpa, não é algo que eu consiga controlar naturalmente.

- Vai pro inferno James, não é você que vai ser apresentada a sogra.

Puxei seu rosto para que ela me encarasse

- Minha mãe vai adorar você, agora sai do meu carro, não quero que vomite nele – Dei um breve selinho em seus lábios e a expulsei do carro, saindo logo em seguida.

- Oh meu deus como é linda! – Dona Barbara olhou bem para Allie com um enorme sorriso nos lábios, fazendo com que ela corasse quase que instantaneamente.

A recepção foi exatamente como eu imaginara, minha família normalmente feliz adorando minha namorada anã e tímida. Meu pai a cumprimentou, mas se afastou em seguida, era algo típico dele. Logo Allie ficou um pouco mais segura, isso era bom. Jogaram conversa fora por um bom tempo, meu pai perguntou sobre o álbum novo e minhas irmãs fizeram uma porção de perguntas a Allie de como era o norte. Coloquei o gorro de Papai Noel que eu usava em todos os anos e depois da meia noite fomos comer, minha mãe por algum motivo adorava essas tradições, eu particularmente só gosto da comida.

- Você ta mesmo trabalhando no Sugar Shack Allie? – Allie confirmou com a cabeça, já que estava com a boca cheia – Nossa deve ser ótimo! Tão perto da praia e com toda aquela comida!

- É realmente muito bom, Timmy é um ótimo chefe, mas eu pedi minhas contas de lá ontem. Amanhã ou depois busco meu último pagamento

- Sério? Você não me contou isso, ainda bem pelo menos agora não vai ficar cheirando a sanduíche de atum – eu falei ainda enquanto mastigava.

- Por que pediu as contas Allie? – Minha mãe perguntou

- Eu precisava.

- Ótimo, agora aquele Samuel não vai mais ficar no seu pescoço, adorei isso!

- E com o que vai sobreviver?

- Ahm, eu vou embora Barbara

- O QUÊ? – Eu falei mais alto do que eu imaginava – Embora pra onde?

- Jimmy quando cheguei aqui em Huntington Beach eu disse que não ficaria pra sempre – ela falava com a cabeça baixa, fitando o próprio prato

- Mas eu pensei que as coisas tinham mudado! E quanto a nós? – Isso não está acontecendo, não está acontecendo, não não não.

- Jimmy será que podemos esperar a ceia acabar?

Eu soquei com força a mesa, tanta que fez toda a louça tilintar.

- O CARALHO! – Ela realmente está fazendo isso comigo?Então era isso, ela tinha brincado comigo – ERA MENTIRA ENTÃO? TODA AQUELA PORRA TODA DE FICAR COMIGO?

- Não Jimmy, eu quero que você fique bem

- VOCÊ MENTIU PRA MIM!

- Jimmy meu filho se acalme – A voz de Barbara mal chegava aos meus ouvidos

- Você não quer ficar com um cara pé na cova não é? Só estava com medo de ser responsável pela minha morte.

- Claro que não Jimmy! Eu amo você

- Então por que vai me deixar?!?

- Eu não tenho escolha... – ela abaixou a cabeça, mas eu estava muito puto

- Não vou durar nem um dia sem você

Allie tentou por a mão em meu ombro, mas eu me esquivei para que ela não me tocasse

- Jimmy logo você vai entender meus motivos, eu juro

- O que está escondendo de mim? Eu sei que tem um segredo e não quer me contar

- Uma hora eu vou contar, não fique chateado comigo, por favor.

- Eu estou muito pior do que chateado – eu estou sem esperança. Mas eu não falaria isso – vai embora por favor

- JAMES! – Minha mãe rangeu

- Não tem problema Barbara, eu estou indo – Allie olhou brevemente para mim e se levantou em seguida, eu permaneci estático, observando-a ir até a porta

- Espera ai criança, eu levo você pra casa – Meu pai

- Não precisa Joe

- Precisa sim ! Me espere ai na varanda por favor

Ela apenas assentiu e depois saiu da sala.

