Shirokuro Byoutou escrita por Lirium-chan


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Saa...
Eu sei que é baseada no PV mas eu...cof, mudei umas coisas, cof :D
Eu sempre adorei essa música;
E eu não sei porque eu adoro essa música. Bem, enfim;
Boa leitura :)
Notas no fim do capítulo ^^



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“Mens sana in corpore sano”

  Branco;

 Foi essa cor que eles viram quando acordaram, era a cor do teto do Hospital.

  Rin sentara-se sobre o seu leito e olhara ao redor. “É tudo branco, excerto pelas nossas vestes e as mãos daqueles homens!” Pensou, sorrindo alegremente enquanto balançava seus pés. A roupa que eles usavam era uma bata azul, larga e de tecido incômodo;

 Os homens que ela vira eram médicos, talvez, cientistas. Suas mãos e as mangas dos jalecos brancos estavam sujas de um tom forte de rubro. Discutiam fervorosamente sem notar que os gêmeos haviam acordado, sobre algo pelo qual Rin não se interessara, ela estava extremamente ocupada catalogando tudo que havia de branco naquele quarto.

 No entanto, Len estava interessado, e muito. Seja lá o que estavam discutindo, com certeza era sobre seu destino, e o ar daquele lugar não lhe agradava nem um pouco. Fechara os olhos e se concentrara, tentando aguçar a audição para distinguir informações, mas os burburinhos eram indecifráveis.

 “Os corpos deles serão trocados!” Murmurou um deles, dessa vez mais alto que os demais, as palavras escorregaram por sua boca e chegaram aos ouvidos do loiro, que tomou uma atitude imediata.

 Saltou por cima do seu leito, agarrando a mão da irmã e a fazendo correr, abriu a porta branca com brusquidão e correu, evitando ao máximo olhar pra trás.

 Se ao menos tivesse visto aonde havia pisado ou olhado pro chão do quarto, teria visto o que a sua gêmea viu. “Os corpos no chão também não são brancos!” Pensou, com certa decepção, havia inúmeros corpos sem vida caídos no piso branco, o que ela achara divertido naquilo? Eram iguais a si e ao seu irmão, se não fosse por um defeito ou outro.

 Os seus pés desnudos estremeciam ao conseguir contato com piso, era gelado; frio; congelante. Contudo, não se permitia vacilar, pois o som que os sapatos brancos emitiam se aproximava cada vez mais. Sapatos brancos jalecos brancos corriam atrás deles num ritmo apressado. As palavras que ouvira um dos homens dizer lhe ecoavam na cabeça de forma maníaca erepetida.

 A loira apenas olhava ao redor, maravilhada, era tudo branco;

 Branco, branco, branco (...) onde quer que olhasse era branco.

 O olhar de ambos se demorou em uma das portas brancas, esta tinha o corpo de uma garota prensado contra a pequena janela de vidro, os cabelos verdes-água despenteados e uma das órbitas oculares era apenas um buraco oco sujo de vermelho, o outro olho azul lhes era suplicante, mas não puderam fazer nada, a janela quadrada fora pintada de vermelho. As letras gravadas na porta “Local de execução.Hatsune Miku” Len apenas fitou com dor por alguns segundos, mas não se demorou a virar a face e continuar a correr, com a mão suada e firme segurando a de Rin. A garota apenas estava começando à gostar do vermelho. “Essa também é uma cor bonita!” pensou consigo mesma.

 “Apenas vire seu corpo 30º com toda sua vontade e corra!” Repetia mentalmente o garoto, sempre que encontrava uma curva, o seu desespero era visível.

 Rin continuava atônita, era maravilhoso, branco e mais branco para todos os lados! Mas por vezes poderia encontrar um belo tom de vermelho, por vezes manchando as janelas de vidro, por vezes escorrendo por debaixo da porta. Era lindo, ao menos ao seu ver.

 As bocas das paredes fecham e prendem você lá dentro.

 Chegaram a um corredor sem saída, haviam três portas ao redor dele e o caminho de volta. Os corredores foram feitos para que não houvesse saída. “Mesmo as salas foram previamente encruzilhadas.” Pensou o gêmeo, deixando-se cair no chão com desespero, seus braços abraçados às pernas:

 -Onde é a saída?-Indagou, gritando para o nada, como se esperasse conseguir a resposta.

 -Onde quer que eu olhe; é tudo branco!-Declarou a pequena, numa espécie de desvareio, girando nos calcanhares numa espécie de passo de balé.

