Almas Prometidas escrita por ChatterBox


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo ;(
Mas quem quiser esperar, ainda vai ter o EPÍLOGO.
Muito bom estar escrevendo para vcs, sempre vai ser um grande prazer. Valeu por todo o apoio, críticas, elogios, tudo de bom postar essa fic.
Beijooocasss eternas, Anonymous girl writer s2.



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A morte não foi difícil para mim, um infinito de escuridão, vazio e lembranças. Sabe aquele flash de toda a sua vida que dizem vir antes de morrer? Ele veio. Mas o meu frisava as partes em que estava com Eric.

Também lembrei de outras pessoas é claro. Minha família, desde que eu era pequena, meus primeiros passos, coisas que nem imaginava ter lembrança, mas que ficaram guardadas na minha memória de alguma maneira e agora estava ali, acessível para que eu visse toda a minha vida passar diante dos meus olhos, claramente.

Lembrei dos piqueniques em família, do nascimento de Simon, as noites em que Eric dormiu na minha casa, a terrível briga. Os tempos sem ele, as confusões e milhões de festas-roubadas com Stella e Rick. Jessie e Raymond, o primeiro beijo entre mim e Eric.

Talvez a morte seja ruim, mas morri bem. A final, não seriam todas as pessoas que teriam tantas lembranças para levar consigo. Tive uma vida feliz. Um vida com acontecimentos que poucos poderiam desfrutar...

Ao lado de Eric. Que agora estava deixando. Mas não tinha problema, eu esperaria por ele. Agora que ele já devia ter queimado o livro e ganhado sua alma, não me importava de esperar por ele onde quer que eu fosse.

********************

Abri os olhos. Aquele ambiente era muito diferente do que eu imaginei acordar, não havia um céu azul, nem grama. Estava fitando um teto branco, com algumas manchas de sujeira.

O som que me rondava não eram o som de passarinhos e tranquilidade, era algo semelhante à um aparelho que apitava sequentemente: “Pi... Pi...”

Foi então que liguei os pontos, não estava no além, estava em um hospital. Na terra, viva, eu tinha sobrevivido e estava lúcida, tinha certeza disso.

Olhei mais em volta, um fio levava soro para minhas veias, e no meu outro braço, eu recebia sangue de uma bolsa. A-, meu tipo de sangue. E haviam fios no meu peito, levando minha frequência cardíaca para uma tela.

Meus olhos ardiam um pouco. Sentia algo colado por cima do lugar onde eu fui nocauteada na van. Fizeram um curativo. E nos meus pulsos, haviam esparadrapos e gaze, cobrindo os cortes.

Foi em fim que senti um toque na minha mão. Ergui o olhar e vi exatamente quem eu queria. Eric. Fitava-me, de pé ao meu lado e acariciando minha mão esquerda. Parecia distante, seu olhar me escondia a preocupação forçando um ar sereno. Estava cansado e sua camisa tinha espirros de sangue.

Sorri levemente, ainda um tanto fraca.

 - Ainda bem que acordou...

Disse-me num murmúrio, sorrindo levemente sem mostrar os dentes.

 - Achei que eu tinha morrido.

Admiti. Ele se moveu um pouco, puxando a respiração como se não gostasse do que eu dizia.

 - Não morreu. Salvei você.

Respondeu. Algo o incomodava, tinha olhar triste e estava cuidadoso com as palavras.

 - Como conseguiram nos achar?

Perguntei.

 - Eu não parei de vigiar você mesmo depois daquela... Briga. – Pronunciou com indiferença. – Estava em um carro ali perto e vi quando a van te levou. Jessie tinha acabado de se perder de Raymond e me ligou dizendo, então foi comigo, porque sabia que ele também tinha sido capturado.

 - E onde está Raymond...? Ele está bem?

 - Está. Perdeu mais sangue que você pois foi sacrificado primeiro, mas vai se recuperar.

 - Jared e os caçadores?

 - Mortos.

Pronunciou secamente, cheio de ódio no olhar.

 - O livro... – Me lembrei. – Vocês o queimaram? Ele estava lá, na mão do Jared.

