Encarava o garoto parado à sua porta, sem realmente acreditar que ele se encontrava ali. Estava surpreso, afinal não era todo dia que seu maior rival aparecia em sua casa às 23h45min da noite.

— Red? O que faz aqui?

O menor nada respondeu, somente passou por ele e entrou na casa. Green franziu as sobrancelhas ao sentir o cheiro de álcool que emanava dele.

— Você tá fazendo 16 anos hoje, né Green?

Enquanto fechava a porta e a trancava, respondeu:

— Me admiro por você saber.

O garoto de cabelos negros riu enquanto jogava-se no sofá que havia no cômodo.

— E você achou que eu não saberia?

O outro o encarava incrédulo. Normalmente Red ficaria fazendo birra, e não iria entrar na casa dele tão facilmente. E agora, além de chegar naquele horário, ainda fazia questão de lembrar-se de seu aniversário. É, as bebidas realmente podem causar sérios danos à personalidade de alguém.

— Tanto faz. O que você quer?

Percebeu que o moreno fizera pouco caso do que falara, assim como percebeu que ele estava ali apenas por estar. Ou seja, não tinha nada melhor para fazer.

— Ok, veio aqui fazer nada? — Ao não receber resposta, ele obteve a confirmação do que queria — Então pode ir. Não mereço ficar aguentando bêbado a essa hora — Enquanto falava, levantou Red do sofá e passou a empurra-lo em direção à porta.

Porém o menor travou o pé, o impedindo de continuar o percurso.

— Opa, opa, opa. Eu não estou aqui à toa — Ao dizer isso, ele deu meia volta, ficando de frente para o rival. Este respirou fundo.

— Então pra que veio?

— Para te dar parabéns.

O maior revirou os olhos.

— Pronto, já deu. Agora será que dá para... — Antes que pudesse completar a frase, foi interrompido.

— Eu que estou bêbado e você que fala demais — Dando um passo meio desengonçado para frente, ele grudou na camisa que Green vestia e puxou-o na sua direção — Feliz aniversário, perdedor.

Antes que pudesse reclamar da proximidade entre eles ou da forma que o outro o chamara, este colou seus lábios. Ele tentava forçar passagem e o maior não sabia o porquê, mas concedeu-a.

A língua do moreno adentrou a cavidade quente, explorando-a ao máximo, enquanto ele circundava o pescoço do rival com os braços e acariciava os cabelos castanhos. Já o dono desses cabelos segurava-o pela cintura, possessivamente, enquanto o guiava de volta para o sofá.

Ambos caíram sobre o estofado. Green, aproveitando que estava por cima, logo começou a morder o pescoço alvo sob si. Porém, percebendo que o menor não tinha reação, ele levantou o rosto e o encarou, encontrando-o com os olhos fechados, cochilando.

Levantou-se num ímpeto, puxando os cabelos com força. Com certeza socaria aquele desgraçado quando este acordasse. Ele só ainda não sabia por qual motivo: Por ter lhe beijado ou por ter dormido na melhor parte.

– ~ -

O dia amanheceu e os raios de sol que entravam pela janela acabaram por despertar o moreno no sofá. Este se levantou confuso, tentando identificar onde estava e assustou-se ao dar de cara com um Green muito irritado.

— Não fale nada Red. Vá tomar seu café, escovar os dentes e nós conversamos depois.

O menor franziu o cenho, não entendendo o que acontecia. Porém, acatou a ordem do rival.

Em menos de quinze minutos ele havia terminado o que o outro havia pedido e agora o encarava se aproximar de si, com um sorriso irônico.

— Você veio até aqui ontem à noite para me desejar feliz aniversário. Lembra-se disso?

O moreno forçou a memória, mas somente flashes se faziam presente. Até que a lembrança do beijo fez com que arregalasse os olhos.

— Eeer... Não me recordo muito bem — Vendo que o outro estava muito próximo, ele perguntou ansioso — O que está fazendo?

— Ora, irei te ajudar a lembrar.

Aproximou-se do garoto à sua frente, puxando-o pela cintura e colando seu corpo ao dele. Depositou um beijo leve em seu rosto e passou a trilhar um caminho com eles, até o pescoço, onde passou a distribuir mordidas. Uma de suas mãos desceu até o membro do moreno, que estava coberto pela calça jeans, e passou a acaricia-lo. Em poucos minutos a ereção já havia sido desperta.

O menor arfava, enquanto Green o conduzia de volta para o sofá. Empurrou-o, fazendo com que se deitasse e colocou-se por cima. Continuou a masturba-lo, enquanto colava seus lábios por breves segundos, para logo começar um beijo desesperado.

Red possuía as bochechas coradas. Falta muito pouco para liberar todo o prazer que estava sentindo nas mãos do rival... E então ele parou.

O mais novo observou o dono da casa levantar-se do sofá e dirigir-se rumo à porta da saída.

— Green... Aonde você vai?

O maior notou a voz levemente desesperada do outro e isso fez com que ele se virasse e exibisse o sorriso irônico que tinha nos lábios.

— Estamos no meio da semana, temos aula esqueceu?

— Ei... Espera aí! Você não pode me deixar aqui desse jeito!

Um riso baixo foi ouvido, seguido do barulho da porta se fechando. Do lado de fora da casa, o garoto dos cabelos castanhos ainda pôde ouvir o rival.

— MALDITO! EU JURO QUE ISSO VAI TER VOLTA!

Deu risada ao ouvir o grito do moreno e passou a andar, senão chegaria atrasado à aula. Mas antes, ainda provocou:

— Quem é o perdedor agora?