Almas Prometidas escrita por ChatterBox


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo vai deixar vcs morrendo de medoooooooo
Kkkkkkk'
Mas não se preocupem, vou acertar as coisas logo, logo, mas vão ter que ter paciência.
Beijocas, Anonymous girl writer s2.
Boa sorteee, MUAHAHAHAHA!!



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– Preciso falar com você.

Jared me pegou pelo braço no corredor, soltei um longo suspiro.

– Já percebeu que essa está se tornando a sua frase preferida? Eu tenho coisas para fazer, sabe?

– Deixa de má vontade, - baforou. – é rápido.

Respirei fundo, fingi que estava aspirando a paciência comigo junto com o oxigênio. Sabia o quanto queria ficar longe de encrenca, e infelizmente, isso era uma das coisas que Jared mais aspirava.

Senti alguém chegar por trás.

– O que ele quer?

Olhei, Eric, já vermelho de raiva.

– Falar com ela, será que você não pode deixar ela mesma decidir com quem quer falar? – antes que eu pudesse dizer alguma coisa, Jared debateu com aquilo. – Nós não chamamos você na conversa.

– Jared!

Protestei, irritada.

– É tudo culpa dele, não é? – ele não me ouviu quando protestei? Por que continuava discutindo? – É por ele que você não quer me dar uma chance, eu posso ser muito melhor do que ele, Lara, ele não tem nada a te oferecer!

Soltei uma, duas, três baforadas indignadas, Eric devia ter ficado cinza de raiva. Ouvi seu grito logo em seguida:

– Quem decide não é você! Você tem algo a oferecer? Quem é você no mundo, Jared?

– Ao menos eu sou hu-ma-no!

Provocou Eric sarcástico. Perdi o completamente o controle da situação quando numa fração de segundo, Eric avançou, pressionando o braço contra o pescoço de Jared contra a parede.

– Parem!

Ordenei.

– Escuta aqui... – Ouvi a ameaça de Eric entre dentes em formato de grunhido. Jared parecia sem ar, mas por algum motivo, não parecia com medo, tinha um sorriso de ironia preso nos lábios. – Se você tentar, cogitar chegar perto dela, seja como for, vai ser o seu fim, não importa o que isso traga de consequência, ouve o que eu digo?

– Eric, pare...

Pedi calmamente tocando o ombro dele.

– Vamos ver, garanhão...!

Jared disse com intervalos de falta de ar, ainda provocando Eric. Desta vez puxei a camisa de Eric por trás, ele ao menos não lutou, deixou eu puxar ele para longe, acho que ele mesmo sabia que não poderia se controlar.

– Vamos.

Balbuciei pegando a sua mochila que jogou no chão, a confusão já tinha chamado a atenção de todos no corredor.

Aquele era o tipo de situação que nunca imaginei ter de passar, estava começando a ficar sem opção. Não estava conseguindo fugir dos problemas, eles eram atraídos como lobo à carne.

– Ele está louco, Lara, ele é um louco. Não tem a menor ideia do que está fazendo, o que quer ou o que diz, é insano, um maluco...

Eric balbuciava enquanto andava e de repente parou, me fez parar também, me puxando pelo braço quando eu distraída continuei andando.

– Sabe disso, não é? Tem que ser cuidadosa, tem que ter muito cuidado, vão ter momentos que eu não vou estar por perto e você vai ter que saber o que fazer.

Não conseguia pensar direito, de algum jeito, só conseguia prestar atenção na sua aparência perfeita naquele dia, os olhos estavam marrons, o casaco cinza por cima da camiseta branca e o boné de baseball.

– Não tinha percebido como você também fica bonito depois de sugar...

Blefei. Ele sorriu, como se estivesse lisonjeado depois bufou como se devesse não dar importância:

– Não dá para prestar atenção no que eu digo?

Falou, não estava chateado, estava sereno e sorria, acho que ele não conseguia ficar chateado comigo, assim como eu com ele.

– Vamos esquecer ele por um minuto, o que você acha?

