Almas Prometidas escrita por ChatterBox


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Palavras não descrevem como eu lamento -.-"

Não sei como me atrapalhei desse jeito. Mas agora está tudo bem, é que como estou cuidando de duas fics, acabo me perdendo em qual capítulo está cada uma.

Agora as duas estão no mesmo capítulo, acho que vai melhorar. ¬¬

Beijocas, I'm so sorry. Anonymous girl writer s2



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Vi Eric de longe no dia seguinte, com Jessica no colégio.

Relação esquisita a deles...

Não pareciam namorados, nunca eram pegos se beijando. O máximo que faziam era se abraçarem. E quando conversavam, nunca tinha sorrisos, pareciam sempre ter conversas sérias, sobre algum assunto inadiável.

Mas não me atrevia a duvidar do namoro deles. Talvez fossem discretos, quisessem guardar toda a agarração para quando estivessem á sós. Me recusava a pensar nisso, me trazia náuseas angustiantes que começavam a desafiar meus sentimentos. Seria ciúmes?

Tive de aguentar Stella me perguntando sobre a noite anterior o dia todo:

– Tudo bem, o que aconteceu?

– Fui raptada, você não viu?

Tentei expulsar as demais perguntas. Peguei uma sobremesa no refeitório e coloquei na minha bandeja, indo para mesa. Ela me seguiu.

– Ah, amiga, acho que se esqueceu de uma coisa. Eu e o Rick,  - Apontou para Rick, ele estava esperando na mesa onde eu me sentei. - Somos as pessoas que mais te conhecem no mundo todo, e sabemos que você e o bonitão do Eric não foram dar um passeio de carro pela rodovia.

Respirei fundo. O beijo. Ainda se repetia milhares de vezes na minha cabeça. Umedeci os lábios.

– Não aconteceu nada... Importante.

Corrigi.

– Mas aconteceu alguma coisa insignificante, certo?

Rick me pressionou, mordendo uma maçã.

– O carro dele atolou na lama durante uns minutos, mais nada.

– Ficaram sozinhos no carro?

Stella animou-se com a informação, movendo-se na mesa com entusiasmo.

– Ficamos...

Fugi do olhar, derrotada.

– E...? - Stella insistiu. - Vai amiga, não pode me deixar na curiosidade agora.

– Nós nos beijamos, ta legal?

Aquilo escorregou pela minha goela até sair pela minha boca sem controle. Estava entalado. Eles precisavam saber, precisavam me ajudar.

Ficaram minutos em silêncio, boquiabertos e sem reação.

– Ai, minha nossa...

Stella blefou ainda em estado de choque.

– Ta perdida.

Rick decretou num ato e virou-se na cadeira mordendo de novo a maçã.

– Rick!

Stella me defendeu.

– Vai dizer que não?

– Melhores amigos não dão sentença de morte uns aos outros, eles procuram um jeito doce e amigável de dizer isso, mas já que ele já disse, - voltou-se para mim. - amiga, está perdida.

Baforei. Eu já sabia disso, só não queria ouvir outra pessoa dizer.

– Não sei o que me deu, mas depois eu reclamei com ele. - Tive a necessidade de me explicar. - Disse para nunca mais fazer isso e que eu não era uma qualquer para servir de tira-gosto quando estivesse enjoado do prato principal.

Stella assentiu, inspirada.

– Isso mesmo. Concordou. Não pode se deixar levar amiga, fez bem.

– Não importa, não devia ter o beijado. Estou muito arrependida, me sinto uma piranha.

Desabafei, tapei o rosto com a palma das mãos.

– E largou o Raymond pelo Eric...

Rick negou com a cabeça do outro lado, decepcionado, Stella deu-lhe um tapa.

– O Raymond! Acabei me lembrando. Como ele está? Está muito chateado comigo?

– Por incrível que pareça, não. - Rick disse. - Eu sorri, parece que pelo menos isso tinha dado certo. Eu expliquei que Eric era um louco que vivia atrás de você. Parece que ele gostou muito de você, está disposto a tentar de novo se você quiser.

Dei um suspiro de alívio. Raymond estava disposto a tentar de novo. Era tudo que eu precisava. Eric não interviria dessa vez, se dependesse de mim, nem ficaria sabendo.

