_ Me escute! Eles precisam treinar, precisam ser preparados!

_ Atena, eu já lhe respondi, um bilhão de vezes, por sinal, que NÃO.

_ Ela está certa, Zeus. Quer que mandemos nossos filhos para uma batalha sem que eles nem conheçam seus inimigos e aliados?

_ A questão é que nem precisamos mandá-los para a batalha, Poseidon!- Zeus exclamou.

_ Primeiro: Os inimigos não vão recuar só porque você não quer enviar nossos filhos para a batalha, isso é óbvio. Segundo: De qualquer maneira, Percy está sempre envolvido, ou seja, o louco vai dar um jeito de se atirar de cabeça na guerra. Ele e os seus planos idiotas e “infalíveis”... Humpf.

_ Olha como fala do meu filho!- Poseidon se enfureceu. – Para início de conversa, quem bola os planos idiotas é a sua filha.

_ Como você se atreve?? – Atena colocou o dedo na cara do deus dos mares.

_ CHEGA, seus grandes tolos!- Zeus berrou.

Atena e Poseidon não gostaram muito, olharam feio para Zeus, mas se calaram.

Fez-se, durante algum tempo, silêncio. Os três deuses olharam para o horizonte, o sol já começava a baixar, o laranja e o vermelho se extinguiam, enquanto o azul-escuro começava a tomar conta do céu.

_ De qualquer modo - Zeus quebrou o silêncio. -, creio que vocês me convenceram parcialmente, apareçam no Acampamento Meio-Sangue e vão ao encontro do oráculo, se ele...

_ O oráculo é uma garota, Rachel, lembra-se?- Poseidon interrompeu. Atena lançou um olhar de como você é burro ao deus dos mares.

_ É, é. Que seja!- Zeus irritou-se. – Enfim, vão ao encontro do oráculo e, se ELA fizer uma profecia, vamos fazer do jeito de vocês, ok? Se não fizer, faremos do meu jeito. Combinado?

Os dois deuses assentiram.

_ Ótimo. – Zeus falou. – Agora, vão!

Poseidon e Atena estalaram os dedos e desapareceram.

Era um dia tranquilo, para os padrões do Acampamento. Acabava de terminar um jogo de Caça a Bandeira. Caçadoras versus Campistas.

Percy Jackson erguia acima de sua cabeça uma bandeira azul, comemorando como um doido. A julgar por esse ato, os campistas venceram. Quíron aplaudia em um canto, educadamente, mas não conseguia conter um imenso sorriso, afinal, os seus aprendizes haviam vencido!

Thalia Grace saia do rio, totalmente encharcada, mas sorria e aplaudia o desempenho do primo, Percy. Os dois haviam duelado e ele levara a melhor. Uma luta realmente perigosa: raios contra água.

De repente, saindo do nada, apareceu uma garota loira, de olhos cinzentos e intensos, devia ter uns dezesseis anos. Ela pulou no pescoço de Percy, fazendo-o soltar a bandeira azul. Ele a girou no ar.

_ Vencemos! Graças a você, Cabeça de Algas!- Annabeth cantarolou.

_ Que nada. - Percy corou levemente. - O seu plano foi brilhante, nunca vi estratégia melhor, Sabidinha!

A garota deu um sorriso meigo, que o garoto retribuiu segurando-a nos braços.

_ Percy, me soltaaaaa!- Annabeth gritou.

_ Não estou com muita vontade, sabe...

_ Perseu Jackson, largue-me. Agora. – a garota falou pausadamente e com um ar de riso.

_ Ih... Chamou pelo nome completo. - Travis Stoll, filho de Hermes, que estava sendo lançado no ar pelos irmãos, caçoou - Ferrou, Percy.

_ Vamos, Percy, solte-me!- Annabeth implorou novamente.

_ Nem...

_ Olha aqui, filho do pescador,... - Atena apareceu diante deles, furiosa.

_ Ei!- Poseidon e Percy exclamaram, indignados.

