Ilusões, Tentativas e Recomeços Ii escrita por gataportuguesa, Darknana


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

demoramos mas postamos...



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Helena deitou em sua cama radiante. Ainda não acreditava que Babi tivesse feito uma música tão linda, mesmo ela estando tão distante e estranha.


Sentia-se mal por ter se comportado de maneira errada. A namorada não merecia aquilo e ela prometeu a si mesma que voltaria a se dedicar com afinco à Bárbara, já que era a ela que seu coração realmente pertencia. Só então percebeu que todo aquele ciúme não passara de um pouco de despeito por saber que a vocalista já tinha lhe esquecido tão rapidamente. Elas eram amigas e jamais voltariam a ter algo além da amizade. E, pela primeira vez desde que a garota voltara, ela teve certeza disso...


 


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Alicinha acordou abatida. Demorara a dormir e sempre se sentia fraca quando lembrava de Pierrot lhe dizendo que voltaria com o namorado.


- Você está se sentindo bem, minha filha? – perguntou o pai preocupado.


- Sim, papai. Não tive uma boa noite de sono, apenas isso. – ela disse começando a beber seu suco de laranja.


- Você anda meio sem cor. Espero que seja apenas uma noite mal dormida mesmo. Hoje vou a São Paulo buscar os seus exames. Quer ir comigo?


- Sim, papai. Quero sim. – falou mecanicamente.


Depois do café da manhã os dois se arrumaram e partiram para a ponte aérea.


 


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Manu acordou com uma grande dificuldade devido à insônia que não lhe deixara descansar por muito tempo.


As olheiras eram visíveis e bem fundas e ela se viu obrigada a pegar um óculos pra ajudar a disfarçar porque apenas a maquiagem não deu grande resultado.


Pegou um pequeno pão francês e foi comendo pelo caminho até a faculdade, já que estava muito atrasada.


 


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- Credo, o que aconteceu com o teu rosto? – perguntou Cínthia assim que a viu durante um intervalo.


- Hoje não estou legal. – avisou a garota rudemente.


- Ai, credo... Só fiquei curiosa. O teu rosto está inchado e você deve estar cheia de orelhas pra usar esse óculos gigante. – falou fingindo mágoa. – O que aconteceu? – perguntou mais séria.


Pierrot suspirou cansada. Mais cedo ou mais tarde teria que contar e então começou a falar:


- O João ficou sabendo que fiquei com a tua prima e terminou tudo, é claro.


- E como ele ficou sabendo? – perguntou curiosa.


- Ué, isso ta na cara, não? A Alicinha mandou alguém tirar fotos e as mandou pra ele.


A loira ficou completamente séria. Quando imaginou esse plano, não pensou que ficaria tão óbvio assim. Sabia que devia defender a prima, mas fazer isso era assumir a culpa e pelo jeito que a escritora estava, assumir seria o mesmo que colocar fim naquela amizade de infância. E foi por esse motivo que ela não falou nada, mesmo se odiando por fazer isso...


 


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Cínthia chegou em casa e a primeira coisa que fez foi ligar para a prima. Assustou-se ao saber que ela estava em São Paulo.


- Foi buscar uns exames com o teu tio. – disse sua tia.


- Ele está doente? – perguntou, preocupada.


- Não, não... Na verdade são os exames da Alicinha, coisa de rotina, sabe como é... – minimizou a mulher.


- Quando ela voltar, pede pra me ligar? É importante.


- Claro, querida. Mande um beijo pra sua mãe.


O dia passou e quando a baixista foi dormir, sua prima ainda não tinha lhe ligado...


 


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            Manuella deitou-se na cama e, não fugindo ao seu último hábito adquirido, logo seus olhos estavam cheios de água.


            Por mais que demonstrasse ser forte, por mais que fingisse que estava tudo bem, era quando finalmente se encontrava sozinha em seu quarto que ela podia parar de representar, podia ser ela própria e podia chorar para diminuir toda a dor que carregava em seu peito.


            Eram tantas dores que lhe afligiam que a garota já não sabia se algum dia aquela tormenta passaria.


            Doía saber que enganara o namorado, mesmo sem ter a intenção. Ele descobrira sobre a traição e sua bissexualidade da pior maneira possível. Era torturante saber que confiara tanto em Alice e ela, por sua vez, tinha traído sua confiança de uma maneira tão baixa. Parecia que algo lhe esmagava o coração sempre ao se lembrar que tudo terminara por culpa de um beijo roubado e, principalmente, pelo fato de ter a plena consciência de que era quase impossível reatar o namoro com JP.


            Suas noites eram longas. Ela revirava várias vezes em sua cama sem conseguir adormecer. Se lembrava de todos os momentos lindos que vivera com o rapaz. Sem querer lembrou de Beta. Jamais pensou que pudesse sentir aquela dor novamente. A dor que sentira quando Roberta morrera era quase idêntica a dor que sentia agora. João não estava morto, mas ficara óbvio que, para ele, a escritora estava morta. Nunca mais receberia o cafuné gostoso que só ele sabia fazer, nunca mais receberia aquelas mordidinhas no queixo que tanto a faziam sorrir. Não veria os poemas espalhados pela casa, lhe surpreendendo pela manhã e a tristeza aumentou ao lembrar de tudo que o rapaz fazia e lhe deixava derretida. João agora fazia parte de seu passado assim como Beta e Helena.


