Cápitulo 21: Abraxas Malfoy

E quantas vezes cometemos um erro sem pensar que uma hora o dia vai acabar e um novo dia irá amanhecer trazendo junto às conseqüências de um erro cometido.

Talvez nesta noite eu tivesse cometido o maior de todos os meus erros, talvez. Digo um erro porque dessa vez diferente da outra eu senti remorso, senti a dor do pobre pai ao velar pelo corpo do filho morto em seus braços, senti a raiva da mãe ao saber que o assassino do seu filho estava livre por ai, e pior de tudo, senti a minha própria dor ao perceber que isso tudo foi minha culpa.

Mais me atrevo a dizer que até o mais desacreditado no amor me daria razão ao dizer que matei Abraxas Malfoy por amar Tom Riddle e ter a certeza que não conseguiria viver sem ele.

Horas antes:

_O que faz aqui Abraxas? – a voz fria de Tom fez com que eu me afastasse um pouco me mantendo a certa distancia de ambos.

_Ora Riddle, estou fazendo o que você devia ter feito – a voz de Abraxas me assustou, aquele tom divertido que sempre mantinha deu lugar a um assustador, seus olhos se encontravam em um vermelho atormentador – mais você foi fraco Riddle, tão fraco que se deixou apaixonar.

_Está dizendo isso porque ela não o quis não é mesmo? – meu olhar foi a Tom como um pedido para que ele se calasse recebendo em resposta um revirar de olhos.

_Eu poderia lhe dar tudo Lílian, um futuro digno, uma casa, filhos, tudo, mais você não quis, preferiu ficar com ele, e eu espero que Grindelwald te encontre, e quando ele fizer isso nem mesmo Riddle irá ajuda-lá – Abraxas dizia com certa ironia.

Percebi os dedos trêmulos de Abraxas ao segurar a varinha que apontava para Tom, seus olhos avermelhados iam perdendo a cor para o habitual azul, e então entendi que ele não estava aqui para me matar, e sim para matar Tom.

_Foi você, o corpo mutilado, o recado na parede, esse corpos aqui, foi você Abraxas – sussurrei trazendo a atenção dos dois sobre mim.

_Estou apenas fazendo um favor a Grindelwald, ele não quer Tom no meio do caminho entre vocês, sozinha estará mais fraca, aceite o fato Lílian, aceite que vai morrer.

Olhei para Tom que mantinha em seu rosto uma expressão de ódio, seus olhos escuros se possível estavam mais escuros ainda, sem brilho algum, apenas com o rastro de um profundo ódio.

Senti Tom me puxando para ele enquanto Abraxas sorria cinicamente, o aperto em meu braço era tão forte que senti todo o sangue para de circular sobre o local, mais meu olhar preso sobre o de Tom não deixava com que eu me permitisse falar algo.

_Vou distraí-lo, assim que puder corra, corra o mais rápido que puder, vá à sala do diretor e o informe sobre isso mais, por favor, Lílian, fique segura – ele disse sussurrando para que Abraxas não pudesse ouvir, sua voz veio com certa relutância.

Apenas o olhei espantada, a idéia de abandonar Tom com Abraxas querendo matá-lo me parecia absurda.

Mas não tive tempo de responder, senti a voz fria de Abraxas dizer a tão temida maldição, mais antes que ele pudesse terminar minha varinha foi em sua direção e a luz verde indo contra seu corpo o derrubando iluminou o local.