- Jimmy o que aconteceu? Precisava falar desse jeito com a garota?

- Ela me iludiu como todo mundo, eu achei que tinha esperança, mas era tudo besteira – Me levantei – Perdi o apetite

Passei quase correndo pela sala, ao passar pela varanda nem sequer fiz menção de olhar pra ela. Saí correndo a pé, estava muito frio, mas eu não sentia nada, eu queria socar alguma coisa até meu corpo inteiro sangrar. Como ela podia ser tão cruel alimentando tantas esperanças em mim e tirá-las de maneira tão vil, me deixando mais indefeso do que eu já estava?

Corri até uma rua muito escura, que eu lembrava ser uma rua de um dos colegas da escola. Meu peito não suportava mais nem uma corrida inteira. Parei ofegante e abaixei o tronco apoiando as mãos nos joelhos tentando recuperar o fôlego, o que eu faria daqui pra frente? Quer dizer, sem ela? Dava pra sobreviver sem ela?

Vamos lá Sullivan, quando foi que você deixou uma garota causar isso em você? Esse era o problema, Allie me pegou de guarda baixa eu não sabia se poderia me reerguer sozinho.

Eu poderia convencê-la a ficar? Sim eu poderia. Então por que eu estava me sentindo tão derrotado?

Allie

- Pare de chorar criança – A voz de Joe Sullivan se sobressaiu aos meus soluços – Me desculpe pelo meu filho, ele pode não admitir mas ele está desesperado, você deu a única esperança que ele tinha, não o culpe.

- Eu não o culpo, se eu pudesse eu juro que...

- Não se preocupe, ele vai pedir desculpas, foi apenas o choque da informação. Vem, vou te levar em casa

Eu segui o senhor, que aos meus olhos nem era tão velho assim, e entrei em seu carro. Ele ficou muito feliz ao ver que eu estava em sua velha casa e brevemente demonstrou emoção em revê-la, antes que eu saísse do carro ele segurou em minha mão.

- É uma pena que seu natal tenha acabado assim criança, eu vejo que realmente gosta do meu filho, assim como também sei que ele está com sérios problemas. Ele anda muito distante, anda amargo, meu filho nunca foi amargo, mas no fundo eu acho que é só medo. Desde garoto esses problemas no coração tiram ele do sério, agora mais do que antes.

- Eu sei disso Joe, eu estou tentando ajudá-lo, mas a qualquer desvio meu ele pensa que é um complô ou alguma coisa do tipo, eu juro que estou dando o meu melhor.

- Obrigada Alison – ele beijou as costas da minha mão – Por fazer tanto pelo meu filho

- Não tem o que me agradecer, eu estou fazendo tudo errado.

- Está falando igual a ele agora

Eu ri brevemente

- Boa noite criança, espero ter a chance de passar um natal menos turbulento com você futuramente

Agradeci a ele e sai do carro. Aquele era o momento errado pra brigar com o Jimmy, tão errado que eu não pensava que ele tinha me magoado, eu só pensava que agora estava mais difícil de salvá-lo, meu tempo estava no fim e eu estava no meio de uma avalanche.

Refiz meu caminho de todos os dias pela última vez. Eu ia sentir muita falta do Sugar Shack, quais as chances de eu arranjar um emprego tão agradável como aquele? Em frente à praia, com boa comida, boas companhias e tranqüilidade. O restaurante estava fechado para o feriado, mas Timmy o abriu para me receber. Vou sentir falta dele e de Sam, mas agora eu já não tinha o que fazer, eu não podia ficar presa ali, não era certo.

- Não acredito que vai mesmo me deixar Wade! – Timmy me sufocava em um abraço

- Eu vou sentir muito a sua falta Tim

- Aqui seu pagamento – ele me entregou o envelope – Se quiser voltar as nossas portas estarão sempre abertas

- Muito obrigada... por tudo. Agora eu acho que tenho que ir

- Sem se despedir de mim? – A voz de Sam veio de atrás de mim, me virei pra ele um pouco irritada, eu precisava conversar com ele, mas na verdade eu queria esfaqueá-lo, 50 vezes.

