Dakota Lessons escrita por Nebbia


Capítulo 8
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

CARAII tem alguém vivo que acompanha essa fic ainda q?
Bom, eu só posso me desculpar como sempre, e... Mais nada, porque eu fiquei com preguica de pegar o caderno e passar o próximo capítulo pra cá, mesmo. Mas podem ter certeza de que eu vou terminar essa fic.



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Corria um vento leve pelo deserto, refrescante quando batia em seu rosto. O sol ainda insistia e emitia um calor quase insuportável, fazia sua pele umedecer-se de suor. O couro de seus sapatos não era páreo para a temperatura da terra árida, e ele já sentia seus pés queimarem apenas alguns minutos de começar a caminhada.

A tortura, porém, durou pouco tempo. Logo avistou um riacho e era aquele o seu objetivo. Simplesmente pulou lá, sua pele finalmente enbtrando em contato com aquela água refrescante. Apoiou-se na borda e ficou a observar a paisagem desértica.

Um sorriso apareceu em seu rosto quando reconheceu a silhueta que se aproximava, ainda longe.

Arthur sentou-se à borda do riacho, tirou a camisa e entrou.

“ Por que você sumiu?”, perguntou o de olhos azuis.

O outro suspirou baixo, olhou o tótem queadornava a paisagem de fundo. Sentia-se desconfortável olhando para Alfred. Refletiu sobre o certo e o errado durante todo o dia anterior e não conseguira chegar a uma conclusão. Simplesmente não conseguia. Ele não sabia se Alfred merecia aquilo ou não, se seu pai tinha razão ou não. Por ser seu pai, decidiu confiar nele. Mas agora, sempre que pensava naquilo, lhe batia uma imensa tristeza e ele desejava nunca ter tido aquela ideia. Aquilo lhe irritava profundamente ao mesmo tempo.

“ Fiquei de castigo.”, mentiu.

Alfred riu.

“ Ele te pegou? AH! Arthur!”

Arthur foi forçado a desviar sua atenção para o outro, tamanha sua agitação.

“ O quê?”

“ Meu pai deixou eu te levar para a aldeia! Ele deixou mesmo! Só precisa ir falar com ele antes...”, disse a última frase quase como um sussurro.

O rosto de Arthur iluminou-se. Não com a animação de motivos ocultos como antes, mas como um garoto cujo amigo finalmente teve a amizade de ambos aceita pela família, algo que sinceramente nunca acontecera com ele... Nem ali, nem na Inglaterra. Arthur simplesmente nunca foi a melhor das companhias. Ele ignorou o fato de que Alfred provavelmente o evitasse também se ele não tivesse escondido sua personalidade desde antes.

“ Que bom...”, respondeu.

“ Vamos! Vamos agora para acabar logo com isso!”

Com essas palavras, o índio saiu da água e agarrou o pulso do outro com sua mão úmida, também puxando-o para fora do rio. Arthur quase não teve tempo de vestir sua camisa enquanto corriam pelo deserto.

“ E aí?!”, o de olhos azuis saiu do nada – provavelmente de trás de uma das cabanas – e saltou na frente de Arthur, que por sua vez saltou para trás, segurando um grito.

“ Idiota...”

“ Foi assim?”, riu.

“ Não.”, o inglês grunhiu, “ Só algumas palavras, avisos, ameaças e um aperto de mão. Acho que sobrevivo.”

Alfred riu novamente.

A conversa entre o garoto e o pai – chefe da tribo – de seu amigo fora longa, quase uma hora, mas foram usadas poucas palavras. O índio examinou-o pela maior parte do tempo, dos pès à cabeça, provavelmente tentando detectar algum sinal de ameaça nele. Não conseguindo – e, quem sabe, naquele momento, aquilo fosse mesmo verdade -, abriu a boca e não parou de falar por uns bons 15 minutos. Arthur não ousava interrompê-lo em caso de dúvidas, mesmo que estas fossem um tanto frequentes já que o cacique utilizava um vocabulário difícil demais e não se importava em falar rápido.

Por fim, Arthur não falou nada além de um “ concordo e aceito” pedido pelo próprio pai, e aí vieo o aperto de mãos mais tenso que ele já fez para selar o pacto.

Isso durou a tarde toda, de modo que em poucos minutos Arthur teria que voltar para casa se não quisesse levar uma bronca – e provavelmente apanhar – do pai.

“ Ah, espere um pouco!”, Alfred disse, eufórico, e correu para uma das cabanas. Voltou em segundos com um pequeno objeto em mãos e o deu para Arthur. Revelou-se então ser uma miniatura de um tótem.

“ O-o quê...?”

“ Um tótem!”, o índio exclamou, sorridente, “ Você gostou daquele grande, não é? Eu fiz um pra você! Vai te dar proteção!”

Arthur ficou alguns segundos olhando para o pequeno amuleto, mas ainda assim com um sorriso estúpido no rosto. Era pequeno, sim, em torno de dez ou quinze centímetros, mas perfeitamente esculpido, detalhado e pintado. Consistia de quatro animais, sendo o do topo aquela ave de asas abertas, majestosa, que vira no tótem maior. Tinha a cor negra, a mais chamativa dos quatro animais. Seguiu-se de outra ave, pintada de azul, um urso branco e, como base, um grande lobo vermelho.

“ Quanto tempo demorou para você fazer isso?”

Alfred deu de ombros.

“ Alguns dias.”

Arthur meneou a cabeça, passou mais algum tempo olhando a estatueta e, por fim, envolveu o outro com os braços em um ato tão repentino e descaracterístico do inglês – sempre que Alfred tentava qualquer forma de contato físico, levava um tapa – que assustou-o, mas ele logo o abraçou de volta.

Alguns índios que passavam por ali olharam para ambos, pasmos. Eles sequer viram.

Quase como um ninja teve que passar pela sala sem que seu pai o percebesse. Haviam passado alguns minutos a mais junto de Alfred, que lhe explicava os tótens e os significados certos de cada componente. Mesmo assim, ambos acabaram percebendo que já estava demasiado tarde e se despediram no meio do assunto.

Enfim, pelo menos seu pai sequer se lembrava de sua existência quando não o via.

Jogou-se na cama quando finalmente alcançou seu quarto e ficou a girar a pequena estatueta em suas mãos, sem pensar em nada em especial, até sentir cansaço o suficiente para deixá-la ao lado da cama e dormir.

Não escreveu nada naquele dia.



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Notas finais do capítulo

Sinceramente? Eu ia escrever o que equivalia a sete páginas do meu caderno, mas decidi separar. Era coisa pra caramba. Mas acho que tudo isso vai ser escrito no próximo capítulo.
Obrigada pela paciência e see ya~



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