 -Eu perguntei... Onde era a saída!-Gritou Len, mais uma vez, olhando para o rosto da companheira com os olhos lacrimejantes. Não que estivesse esperando que ela tivesse uma resposta.

 -Ali!-Respondeu, sorrindo inocentemente, apontando para uma porta em sua frente.

 Len olhou para a pequena placa de metal inscrita na porta “Local de execução. Kagamine Rin e Kagamine Len” Seu corpo estremeceu, olhou para a face da sua irmã e esta sorria de forma alegre. O que raios ela estava pensando?

 Os passos produzidos pelos sapatos brancos se tornavam mais audíveis a cada fração de segundo.

 -Vamos!-Murmurou, tentando pegar na mão de Rin novamente, esta que se desvencilhou delas quase que imediatamente. Sorriu, e ele pode ver no seu olhar que ela não iria com ele, uma lágrima escorreu pelo seu olho direito e correu, entrou pela porta que julgava ser correta e não olhou para trás.

 Estava certo; A saída era por ali.

 Rin permaneceu onde foi deixada. Esperando os perseguidores chegarem até si e admirando o puro branco de era feito aquele local.

 Os homens com as mãos manchadas de vermelho se aproximaram, seguravam um pedaço de papel com imagens imprimidas, sobre elas, escrito “Projeto nº 12. Falhou.” E embaixo havia duas fotos, uma dela e outra de seu irmão, pode ver que os seus olhos eram trocados, um amarelo e outro azul; os olhos de Len eram o oposto, A mão vermelha do homem apontava para a foto do seu irmão, claramente querendo saber para onde ele fora. A garota lhe mostrou por qual porta seu gêmeo correra, e um grupo seguiu pelo caminho indicado, outro grupo menor ficara com ela, por via das dúvidas. Deviam ter deixado o grupo maior pra tomar conta de Rin.

 Ela notara os homens correndo, lindamente manchados de vermelho, suas mãos carregavam objetos cortantes, que também eram vermelhos. Ela soube nesse momento; que eles queriam fazer seu irmão ficar vermelho. Resolveu brincar também.

 Em um movimento suave, conseguiu retirar a faca da mão de um dos “vermelhos” que a suspendia pelos dedos de maneira relaxada, sujou a sua roupa do mais puro rubro e repetiu o mesmo com os outros quatro que estavam ao seu redor, não tiveram tempo de reagir. Sentia o líquido rubro na sua mão; a colocou em seus olhos e deixou que o fluido escorresse por sua face. “E não é só uma cor bonita. Ela é quente!” Pensou, e depois sorriu alegremente. Iria brincar de colorir todo mundo, porque aquele lugar era monocromático demais. Branco não era mais tão legal quanto vermelho, era chato; sem graça.

 O grande grupo de “vermelhos” se aproximava do pequeno loiro, que, ao vislumbrar a saída acabar por ser desequilibrar e cair no piso frio e duro.

 Eles corriam incessantemente, os seus sapatos faziam barulho de forma que pareciam pisar sobre cascalho;

 O barulho atraía os ouvidos de uma jogadora, uma pequena brincalhona que pretendia pintar tudo de vermelho.

 Ela chegou bem á tempo de ver ao longe todos eles cercando seu gêmeo, alguns mais atrás do grupo correram até a loira, ela sempre adorara jogar Kagome, Kagome, mas agora queria fazer outra coisa.

A pequena figura com mãos ensaguentadas e faca na mão sorria inocentemente, para só então assumir um olhar determinado e saltar sobre um dos jalecos brancos. Que não pode fazer nada que não fosse gritar de desespero.

 -Os limites dos corpos são a razão do seu choro!-Declarou, sua voz fria cortava o ar como a lâmina em suas mãos.

 Os corpos se amontoaram um sobre o outro, rapidamente o piso estava totalmente sujo do vermelho mais vivo. O tom era tão escuro que parecia preto. “Esse lugar faz questão de ser monocromático!” Falou a garota, em sua própria mente. O olhar dela se tornara avermelhado de tão “divertido” que aquilo estava lhe saindo.

 A esperança doía no olhar de Len, olhos brilhavam com a possibilidade de escapatória, a ilusão era tão grande que escondia os gritos de desespero que a sua gêmea fazia surgir, um homem o segurava firmemente pelos ombros.

 -Seja cuidados com os seus olhos!- Murmurou para ele uma mulher deitada sobre uma pilha de corpos próxima a ele, sorrindo fracamente, usava uma roupa branca manchada de vermelho. Seus olhos vermelhos se apagaram gradativamente e foram tapados pelos cabelos castanhos quando ela abaixara a cabeça. O nome “Sakine Meiko” podia ser lido em seu crachá. O sangue escorreu pela boca de Meiko com as suas últimas doces palavras. Foi um bom conselho.

