– O que houve Jus? – Jullie perguntou enquanto me aproximava dela. A mesma ainda estava sentada na grama e Jaxon já não estava mais por perto.

Mais essa... As crianças devem ter visto tudo, Jaxon, Jazmyn e Anna. Anna! Ela vai contar tudo para Alice! OMG! Eu só faço merda mesmo!

– O cara não quis apagar as fotos... – disse cabisbaixo. E agora eu estou fudido!

– O que é que tem? Foi só um beijinho... – Ela disse levantando e vindo em minha direção. Como assim só um beijinho, ela não entende?

– Não foi só um beijinho, é uma bomba para a mídia começar a apelar novamente! – falei já irritado. Ela me olhou assustada, talvez pelo fato de que eu estava quase gritando, ou pior, eu estava. Respirei fundo e continuei a falar, desta vez mais calmo. – Acho melhor irmos embora. Daqui a pouco escurece...

Peguei alguns carrinhos do Jaxon que estavam espalhados e quando me virei, Jullie estava de costas para mim. Pousei uma mão em seu ombro e pude senti-la estremecer.

– Desculpe. Sinto muito por tudo isso. – disse e me afastei um pouco.

Chamei as crianças e fomos embora. O trajeto todo foi tenso. As crianças dormiam, afinal, deviam estar exaustas e o silêncio no carro estava quase palpável, mas eu sabia que não podia fazer nada, pois a culpa era minha. EU FUI FRACO! EU BEIJEI JULLIE! EU ERREI!

Ao meu lado Jullie estava quieta e observava a rua com a cabeça encostada no vidro. Eu queria dizer algo, mas não tinha nada a ser dito.

Já estávamos quase perto de sua casa, pude perceber o quão tensa ela estava, parecia que queria dizer algo, mas não conseguia, então quando parei o carro decidi dar a primeira palavra.

– Jullie, eu...

– Não Justin, não precisa dizer nada. – ela disse me interrompendo. – Eu entendo...

– Entende? – perguntei confuso. Do que ela estava falando?

– Sim, entendo. – ela disse me olhando fixamente. Podia jurar que tinha visto um sorriso brotar no canto direito de sua boca e ela se aproximava cada vez mais. Estava perto demais. Seus seios eram fartos, e se destacavam em sua blusa vermelha que mostrava parte de sua barriga definida. Uma de suas mãos estava pousada em sua cocha desnuda. Aquele short jeans curto... Ela estava provocante.

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Meus hormônios estavam gritando pelo corpo dela no meu. Eu já tinha de me segurar com muito esforço, já cometi erros demais por hoje. Não podia levar isso á diante. Não podia fazer isso com Jullie, ela era a melhor amiga de Alice...

Tenho que dar um basta nisso, antes que não consiga mais me controlar.

– Jullie, para! – disse segurando sua mão que estava indo em direção á minha nuca. – Já cometemos erros demais por hoje. – Ela me encarou perplexa, mas esboçou um sorriso malicioso.

– Tudo bem. Continuamos isso depois. – ela disse acariciando minha cocha direita e depositando um longo beijo em minha bochecha.

– Tchau Jullie. – disse afastando-a e destravando a porta para que ela saísse. Sim, eu meio que estava expulsando-a, mas assim era melhor. Não deu outra, e ela saiu batendo a porta com tudo e pisando forte. Ela estava com raiva, mas por quê? Mulheres!

POV Jullie ON

Filho da puta! Quem ele acha que é pata me rejeitar? Não estou nem ai se ele é o Justin Bieber! Eu sou a garota mais gostosa, rica, mais simpática e generosa de toda cidade. E daí que ele é o cantor teen mais desejado do momento? Eu sou Jullie Simms, a garota mais rica e desejada de Atlanta! Ele não entende que eu só farei bem para sua fama? Viado! Mas ele vai se arrepender de ter me rejeitado, eu vou ter ele, ah se vou!

POV JULLIE OF

POV JUSTIN ON

[...]

Estava decidido, iria contar tudo á Alice. Pensei nisso a noite toda, Dona Pattie me ajudou a pensar por outros ângulos, mas todos nos levavam á uma mesma resposta, a verdade! Antes ela escutar de mim do que depois escutar por terceiros. Alice, assim como muitos, pode não saber o que sinto por ela, realmente nem eu sei direito, mas é algo muito forte, muito além do que qualquer coisa ou pessoa possa explicar, e quero tentar provar á ela que mereço o mesmo sentimento em troca. Mas para começar com isso, preciso contar TODA a verdade. Não importa mais o que dizem, a partir do momento em que os médicos me deram a esperança de que ela pode nos ouvir, eu não pensei duas vezes. Minha mãe acha a mesma coisa, devo tratar como se ela estivesse ali, só que não pode responder. Alice pode não estar totalmente acordada, mas parte sua está, e essa parte acordada é a que faz com que ela nos ouça, pois bem, assim seja.

– Vamos lá Justin! – disse á mim mesmo assim que a luz do sol atravessou minha janela.

Ao contrário de qualquer outro dia, hoje eu não estava com preguiça e nem com sono, pelo contrário, estou agitado, não consegui dormir por nada ontem, e hoje não será diferente, preciso resolver tudo isso, resolver o que se passa comigo!

