Quem Foi Que Disse? escrita por Soquinho


Capítulo 2
02


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo meeeeus amores!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/178229/chapter/2

POV Annabelle.

13h08min p.m

Estava fazendo a lição de casa tranquilamente quando ouço a porta do quarto ranger.

- Filha! Tenho que te contar uma coisa! – Minha mãe entrou saltitante no meu quarto e com uma voz super empolgada.

- O que é mamãe? – Perguntei sem estar interessada, ela revirou os olhos.

- Hoje de noite teremos um jantar com a família do Lucca e temos que deixar essa casa um brinco ok?! – Parei de prestar atenção quando ela pronunciou o nome Lucca, será que a minha própria mãe não sabia o que esse garoto fazia de mim no colégio?

- Mãe a senhora vai chamar o Lucca? Esse garoto inferniza a minha desde que eu nasci só porque eu sou uma esquisita e não tenho nenhum amigo. – Falei e ela deu de ombros.

- Belle esse problema é entre você e ele e não tem nada a ver com o jantar de hoje, então trate de se arrumar bem e dar um belo sorriso quando seus tios e o seu primo chegar. – Disse dando ênfase naquela palavrinha que eu odiava ouvir, primo. Porque justo eu teria que ser da família desse inútil, isso só pode ser carma.

Não falei nada, apenas expulsei a minha mãe do quarto e afundei na minha cama com ódio, iria agüentar zoações durante uma boa parte da noite mais tudo bem é só eu permanecer forte que isso logo acaba.

(...)

- JÁ TERMINOU ESSE BANHO ANNABELLE? – Minha mãe berrou lá debaixo fazendo com que eu socasse a parede com braveza.

Nem dei ouvidos a sua pergunta imbecil, enrolei-me na toalha e fui vestir uma roupa qualquer. Eu não tinha uma roupa bonita para nenhuma ocasião suspirei triste e tirei de dentro do armário uma blusa largada cor azul e uma calça normal, deixei o meu cabelo sob o rosto e desci do quarto a caminho da cozinha. Vi o meu tio Bradley conversando com o meu pai sobre jogos de futebol e a minha tia Marie conversando com a minha mãe sobre beleza.

Já que eu não me encaixava em nenhuma conversa, fui sentar no terraço só que dei por falta de alguma pessoa. O Lucca não estava presente mais eu também não liguei muito, meus olhos começaram a passear sobre o bairro até que os centralizei em um casal de namorados que se beijavam apaixonadamente escorados em um poste, fiquei triste por nunca ter beijado alguém ou muito menos ter tido um namorado. Continuei os fitando até que percebi que eram duas pessoas conhecidas.

A vaca da Emily que estava se engolindo com o Lucca, levantou-se um ódio sobre o meu corpo e eu pude sentir meu sangue ferver isto nunca havia acontecido. Saltei da cadeira surpresa e transformei a minha mão em um leque.

Eles pararam de se beijar e me perceberam ali virei o rosto desconcertada e ouvi passos se aproximarem, eu queria sair dali, mas algo me impedia.

- Acordada essa hora Annabelle? Achava que todos os nerds dormissem cedinho ouvindo a mamãe contar histórias infantis e canções de ninar! – Emily me humilhou e eu escutei a risada debochada do garoto inútil.

A minha raiva falou tão mais alto que eu acabei soltando a voz.

- Eu que achava que vocês patricinhas dormissem mais cedo para manter essa cara de anjinho porque se não fosse os seus sonos de beleza essa tua cara aí estaria um caco parecendo o rosto do demônio. – Soltei as palavras de forma ríspidas e ela se espantou.

- Olha como você fala comigo garota, eu não sou a sua chacota não!

Ela segurou fortemente a gola da minha camisa fazendo-me ficar um pouco sufocada.

- Agora abre essa porta que nós queremos entrar. – Lucca chutou o portão com força e eu abri, eles me empurraram fazendo com que eu caísse na cadeira. Abaixei a cabeça triste mais logo resolvi entrar antes que a minha mãe me matasse.

