Strange Kind Of Attitude escrita por Katie Anderson


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Lari fez a maior parte do capítulo, falem com ela :x



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Capítulo 3

– “Lizzie, toque minha baqueta”? Sério que o cara escreveu isso num cartaz pra você? – O Jack perguntou aos risos.

– É, esse foi um dos mais criativos. – Respondeu, orgulhosa.

– Ah, os meus cartazes ficaram sem graça perto dos seus. Acho que minhas fãs vão ter de se esforçar mais um pouco. – Disse Jack, pegando o iPhone e digitando alguma coisa nele enquanto sorria. Jenn esticou o pescoço pra ver o que era, e logo pegou o celular das mãos do garoto, lendo em voz alta:

– @JackAllTimeLow: então, pessoal, eu to aqui com a @LizSKA, e ela acabou de me vencer no concurso Melhor Frase de Cartaz. Vocês vão mesmo me deixar perder?

– Seu filho da… – Lizzie pegou rapidamente seu próprio iPhone, digitando freneticamente. – Há! – Sorriu vitoriosa. Jack tentou pegar o celular de Jennifer, mas parece que ela estava gostando de ficar no meio da discussão.

            – @LizSKA: é guerra que você quer, então é guerra que você vai ter! Pronto pra perder de novo, mané? – Jennifer leu, aos risos. Virou-se pra Jack. – Ela retweetou você, e lançou a competição. Vamos ver se você vai conseguir sair vivo dessa. – Ele tomou o celular da mão dela, com uma certa expressão obsessiva no rosto. Depois de alguns segundos, leu o próprio tweet pras garotas:

– @JackAllTimeLow: nunca brinque com meus fãs, @LizSKA. Está avisada.

Ao que parece, todos estavam se divertindo ali. Bem, quase todos. O jeito que fizeram a gente se sentar não foi um dos melhores. Jack sentava entre Liz e Jenn do lado esquerdo da mesa. Do lado direito estava o Saporta, a Annie, o Alex e eu, respectivamente. Não precisa dizer que o Alex e eu éramos os únicos que não se sentiam nem um pouco à vontade. Annie só tinha olhos pro Gabe, e havia um espaço vazio na minha frente. Então, ou eu e Alex conversávamos ou ficávamos num silêncio mortal. É claro que eu escolheria a segunda opção. Pena que não deixaram isso acontecer.

– Em, conta pro Alex daquele fã maluco em Vancouver!

– Ei, Alex, conta aquela história do Japão pra Emily!

Amigos excelentes os que eu tenho.

Não vou dizer que ficamos no silêncio a noite toda, pois não foi bem assim. Não ajudou nem um pouco sentarmos naqueles sofazinhos e me deixarem encurralada entre a parede e o Alex.

Estava sendo uma noite incrivelmente desconfortável, tanto para mim quanto para ele. Liz, Jenn e Jack conversavam animadamente e o assunto não acabava. Eu duvido que Annie e Gabe tenham visto o tempo passar, eles só pararam de se pegar pra comer. Mas o Alex tentava ser educado, e puxar assunto.

– Então, Em… Emily. Como você tem passado?

Sério que isso era o melhor que ele conseguia fazer?

– Estou bem, Alexander.

– Gostando da turnê independente? Ouvi dizer que vão fazer uma mundial em dois meses.

– É – Respondi seca.

– Na época da Warped. Que pena, vocês vão perder mais uma.

– Não que isso seja da sua conta, não é, Alexander?

Ele revirou os olhos. Simplesmente odiava quando eu o chamava pelo seu nome completo.

– Se você prestasse um pouquinho mais de atenção nas coisas saberia que isso é SIM da minha conta, Turner. Afinal, a All Time Low vai ficar acompanhando a Strange Kind of Attitude durante todo o período da Europa pra divulgação do nosso novo álbum. – Respondeu sério, me fitando.

Calma. O QUÊ?

Todo o período da Europa? 80 por cento da turnê é na Europa! Sério, vou torturar a Hillary até a morte com as baquetas da Lizzie.