– Ótimo. Não quero perder um cara legal como ele. Não é sempre que se encontra um cara que leva um soco na cara e se dispõe a correr o risco de levar outro.

– Pois eu e o Tyler estamos ótimos. Stella deu um suspiro de inspiração. - Estou apaixonada...

– Não se esqueça de que eu juntei vocês quando tiverem se casado.

Rick brincou.

– Talvez... Teria um milhão de filhos com ele! - Stella bateu palmas de alegria. Ri. Marcamos de ir ao cinema no sábado. Se estiver livre pode se encontrar com Ray lá.

Sugeriu, eu achei uma ótima ideia. Eric não era do tipo que costumava ir ao cinema, nunca esbarraria com ele lá. No escuro, com um balde de pipoca e Raymond, era tudo que eu precisava para esquecer de uma vez os últimos acontecimentos.



Voltei para casa mais tarde naquele dia, fui estudar na biblioteca e acabei saindo de lá quando já era noite. Voltei andando para casa, Stella não me daria carona, estava com Tyler em algum lugar, Rick não tinha carro e eu, por minha vez, também não tinha.

Estava no lado da rua onde ficava a casa de Eric, andando pela calçada imersa em pensamentos quando esbarrei em alguém. Alto de mais para ser normal. Era Eric. Estava de lado em frente a sua casa, de algum jeito, eu o assustei, ele voltou-se bruscamente para mim. Sua respiração estava sem ritmo e forte. Algo me chamou atenção nele. Seus olhos, cintilavam numa cor que nunca vira antes, roxo. Roxo púrpuro. Meus olhos percorreram seu corpo. Estava suado como se tivesse corrido até ali, se vestia com uma camisa branca coberta por um casaco gigante marrom e calça jeans rasgada. Tinha manchas por toda a blusa, manchas vermelhas. Sangue. Minha voz falhou com o medo:

– E-Eric...? Recuperei o fôlego para perguntar a questão seguinte. O que está fazendo aqui?

Não dizia nada, olhava para mim com desespero, seus olhos brilhavam, ainda roxos.

– O que aconteceu com seus olhos...? Nenhuma resposta. Que sangue é esse na sua roupa...?

A resposta não veio, mas sua ação seguinte me deixou apavorada. Ele deixou os braços rígidos, o rosto fechou-se, os olhos brilharam roxos nas suas órbitas, estava á um passo de distância e se aproximou ainda mais. Não parecia me conhecer, não sabia quem eu era. Seu olhar parecia sombrio, vazio e mortífero. Senti que faria alguma coisa comigo. Segurou meu braço, cravando as unhas, minha respiração ficou descompassada, meu coração pulou de pavor. Iria fazer alguma coisa, me mataria, ali, naquele momento e seria fácil como quebrar um palito de fósforo para ele.

Mas algo o fez recuar, sue olhar mudou numa fração de segundo, como se me reconhecesse e ficasse apavorado com o que quer que fosse fazer. Ele tapou o rosto numa movimentação de agonia e andou rápido indo para a porta de sua casa, de lá gritou:

– Saia daqui. Fique longe!

Bateu a porta.

Algo estava errado. Algo estava errado com Eric, muito errado. O que ele estava fazendo antes de me encontrar? Não fazia ideia. Mas por um momento, ele não se perecia com ele mesmo. Parecia um monstro sem controle. Não sabia o que estava acontecendo com ele, mas parecia o perturbar e já fazia tempo que eu desconfiava que algo mais estava fazendo com que me procurasse depois de tantos anos. Por algum momento, senti que precisava da minha ajuda.

Quando gritou para que me afastasse, o olhar de pavor quando percebeu que iria me machucar, não sei por quê...

Queria me proteger, de alguma coisa, talvez dele.



Ás sete da noite do dia seguinte, meus pais saíram para jantar com amigos. Me propuseram cinquenta dólares para que eu cuidasse de Simon até voltarem.

Simon não dava muito trabalho. O coloquei no tapete com alguns brinquedos e liguei a televisão para assistir algum filme enquanto o via brincar. Ás oito o colocaria para dormir.

Sentei no sofá ao lado do tapete para assistir ao filme que passava na tv. A noite estava fria e a rua em silêncio. Fazia tempo que não curtia daquela liberdade e tranquilidade na minha própria casa. Escorreguei no sofá para deitar em cima das almofadas e me esquentar, só precisava tomar cuidado para não pegar no sono, pois tinha que ficar de olho em Simon.

