Como era o normal,  o toque soou e eu fui uma das ultimas a sair, sendo acompanhada por Kyoko e Tsuna. Fui andando, até ver um movimento estranho na frente do prédio escolar. Muitas pessoas.
- Já pagou o que devia, agora suma daqui. - Dizia, aquela voz conhecida. Não estava irônica ou sarcástica como o usual.
-Você pensa mesmo que ela é sua, não é? - Respondeu o outro,com uma voz um pouco mais irritada que de costume.
E logo que sai do prédio, só consegui ver os dois, olhando para mim. E junto com seus olhares, o de muitas pessoas ali por volta deles.
- Chrome. - Disse Hibari.
- Te esperei aqui para te levar em casa, mas esse delinqüente estava fazendo o mesmo. - Disse Mukuro, sem se aproximar.
- Mukuro-kun.... Hibari-san... - Falei, passando o olhar de um para o outro. Meu rosto devia estar muito corado, pelo jeito que me olharam.
- O que está acontecendo? - Disse Tsuna, confuso. Nem me lembrava do fato de ele não saber de nada. Kyoko puxou um pouco ele pelo ombro, fazendo-o ficar mais atrás, assim como ela. Não queria que ele se metesse em confusão com aqueles dois, provavelmente. Hibari virou o rosto e Mukuro continuou, quase dando um passo em minha direção, fazendo Hibari voltar a olhar.
- Eu deixei ele te levar ontem. Não vou deixá-lo roubar você de mim novamente.
- Pare de tratá-la como se fosse sua, Herbívoro.
- N-não briguem por minha causa.... - Eu dizia, baixando o tom de voz.
- Não vou deixar você  roubar ela de mim, Hibari Kyoya.
- Não seja mais idiota do que um herbívoro pode ser, Rokudo Mukuro.
- E-eu... - Gaguejei, fazendo-os prestar atenção em mim. - Não sou um objeto. - Após terminar a frase, puxei Kyoko e Tsuna dali e fui andando para fora do colégio. Não sabia o que tinha acontecido, mas as pessoas logo saíram também.
Tsuna e Kyoko acabaram por me deixar em casa e contei uma parte dos fatos para ele, no caminho. Ele ficou impressionado, nunca esperava coisas 'boas' vindo daqueles dois. Na verdade, Tsuna morria de medo deles.
Chegando em casa, tomei um banho e comecei a preparar algo para comer. E bem nessa hora ouvi alguém bater a porta. Fui atendê-la.
-  Chrome-chan. - Dizia Mukuro. Estendeu uma rosa a sua frente.
-  Mukuro-kun... - Não a peguei, apenas tentei encará-lo, corada.
- Também trouxe isso. - Ele estendeu uma pequena caixa de chocolates. - É um pedido de desculpas... Por... Te tratar como objeto. Mesmo que não tenha sido minha intenção. - Ele disse, sério. Eu acabei rindo.
- Tudo bem, Mukuro-kun. Muito educado da sua parte... - Ainda estava na porta. Ele estendeu as coisas novamente me fazendo pegá-las e colocá-las na mesinha ao lado da porta.
- Bem, a verdade é que eu queria muito que você fosse minha. Apenas minha. Mas...
- Mukuro...sama.... - Me lembrei de algo estranho e as palavras pularam da minha boca. Antes que eu desmaiasse, Mukuro me agarrou colocando minha cabeça em seu ombro. Depois daquilo, apaguei.
-
- Mukuro...sama... - Falei, me mexendo na cama.
- Estou acordado, minha querida Nagi. - Ele disse, e começou a mexer nos meus cabelos. Dessa vez, eu estava de frente para ele, meu rosto estava em seu peito.
- D-desculpe te acordar sempre.
-  Não devia se desculpar. O tempo aqui passa depressa*, comparado ao da ilusão, mas você não deveria ficar acordando assim. - Ele abriu os olhos e me mostrou seu sorriso gentil que sempre me mostrava. Ele sempre acordava segundos depois de mim.
- Estou preocupada. Com o rumo que isso está tomando... Não sei o que sinto por Hibari Kyoya. Tenho medo de vê-lo de outra forma nessa era....
- Ele vai te ver de outra forma também, Nagi. - Ele ficou sério ao falar aquilo. - Você sabe que todos nessa ilusão estão dormindo nesse exato momento. E que todos eles vão se lembrar de tudo isso.
- Mukuro-sama... Agora que penso nisso, é tão perigoso brincar com algo assim.
- Apenas realizei seu desejo, minha linda Nagi. Agora durma e continue brincando. - Ele fechou meus olhos com as mãos e perdi a consciência novamente.
-
- Chrome? - Ouvi a voz de Mukuro próxima, assim como seu rosto, quando abri os olhos. Eu estava deitada no meu sofá, com a cabeça no colo de Mukuro. A porta estava quase aberta.
- Mukuro-kun. - Falei, me levantando. Ele me puxou de volta.
- Tenha calma ou vai desmaiar de novo. Estou preocupado com você. - Ele alisou meus cabelos.
- N-não foi nada... Apenas fiquei tonta. Deve ter sido minha pressão. - Falei, me levantando e ficando sentada ao lado dele. - Estou fazendo chá, quer?
- Desculpe, mas terei que recusar. Adoraria comer os chocolates com chá feito por você, mas tenho algumas coisas a fazer. Se estiver melhor, claro. - Me levantei, assim que ele se levantou, e sorri.
- Não, não. Estou bem.
- Qualquer coisa me ligue, Chrome-chan. - Ele disse com um sorriso meigo, indo em direção a porta.
- C-claro... - Falei. Mas é claro que eu não o incomodaria com algo assim.
Logo Mukuro foi embora e fui cuidar do chá. Não demorou muito mais de uma hora para ouvir minha porta novamente. Fui atendê-la.
- O que aconteceu com você?  - Olhei assustada.