Depois de um “Que bom” muito irritado e irônico da minha parte, o silêncio voltou entre nós e sem previsão de sair. Passaram–se cerca de dez minutos até o Alex se irritar e anunciar:

– Cansei, to indo pro hotel. – Disse, passando por Annie e Saporta.

– Eu também. Tchau, gente, to indo pro ônibus. – Também respondi.

Isso chamou a atenção deles. Jenn e Jack pararam de conversar e se olhavam boquiabertos.

– Ouun, Em, espera por nós! – Disse Jenn.

– Não, vocês estão se divertindo. Vocês podem voltar sem mim.

Silêncio entre a mesa. Apenas Gabe olhava pra Annie com cara de confuso e o olhar que ela mandava de volta dizia claramente pra ele não se meter.

– Tá legal. Vocês não estão se divertindo? Então o tio Jack aqui leva vocês até a diversão.

Depois de algumas ligações, Barakat nos disse que um sujeito chamado Mark estava dando uma super festa à alguns quarteirões. Fiquei surpresa. Ao que parece, o Jack conhece Philadelphia muito melhor do que eu suspeitava. Quando chegamos ao local, tudo o que eu consegui dizer era… Wow.

O lugar era enorme. Entramos facilmente, foi só o Jack dizer as palavras mágicas (All Time Low). Eu estava tão irritada com todos eles que mal prestei atenção. Precisava de uma bebida. Alcoólica. De preferência forte.

A Liz, o Gabe, a Annie e o Jack seguiram para a pista de dança. Perdi a Jenn de vista assim que localizei o bar.

– Tequila, por favor. – Geralmente eu bebo vodka, mas as circunstâncias pediam algo mais forte. Minha cabeça implorava, dizendo que não queria sofrer uma ressaca na manhã seguinte. Mas eu não me importei.

Algumas pessoas do meu lado olhavam para mim e sussurravam “Não é a Emily Turner, da SKA?”. Mas ninguém ousou se aproximar. Comecei a me sentir aliviada quando avistei o garçom trazendo a minha bebida.

– Mais uma, por favor. – Uma voz masculina disse atrás de mim.

– O que faz aqui, Gaskarth? – Perguntei, sem ao menos olhar em sua direção.

– O mesmo que você – Ele respondeu, tranquilamente, sentando–se na cadeira ao lado da minha.

– É claro que você não está fazendo o mesmo que eu, idiota. Eu estou numa tentativa (falhada) de te evitar. – Falei, e ficamos calados por um momento, enquanto virávamos alguns copos de bebida. – Sério, eu odeio o Jack. – Falei, finalmente.

O Alex me olhou, provavelmente surpreso por eu estar puxando algum assunto. Talvez fosse o álcool fazendo efeito.

– Ele sabe que eu tenho um show amanhã de manhã e fica me trazendo pra essas festas. – Continuei, já na minha quarta dose de tequila.

– Me desculpe por isso. Se eu não tivesse feito menção de sair da pizzaria naquela hora, talvez não estivéssemos aqui.

– Sempre você pra estragar tudo. – Eu não estava brincando, e ele notou.

Mas ao invés de se levantar, ele simplesmente virou mais uma. A essa altura, já devíamos estar na sétima.

– Você sabe que não é bem assim. – Ele parecia ter ficado ofendido.

Silêncio. O garçom continuou a trazer mais e mais doses de tequila, até ficarmos completamente bêbados para nos importarmos com nossos sentimentos, então começamos uma conversa sem sentido sobre passarinhos.

Até que o Alex se levantou e me chamou pra dançar. Reconheci a música que tocava: “Keep the Change, Your Filthy Animal”. Convencido. Havíamos chegado num ponto em que não lembrávamos nem quantas doses já havíamos tomado. Sem pestanejar, agarrei a mão dele e seguimos em direção à pista de dança.