 - Queimamos ele.... Agora todos nós temos uma alma. – Sorriu de leve. – Mas a boa parte é que parece que ainda ficamos com nossos poderes.

Explicava calmamente, cauteloso e num tom baixo de voz.

 Seguiu-se um minuto de silêncio até que seu suspiro forte o quebrou, seguido de sua declaração:

 - Eu não tenho palavras para dizer como eu fui um estúpido... Não confiei em você, sentia raiva porque não conseguia deixar de te proteger mesmo depois do que eu achava que você tinha feito. Você falou que se sentia carente... – Suspirou. Ouvia tudo pacientemente.- E eu também me sentia do mesmo jeito, sabia exatamente do que você estava falando, qualquer fio de atenção desde que te deixei parecia sagrado para mim, mas eu não quis aceitar porque estava com ciúmes... Achava que estava fazendo de propósito desde o início querendo me provocar estando com ele, mas a verdade é que eu sabia que não podia fazer isso, você nunca poderia querer fazer mal à mim porque eu sou seu par e é assim que eu me sinto sobre você, e é claro que você teria de sentir o mesmo... Fui um crápula.

Eric estava prestes a chorar, cada palavra parecia trazer um enorme sofrimento para ele e ver aquilo já me deixara com olhos marejados. Não olhou para mim sequer um minuto enquanto falava, de cabeça baixa como se estivesse com vergonha.

Puxei todo o ar que tinha. Não tinha raiva dele. Não queria que se sentisse culpado, queria só aproveitar cada momento agora que estávamos juntos de novo.

 - Você não foi um crápula. – neguei. – Eu perdoo você, não estou chateada.

A sinceridade no que eu dizia fez seu rosto se iluminar o mínimo. Ainda parecia chateado consigo mesmo.

Alguém entrou no quarto. Era meu pai, seguido da minha mãe, que segurava na mão de Simon que andava passos ensaiados no chão.

Meu pai entrou bruscamente, disparando para dentro e com cara de poucos amigos. De algum jeito, foi a primeira vez que Eric parecia com medo dele, moveu-se no lugar desconcertado e de cabeça baixa. Franzi o cenho sem entender nada.

 - O que está fazendo aqui? Disse que não queria que estivesse aqui quando ela acordasse!

Meu pai o repreendeu num tom duro. Estava me preparando para discutir com ele quando a voz de Eric me interrompeu:

 - Eu já vou para casa Sr. Cambrige. – Falou educadamente. – Só queria conversar com a Lara. Com licença...

Eric mexeu-se em direção à porta e eu disparei me sentando na maca em pânico e agarrando-o pela barra da camisa.

 - O quê? Mas... – Puxei Eric, não lutou para sair, parou e deixou que eu apoiasse minha cabeça na sua barriga. Ainda estava fraca. – Por que ele não pode ficar??

 - Por quê..?? – Meu pai bufou como se eu esperava que eu já soubesse. – Porque foi por causa dele que você tentou se matar!

Por um minuto pisquei tentando me situar na situação. Depois meus olhos voaram até meus pulsos. Devia ter sido a desculpa que Eric que deu. Tentei me matar por causa dele.

 - Mas não quero que ele vá. Só tentei me matar porque ele foi embora, não faria sentido se ele não voltasse.

Abracei sua cintura com ainda mais força, agarrada na sua camisa, apavorada com a ideia.

 - Mas ele deixou você assim! Ele te magoou e te deixou, por isso você fez o que fez, não posso deixar que ele tenha a oportunidade de fazer isso de nov...

 - Deixa, amor. – Minha mãe se manifestou ao meu favor, num apelo. – Foi só uma uma briga, não foi culpa dele, ele não imaginaria que ela iria tentar se matar... Além disso ele a salvou, não foi?

Meu pai ainda revirou os olhos com teimosia, bufou uma, duas, três vezes até ceder:

 - Está bem. – Suspirei num alívio. – Você está bem? Precisa de alguma coisa?

 - Preciso. Preciso de um tempo à sós.

