Algo extremamente macio passeava pelo meu rosto, era como se tentasse desenhar todas as minhas feições. Eu já estava acostumada a acordar assim. Henry, meu filho de recém-completos 5 anos, acordava todos os dias e vinha para o meu quarto me acordar. Esse era o nosso momento, o resto do tempo ele passava pendurado às costas do pai, como se decorasse todos os atos de Jake para tentar reproduzi-los mais tarde. Eu achava isso lindo, mas não posso negar que as vezes o ciúmes me pegava, afinal... Aquele era o bebê que durante nove meses eu carreguei.

Não haviam se passado nem cinco minutos, Henry já estava empoleirado no meu peito aproveitando para dormir mais um pouco quando a porta se abriu. Era Rachel, a princesa da casa. Senti a cama se mover e um beijinho foi deixado em meu braço, que estava fora do edredom. Rachel tem 4 anos e assim como Henry, vem até minha cama todas as manhãs, a diferença é que só me dá um beijinho e se acomoda no peito do pai.

Passados o que pareciam horas, eu saia da cama levando Henry comigo. Nós íamos ao banheiro, ele me contava tudo o que havia sonhado e feito no dia anterior junto ao pai (algumas coisas me deixavam preocupada, mas eu confiava em Jake e sabia que ele não deixaria que Henry se machucasse mais que uma criança normal). Nós dois descíamos as escadas e arrumávamos o café da manhã. Logo que terminávamos entravam na cozinha um Jake com a cara amassada e sonolento e uma Rachel já ligada nos 220 v, ela havia puxado à Alice, isso era um fato.

Nós tomávamos o café da manhã sempre juntos. Às vezes até Nessie, que ainda me chama de mãe, o que deixa tanto Bella como Rachel e Henry enciumados, se juntava a nós.

Eu via meu pai e minha mãe todos os dias, de tarde. Eles passavam aqui para ver os netos, enche-los de presentes e tentar me persuadir a voltar para casa. Em NOVE anos de casada meus pais ainda não se conformaram que eu saí de casa. A guerra entre lobos e vampiros deixara de existir. Todos tinham transito livre tanto na reserva quanto em Forks.  

Depois do café, Jake normalmente ia se encontrar com os meninos na casa de Sam e levava Henry com ele.

Terminar o ensino médio fingindo ser mãe não foi nada fácil. Tudo o que aprendi naquele ano me ajudou muito nesses anos de casamento. Me formei em Designer visual e isso ajuda bastante em me manter sempre próxima da minha família. Alice criou uma marca de roupas que já está famosa e eu faço os slogans das coleções.

Nos reuníamos todos os domingos para um almoço em família (ou seria um quase almoço?) As crianças corriam pelo enorme pátio da mansão sendo perseguidas pelo avo e pelos dindos. E é assim que passamos os dias.

Não posso dizer que será pra sempre, pois no meu mundo as coisas um dia acabam, mas será perfeito enquanto durar. E, sinceramente, pra mim isso basta!