Sugeri em tom de mimo e abracei ele ternamente encostando minha cabeça no seu peito. Ele no começo não quis ceder, mas depois não resistiu e me abraçou de volta.

– Você tem toda razão. Ele está estragando, não é?

Sussurrou no meu ouvido. Não queria problemas, queria ele, num momento de paz, se pudesse, fugiria naquele momento para algum lugar tranquilo longe de todos com ele, só para aproveitar o tempo sem preocupações, experimentar como seria a nossa vida se fôssemos um casal adolescente como outro qualquer, que só se preocupa com viver o máximo das experiências possível.

– Está...

Respondi num tom baixo.

– Então vamos só esquecer dele e sair daqui. Te dou uma carona para casa.

Chamou.


No dia seguinte Stella me convenceu de fazer uma festa entre mim, ela, Rick, Tyler, Sophie, Jessica, Raymond e para a minha surpresa, Eric, eles tinham se tornado amigos depois que comecei a namora-lo, também sabia que não era fácil não gostar de Eric.

Mas a novidade era que a festa era na minha casa. Ainda não sabia como conseguiu me convencer. Seria comida mexicana, filmes e depois, todos dormiriam lá em casa, que estava vazia por conta de uma viagem que meus pais tiveram de fazer para visitar a minha avó na cidade vizinha, só chegariam à tarde do dia seguinte.

Entrei no restaurante mexicano para pegar a comida que encomendei por telefone e fiquei esperando na fila durante em torno de cinco minutos até que peguei o pacote e quando me virei, levei um susto.

Jared. Sorria para mim como sempre, sarcástico, surgira do nada. Ele tinha encontrado um jeito de descobrir todas ás vezes em que eu estava sozinha para aparecer, não devia ser tão difícil pensando bem, se o emprego dele antes era mesmo me vigiar.

Suspirei, impaciente, não aguentava mais as suas perseguições.

– O que você quer aqui?

– Precisamos conversar.

Ordenou. Bufei com irreverência.

– Escuta, - avisei, irritada. – quantas vezes vou ter que te dizer isso? Não tenho que conversar com você porque não tenho nenhum assunto pendente com você, então com licença, tenho coisas a fazer...

Ia seguir meu caminho, mas ele pegou meu braço.

– Temos assuntos pendentes, sim. Eu fiz o que você sugeriu, eu encontrei uns amigos, estou indo à festas, está sendo ótimo, mas uma coisa ainda falta... – chegou perto de mim, bruscamente, tinha hálito de cigarro. Virei o rosto. – Quero conquistar você.

– Não vai adiantar, já disse. Mesmo que eu quisesse, Eric é meu par, vou querer ele para sempre.

Expliquei, mas era óbvio que eu não queria.

– Então pelo menos converse comigo, não tem nada a temer já que Eric é quem você quer não é...? Não tem como eu conseguir te convencer.

Ele falou, mais tinha um sorriso de segundas intenções que não conseguia me fazer acreditar nele. Mas que escolha eu teria? Me seguiria pelo resto da minha vida a não ser que eu tentasse convencê-lo de novo de que não vai adiantar me seguir.

– Tudo bem, mas não vai ter mais que dez minutos.

Exigi. Fomos até uma mesa perto da janela e nos sentamos, um de frente para o outro.

– O que você quer?

Fui direta.

– Calma. Parece que eu te assusto, não é? – Sua voz era arrastada, tinha a impressão de que parecia bêbado, mas era só ele, sendo ele mesmo. – Eu sei que eu sou um pouco aterrorizante visto assim, mas eu na verdade sou um cara legal, Lara, você quase se tornou minha amiga antes que eu começasse a ter cantar.

– É, mas você me cantou e acabou com tudo.

– Mas o que importa é que... Eu sei que é possível você se apaixonar por outra pessoa... – Ele debruçou-se na mesa, arrastando-se para mais perto de mim. Recuei um pouco. – Eu estive pesquisando e... Na bíblia diz que Deus criou o livre arbítrio e que é a única lei em que nunca poderá interferir. E ele fez isso com vocês, então isso está errado, é só o que vocês pensam, que não podem se apaixonar por outras pessoas, mas na verdade, nenhum de vocês tentou de verdade, todos desistiram e voltaram para seus pares, mas eu sei que se insistirmos, Lara, você iria conseguir esquecê-lo.