Pedi. Meu pai ainda soltou uma baforada de nervosismo e saiu do quarto com minha mãe cerrando os dentes.

Quando nos viu sozinhos de novo, Eric se agachou para ficar da mesma altura que eu.

 - Tudo bem, agora você já pode se encostar, certo?

Sorriu cuidadoso. Encostei na cama o obedecendo.

 - Porque disse isso?... Quer dizer... Sabia que ele me proibiria de ver você.

 - Se eu pudesse faria isso. – passou a mão pelos meus cabelos. – Estou tão furioso por ter feito isso com você que se pudesse não atrapalhar mais a sua vida...

 - Não! – Intervi num urro. – Nem pensar, nunca pense isso de novo, eu... – negava freneticamente com a cabeça, e as lágrimas começaram a correr.

 - Shhhh...! – Eric me silenciou calmamente, me tranquilizando. – Eu estou bem aqui. Disse que queria, mas não posso viver longe de você.

Meu coração pulou uma vez. Depois meus braços mexeram-se num reflexo puxando-o para um abraço. Sentir o abraço dele outra vez, foi como se pudesse sentir a minha alma de novo. Tinha tudo que precisava bem ali. E tinha quatro letras, duas vogais e duas consoantes, assim como a palavra “amor”.

 - E agora que não é mais um desalmado... – Sussurrei a pergunta ainda afagada no seu abraço. – Você pode se apaixonar por outra pessoa...?

 - Sim. – Fiquei tensa com a resposta. –Mas não quero outra pessoa.

Sorri. Lágrimas de emoção me invadiram e o abracei mais forte.

Não ligava mais para a morte. Podia tê-lo agora, do jeito que eu sempre quis, sem qualquer interrupção, ou perseguição. Seríamos nós dois para sempre.

Dia 6 (Com Eric)

Se passaram três dias. Era bom estar sem os curativos. Ainda tinha uma leve cicatriz nos pulsos, mas elas iriam sumir logo.

Fora uma grande revolução quando voltei. Stella quis me matar por ter “tentado me matar”. E no colégio todos já tinham ouvido o boato que eu tinha enlouquecido pela perda do meu namorado e tentado suicídio.

Mas eu não ligava, boatos não faziam mais diferença. Desde que comecei a namorar com Eric, boatos sobre mim já haviam virado frequentes.

************

Eric estava um tanto calado demais desde que saí do hospital. Parecia com a mesma expressão de antes, congelara nele: Tristeza mascarada por serenidade. Já estava me incomodando e uma hora ou outra eu iria fazê-lo contar.

Meus pais haviam viajado, só para variar. Tive de fazer um juramento de que não iria dá-los mais uma “surpresinha” quando voltassem e meu pai também não confiou muito em me deixar sozinha na companhia de Eric, mas no fim, não tiveram escolha.

Eu dormiria pela primeira vez na casa de Eric, claro que eles não sabiam disso.

Entrei no quarto dele e sentei na cama. Eram por volta das cinco da tarde, Srta. Burton saiu para jantar com algumas amigas e ficamos sozinhos.

 - A sua mãe parece bem feliz... – Comentei, lembrando de como saiu sorridente indo se encontrar com as amigas. – Não vejo ela assim desde que se separou.

 - É, aos poucos ela começou a recuperar sua própria vida. – sentou-se ao meu lado na cama. – Ela vivia pelo meu pai e pela nossa família. Agora descobriu que também existe ela, sabe...

Ri.

 - E o seu pai? – Observei. – Nunca falou dele. Ainda lembro dele um pouco, de quando éramos crianças...

 - Ele era policial, lembra? Era mais fácil saber quem sugar com ele por perto, mas agora não preciso sugar mais ninguém, então...

Sorriu, alegre. Verdade, sobre isso, nunca vira Eric mais feliz e satisfeito, devia se sentir aliviado por não precisar mais fazer esse tipo de coisa.

 - Agora você tem alma, eu estou a salvo... – Recordei os fatos e acabei pescando um de que acabei me esquecendo. – E você ainda não cumpriu sua promessa.

