Strange Kind Of Attitude escrita por Katie Anderson


Capítulo 1
Capítulo 1




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Capítulo 1

(Prólogo)

Os gritos da multidão me acordaram. Mesmo deitada no meu bunk (que ao lado do de Jennifer) com meus fones de ouvido pude ouvi–los claramente gritar meu nome. Não só o meu, como o de Jennifer, o de Lizzie e o de Annie. E, estranho, ouvi muito o nome de Hillary também.

Nosso ônibus balançou. Quando foi que a fama chegou nesse ponto?

– Vamos gente, já é meio-dia! – Gritou Hillary, nossa empresária. – Acordem, vocês têm um show em uma hora!

E lá vamos nós.

– Hillary! A gente mandou você nos acordar meia hora antes dos shows! – Gritou Lizzie por trás do travesseiro.

– Alguém tem uma aspirina? – Minha cabeça estava quase explodindo de dor. Nota mental: Emily, nunca mais se beba na véspera de um show. Por que uma ressaca assim costuma levar mais de uma hora pra passar.

– Eu falei pra gente não ficar tanto tempo na after party, não falei? E também disse para vocês não beberem! – Jennifer se levanta e distribui as aspirinas. A gente devia ter dado ouvidos a ela. Agora a sortuda está andando tranquilamente por aí, com a cabeça super leve.

– Vamos, vamos, vamos! – Gritava Hillary. – Os fãs da Strange Kind of Attitude não vão querer encontrar as integrantes de pijama!

– Ou não, hein? – Disse Annie, sentando-se. – Somos famosas, eles querem a gente de qualquer jeito.

– Haha, engraçadinha. VAMOS! – Gritou novamente. Elizabeth devia estar de mau humor, pois uma baqueta voou em direção a cara de Hillary. Não me pergunte de onde a baqueta veio.

Jennifer era a única que já estava de pé, e escolhia nossas roupas.

– Então… Philadelphia… temperatura amena… – Falava enquanto jogava umas roupas em cima do nosso sofá.

Eu sei, somos preguiçosas por não separarmos nossa própria roupa. Mas Jenn leva muito mais jeito pra isso do que qualquer uma de nós, e ela gosta. Ela conhece o estilo de cada uma, e sabe escolher bem as peças. Exemplo, Annie é uma garota rock–básica, então é comum encontrá–la com seu conjunto habitual short rasgado, T–shirt e tênis. Eu já sou mais folk. O povo acha estranho, afinal, sou vocalista (também toco guitarra rítmica, mas, enfim) de uma banda de rock, e estou lá com meus vestidos e camisas xadrez e botas de todos os tipos, cheias de pulseira e acessórios no meu cabelo. Elizabeth… bem, digamos que ela é uma exceção da moda. As pessoas não ligam muito pra o que ela veste, nem ela mesma por sinal, ela sempre arruma um jeito de modificar o look. Sabe, coisas simples, mas que dão um estilo Lizzie na roupa: dobrar a barra das calças, rasgar um pouco as camisetas… resumindo, ninguém entende o estilo da garota. Mas a maioria gostava. Jennifer… bem, pode–se afirmar que ela é a típica garota que segue a moda. Com um estilo rock–romântico, está sempre nos blogs de moda e costuma ir atrás das tendências. Ela pode parecer mais quieta e certinha, mas não é de jeito nenhum assim no palco. Provavelmente ela é a mais divertida de nós num show. Acho que o fato de ela estar aprendendo uns truques com Jack Barakat pode explicar isso.

Eu me lembro da nossa primeira turnê. Tentamos colocar o mundo nas malas, mas hoje a gente não leva quase nada, sobrevivemos à turnê quase toda com presente que os fãs nos dão.

– Toma. – Jenn entregou uma pequena muda de roupa pra cada uma. – Horário de banho normal. – E seguiu em direção ao banheiro.

O horário era sempre igual, e todas estavam de acordo com isso. Primeiro Jennifer, já que ela era normalmente a primeira a acordar; depois eu, pois eu tinha que ficar pronta um pouquinho antes que as demais, já que eu fazia uma pequena série de exercícios pra aquecimento vocal antes de todos os shows. Lizzie depois de mim, e Ann por último, ela sempre gostava de dormir até mais tarde.

