(Ainda POV Percy)

- Sra. Jackson! - Annabeth saiu correndo e abraçou minha mãe (por que eu não posso ter uma relação legal com a minha sogra?), antes que eu pudesse pelo menos processar o que estava acontecendo.

- Sally? o queixo de Poseidon caiu de um jeito hilário e absurdamente cômico. Eu entendia bem como ele se sentia.

- Fecha a boca, querido - disse Afrodite, dando um tapinha no queixo de Poseidon ao passar por ele a caminho da porta.

- Mamãe? - corri para junto da minha mãe e de Annabeth. - O que você tá fazendo aqui?

- Eu não posso mais vir pra minha casa de praia não, é? - mamãe sorriu e me abraçou também. - Eu só... - a voz dela sumiu quando ela olhou por cima da minha cabeça e viu Poseidon, e sua cara ficou da cor do cabelo de Rachel.

- Sra. Jackson - Afrodite se meteu na conversa, cumprimentando minha mãe com dois beijinhos no rosto. - Como vai a senhora?

- Bem, ahn... Afrodite, certo? - Devia ser meio complicado para minha mãe reconhecer todos os deuses.

- Isso mesmo, querida! - exclamou Afrodite, alegre ao extremo. - A senhora chegou bem na hora de jogar Monopoly!

- Hein? - mamãe ainda estava com o olohar fixo em Poseidon.

- Estamos no meio de um sábado em família! Acabamos de jogar uma partida pacífica de futebol, e agora vamos jogar um jogo de tabuleiro!

Partida pacífica de futebol? Ela era CEGA?

Percebi que todos estavam em silêncio, encarando minha mãe. Poseidon ainda estava de boca aberta. Cadê as pessoas espertas pra salvar a situação? Tipo, meus pais estavam em um clima megadesconfrotável e ninguém fazia nada! A ajuda veio de onde eu menos esperava.

- Olá, Sra. Jackson - disse Atena, se adiantando. - Eu sou Atena, mãe da Annabeth.

As duas se cumprimentaram, e tive a sinistra sensação de que iam se dar muito bem (e fofocar bem muito sobre Annabeth e eu). Os outros deuses, aos poucos, foram se apresentando, até que sobrou apenas Poseidon, ainda parado com cara de retardado no meio do campo.

- Oi, Poseidon - mamãe acenou timidamente.

- Oi, Sally. Você não mudou nada.

Comentário errado para se fazer, Poseidon. "Você não mudou nada" pode ser traduzido como "Você não mudou nada e eu sei porque te conheço e sei exatamente como você era". Por outro lado, Poseidon era sutil como um escandinavo (n/a: Para quem não leu Rangers - Ordem dos Arqueiros: NADA SUTIL).

- Bem, ahn, vamos entrar? - sugeri, nervoso. - Já que Afrodite quer jogar Monopoly, ahn... E nós somos obrigados a fazer o que ela quer... Ou vamos jogar Monopoly aqui fora? - olhei para Afrodite, como se estivesse perguntando isso a ela.

- Céus, não! Isso seria desastroso. As notinhas iam sair voando pra tudo quanto é lado. Vamos jogar lá dentro, na sala.

- Ahn, vamos jogar em grupos? - Era muita gente pra um tabuleiro de Monopoly só, pensei.

- Isso mesmo. Mesmo esquema do concurso de dança.

Gemido coletivo dos semideuses.

- Sally, você fica com Percy e Poseidon - Afrodite já estava cheia de intimidade com a minha mãe? Tipo, COMO ASSIM?

Eu, minha mãe e Poseidon jogando Monopoly como um grupo. Isso nem ia ser desconfortável, hein?

E quando eu pensava que não podia ficar pior...

- Dr. Chase? - exclamou Grover.

Por que sempre eu?

POV Annabeth

- PAI? - O-ôu. Eu, meu pai, Atena e Percy num mesmo lugar não ia dar certo. - O que você tá fazendo aqui?

- Eu recebi um convite - respondeu meu pai, parecendo surpreso com a pergunta.

- De quem? - Eu estava à beira de um ataque histérico.

- Afrodite, acho que foi.

Eu devia ter adivinhado.

Se eu estava quase histérica, Percy parecia à eira de um ataque cardíaco. Bem, meu pai não o odiava como minha mãe, mas... Pensei em todas as coisas que aconteceram durante a madrugada e durante a festa. Meu pai não ia gostar nada daquilo ali. Eu tinha medo que ele tivesse um infarte se visse o que vinha acontecendo naquela casa de praia nos últimos dias.

- Eu mesma! - Afrodite parecia radiante com todos os estragos que poderia causar. - Agora, vamos entrando. Em volta da mesa da cozinha, todo mundo. Dr. Chase, o senhor fica com o grupo de Atena. Vamos lá!

- Me perguntei se eu era a única que sentia que aquilo não ia dar certo, e concluí que a) provavelmente não e b) provavelmente eu estava totalmente certa (eu sempre estou, muito obrigada).