Nossos carros chegaram no domindo e depois daquele fim de semana eu não precisei mais raptar o carro da minha mãe para sair. Hoje já era sexta-feira de novo e eu saia da casa de Marie. Na rua dela havia um bar, então era bem difícil de conseguir um espaço para estacionar, eu só consegui um há 5 minutos da casa dela. Quando estava abrindo a porta do carro, ele apareceu.

- DESGRAÇADA, ELA MORREU POR CULPA SUA! VOCÊ MATOU A MINHA ANNE!- Ele agarrou meus ombros me prensando contra a lataria e me sacudia.

-James, para. Eu não fiz nada.- A cada batida contra o carro eu sentia um pouco mais de dor.

-FEZ, FEZ SIM. ERA A MINHA ANNE, VOCÊ NÃO TINHA DIREITO DE MATÁ-LA!

- Você tá me machucando! – Eu estava apavorada, eu sabia do que James(Meu pai biológico) era capaz, ainda mais quando estava bêbado.

- VOCÊ AINDA NÃO VIU NADA, TÁ MACHUCANDO É? EU VOU MOSTRAR O QUE É MACHUCAR DE VERDADE. - Ele levantou a mão, eu fechei os olhos esperando o tapa, mas ele não veio e o aperto em meus ombros foi substituído por um toque gentil... Rose.

Assim que senti Rose com a mão em meu ombro, me joguei em seus braços, eu não podia acreditar no que ele me dissera, mas as palavras continuavam bailando em minha mente. Eu soluçava, mas então lembrei que James estava ali. Olhei através dos ombros de Rose, Emmett e James discutiam, James tentava a todo custo avançar em mim ou socar Emmett, mas óbvio que ele não conseguiria nenhum deles!

Lidar com James exigiu muito do controle e paciência de Emmett, mas ele se saiu muito bem. James acabou sendo conduzido pela polícia para casa, teve sorte que Rosalie estava muito ocupada tentando me acalmar para denunciá-lo por agressão. Fomos para casa, Rose dirigia meu carro e Emmett ia no Jeep.

Naquela noite, durante o banho eu chorei muito, mas decidi que de nada disso adiantaria, agora o que me restava era seguir com a minha vida e esquecer que James algum dia fez parte dela, eu sempre me referiria à Anne ( minha mãe biológica) com saudosismo já que ela deu a sua vida para que eu vivesse, seria como um anjinho da guarda, algo que alguns dizem que existe, mas a gente nunca viu. Dormi embalada pelo meu pai, com minha mãe cantarolando uma cantiga de ninar.

O acontecimento não abalou em nada o fim de semana, os meninos tentavam jogar uno no sábado, mas fracassavam com Edward ouvindo em suas mentes as jogadas futuras. Meu pai insistia para que eu jogasse também e eu até participei de umas rodadas, ganhei duas, acho que ter a mente bloqueada e prática em esconder os sentimentos ajudou. Jasper arriscou jogar xadrez com Alice, mas desistiu já que na segunda jogada ela venceu. Ver Edward e Alice jogando Poker foi no mínimo hilário, as caretas que eles faziam para manter suas jogadas escondidas eram impagáveis.

No domingo não fizemos nada, ficamos na sala, ouvindo Alice reclamar de tédio.O céu desabava do lado de fora. Eu estava deitada no colo do meu pai e sentia minha mãe mexer em meu cabelo, Bella estava com Edward no outro sofá, enquanto Alice e Jasper estavam na poltrona. Esme continuava em sua eterna faxina em alguma parte da mansão. Carlisle ainda não havia voltado do plantão. Quando Alice tentou me arrastar para que ela brincasse de Barbie, Emmett fechou a cara e apertou o abraço que mantinha em volta de mim, até Rose se negou a deixá-la me levar. Eu que não ia me manifestar, estava adorando ficar ali deitada, recebendo cafuné... Era o paraíso.