– Está errada a sua teoria. O amor nunca fez parte do livre arbítrio porque nós nunca escolhemos quem amamos, então a escolha dos pares para os desalmados, não infringe nenhuma lei.

Falei, convicta. Aquilo era óbvio, só alguém que não conhece a fundo o amor, cometeria o erro de não pensar nisso.

Ele suspirou, meio frustrado, mas ainda queria insistir na sua ideia:

– Poderia te dar uma vida de verdade. – Numa fração de segundo, vi que já estava pegando em minha mão, senti vontade de tirar ela de lá, mas resolvi deixar, tinha que aguentar, era por um futuro livre dele, tinha que acreditar que no fim daquela conversa, ele sairia com a ideia de que nunca me teria. – Eu ainda vou poder ter uma vida, posso fazer faculdade, te dar filhos, acha que eu não sei que ele não pode fazer isso sem te machucar?

Fiz uma careta incrédula para Jared. Tirei minhas mãos das dele, estarrecida e extremamente desconfortável. Seu discurso parecia algo como o início de uma esquizofrenia ou algo do gênero, ele realmente estava começando a acreditar que eu devia ficar com ele, sem motivo algum.

– Ele também pode, não ligo para o fato de que ele precisa sugar almas, mata mentes criminosas, salva vidas inocentes e extermina as culpadas, não vejo nenhum mal nisso.

Tentei continuar calma, o que ele tinha dito ainda estava me incomodando muito. Queria debater mais, mas se aquilo acabasse em discussão, poderia acabar mal.

Jared se remexeu na cadeira com agonia, incômodo, como se eu tivesse conseguido te deixar sem saída e aquilo o tivesse irritado muito, acho que Jared não estava acostumado a não conseguir o que queria.

– E se o Eric morresse, hein, Lara? – Fiquei paralisada quando sugeriu isso, seu tom era irônico e ameaçador, me deixou apavorada e em pânico. Nunca imaginei que acabaria vendo tão claramente seu lado negro, não podia acreditar que ele estava ameaçando fazer isso para que eu o amasse. – Você teria que achar outra pessoa, certo...?

– Você... – gaguejei estarrecida e aterrorizada. – Não vai...

Antes que eu terminasse a visão dele desapareceu diante de meus olhos, se tele transportou. Para algum lugar que com certeza podia criar uma situação perigosa.

Tateei o celular no meu bolso, ainda desnorteada com o que acabara de acontecer e liguei para Eric. Meu coração batia cada vez mais denso em meu peito a cada chamada até que em fim ouvi sua voz:

– Alô, Lara? Onde está você, comecei a ficar preocupado. Estamos todos aqui, a comida não já esfriou?

Respirei fundo curtindo a primeira migalha de alívio de saber que ele ainda estava em segurança e me preparei para dizer:

– O Jared estava aqui.

Minha voz falhou. Pude ouvir sua respiração ficar acelerada do outro lado e o barulho de sua movimentação como se estivesse indo para um lugar onde ninguém estivesse para continuar a conversa.

– O que ele fez com você?

Sua voz soava nervosa e a um passo do descontrole.

– Nada, mas é com você que estou preocupada. – respirei. – Ele está ficando paranoico, Eric, disse que se matasse você, podia me ter. – levantei me dirigindo rápido com a comida para fora do restaurante, no desespero de encontra-lo, uma lágrima correu e fez minha voz entonar um choramingo. – Estou com medo, Eric...

– Não vai acontecer nada comigo, não se preocupe, mas saia já daí, quer que eu vá buscar você?

– Não, eu chego, já estou no caminho.

Não podia imaginar ele correndo esse risco, ali ele pelo menos estava em segurança com a Jessie e ao redor dos outros, Jared não podia fazer nada.