- O que veio fazer aqui?

- Falar com você, vem aqui – Sam me arrastou para o lado de fora, parecia muito eufórico – Eu tenho um monte de perguntas

- Eu não quero saber de nenhuma delas! Você traiu minha confiança! Eu sei que está armando com a Joy, seu filho da puta traidor!

Ele ficou surpreso com minha agressividade

- Eu não estou armando nada Allie! Ela só...

- FODA-SE! Você não pode levar isso a diante! Eu vim de muito longe pra deixar isso acontecer.

- Você sabe então?

- CLARO QUE EU SEI!! Ela está na porra da minha mente! Ela quer me substituir! Acha mesmo que uma babaquice dessas daria certo? Ela é muito estúpida, vai colocar tudo a perder! – Eu estava um pouco alterada, na verdade muito alterada, estava totalmente perdida, faltava apenas um dia para que dia 28 chegasse e eu estava perdendo o controle. Estava em desespero.

- Me desculpe eu só... – Sam soltou o ar, acho que eu acabara de assustá-lo, ele gostava de mim e eu quase nunca demonstrava carinho por ele. Mas o fato é que ele havia deixado se manipular por uma garota boba, e havia concordado com um plano idiota – Eu fui um idiota, não tem como justificar.

Acho que eu passei um pouco da conta, estava descontando a grosseria de Jimmy na noite anterior nele. Respirei fundo tentando recuperar a calma.

- Está tudo bem, só não faça nada estúpido com a Joy. Ela ainda não tem noção das coisas.

O rosto dele estava totalmente sem cor, até os olhos negros pareciam um tanto opacos.

- Você vai voltar pro seu tempo?

- Vou

- Eu vou sentir saudades

Eu o abracei com força, Sam apesar de se desentender muito comigo acabou se tornando um amigo muito especial. Mesmo tendo um pessimismo exagerado, um péssimo desconfiômetro e sendo insuportavelmente lindo, ele foi um amigo muito importante que eu havia feito ali. O único defeito de Sam é que ele gostava de mim, e isso atrapalhava tudo.

A sensação estranha de tempos atrás começou a apontar novamente. Eu sabia que no fundo era culpa da Allie do passado por que eu sabia que ela sentia uma certa atração por ele e isso acabava me afetando. Sam não era burro, ele notava isso. Só então percebi que estava olhando fundo nos seus olhos já um longo instante. Me separei do abraço.

- Eu preciso ir agora Sam – fiz menção de sair, mas ele segurou meu pulso Assim que eu me virei o rosto dele já estava quase tocando no meu e em menos de um segundo seus lábios tocaram os meus. Esse era outro defeito dele, ser irresistível demais.

Uma buzina de carro bem ao nosso lado fez com que eu me separasse assustada de Sam, e pior, fez que eu entrasse em desespero ao identificar o carro que produzira o som. Jimmy.

Ele desceu do carro pisando forte.

- Eu sabia que estava escondendo algo de mim. É por isso que está inventando que vai embora não é? Ta me trocando por esse cara!

- Não! Você entendeu errado!

Ele me empurrou para longe de Samuel e acertou em cheio o rosto pálido dele com o punho fechado. Levou apenas alguns segundos para que os dois estivessem se esmurrando muito no chão. O rosto de Sam se tingiu de vermelho, e logo em seguida percebi que a orelha de Jimmy sangrava, era uma vez um piercing transversal. Eu tentei impedi-los, mas por mais que eu gritasse nenhum deles me ouvia.

- JIMMY NÃO! SAM PARA COM ISSO – Eles não me deram a menor atenção

 Corri para dentro do restaurante novamente e chamei Timmy aos gritos. Ele correu ao freezer e encheu um balde com gelo, aquilo foi o suficiente para separar os dois. Ambos estavam deploráveis.