JENN’S POV

O lugar estava lotado. E os convidados eram bem do tipo das festas que o Jack está sempre presente, mesmo. A (quase) ausência de roupas na maioria das garotas era notável.

Eu não sou muito do tipo de festas. Até gosto, mas é terrivelmente chato ficar sóbria enquanto todos estão bêbados. Hoje seria a vez da Em no rodízio, mas algo me diz que ela já está bêbada.

Estava sentada em um dos sofás, e Lizzie, à minha esquerda, me chamou a atenção. Ela está em pé em cima do balcão de bebidas, dando uma de pingüim e deslizando pelo longo caminho de mármore. Quando ela caiu no chão todo mundo gritou e seu vestido bege parecia mais um vestido furta-cor. Só que muito, muito sujo. Dois seguranças vieram até ela para ver se ela estava bem, e, é claro, provavelmente tirá-la da festa. Mas ela estava tão louca que simplesmente mandou o dedo do meio pra eles, e puxou o mais baixo (que, por sinal, era até bonitinho) levando–o até a pista de dança.

Revirei os olhos. Essa era a Jones. E isso não era nada se fôssemos comparar com o que ela fez numa after party da All Time Low uma vez. Matt nos disse: “Só não sejam presos, e, é claro, não morram.” E Liz conseguiu ir parar na delegacia.

– Eu não sabia que eles eram padres! – É o que ela sempre diz quando tocamos no assunto.

No lado oposto do salão, Jack se aproximava, com um misto de expressões no rosto. Algo como confuso, surpreso e horrorizado.

Assim que me viu, veio sentar ao meu lado.

– Nossa, que cara é essa? Aconteceu alguma coisa? – Perguntei.

– Puta. Merda. – Ele se limitou a dizer. Típico.

Quando eu ia exigir explicações, fomos interrompidos pela Annie.

– Vocês viram o Gabe por aí?

– Erm, acho que lá no meio. – Jack apontou para a pista de dança, meio trêmulo.

Quando ela finalmente se afastou, me virei pra ele.

– Anda, fala. O que aconteceu?

–FLASHBACK ON– (5 minutos atrás)

JACK’S POV

Puta merda, qual é o problema dessa bebida? Será que eu não vou ficar bêbado nunca?

– Jack Barakat, certo? – Uma loira com peitos enormes e um decote de arrasar se aproximou, e veio dançar comigo.

– Bonita blusa. – Sussurrei no ouvido dela, já com as mãos em sua cintura. Finalmente a noite estava começando a ficar boa.

De repente, eu estava no meio de uma rodinha, dançando feito louco com um monte de pessoas desconhecidas e… Ei, o que a Liz pensa que está… WOW! É por isso que eu amo essa garota!

– Ei, Liz! Espera por mim! – Gritei, me livrando da garota que estava pendurada no meu pescoço. Com certeza mais tarde encontraria ela. Aqueles peitos chamavam mesmo a atenção. Estava quase chegando na Lizzie quando o puto do Saporta me interrompeu. O que é que aquele idiota queria?

– Oi Jack – Ele disse, com um sorriso… espera, ele estava tentando ser sexy? Mas que porra… – Vamos dançar! – Ele me puxou pelo braço e me arrastou para pista. Certo. Eu iria precisar de paciência agora.

– Saporta, você está bem? Eu acho que… Uou! Vamos manter uma certa distância, ok? – CARALHO. Que merda é essa? Porque ele está olhando assim pra mim, porra? – Erm, então Gabe, eu preciso ir atrás da… – Como é a DROGA do nome daquela loira. PORRA! – …da Jenn! Isso, da Jenn, então eu já vou…

– Ei Jack – Ele me interrompeu. Viado. – Você está esperando um ônibus? – O QUÊ?

– Gabe. Eu sei que você não é dos mais inteligentes, mas pensa um pouco. NÓS ESTAMOS NUMA FESTA! – Sim, eu reuni toda a minha calma naquele momento. Ele já estava me deixando sem paciência. Será que eu também sou assim quando eu to bêbado? – Porque caralho eu estaria ESPERANDO UM ÔNIBUS, porra? – Ele me encarou.