            - Queria que você tivesse aqui, pin... Você ia saber me dizer o que preciso fazer pra consertar a minha vida. Seria tudo tão mais fácil se você não tivesse morrido, Beta... – falou em voz alta, como se a garota pudesse lhe escutar.


            Pensar na ex acalmava seu coração aflito. Era como se a ex-guitarrista fosse um anjo que sempre aparecia quando ela mais precisava. Não podia vê-la e nem senti-la, mas quando estava muito triste e pensava na ruiva, seu coração se enchia de luz, sua mente relaxava e seu corpo não parecia tão pesado como antes.


            Sentindo-se menos tensa e desesperada, finalmente conseguiu dormir.

 


Abriu os olhos e se deparou com um lindo parque. O mais bonito que já vira. As árvores eram grandes e cheias de folhas, o grama era bem verdinha e estava aparada na altura certa. Olhou para trás e viu um lindo lado, onde alguns cisnes nadavam tranquilamente.


            Sem dúvida alguma, aquele era o ambiente mais acolhedor que Pierrot já encontrara em sua curta vida. Fechou os olhos e respirou fundo, sentido como era bom o ar puro, livre da poluição que assola as grandes cidades.


            Começou a caminhar pelo parque, vendo várias pessoas fazerem o mesmo. Algumas a cumprimentavam, outras continuavam conversando. Viu que algumas pessoas estavam deitadas, lendo livros, escutando músicas. Se sentia em paz, como há muito tempo não se sentia, entretanto, sabia que devia procurar alguma coisa e continuou andando.


            Passou por uma árvore que tinha um tronco bem grosso e ia seguindo em frente quando ouviu uma risada bem conhecida.


            - Você já foi mais esperta, Manu. Quando brincávamos de esconde-esconde na nossa infância, lembro que você sempre encontrava todo mundo.


            A escritora sorriu contente e sentou-se ao lado daquela pessoa que tanto amava.


            -Estava com muita saudade! – disse enquanto abraçava aquela garota que ainda continuava ruiva.


            - Eu sei. – comentou sorrindo. – Também sinto muito a sua falta, mas a vida tem que seguir. Agora temos destinos diferentes e precisamos aceitar isso.


            - Eu sei... Aquele nosso último encontro me ajudou muito, Beta. Graças a você consegui dar a volta por cima, consegui me encontrar e descobri que ainda posso amar de verdade.


            - Fico muito feliz em ouvir isso. Sei que as coisas não são tão fáceis na prática, mas a gente precisa tentar, né?


- Você tem razão... – falou séria.


- Mas se bem que você é meio lerda... Deve ser difícil resolver as coisas... – disse Beta abafando uma risadinha.


- Eu que sou a lerda, é feiosa?- respondeu Manu arqueando uma das sombrancelhas.


- O quê? – perguntou a outra fingindo estar zangada.


- Feiosa sim! – cruzou os braços fingindo estar emburrada. – E tem outra... Sempre encontrei todo mundo, mas você nunca conseguiu me pegar no pique-pega! – disse levantando e começando a correr.


            A ruiva também se levantou e começou a correr atrás da ex.


            - Eu vou te pegar, Manu... Já não sou mais aquela garotinha. – avisou em tom brincalhão enquanto ia chegando cada vez mais perto.


            Pierrot olhou pra trás e então Beta pulou sobre ela, fazendo com que as duas caíssem.


            - Não disse que te pegava?Agora me diz quem é a feia? – perguntou fazendo cócegas na garota.


            - Você... – falou com dificuldade devido ao ataque de riso.


            - Sou a feia que você tanto ama, né? – perguntou ficando séria e olhando fixamente para Manu que estava embaixo dela.


            A escritora também ficou séria e então sorriu.


            - Sim... Você sabe que nunca consegui deixar de te amar... E que passe o tempo que passar, nunca deixarei.


            A ex guitarrista sorriu bobamente e antes que pudesse pensar no que estava fazendo, selou suas bocas num pequeno beijo cheio de saudade e amor.



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Notas finais do capítulo

E agora gente, o que a Cinthía vai fazer?? Vai contar a verdade para Manu e por em risco sua amizade? Vai continuara deixando sua prima levar a culpa, ou vai colocar a culpa toda em cima do Batman???? E a Helena, vai finalmente sossegar a piriquita ou vai continuar infernizando a vida da Manu? E a coitada da Beta? Vai conseguir descansar em paz nessa temporada?? (não resisti). Descubra essas e outras respostas nos próximos capítulos de Ilusão, Tentativas & Recomeços, a novela que não tem uma Bahuan Beesha recalcada para tentar estragar sua vida.. e sim meninas.. =D