Sister Of Elena,angel For Damon escrita por Cloto


Capítulo 2
Minha nova irmã é um furacão




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Elena estava sozinha em casa,mesmo com Stefan falando que ela não estava muito segura sem ninguém ao lado dela com Klaus por aí,e coisas do tipo,mas ela não prestou muita atenção.

Estava com a batedeira ao máximo enquanto batia a massa do bolo e se concentrou no barulho da máquina,que abafava seus já conturbados ao extremo pensamentos.

Um toque de campainha insistente a desconcentrou e ela foi até a porta.

Uma garota bem jovem,de cabelos e olhos castanhos vestida com uma calça jeans,botas pretas e jaqueta de motoqueiro da mesma cor estava do outro lado,com a expressão impaciente.

–Olá.

–Elena Gilbert?-disse ela,sem se apresentar.

–Sim.Quem é você?

–Angela Gilbert.Você saberia me dizer a localização de Johnatan Gilbert?

–O John?-disse ela,se sobressaltando-Mas o quer com o John?

–Só avisar que a minha mãe morreu.-disse ela,não parecendo triste pelo o que falou-Afinal,ele deve aparecer no enterro da mulher com quem me gerou,não é?

–John é seu pai?-Elena estava prestes a desmaiar.

–Você tem algo contra esse fato?

–Angela...John morreu.

Ela apenas franziu a testa,continuando com a expressão um tanto quanto indiferente.

–Bom,ao menos me poupa algum trabalho.

Elena nem acreditou que ela disse isso,mas Angela já estava dando as costas quando Elena disse:

–John também é meu pai.

Angela ficou paralisada por um segundo e sua coluna enrijeceu,e ela virou o rosto para Elena.

–Deixa eu adivinhar...Filha bastarda?

Elena assentiu.

–O irmão dele me adotou junto com a esposa.-resumiu ela.

–É típico do John deixar a filha jogada em algum canto com o primeiro que aparece e ir embora.

–Ei,o John não é assim!

–Não?Então ele cuidou de você,te mandou presentes,disse que te amava,ouviu sua primeira palavra ou te viu dar o primeiro passo?

–Érrrrr...Não.

–Ele te protegeu nos momentos em que mais precisava?Foi até seu quarto quando você estava com medo te tranquilizar e falar que tudo estava bem?Contou histórias ou leu livros para você dormir?Ficou feliz com o seu abraço de Dias dos Pais?Você ao menos já deu um presente do Dia dos Pais para ele?

–Não.

–Então ele te largou em um canto com o primeiro que apareceu.E esse primeiro que apareceu que cuidou de você,que criou,pôs na escola e deu roupa,comida e atenção é o seu pai,não o John.

–Mas...

–"Mas" não existe desculpa no mundo que justifique você abandonar uma criança.

Elena suspirou,derrotada.

–Por que não entra?

Angela entrou tão bruscamente que acabou gerando uma pequena brisa que levantou o cabelo de Elena.

–Venha.

Ela se sentou em uma cadeira da cozinha e Elena se sentou na outra.

–Quem é a sua mãe?

–O nome dela era Maria Mazzieri.Quem criou você?

–Robert Gilbert e Meredith Sommers.Depois eu e o meu irmão viemos morar com a tia Jenna.

–Irmão?-Angela já iria falar algo que não prestava quando Elena a interrompeu.

–Calma.Eu digo irmão,mas é meu primo.Ele é filho de Robert.

–Então menos mau.Você teve sorte de arranjar uma família que te quisesse.Sabe quem é a sua mãe?

Ela fez que sim com a cabeça.

–Deixa eu adivinhar...Ela é uma mulher detestável,mesquinha e egoísta?

–Como sa...

Angela simplesmente revirou os olhos.

–A história sempre se repete.

–Do que sua mãe morreu?

Angela ficou com a cara ainda mais fechada.

–Cirrose hepática misturada com overdose e uma crise com um tumor de câncer no pulmão.

Elena logo se sentiu culpada por ter perguntado algo desse tipo.

–Ai meu Deus,me desculpe!Eu não sabia!

–Tudo bem.Eu já vou indo e...

Angela ficou quieta e pegou a faca,virou para trás e a encostou no pescoço do rapaz mais bonito que já tinha visto na vida.

–Oi.-disse ela.

–Oi.Quer tirar essa faca do meu pescoço?

–Você não devia invadir a cada dos outros.-comentou ela.

–Angela,está tudo bem,é só o meu cunhado,Damon.

Ela logo baixou a faca e a colocou de volta ao seu lugar na mesa.

–Você não devia entrar na casa dos outros assim,Demônio.

–É Damon.-corrigiu ele.

–Tanto faz.

Ela já estava saindo quando Elena a chamou.

–Angela?

–O que foi?

–Volte aqui um dia se quiser.

–Tudo bem.Eu volto.

Ela fechou a porta,que fez um barulho estrondoso muito irritante.

–Criaturinha adorável.Quem era?

–Bem...Parece que ela é minha irmã.

–Irmã?

–John.-disse ela,como se aquela palavra explicasse tudo e ele realmente entendeu.

–Ah,bom.Passei por aqui para avisar que Klaus não pode mais te usar no ritual.