- MAS QUE MERDA! Que caralhos eu vou fazer com vocês dois? Já é a segunda vez que vocês se atracam no meu restaurante! – Timmy gritava impaciente. Sam ofegava muito e limpava o sangue do nariz com as costas da mão, Jimmy me olhava quase com ódio, mas eu sabia que aquilo tudo no fundo era apenas mágoa – Os dois circulando agora! Não quero ver nenhum dos dois por aqui.

Jimmy cuspiu um pouco de sangue no chão e me encarou mais uma vez, os olhos azuis faiscavam, depois balançou negativamente a cabeça, sem pronunciar palavra alguma e caminhou mancando em direção ao carro.

- Jimmy, espera.

- Não precisa vir atrás de mim, eu já entendi tudo. Aquela promessa idiota era por isso não é? Muito esperto da sua parte

- Não, não, claro que não. Olha só, sua orelha está sangrando...

- Vai cuidar do seu garoto, ele está pior do que eu

- Está entendendo errado! James! Me escuta.

- Estou cansado demais pra isso.

Logo em seguido ele bateu a porta do carro e saiu a uma velocidade extrema pela rua vazia.

Soltei um palavrão com raiva ali no meio da rua, só sendo muito burra mesmo pra destruir desse jeito tudo que eu construíra nesses últimos seis meses.

- Não é culpa sua – só então notei que Sam ainda estava ali, a camiseta branca cheia de respingos de sangue

- Como você está? – eu perguntei quase que mecanicamente

- Tirando o fato de estar sangrando, acho que estou melhor do que você.

- Claro que está, eu estraguei tudo. Ele vai morrer e a culpa vai ser toda minha – escondi o rosto entre as mãos e deixei que o choro escapasse.

Samuel caminhou um pouco manco até mim e me abraçou

- Nunca imaginei que um ser humano pudesse amar outro de uma forma tão absurda como você ama o Sullivan. Eu confesso que essa sua devoção me deixou irritado por que, afinal, como é que um babaca daquele conquista uma garota como você? Isso me deixava muito puto, eu só ficava torcendo pra que ele errasse pra que você soubesse que ele não presta. Mas você já sabe disso e o ama mesmo assim. Eu não quero te ver chorar mais, não vou ajudar a Joy, ou a Allie do passado, é você que está com problemas de verdade por aqui.

- Vai mesmo me ajudar ? Por que, eu já nem acredito mais que consiga. Ele me odeia

- Claro que não, ele só está magoado. Está provando do que ele fez com você, talvez isso seja até bom – ele engoliu seco – E sim, eu vou ajudar. Pena que isso significa que eu nunca vou ter você pra mim

- Obrigada – eu disse com o rosto enterrado no peito dele.

- Eu te amo – ele sussurrou no meu ouvido.

Max

Bati na porta como eu sempre fazia, mas pra minha surpresa estava apenas encostada.

- Allie? Cadê você? – Olhei ao redor, a mochila estava amarrotada, com certeza ela estava planejando ir pra Califórnia. Mas então por que ainda estava aqui? – ALISON CARALHO, CADÊ VOCÊ?

Ouvi um soluço vindo do banheiro e corri até lá. Não deu pra entender muito do que eu vira, Allie estava no chão, com os joelhos dobrados e a cabeça baixa.

- O que aconteceu freak? – Me agachei e tentei abraçá-la

- Max... – a voz dela saia muito trêmula, ela estava chorando como eu nunca vira antes, mas quando ela levantou o rosto eu fiquei um tanto surpreso, ela esboçava um leve sorriso

- Qual o problema?

Ela esticou algo que havia em suas mãos e eu o peguei. Senti toda a cor do meu rosto sumir

- Isso... é o que eu estou pensando?

- Sim – ela soluçou mais uma vez, agora o sorriso era maior – Eu estou grávida

- Cacete! E-e quem é o pai?

- Adivinha


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Notas finais do capítulo

*Não me matem porfa* Espero que tenham gostado
# No próximo capitulo:
- Fiction
- James
- Comprimidos