Depois de um belo banho frio para me despertar mais e me relaxar, fiz minha higiene matinal e fui me trocar. O dia não estava perfeito, já tinha visto melhores em Atlanta, provavelmente choveria mais tarde, mas NADA me faria mudar de idéia. Ensaiei minhas falas na frente do espelho umas 90 vezes, e acho que estou mais que preparado. Coloquei uma roupa mais quente, de acordo com o clima, mas eu estava quente, a ansiedade me fazia assim. Desci as escadas correndo e nem parei para comer algo. Simplesmente peguei as chaves do meu carro e disparei para o hospital.

Quando cheguei ao quarto de Alice, estava tudo quieto, também pudera, ainda eram 7 horas da manhã. – o que o desespero não faz com uma pessoa- Ela estava dormindo, da mesma forma que á 1 mês atrás. Sempre assim, nunca mudando.

Abri as janelas, troquei a água das rosas que eu trouxera para ela á uma semana, ajeitei os travesseiros de Alice e me sentei ao seu lado. Ela parecia estar bem melhor. O médico disse que as cicatrizes das pernas e dos braços nunca mais sairiam, mas eu já estava tão acostumado com elas que já conseguia achá-las bonitas, ou pelo menos normais. Mas aquelas marcas me torturariam o resto de minha vida...

– Não Justin, você veio aqui para outra coisa, não para ficar relembrando o passado. – repreendi-me.

Peguei a mão direita de Alice que estava repousada em seu colo, e coloquei-a sobre a minha. Acariciei-a com o polegar e comecei a falar, ou pior, choramingar.

– Lice... Como eu queria que você pudesse falar comigo... Desde que está aqui minha vida tem dado uma reviravolta. Eu sei que poderia ter de abandonado aqui no hospital e te deixar aqui mofando e depois levar Anna para um orfanato, mas não, meu coração e o que ele insiste em sentir por você é mais forte, eu não sei mais o que faço. Ontem beijei Jullie, mas você nem imagina como eu queria que fosse tu ali, e mesmo não tendo nada sério com você, ou melhor, mesmo não existindo NADA entre nós dois... – aquelas palavras doeram ao sair de minha boca. Era a verdade, mas mesmo assim era complicado ouvi-las. Engoli o choro que vinha e prossegui – Mas mesmo assim, era como se eu estivesse faltando com respeito contigo... Como se estivesse te traindo de certa forma. É eu sei, se você pudesse falar estaria dizendo que isso é um absurdo, já que nem nos conhecemos, e eu acho era isso que eu esperava que me dissesse, mas não sei se teria forças, pois já é complicado quando os outros dizem, imagine vindo de você? Sei que não é mentira, mas só hoje entendo quando diziam que não escolhemos de quem gostamos e que nosso coração é quem manda em nós... Pois bem, hoje decidi escutá-lo, não agüento mais fingir que não sinto nada... Fico feliz toda vez que passo por aquela porta – disse olhando para a porta do quarto e continuei desabafando com Alice- e vejo que você está cada dia melhor, anseio cada dia mais por um gesto seu, só para ter certeza de que você me ouve, ou pelo menos ainda está aqui. Meu coração se aperta toda vez que lembro que apenas EU sinto algo por ti, enquanto você está ai... Quase me mato toda vez que lembro que você está aqui por minha culpa, toda vez que lembro que poderia ter evitado tudo isso se não fosse minhas infantilidades. Alice me perdoe por tudo. E saiba que em nenhum momento me arrependi de passar todos os dias desde o acidente aqui contigo e nem me arrependo de minha mãe ter adotado Anna, e acho que ela muito menos – disse sorrindo lembrando do rosto de minha mãe quando ela fala e está com Anna! – Anna parece feliz conosco, e aposto que estaria mais feliz ainda em ter a irmã dela ao lado dela... – suspirei. – Está tudo tão difícil sem você aqui... – abaixei os olhos ao dizer isso, ainda segurando suas mãos.

Pude sentir um leve toque em minhas mãos e por alguns segundos pensei que fosse Alice, eu desejava que fosse Alice...

– Alice? Se estiver me escutando aperte minha mão novamente. – disse esperançoso, mas nada aconteceu. – Como imaginei... – disse cabisbaixo, e olhei para sua mão. Agora a mesma tentava apertar meus dedos. – Alice! Alice! Oh meu Deus. – apertei a campanhia ao lado da cama. – parecia que não estava adiantando, então sai lá fora e comecei a gritar. – ALICE, SE MEXEU! VENHAM LOGO! ELA ESTÁ ACORDANDO! – eu gritava isso e ao mesmo tempo eu tentava assimilar. Era isso que eu queria á pelo menos 1 mês, e agora estava acontecendo. Era surreal.

Será que ela escutou TUDO o que eu disse?

– O que foi Sr. Bieber? – perguntou uma enfermeira me tirando de meus desvaneios

– A Alice do quarto 162 acordou! – disse sorridente.

Saímos correndo em direção ao quarto e Alice estava na mesma posição que antes, apenas seus dedos mexiam quando alguém a tocava ou falava com ela. Ela estava acordando, era isso que importava!