 O Kagamine mal pode tentar alguma espécie de fuga. “Temos que começar a troca agora mesmo!” Exclamou um homem, enquanto observava os seus colegas caindo pelas delicadas mãos de uma menininha sorridente. Alguns cientistas seguraram seus braços e pernas, que ficaram melados de sangue. Uma mulher que segurava seu pescoço com uma das mãos tirou uma pequena faca do seu bolso, ela tremia o pequeno instrumento enquanto o apontava para o seu olho azul. “Onde está a saída? Não consigo mais ver!” Gritou em sua mente o desesperado garoto. As mãos que seguravam firmes seus braços e pernas deixaram de fazer peso sobre o seu corpo gradativamente, até que a relutante mulher que segurava seu pescoço o soltou e teve seu corpo jogado na parede branca e depois caiu inconsciente no chão, a pessoa na frente de Len era ninguém mais que a sua irmã.

 -Rin?!-Exclamou ele, ainda em chocado demais para falar qualquer outra coisa.

 Ela decidira que agora o pintaria de vermelho Só ela poderia pintá-lo de vermelho.

 -Ah! Você não olha pra mim?-Perguntou brincalhona, já estava sobre ele. Len resolvera seguir o conselho de Meiko e fechara suas orbitas firmemente.

 -Olhe pra mim! Olhe pra mim! Olhe pra mim!Olhe pra mim!-Pedia ela, com um tom de falsa mágoa. Len abriu os olhos aos poucos, um pouco relutante. Ora, aquela era sua irmã. Não era?

 Seus olhos se abriram apenas para fitar a loira segurando a faca firmemente com as duas mãos, sorria e o olhava calmamente como quem dizia “Isso não vai doer nada”. Havia aquele inconfundível cheiro de morte no ar.

 A cena parou antes que o pior acontecesse. Novas mãos vermelhas seguraram ambos. A única coisa que Len pode ver antes de atingir a inconsciência fora a porta de “Saída” ser transformada em “Local de execução. Kagamine Rin e Kagamine Len” depois, tudo ficou negro.

 Branco;

 Preto;

 Hospital monocromático. Alguém tentou pintá-lo de outra cor.

 Uma jovem loira sentada sobre seu leito no Hospital encarava a parede branca com certa nostalgia enquanto esperava o “médico” retirar as faixas de um de seus olhos, o homem era grosseiro e mantinha uma carranca em sua face.

 -Parabéns, “Rin”!-Congratulou, debochado, entregando uma muda de roupas amarelas e um par de fones de ouvido para a garota, enquanto fumava um charuto deliberadamente.

 Lágrimas escorreram pelos orbes azuis. “Não. Rin não está aqui.” Era o que sua mente dizia. Lembrava de ter acordado em um quarto branco e vermelho, o seu antigo corpo mantinha um sorriso sereno e um olho vermelho bem vivo. O outro era apenas um manto de sangue;Sem luz; Sem vida.

 -Podemos ter mudado os corpos, mas você sempre será um ninguém!-Suas ultimas palavras antes de sair daquela sala. “Len” foi levado para um quarto branco, no qual não demoraria a derramar seu adorado vermelho e por fim acabar eliminado de sua existência, destino inevitável para um "erro" como aquele. “Rin” foi mandada para um outro quarto branco de Hospital, se recuperava da cirurgia, em breve poderia experimentar outras cores da vida, como uma Vocaloid.

 “Mente sadia em corpo sadio”


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Notas finais do capítulo

Sobre a brincadeira Kagome, Kagome:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Kagome_Kagome
Saa...
Não faço ideia se deu pra vocês entenderem XDDD
Pelo menos eu entendi, só que eu fui que escrevi né 9.9"
Basicamente Rin não tinha mente sadia, mas o corpo dela era perfeito (vocês viram a força dela, não viram?)
E o Len tinha uma mente sã, mas o corpo dela era...Hum...Normal, eu diria, temos que admitir que a irmã-sádica dele é bem mais forte ^^
E tinha os olhos de cores diferentes...Os cientistas queriam colocar a mente de Len no corpo de Rin e a mente de Rin no corpo de Len. Eles também transplantaram o olho azul de Len para o corpo de Rin. Como deu pra perceber.
E foi isso, reciclagem ^^
Eu não acho que ficou muito bom mas;
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