- Sabe Janeth eu estava pensando seriamente em fazer a festa de 17 anos do Lucca, quero que seja uma festa de arromba só que não temos um local para fazer! – Titia Marie falou e eu só fiquei atrás da porta ouvindo a conversa.

- Porque vocês não fazem aqui em casa? Temos a garagem e o quintal que é super espaçoso e dá para montar uma grande festa de adolescente! – Minha mãe palpitou e o meu coração acelerou de medo.

- É mãe! Concorda por favor, se eu fizer a festa aqui na casa da tia Janeth vai ser mesmo uma festa adolescente.

Lucca falou e me fitou de soslaio com um sorriso maléfico, minhas pernas tremeram. Saí de trás da porta e entrei na sala como se não tivesse escutado nada e fui em direção a cozinha não olhando para ninguém.

Assim que adentrei na cozinha deu uma enorme vontade de lançar um prato sobre a janela e ouvir o barulho dos estilhaços do vidro cair no chão. Essa festa com certeza será uma daquelas de arromba mesmo e sabe por quê? Porque vão me arrombar toda, vou ser humilhada por todos, queria muito fugir na hora da festa mais não vai dar por causa da minha mãe.

Todo mundo entrou na cozinha para o jantar. Correu tudo bem e até demais, eles finalmente foram embora e eu pude ir dormir para a minha felicidade, entrei no meu quarto e fui logo em direção ao banheiro.

Tomei uma ducha demorada e quente para processar tudo mais era difícil a festa já será no sábado e eu já sinto que algo macabro irá acontecer.

(...)

07h03min a.m

Rabiscava uma folha qualquer que tinha arrancado do meu caderno, desenhava um lugar diferente e que parecia com o meu sonho. Isso ainda não era uma hora para estar no colégio, pois ainda estava muito cedo. O tempo passou e infelizmente todo mundo chegou, a merda do sinal soou e todos entraram.

As primeiras aulas acabaram como um furacão e o sinal tocou anunciando hora do lanche estava morta de fome então resolvi pela primeira vez ir lanchar.

- Ora ora hoje você está com fome é cabeçuda? Pelo visto você hoje está com fome, mas eu vou te avisando que lá na cantina não tem doces para você atacar não e sim só tem verduras e frutas! – Lucca me humilhou na frente de todos enquanto eu caminhava com certeza ele queria dizer que eu sofria de bulimia e tudo isso porque na minha infância eu acabei tendo esse problema.

Empurrei-o com os olhos marejados e corri para o banheiro e tranquei-me no mesmo. Tirei de dentro do bolso da calça um pequeno estilete, furei o meu pulso com o mesmo causando uma dor horrível e uma perfuração profunda. O filete de sangue começara a derramar pelo chão, chorava enquanto fazia aquilo sabia que a mutilação era algo extremamente errado mais eu precisava de alguma cosia para afundar as minhas mágoas.

Parei de me cortar e fui para a enfermaria, até que alguém, ou melhor, uma garota me parou.

- O que foi isso no seu pulso Annabelle? – Ela indagou preocupada, eu conhecia aquela garota ela estudava quer dizer, estuda comigo. O engraçado é que ela é única garota que nunca zombou de mim.

- Eu me cortei...

Disse baixo mais alto suficiente para a mesma ouvir ela me olhou indignada e eu saí de lá correndo para a sala que me esqueci completamente do curativo.

O professor já tinha iniciado a aula.

- Desculpa professor é que eu fui lá no banheiro. – Disse mais ele me parou.

- O que foi isso no seu pulso Belle? Alguém te cortou?

Como eu não conseguia mentir soltei a verdade.

- Eu me cortei. – Falei sem cerimônia e fui sentar-me em meu canto, alguns me fitavam surpresos e outros achavam que eu só queria me fazer de coitadinha.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Quem Foi Que Disse?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.