I used to be love drunk, but now I’m hangover. I love you forever, forever is over…– Cantava Jenn no chuveiro. Annie revirou os olhos.

– Argh, eu odeio esse bom humor dela de manhã. – Disse.

– Não tenho problema nenhum com isso. – Respondi. – E geralmente as pessoas reclamam do contrário.

 – É verdade, mas quando você acorda com uma ressaca do caramba, geralmente você quer qualquer vestígio de felicidade excessiva a quilômetros de distância.

Concordei e ficamos em silêncio por alguns minutos.

– Banheiro livre! – Gritou Jennifer, saindo enrolada em duas toalhas. Uma em volta do corpo e outra na cabeça.

Cheguei até o lá e liguei o chuveiro.

Cause every time we touch… – Comecei a cantar. – DROGA! QUEM ACABOU COM O MEU SHAMPOO?

– Desculpa! – Ouvi a voz de Liz. – Usa o meu!

Beleza, eu não gosto do shampoo de Liz. Tipo, nada contra, mas nosso cabelo é com-ple-ta-men-te diferente. O dela é um loiro platinado muito repicado, enquanto o meu é apenas ruivo comprido com camadas. Mas, fazer o quê, né.

            O problema mesmo aconteceu quando meu banho acabou.

– Jennifeeeeer! – Gritei. – Não me diga que você pegou minha toalha de novo!

– Desculpa! Eu esqueci, sério!

– Ah, me devolve, Moore! Eu to toda molhada aqui!

– Não mesmo, to usando! Tá prendendo meu cabelo, não tá vendo?

Na verdade, não tinha como eu ver, já que estava no banheiro, mas decidi ir até ela pra arrancar a toalha da sua cabeça com minhas próprias mãos, se necessário.

Abri a porta e comecei a andar, gritando.

            – JENN! Eu já disse pra você começar a trazer duas toalhas, e você sempre pega…

Não pude terminar a frase, porque Jack Barakat estava bem na minha frente.

Espera, eu mencionei que eu simplesmente saí do banho, sem toalha nem nada?

            – WOW, EM! – Ele deu um sorrisinho malicioso. – Ei Jenn, você não disse que teríamos uma diversão extra por aqui.

– JACK! – Dei um tapa nele com minha mão livre. A outra estava ocupada tentando me cobrir com o cobertor de Jenn. – Sai daqui!

            – Ah, agora que eu comecei a gostar? Você é má, Turner.

            – EM! Meu cobertor tá ficando encharcado! – Jenn brigou comigo.

– Ele estaria seco, se você não tivesse pegado minha toalha, pra começo de conversa!

            – Meninas! – Lizzie nos interrompeu. – Dá pra parar? Já terminou o banho, Em?

– Já, pode usar o banheiro. Jack, tenho que me trocar, SAI DAQUI!

Ele olhou pra Jenn em busca de uma resposta.

– Vá, Jack. Depois a gente conversa. – Ela sorriu.

– Não posso esperar no sofá?

– JACK!

– Tá, até depois! – Ele saiu do ônibus, batendo a porta.

Fuzilei Jennifer com o olhar.

– Eu já pedi desculpa! – Exclamou.

– Jennifer Moore, você sabia que estava na minha vez do banho, pegou minha toalha, o que eu sempre digo pra você não fazer, e ainda deixou Jack entrar aqui sabendo que eu estava tomando banho sem ter uma toalha! – Gritei. – Foi mal, mas não vai dar pra te perdoar tão cedo.

– Mas eu nunca tive a intenção de fazer Jack te ver pelada, você sabe! Eu prometo que NUNCA mais pego sua toalha de novo! ­– Jennifer começou a fazer um bico.

Droga. Eu não sei o que essa infeliz tem que não me deixa dizer não a ela.

– Promete mesmo? – Não acredito que cedi tão fácil.

– Prometo! – Ela sorriu.

– Tá, só porque é você, tá? – Ela me abraçou e eu dei um empurrão nela, já que eu estava ainda molhada e, bem, ela não tinha devolvido minha toalha ainda.