Um som me assustou. A campainha. Entrei em alerta. Seja em fosse, não avisou que viria, e eram sete da noite, ninguém do lado de fora e eu estava sozinha com meu irmão menor. A primeira coisa que fiz foi carregar Simon para colocar no cercado. Em seguida desliguei a tv e caminhei até a porta. Olhei pelo olho mágico e tive uma surpresa não muito surpreendente.

Era Eric. Seguiu-se três minutos antes que eu resolvesse atender. Não sabia o que ele queria, mas o mandaria para casa. Não o daria a chance de me atormentar.

Abri a porta. De início, o silêncio, depois, sua entrada rude dentro da minha casa, atravessando-me na entrada.

– Você não ligou.

Disse, pelo seu tom, parecia uma reclamação. Já havia entrado, não tinha como expulsar um garoto daquele tamanho, então só fechei a porta com a explicação:

– E deveria...?

Sua respiração estava densa, ele pôs as mãos na cintura olhando em volta com nervosismo.

– Sim, deveria. Me disse com impaciência. Depois localizou Simon no cercado. Quem está aqui com você?

– Ninguém, só o bebê.

Ele estava normal, estava nervoso, mas não mortal, como na noite anterior. E seus olhos, estavam negros de novo.

– Pode me dizer o que está fazendo aqui?

O indaguei, indo direto ao ponto.

– Queria ver você. Sibilou. Não pode ficar tanto tempo sem me dar notícias, Lara. Não sabe o que pode acontecer.

O que poderia acontecer?

– Não estou entendendo mais nada. Desta vez, aumentei o timbre da minha voz para ter certeza que notaria minha indignação. Por que não me conta o que está acontecendo? Se eu estou correndo algum perigo, devia saber do que se trata, certo?

– Não pode. Não pode ainda.

Se aproximou, tocou na minha mão. A mão dele estava quente, o toque me trouxe um leve arrepio pelo corpo. Seus olhos estavam perto agora.

– O que aconteceu com você ontem á noite...?

 Eu perguntei. Olhei fixamente em seus olhos, num sussurro esperançoso.

– Queria poder te contar. Existe um motivo para tudo isso.

Parecia sincero.

– Não aguento mais. -  Me declarei. - Não aguento mais não saber de nada. Precisa me dizer por que voltou depois de tanto tempo. Por que está fazendo isso comigo?

Algumas lágrimas ousaram invadir meus olhos, as espantei com o polegar. Me afastei, me afastei muito, e virei de costas. Não queria olhar para ele. Eu estava frágil de mais diante dele, não podia deixar aquilo acontecer. Não de novo, não podia deixar que ele notasse como ele me magoou me deixando quatro anos atrás, não podia mostrar o que ele significava para mim.

Ele veio atrás de mim.

– Por que não me deixa em paz?? De repente gritei. As lágrimas continuavam me invadindo. O que você quer comigo? Por que não corre atrás dessa tal garota que você diz que ama? Por que não volta para a sua namorada então?

– Eu não amo a Jessica.

– Então por que continua com ela? Por que não vai procurar essa outra garota?

De repente ele riu. Um riso abafado, como se risse da situação. Estava rindo do meu sofrimento?

– Achei que já tivesse percebido que é de você que eu estava falando.

Revelou. Meus olhos arregalaram-se com surpresa, ou talvez horror. Não podia ser eu. O que ele quis dizer quando disse que eu não estava disponível? Eu sempre estive. Era tudo uma mentira para me fazer perdoá-lo por todas as garotas com quem dormiu.

– Mas eu não amo você.

Neguei com a cabeça com a intenção de fazer aquela mentira parecer real, mas minha voz me traiu, falhando.

– Não tem que mentir.

– Não estou mentindo.

Sim, eu estava. Aliás, estava de novo.

– Não consegue esquecer aquele beijo no carro. Eu também.

– Não senti nada naquele beijo, foi só um momento de desatenção.

Nunca menti tão mal em toda a minha vida.

– Duvido.

– Não duvide, falo a verdade.

