- Renné teve alguma melhora? – sussurrei levantando-me da cama.

- Ontem teve uma parada cardíaca, mas foi reanimada e agora está feito outra pessoa.

- Melhor agirmos rápido, quanto mais rápido conseguirmos a cura mais rápido poderá voltar para sua vida e quem sabe se casar com Jacob.

Bella fez careta e olhou para o chão.

- Acha mesmo que Jacob irá me querer depois que descobrir o que eu sou?

- Se ele não te quiser é porque ele é um burro.

Lado a lado Edward e Isabella andavam com largos sorrisos falsos de felicidade nos lábios. Tentavam ao máximo parecerem um casal feliz em lua de mel deliciando-se com a paisagem londrina e principalmente com o Palácio de Buckingham, a residência oficial do monarca britânico, lar da Rainha Isabell II.

 - Você está bem? – A voz de Isabella não passou de um sussurro abafado e preocupado aos poucos conseguia perceber todos os movimentos que Edward fazia, talvez ela estivesse apenas prestando mais atenção nele do que o normal, mas isso só fazíamos com quem amávamos não é? Então não, era apenas impressão.

- Estou. – A voz dele também não foi mais alta do que um sussurro, mas foi prosseguida por um alto suspiro. Era inegável, ele não conseguia desviar seu olhar da estrutura luxuosa do palácio. – Não me parece tão diferente da última vez que estive aqui.

- Fala como se fizesse séculos...

- Quando se tem uma eternidade alguns anos podem se parecer séculos. – Edward riu baixo. – A última vez que estive aqui foi em 1925, não me recordo da data, era o dia do casamento de Elisa.

- Elisa. – Isabella repetiu aquelas palavras com raiva, não entendia o motivo para se sentir assim, melhor, entendia, mas preferia omitir para si mesma a razão.

- Até hoje não consigo aceitar que ela iria se casar com outro, quer dizer, tínhamos tudo marcado para o nosso casamento assim que eu voltasse. – sussurrou mais para si mesmo do que para Isabella.

- Acho que ela não se sentia segura em te esperar... Naquela época as mulheres que não se casavam ficavam mal faladas, não é? Talvez seja isso. Ela tinha esse medo e você estava morto, então, ela preferiu entregar-se para outro do que trazer desonra para a família. – Bella murmurou tentando defender Elisa mesmo sem saber por quê.

- Você faria o mesmo se Jacob morresse?

Isabella pensou por alguns instantes, olhou para o chão e em seguida balançou a cabeça suspirando.

- Isso não vem ao caso. – deu de ombros. – Jacob não está morto e dependendo de mim demorará para morrer, agora vamos logo. – sussurrou voltando a olhar em direção ao palácio. – Já sabe como faremos para entrar lá?

- Depende... Qual método você prefere? O fácil ou o difícil?

- Me poupe das perguntas idiotas. – resmungou a garota.

Os dois se aproximaram dos grandes portões e o rapaz sorriu de lado ao observar os impecáveis guardas.

- Apenas fique calada e assinta. – sussurrou puxando Isabella pela cintura.

Isabella balançou a cabeça.

- Reze para que esse plano louco dê certo.

- Não confia em mim?

- Preciso mesmo responder? – sussurrou.

Edward aproximou os seus lábios do ouvido de Isabella, deu um meio sorriso.

- Agora, caladinha e finja estar feliz.

- Desejamos falar com o Príncipe Harry. – Edward murmurou para um dos soldados que guardavam aquele lugar como se fosse uma fortaleza. – Nunca te falei que Carlisle era amigo íntimo da família real, não é gatinha? – sussurrou no ouvido de Bella e segurou o riso.

Isabella revirou os olhos ao ouvir “gatinha”.

Com passos largos o novo “casal” entrou no palácio, Isabella estava completamente hipnotizada pelos móveis caros e de classe, quadros divinos de diversos pintores.

- Rembrant, Rubens, Vemeer. – sussurrou. – Isso tudo deve custar uma fortuna.

- Vejo que se interessa por arte senhorita. – sorriu-lhe um rapaz alto.

Bella apertou um pouco mais a mão de Edward e virou-se sorrindo.

- São... São lindos alteza.

Para algumas pessoas a demora pode ser desesperadora, mas para outras a demora pode ser muito gratificante.