– Tudo bem, amo você, vou desligar.

– Também amo você, até logo.

Desliguei. O coração palpitava no peito com angústia. Me sentia desta vez ainda mais ameaçada. A morte parecia não me dar medo, mas a nossa separação, me fazia crer que a morte era o lugar certo para mim.

Precisava ter certeza de que Jared não iria alcançar seu objetivo, não iria nos separar, não iria machucar Eric, porque isso era muito pior.


***************************************************************


Eu simplesmente odiava as aulas de educação física.

– Vamos!

A treinadora gritou, seguida do seu apito estridente, zumbindo nos nossos ouvidos. Nada era pior do que fazer esforço físico para mim, porque eu era péssima nisso. Eu era a última na linha de estudantes que corriam exaustos pela trajetória. Talvez a penúltima, tinha um garoto gordinho atrás de mim, mas ele tinha desmaiado uns seis passos atrás então acho que não contava mais.

Ofegava, sentia que minhas pernas iam ceder e o calor era escaldante queimando minha testa e fazendo latejar uma dor de cabeça. Ao menos havia uma coisa boa em ser a última, não estava perto de Jared, que não muito surpreendentemente, era um dos primeiros. Não falara com ele. Tinha tomado aquela decisão com Eric na noite anterior, ficar o mais longe dele possível, não daria nem “bom dia” desta vez.

Mas a parte ruim é que Eric também era um dos primeiros, então não estava perto dele.

Em fim ouvi:

– Fim do treino, todos para os vestiários, rápido, não deixem o corpo esfriar.

Saltaria de alegria, mas estava muito cansada para isso. Agachei, posando as mãos sobre os joelhos ofegante e molhada de suor.

Vi dois pés pisarem próximos à mim, levantei a cabeça para ver. Eric me olhava do alto.

– Vamos.

Estendeu a mão. Numa respiração peguei na mão dele e ele me ergueu, me segurando pelo ombro e me levando para dentro.

– Isso... – pausa para ofego. – É muito humilhante? Ter de levar sua namorada ofegando e suada para dentro porque ela não consegue nem ao menos fazer uma atividade física sem morrer...?

Ainda ofegava. Riu.

– Não se preocupe, eu aguento essa humilhação.

Zombou, ri, depois parei de novo para puxar ar.

Ele me deixou na porta do vestiário feminino.

– Te vejo depois?

Cogitou.

– Claro...

Ofeguei me jogando dentro do vestiário, pude ouvir a risada dele de lá.

Haviam garotas de sutiã rondando por lá, era uma visão patética de mais para eu prestar atenção naquele momento, só fui direto, cambaleante até meu armário e quando abri, sobrevoei os olhos apressada pelas coisas, depois joguei a mão por cima da minha garrafa d’água, sedenta.

Quando bebi, esperava que fosse uma sensação ótima de se renovar, mas ao invés disso, senti um gosto muito estranho e fiz uma careta.

Alguém se aproximou de mim.

– Nossa, que cara é essa?

A voz parecia de repente turva na minha cabeça, como se de repente eu me sentisse tonta. Me virei, ainda cambaleante para ver quem era e quando olhei, não consegui ver quase nada, a visão estava embaçada e disforme.

Era uma garota da minha classe, mas não conseguia distinguir qual. Me senti zonza, tonta e enjoada ao mesmo tempo.

– A minha água está com um gosto estranho...

Consegui falar num fio de voz, minhas pernas tremiam sem força, me apoiei nos armários procurando me restabelecer, toda aquela fraqueza foi por causa de uma simples atividade física? Que vergonha.

– Você está bem? - A garota perguntou num tom solidário. – A minha água fica assim as vezes, parece vinagre, tem que trocar.

Aconselhou. Mas não parecia nada com vinagre, parecia um pó de espinafre, algo assim. Ainda estava tonta então espantei-a com:

– Estou bem. Vai passar, foi só enjoo.

Não iria contar que estava acabada pela corrida.

– Tudo bem, mas é melhor andar logo, estamos quase todas prontas, vai se atrasar.