É, depois disso minha raiva se esvaziou.

Em cerca de vinte minutos estávamos prontas e indo em direção ao palco, o público nos esperava.

– E aí, Philadelphiaaaaaa? – Gritei, ao pegar o microfone.

– Foi o melhor show de todos. – Disse Jenn.

– Jennifer, você diz isso de TODOS os shows.

– É porque todos os shows são ótimos, Lizzie. – Disse encerrando o assunto.

Voltamos ao ônibus com Jenn e Liz discutindo. Jack nos esperava na porta.

– Jack! – Jennifer foi falar com ele.

– Oi garotas. – Ele piscou pra mim. – Em, vejo que está vestida agora.

PAF!

Ouch! – Disse, alisando o braço. – Ok, parei.

– Jack, você não presta mesmo. – Revirei os olhos.

– Então, como foi o show?

– Maneiro, público animado. – Respondeu Annie. – Mas estamos mortas de fome.

– A massa de panquecas acabou. – Disse Liz.

– Faz mais. – Respondi.

– Não dá, os ovos também acabaram. – Lizzie era nossa “chef de turnê”. Não era a melhor cozinheira do mundo, mas era beeeeem melhor que eu, Ann e Jenn juntas, que conseguíamos queimar até água.

– Acho que tem uma Starbucks por aqui. – Disse Jack, olhando pra mim. Céus, como ele é irritante. – Eu pago.

Tá, talvez não tão irritante assim.

– Ok. ­– Respondi, e começamos a andar.

Sentamos numa mesa ao fundo, procurando o mínimo possível de atenção, enquanto Annie foi fazer nossos pedidos.

– E a turnê? Como anda? – Jack perguntou.

– Cansativa e os momentos livres são tediosos. – Jennifer respondeu.

– Sinto falta das Warpeds.

– Eu também. – Jack respondeu e Jenn e Liz concordaram. – Era sempre uma festa atrás da outra.

– Falando em turnês, o que você faz aqui, hein Jack? – Perguntei. – Em Philadelphia? Alguma turnê?

– Não, tive algo pra resolver aqui. Aí eu lembrei que a segunda melhor banda do mundo estava por aqui e vim fazer uma visita.

Lizzie o olhou séria e levantou a sobrancelhas.

– Tá, mentira. Eu vi um cartaz na rua anunciando um show. Minha vinda foi pura coincidência. – Rimos. – Mas eu tenho mesmo coisas pra resolver.

– Somos a melhor banda do mundo, não a segunda. Isso cabe ao All Time Low, Jack.

– Haha. – Ele consultou o relógio. – Eu não tenho muito tempo agora, mas topam sair pra jantar mais tarde?

Annie Baker juntou-se a nós, com uma bandeja cheia de comida.

– Caramba Jack, nós nem tomamos café-da-manhã e você já está falando de jantar? – Annie perguntou. – Tem algo aí dentro da sua cabeça além vento ou comida? Não entendo como é tão magrelo.

– Olha quem fala, consigo ver suas costelas por baixo dessa sua camiseta justa.

– Bem, não sou eu quem… – Começou. Annie e Jack discutem o tempo todo. Jack é divertido e uma ótima companhia, mas consegue passar do limite de qualquer um quando quer ser irritante. Annie também é legal e compreensiva, mas é cabeça-dura e orgulhosa demais, e nunca consegue ignorar as idiotices do Jack. Juntar os dois nem sempre é a melhor opção.

– Ok, VAMOS PARAR. – Interrompi com a boca cheia de waffles. – Claro Jack, vamos sair pra jantar depois. Temos uma reunião com Hillary e o pessoal da gravadora às 5, mas estamos livres depois disso.

– Lá pelas oito, então?

– O que você tem em mente? – Jenn perguntou.

– Sei lá, pizza? Conheço uma pizzaria maneira por aqui, posso passar pra pegá–las.

– Topamos. – Disse Jenn enquanto tomava seu frapuccino.

– Perfeito. Nos vemos de noite?

Assentimos.

– Ótimos, eu e Alex nos encontraremos com vocês na frente do ônibus. 

– Espera. – Interrompi. – Alex está aqui?

Não. Não podia ser.


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