Sim, ele disse que quando eu estivesse a salvo, iríamos...

 - Sabe que ainda posso machucar você, certo? Ainda sou forte.

Sim, ele ainda tinha os poderes. Bufei impaciente, não ia adiantar fugir do assunto dessa vez.

 - Eu confio em você. – Me ajoelhei na cama, virando para seu ombro. – Só que você parece distante desde o que aconteceu... Por que anda tão cauteloso?

Em fim perguntei. Cauteloso demais ele andava. Mal nos beijávamos direito, ele sempre ia devagar, cuidadoso demais. Estava começando a ficar preocupada.

 - Você... – tive medo de continuar a pergunta e ter a resposta que temia. – Não sente mais a mesma coisa?

 - Não, claro que sinto a mesma coisa. – Levantou-se com indiferença, respondendo num ato, sem dúvida. Ufa. – Só que... – Suspirou olhando para mim, de pé. – Sinto que nunca vai me perdoar pelo que fiz, não me sinto mais digno de estar com você, não depois de ter quase te deixado morrer...

 - Mas eu perdoei você. – fui ao encontro dele. Pus minhas mãos nos seus ombros, compreensiva e calma. – Te disse que nunca estive chateada.

 - Talvez eu não tenha me perdoado ainda.

Balbuciou. Mordi o lábio, pensativa. Aquilo não podia durar para sempre. Tinha que haver uma maneira de fazer ele mudar de ideia.

  - Eu amo você... - Blefei. Foi a única coisa que pensei em dizer. – E sinto sua falta.

Assisti-o dar um suspiro. Suas feições amoleceram um pouco. Virou a cabeça para os lados como se estivesse brigando com a própria consciência, segui seus movimentos com os olhos.

Numa fração de segundo sua boca já estava na minha, me beijando intensamente. Respondi ao seu beijo, cada vez mais rápido e apaixonado, mordiscávamos de leve nossos lábios e senti sua mão arrastar-se na minha cintura e me puxar para perto com voracidade.

Enrosquei minhas mãos em sua nuca quente, ele me ergueu, tirando meus pés do chão. Ondas de prazer me invadiam quando caímos na cama. Sua boca escorregou por todo o meu pescoço, era difícil controlar a minha respiração e os meus batimentos cardíacos sem que se descontrolassem.

Tateei seus ombros e puxei sua camisa, ele me ajudou a retirá-la, arrancando-a e jogando longe e em seguida se ajoelhou na cama e me puxou me sentando em seu colo, suas mãos passeavam pela minha cintura e começaram a levantar minha blusa. Num piscar de olhos, já não a vestia mais.

Só conseguia pensar em como eu queria ele, como seu corpo me levava à loucura e como eu tinha esperado para que isso finalmente acontecesse.

Sem pensar direito minhas mãos moveram-se sozinhas até sua calça. Desabotoei, já não tinha o controle de mim mesma, só conseguia sentir prazer sentindo a mão grande de Eric rondando minhas costas nuas e me puxando com vontade para mais perto fazendo nossos corpos se tocarem com cada vez mais intensidade.

Era óbvio que aquilo iria acontecer. E eu não pensei duas vezes, me entreguei completamente, enlouquecida, minhas unhas cravavam nas suas costas enquanto aquele momento acontecia, meus dentes estavam arrastando-se pelos seus ombros e Eric só conseguia me fazer pedir mais, dos seus apertos, mordidas, carícias e movimentos alucinantes.

Nada faltava agora. Eu tinha ele, para sempre e agora eu tinha certeza. Não fazia ideia do que aconteceria em seguida, mas sabia que meu futuro seria com ele, em algum lugar, sendo muito felizes.

Não sei por quanto tempo tive de esperar para finalmente sentir aquela sensação de liberdade para viver com quem amo, já estava perdida na noção de tempo e espaço, que parecia cem vezes menor entre nossos corpos.


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Notas finais do capítulo

Mimimimi...;(
Espero que tenham gostado. Reviews de despedida? ^-^
Beijocas eternas, Anonymous girl writer s2.



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