Olhei de relance em volta, corpos embaçados saíam pela porta, deixando o lugar quase vazio.

– Aham...

Foi tudo que consegui balbuciar, tonta.

Ela saiu. Eu acho. Não via nada e minha cabeça projetava sons distantes e embolados com os outros, não conseguia entender como consegui me sentir tão mal por conta de uma corrida boba.

Só haviam mais três garotas ali, tinha que me apressar para tomar logo banho.

Consegui fazer tudo, para a minha vitória, sozinha. Mas a sensação de tontura e visão desfocada não passou, continuava tudo rodando e eu parecia pior, uma dor de cabeça latejava agora.

Estava com a roupa e pronta para sair daquele inferno quando alguém pisou atrás de mim, ouvi a voz quente de alguém mais alto soar falha em meu ouvido:

– Não se preocupe, seu namorado está aqui para te salvar...

Zumbiu no meu tímpano. Não vira quem era, mas sabia que era Eric, a final, meu namorado. Quando virei tentando sorrir para a sua brincadeira, me decepcionei em não conseguir ver seu rosto, parecia oscilar e se desfazer na minha frente.

– E-eric?

Gaguejei com voz de bêbada.

– Eu mesmo.

Ouvi ele responder, sua voz não parecia a mesma, não era a voz dele para mim, mas eu não podia dizer com certeza, devia ser obviamente por causa da tontura que eu pensava que não era a voz dele. Então ignorei.

– Não tem mais ninguém aqui, então eu resolvi vir para te dar aquilo que não dei antes... Eu estive pensando, então... Por que esperar certo?

Sugeriu se aproximando e me segurando pelos ombros, piscava tentando ver com clareza, mas ainda não via nada.

Ele estava planejando a nossa primeira vez... Ali? E assim do nada? Quando eu nem podia ver nada?

Neguei num fio de voz:

– Não, eu... Não to me sentindo bem...

– Não tem problema, eu posso cuidar de você, vai ficar bem melhor.

Num ato me envolveu e me carregou para me encostar na parede, não tinha saída, ou acreditava nele e tentava, ou talvez mudasse de ideia depois e nunca mais tivesse aquela oportunidade de novo. Só pude torcer para meus sentidos voltarem.

Sua boca tocou a minha, me beijando lentamente e cheia de experiência, mas algo me fez hesitar, não era o mesmo beijo, não tinha o mesmo hálito, tinha um leve gosto de cigarro e... Não tinha a mesma alma.

Franzi o cenho enquanto o beijava, desconfortável.

– Eric, você... Fumou?

Balbuciei a pergunta, ele não ligou, continuou beijando meu pescoço, percorrendo meu queixo e depois respondeu com descaso:

– Não, tinha um cara tragando no vestiário, acabei aspirando a coisa.

Tentei acreditar na história. Quando de repente se movimentou, tirou a camisa. Não conseguia ver direito, mas também tinha algo errado, seus ombros pareciam menores. Eu tentava tocar e eles pareciam só tocar na minha mão segundos depois.

Foi então que comecei a recordar a visão, e a audição. A imagem começou a oscilar de embaçada para limpa e quando ouvi a sua voz no meu ouvido enquanto beijava meu pescoço, tive certeza de não ouvir a voz dele, ouvi a voz de outra pessoa que não lembrava quem e depois, voltou a ser a voz dele.

Fiquei confusa, balancei a cabeça com agonia tentando recordar completamente os sentidos quando vi, toda a visão voltou e de repente não era Eric, vi claramente outra pessoa me beijando, meus olhos arregalaram-se lançando no peito dele quando vi. Uma tatuagem de dragão enorme cobrindo o tórax todo.

Minha garganta foi para projetar um grito, mas o comprimiu quando alguém entrou pela porta. Eric. O verdadeiro, entrou sorrindo e quando me viu ali, o sorriso se desfez num expressão terrível de decepção e nocaute.

– Lara...?

Sua voz perguntou sem acreditar, assisti ele perder o equilíbrio encostando-se na parede apavorado.