– Então deixa eu te beijar de novo. pediu. Minha boca suou de desejo. Me prova que não vai sentir nada.

Eu estava encostada no cercado, completamente rente, ele não estava á mais que alguns centímetros de distância. Só então percebi que eu tinha dito sim. Tinha aceitado a proposta automaticamente, como um reflexo.

Não consegui reagir quando ele me puxou habilmente pelos punhos me afastando do cercado e me aproximando dele. Nossos lábios se tocaram intensamente, enroscando-se uns nos outros. Segurava-me com força pela cintura e pela nuca, dando-me beijos de tirar o fôlego. Todo meu corpo surtava de desejo, sua pele parecia três vezes mais quente, eu suava com facilidade perto dele, mas não ligava. Vi que não importava quantas vezes eu saísse com outros caras, era ele que eu queria, sexy e cruel.

De alguma maneira ele conseguiu me erguer e fazer com que eu envolvesse minhas pernas em sua cintura, ele me levou para o sofá. Puxava a gola da sua camisa sem deixar que se afastasse, faminta. Mais beijos sem direito á pausa. Ele se ajoelhou no chão, enquanto eu estava sentada no sofá com as pernas á sua volta e beijando-o sem parar.

Meu corpo arrepiava-se, sentia meus membros descontrolados envolvendo-o, queria mais, não conseguia parar.

Seguiu-se muito tempo antes que Eric parasse, segurou meus punhos para me afastar, já que eu não queria deixa-lo ir. Cerrou meus punhos e olhou em volta, alerta:

– Tem alguém aqui.

Murmurou. Eu me estiquei para ver diante a janela atrás de nós. Um carro estacionava, era o carro de meu pai, tinha concertado fazia dois dias, por isso não precisei pegar carona para escola.

– São meus pais.

Sinalizei. Ele se ergueu do chão, ficou de pé.

– É melhor que eles não me vejam, vou pelos fundos.

Eu o segui pela cozinha, até a saída de serviço. Me sentia quebrando as regras escondendo um garoto na minha casa, imaginei que nunca faria isso.

As luzes da cozinha estavam apagadas, preferi não acendê-las para ganhar mais tempo. Abri a porta para ele sair, apressadamente, mas ele parou antes que fosse embora. Num segundo me envolveu pela cintura e com a boca no meu ouvido sussurrou:

– Isso ainda não acabou.

Se foi. Meu coração corria a mil por hora. Toda a minha circulação sanguínea estava elétrica, seus toques ainda latejavam em minha pele, me dando uma sensação ótima de prazer e confusão. As vozes de meus pais vindas da sala me distraíram.

– Oh, o bebê dormiu no cercado.

Minha mãe disse ao encontrar Simon dormindo.

– Onde está Lara? Meu pai olhou em volta e chamou. - Lara?

Era hora de eu aparecer com alguma boa desculpa por estar na cozinha e deixar o bebê sozinho. Minha mente fez raciocínios rápidos e mentiu:

– Oi, - surgi. Estava fechando a porta dos fundos, estava frio.

Funcionou.

– Cuidou muito bem do bebê, agora leve ele para o quarto que vai receber seu pagamento.

Meu pai falou enquanto pendurava o casaco num suporte. Peguei Simon com cuidado para leva-lo para o berço.

Não podia imaginar que tinha desistido completamente de resistir á Eric, numa mínima conversa, ele conseguiu me convencer. E agora, como ele disse, não tinha acabado. Eu iria mesmo continuar com aquilo? Seria sua amante, ou sei lá o quê? Ficaria tendo um relacionamento ás escondidas com um cara que tinha namorada?

Ao mesmo tempo, eu não sabia como fugir. Não restava dúvidas que eu era louca por ele, sem nenhum motivo, mas louca, capaz de deixar qualquer cara no mundo por ele. Um cafajeste.

E coisas ainda não se encaixavam. Não sabia onde Eric havia se metido para estar com a camisa cheia de manchas de sangue na noite passada. Começava a ficar preocupada com os limites que ele não tinha na vida dele. Estaria começando a ir longe de mais?



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Notas finais do capítulo

O que vai acontecer?

Bom, dessa vez vão ter qe esperar, pq é o último capítulo que eu escrevi. 0_0

Pois é. A pressa é inimiga da perfeição,relaxem que chega o próximo.