– Porque você está NO PONTO. – PUTA QUE PARIU. Eu mencionei que o infeliz SUSSUROU ISSO NA PORRA DO MEU OUVIDO? MAS QUE MERDA É ESSA?

– TCHAU, GABE. – Achei melhor me virar e ir embora, antes que a coisa tomasse proporções maiores. O Matt já nos avisou sobre ir parar na delegacia.

Mas… porque diabos a Ann NAMORA UM GAY? Qual é o problema daquela garota? CARALHO! A minha integridade estava em risco esse tempo todo! PORQUE NINGUÉM ME AVISOU DA PORRA DO NAMORADO GAY DA ANN? Porra!

– Nossa, que cara é essa? Aconteceu alguma coisa? – A Jenn me perguntou, quando eu sentei ao lado dela. Vamos ver a opinião DELA sobre o assunto, porque eu mal to conseguindo pensar. CA-RA-LHO!

–FLASHBACK OFF–

JENN’S POV

Eu não conseguia parar de rir.

Entre tantas pessoas nessa festa, NESSE MUNDO, o Saporta resolve ir dar em cima justo do Jack. Claro, super normal.

Ele ainda me olhava horrorizado, o que me fazia rir ainda mais. O Jack é meu melhor amigo, mas a situação é simplesmente hilária. Eu não consegui me segurar.

– Jenn. Você VIU A MERDA QUE ACABOU DE ACONTECER? Nem pra me dar um mínimo de apoio moral?

Coitado do Jack. Quando consegui parar pra respirar, pensei: como a Annie vai ficar sabendo disso? Nós TEMOS que contar pra ela. Ou não, na verdade. Provavelmente o Gabe estava bêbado. A Ann pode viver sem saber desse pequeno detalhe. O único que saiu traumatizado disso tudo, no final, foi meu pobre amigo.

– Porque você não está bebendo nada? – Ele pergunta.

– Está na minha vez do rodízio.

Ao ver que ele fez uma nova cara confusa, continuei.

– É perigoso soltar todas numa festa com bebidas à vontade. Então fizemos uma espécie de rodízio, pra que uma de nós fique sóbria e não nos deixe morrer em algum trágico acidente. E é claro que eu fico no lugar da Lizzie na maioria das vezes. – Ele riu.

            – Como é santa essa minha amiga. – Falou sarcástico e eu ri.

– Você sabe que não. – Gargalhei com algumas lembranças. – De qualquer modo, hoje era pra Emily ser a sóbria, mas a essa altura ela já está bêbada, então…

– Falando em Emily, você acha que ela desconfia de alguma coisa?

Pensei um pouco.

– Ela não é idiota, Jack. Aposto que ela se pergunta o que é tão importante para trazer você e o Alex até Philadelphia. Provavelmente começou a criar hipóteses na pizzaria.

– Eu falei pra gente não criar um mapeamento dos lugares ali!

– Mas de que outra maneira ela iria conversar com ele? – Ele revirou os olhos, e eu estirei minha língua. Todo mundo dizia que eu era detalhista demais. Só porque eu gosto de ter as coisas sempre em ordem! Exagerados. – Além do mais, não era pro Saporta aparecer! Isso dificultou muito.

– Realmente, seria tudo mais fácil se o Saporta não estivesse aqui. – O Jack ainda tremia um pouco. Não pude deixar de rir com isso. – Aquele viado de merda. – Então ele se tocou do adjetivo que deu pro Gabe, me olhou e nós dois caímos na risada. Nunca mais vou olhar pra um ponto de ônibus com os mesmos olhos.

– Hey, você viu a Emily por aí? – Perguntei, assim que recuperei meu fôlego. – Tenho que ficar de olho nela. – Passei os olhos pela pista de dança, em vão.

– Não… – Ele respondeu. – Bem lembrado, preciso ficar de olho no Alex também. Cadê ele?

            Nos entreolhamos. Ops.


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