Não conseguia me mexer, aquela situação parecia tão irreal que me deixou paralisada. Quando finalmente consegui recuperar minha força e empurrar Jared para longe de mim, que antes ignorava a presença de Eric como se aquilo não tivesse a menor importância.

Me senti suja, perdida, sem reação. Não sabia o que dizer primeiro, sabia que não tinha feito isso porque queria, mas obviamente Eric não sabia disso.

Minha boca produziu o primeiro som quando Eric saiu pela porta correndo:

– Eric!

Gritei e corri atrás dele, ele correu pelo corredor, estava de costas para mim, mas podia ver que ele espantava lágrimas dos olhos enquanto corria. Corri atrás dele desesperadamente pensando no quê e como explicar quando meus passos começaram a ficar mais lentos, comecei a ficar fraca e a minha visão ficar turva outra vez, a tontura estava voltando, foi ela que me fez fazer aquilo, me fez pensar que Jared era ele e cair na armadilha. De alguma forma, Jared sabia que eu estava assim, então provavelmente ele tinha me feito ficar tonta, não sabia como, mas foi tudo armado por ele para nos separar.

Forçava meus pés a moverem-se atrás de Eric, enquanto as primeiras lágrimas de pânico ousavam me invadir.

– Eric, espera! Eu posso explicar, eu não...!

Eric corria me ignorando até ali, mas quando eu disse isso ele me retribuiu, virou-se para mim bruscamente, continuei correndo e consegui ficar perto dele, frente a frente, estava cheio de lágrimas nos olhos e o rosto vermelho de mágoa e fúria.

– Então era isso, não é?? – Reclamou alto. – Por isso sempre concordava em falar com ele! Você estava interessada em me enganar!

Meu coração acelerou-se com o desespero e terror, aquilo não era verdade! Precisava provar isso:

– Não! Ele me enganou, ele me... Eu me senti tonta e não vi ele, eu vi você e...

Mas minhas palavras não faziam sentido, o desespero não conseguia formular uma frase coerente.

Eric negou com a cabeça freneticamente com agonia e raiva.

– É sempre essa a sua desculpa, mas eu vi você e você queria desta vez, estava quase... Se entregando para ele! Talvez também mentiu quando beijou o Ray, não é? Você queria! Nem ao menos sentiu remorso!

– Não! NÃO! Não é verdade, sabe que eu não posso amar ou desejar outra pessoa! Não fiz isso porque queria eu não consegui ver nada, estava tonta e...

– Argh, não se faça de ingênua! Essa desculpa é ridícula!

Eric forçou entredentes.

– Não pode me deixar! Eu não fiz aquilo! Eu juro! Tem que acreditar em mim! Eu sou o seu par!

– E que má sorte a minha... – Foi então que suspirou isso. Seu rosto mostrava mágoa e rancor. Meu rosto se banhava em lágrimas eu já estava com a sensação de milhares de alfinetes no coração prestes a sentir o que eu sempre temi. A perda dele. De novo, e desta vez por minha culpa, ele não iria me perdoar nunca mais. – Não me procure. Está tudo acabado.

Saiu. Deu as costas e se foi. Meu corpo pareceu dar um grito e padecer, a sensação de tontura voltou e me fez cair no chão. Não conseguia pensar. Ele tinha ido... Ele tinha ido? Era isso? Tinha me deixado para sempre?


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Notas finais do capítulo

Uuuuuuhhh, Por essa ninguém esperava, não é? Kkkkkk'
Reviravoltas fazem parte das boas histórias.
Só uma coisa, se essa fic fosse um livro vcs comprariam? Eh que eu sou escritora na verdade, desde os 6 anos e já publiquei um livro aos doze, estou no processo de edição de uma trilogia minha agora e estou pensando se essa podia ser minha próxima obra a ser publicada.
Alguém poderia me dar uma recomendação? Eh que eu nunca tive uma e eu ia ficar super feliiizzzz o/ Se tivesse ficaria muito agradecida.
Beijocas, Anonymous girl writer s2.