_... Quando a minha filha lhe disser que é para colocá-la no chão, coloque-a, entendido?- Percy assentiu, sem jeito. – Pelo que vejo Annabeth ainda não está no chão.

O semideus largou a garota no gramado, que se espatifou, devido à falta de cuidado do garoto.

_ Percy!- Annabeth gritou com raiva.

_ Desculpe, Ann. – Percy ajudou-a a se levantar. – Foi um acidente...

Tal pai, tal filho. – Atena pensou, enquanto revirava os olhos.

Quíron chegou até o local. Os demais campistas olhavam a cena com curiosidade.

_ Atena, Poseidon, aqui devo a honra da visita?- Quíron curvou-se.

_ Precisamos ver o oráculo. - Poseidon respondeu. - Onde está Rachel?

_ Em sua caverna.

Os dois deuses rumaram para lá, arrastando os filhos e discutindo durante o caminho.

Chegando lá, Atena virou para Poseidon e disse com ar de quem estava lidando com uma criança encrenqueira.

_ Eu faço as perguntas, ok?- ela disse com um sorriso que não conseguira conter.

Poseidon não respondeu, mas a deusa não precisava de uma resposta. Ela entrou primeiro, seguida pelo deus e pelos os dois semideuses.

_ Quem está aí?- ouviu-se uma voz assustada.

_ Sou eu, Annabeth, junto com Poseidon, Atena e Per...

_ Percy!- a ruiva saiu do escuro e abraçou o pescoço de Percy com uma força descomunal, sufocando-o.

_ Ra-Rachel... Você está... Está me sufocando... - a voz do garoto estava rouca.

Rachel soltou um gritinho e soltou o semideus.

_ Perdoe-me, Percy.

_ Tudo bem. – Percy estendeu os braços e a garota voltou a abraçá-lo, com menos força, dessa vez.

Annabeth olhou a cena com uma fúria gigante. Seu estômago embrulhou e uma criatura lá dentro rugiu em protesto.

_ Já chega, ok?- a loira disse, a raiva visível em sua voz.

Percy se separou rapidamente de Rachel e olhou para Annabeth com um olhar indagador e com as sobrancelhas erguidas. A ruiva corou muito e mandou um olhar dizendo desculpa mesmo para a loira.

_ Não se esqueça do porquê de estarmos aqui, Perseu.- Annabeth deu a Percy um olhar gélido.

_ Minha filha tem razão. Rachel...

Só que, antes de Atena terminar a frase, uma névoa verde invadiu o ambiente, ouviu-se a uma voz, que, definitivamente, não era de Rachel, saindo da boca da ruiva.

_ Para a escola dos deuses cinco semideuses devem ir.

Três filhos dos grandes, uma filha da sábia e um filho do ladrão.

Logo, outros cinco, desconhecidos e diferentes, irão chegar.

Mas os dez não ficarão sozinhos,

a ponte aparecerá, brilhando, e sacrificará muita coisa.

Uma indesejada no caminho da Caça também não faltará.

Os dois inimigos estão unidos

e só vão ser derrotados quando os dois mundos fizerem o mesmo.

Rachel terminou de falar e caiu dura no chão. A névoa verde começou a se extinguir, mas, novamente, a ruiva abriu a boca, soltando ainda mais fumaça.

_ Na bola de cristal, os outros cinco e seus aliados aparecerão. – dizendo isso ela, então, desmaiou nos braços de Percy.

_ É melhor a levarmos para a área hospitalar. – Percy disse, erguendo a ruiva nos braços.

_ Que seja. – Annabeth falou e saiu da caverna.

Poseidon fez um gesto e Rachel desapareceu dos braços do filho.

_ Onde é que ela foi?- Percy perguntou assustado.

_ Para a enfermaria. – Poseidon esclareceu. – Agora, vá atrás de Annabeth.

O semideus agradeceu o pai silenciosamente, pelo olhar, e saiu correndo.

_ Tem hora que você adora bancar o cupido, né?- Atena perguntou, arqueando as sobrancelhas.