Ela respirou aliviada,mas mesmo assim perguntou:

–Por quê?

–Por que precisa de duas doppelgängers,não de uma.

–Menos mal.Onde ele vai arranjar outra?

Ele deu de ombros.

–Stefan me ligou e pediu para te avisar.Devo dizer que estou impressionado com a confiança que ele tem em mim por me deixar sozinho com você na sua casa.

–Stefan não confia em você,confia em mim.-disse Elena,revirando os olhos-Ele sabe que não vai acontecer nada.

–Não mesmo?

Ele pôs a mão no rosto dela,mas Elena o repeliu com um tapa e um olhar gelado.

–Não.Não mesmo.Obrigada pelo aviso e agora tchau.

–Que frieza...

–Tchau.-disse ela,voltando para a batedeira.

***

Todos os olhares saíram do caixão e se dirigiram a Angela,que começaria o discurso sobre a sua mãe.

Alguns olhares eram de pena dela,alguns de repulsa,outros de deboche,sem contar o olhar de inveja de algumas meninas e o cobiçoso de alguns meninos.

Angela respirou fundo e pefou o microfone.

Normalmente,quando a mãe de uma pessoa morre,essa pessoa irá no enterro falar o quanto essa mãe foi importante para ela,o quanto criou,amou,educou,e quanto se sacrificou pela família.Mas eu,Angela Gilbert,filha de Maria Mazzieri,não posso falar a mesma coisa.

Algumas pessoas ficaram boquiabertas de choque e Angela sorriu falsamente para elas.

Eu não serei hipócrita para falar que ela era um exemplo.E só por que todos nessa cidade são hipócritas na hora do enterro de alguém não quer dizer que eu vou ser também.

Mais expressões chocadas,mais pessoas boquiabertas.

Todo mundo sabe que ela fumava,bebia,se drogava e se prostituia para pagar seus vícios.E todo mundo sabe que se ela está no caixão agora em vez de levar uma vida saudável de uma mulher de 39 anos é por que ela quis terminar assim,por que se não quisesse não teria sido uma viciada para começar.

Angela começou a recitar os nomes dos clientes fixos de sua mãe, para espanto de todos ali presentes,já que eram nomes conhecidos de pessoas casadas e "de respeito".

Ela limpou uma pequena lágrima que teimou sair de seu olho quando continuou.

A minha vida era um inferno.Eu vi minha mãe enfiando agulhas no braço ou enchendo a cara,saindo com homens sem nem entender o que ela estava fazendo,rezando para que meu pai aparecesse,vendo ela se destruindo tanto moral quanto fisicamente.E depois ela vinha até mim querendo me abraçar,me pedindo perdão.

Angela começou a tremer,mas não foi de tristeza,foi de raiva.

Eu sofri maus-tratos na escola por ser "filha da vadia" e ninguém considerava o fato de que eu não sou a minha mãe e não aprovava o que ela fazia.Por que eu teria dito que eu não aprovava se alguém tivesse a decência de perguntar.

Algumas cabeças entre os mais jovens abaixaram.Ninguém esboçava uma reação,nem cogitava arrancar o microfone das mãos dela.

Angela continuou.

Se alguém estivesse realmente incomodado,teria ido até a polícia e a denunciado.E eu teria ido para um abrigo ou um orfanato,pois até mesmo esses ambientes são melhores que a pocilga que eu obrigada a chamar de casa.

O xerife se encolheu com o olhar duro dela.

Eu suportei os olhares de reprovação de cada um,suportei ir até escola todo dia sabendo que eu apanharia na hora do recreio ou teria a comida que eu mesma tinha feito roubada,mas até isso era melhor que chegar em casa e ver a minha própria mãe tendo uma crise por causa das drogas.

Mais olhares culpados de todos ali se sucederam.

Eu cresci,trabalhei,me defendi e aos doze anos defendi a minha mãe de uma tentativa de assassinato do ex-cafetão dela,que por acaso é o prefeito da cidade aqui presente.

Todos ficaram mais chocados ainda.

E assim fui defendendo a nós duas até que finalmente fiz meus 18 anos e fui embora a uma semana.E onde ela está agora?Ah,sim, nesse mesmo caixão.Ela morreu como queria:drogada,bêbada e jogada em uma cama de hospital sem ninguém ao lado dela.Por que se ela não quisesse,não teria sido uma viciada,como já disse antes.

Angela deu outro sorriso,já terminado o seu discurso.

E por isso desejo do fundo de minha alma que se existir vida após a morte ela esteja em um inferno tão grande quanto o que fez da minha vida.E também desejo que vocês,cidadães responsáveis e muito exemplares,não esqueçam o grande exemplo da vadia que foi a alegria de muitos homens e até de algumas mulheres dessa cidade.E também que quando colocarem a cabecinha em um travesseiro macio,não esqueçam que tem pessoas no mundo que tiveram uma vida miserável.

Angela sorriu para eles,boquiabertos,e jogou o telefone no chão, saindo do cemitério e pegando a sua moto Harley-Devenson preta.

Pôs o capacete preto na cabeça,a mochila nas costas e a montou.

Logo estava saindo da cidade e ganhando a estrada,mais leve do que nunca havia estado,leve como o vento que agora balançava o cabelo dela.


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