Entrando Em Conflito escrita por Suiku_KHR


Capítulo 1
Capítulo 1 – O Internato


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por está aqui, mas antes de ler, quero avisar: Os capítulos ainda vão ser postados em tempo indeterminado.
Boa Leitura...



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Nesse mundo há regras e você não podem quebrá-las, pois, ao contrário, será seu fim. Mas não será “um final feliz” igual em conto de fadas. Será duro e nada confortável. Mas não há regras especificamente, os seres humanos sempre estão criando essas regras em um momento e depois as desfazendo.

Eu?! Sou um espírito torturado que há de vagar nesse mundo de altos e baixos até encontrar o que procuro. Minha história? Queres mesmo saber? Se “não”, pare aqui mesmo e nunca mais volte, se “sim”, continue e não se arrependa do que vai ler, pois ouvirá do momento que a minha vida era um caos até ela sumir e virar puro desespero.

Vamos começar do começo, quando eu ainda tinha minha vidinha “normal”.

Estava caminhando pelas ruas escuras de meu bairro. Mal sabia que minha vida iria mudar.

– Cheguei – Disse, entrando na humilde casa.

– Boa noite – Meu irmão saiu da cozinha com o mesmo sorriso de sempre. Este era muito mais velho do que eu. Tinha 25 anos e já estava em um ótimo emprego em uma empresa.

– Quem é, querido? – Uma voz de uma mulher o chamou. Senti um frio na espinha.

– Quero que conheça uma pessoa especial – Sussurrou ele em meu ouvido.

Andamos até a cozinha. Arregalei meus olhos para a mulher sentada na cadeira, mas ela apenas sorriu para mim. Meu irmão foi até seu lado.

– Hei, quero lhe apresentara minha... – Ele parou e olhou para ela – Noiva.

– Prazer em conhecê-lo, Hei-kun.

Meu corpo ficou paralisado, minha respiração se tornou pesada. Aquela mulher não tinha uma aura boa.

– O-Olá – Disse, dando um passo para trás – O-Onii-chan me lembrei, tenho que ir logo para o quarto, prometi a um amigo meu que iria fazer o trabalho de inglês.

–Ah, mas você não poderia pelo menos jantar conosco? – A mulher, de alguma maneira me irritava.

– Não – Disse rápido – O trabalho é muito importante e grande. Onii-chan, poderia deixar minha comida na porta?

– Claro.

– Então até mais – Corri para as escadas. Da cozinha, deu para notar alguns sussurros.

Cheguei ao meu quarto, ofegante. Sentei em uma cadeira perto da escrivaninha e coloquei minhas mãos em minha cabeça. Como o onii-chan poderia esconder isso de mim? E aquela mulher? Quem era ela?

A noite se passou. Eu, para me acalmar, fazia meu dever de matemática. Mas fui interrompido por um pensamento: onde estaria meu jantar?Abri a porta. Não havia nada, nem uma migalha.

Já era tarde da noite, então parei de fazer a tarefa e fui dormir.

“Estava à beira de um morro. Gritos ecoavam no fundo. Uma alma desesperada se arrastava para cima e me pedia ajuda com uma voz rouca, mas não conseguia mexer nenhum músculo. Ela soltou um grito agudo. Uma coisa de capa preta a puxava, era um ceifador. Sussurrei algo que nem sabia traduzir, era uma língua antiga, latim. Olhei para baixo; duas mãos esqueléticas puxavam meus pés. Caí do morro”

Acordei suando frio. Aquele sonho não era normal. Levantei com as pernas bambas e com, muito equilíbrio, peguei meu uniforme e o vesti. Desci as escadas com cuidado. Eu estava rezando para que aquela mulher não estivesse ali. Mas que má sorte, ela estava ali na cozinha cortando uma cenoura. Ao me ver entrar, ela deu um sorriso malicioso.

– Bom dia – Disse ela. Em seu tom de voz percebi um pouco de arrogância e confiança.

– Onde esta o Onii-chan? – Perguntei depressa.

– Foi trabalhar cedo. O chefe dele deu um aumento e em troca ele chegaria mais cedo. Por favor, se sente.

Eu não sentei, apenas a olhei assustado. Ela fez sinal para que eu me aproximasse. Me aproximei, pois pensei que nada iria acontecer. Afinal, ela era a noiva do meu irmão e eu poderia a estar julgando cedo demais. Mas como eu era ingênuo. Fiquei ao seu lado.

– Me dê sua mão – Disse ela calmamente.

– Por quê?

– Só me dê sua mão – Lhe dei minha mão. Um barulho agudo chamou minha atenção, fiquei distraído olhando o sofá.

Minha mão começou a doer. Por puro extinto, tentei puxá-la, mas ela estava travada. Virei-me rapidamente. A mulher tinha um sorriso maldoso no rosto e enfiava com prazer a faca em minha mão. Eu a empurrei para longe. Minha mão sagrava muito. A noiva do meu irmão começou a rir descontroladamente. Corri, peguei minha mochila com a mão boa e sair correndo para o hospital mais próximo.

– POR FAVOR, ME AJUDEM – Gritei da porta, afastava um pouco a mão para que não manchasse meu uniforme. Era muito sangue, não dava para ver mais minha pele.

A enfermeira correu até mim e olhou o ferimento.

– O que aconteceu? – Perguntou, arregalou os olhos para mim. Pensei o mais rápido que pude.

– Acidente com faca – Menti.


O sangramento tinha parado, minha mão estava toda enfaixada.

– Melhor não usar muito a mão direita – Disse a médica.

– Está bem.

– Volte mais tarde, quero olhar de novo – Balancei a cabeça em positivo.

Saí do hospital irritado. Agora estava confirmado, aquela mulher não era uma pessoa boa. Novamente com minha ingenuidade, parei de pensar naquele assunto e corri para escola.

Cheguei ofegante. Estava atrasado. O professor reclamou um pouco e me mandou sentar. A aula foi se passando e eu, como todo bom aluno, assistia. Ouvi no meio da aula o mesmo barulho agudo de antes, mas estava mais alto e quase insuportável. Coloquei minhas mãos contra meus ouvidos, tentando, inutilmente, fazer o ruído parar. Olhei em volta. Todos agiam normalmente. Eu deveria esta ficando louco. Teria eu algum distúrbio mental? Ah, quem me dera que fosse isso. Do nada o barulho parou. Aquilo foi realmente estranho.

As aulas tinham terminado. Eu passei o resto daquela aula pensando que , quem sabe, aquela cena de a noiva de meu irmão em um ataque psicopata poderia ter sido criada pela mente de um simples jovem com uma dificuldade de aceitar a nova integrante da família?

Cheguei em casa. A primeira coisa que fiz foi olhar os sapatos. Havia só um par de salto alto ali. Meu corpo estremeceu todo e minha barriga uivou. Tinha me esquecido que não tinha comido nem o jantar, nem o café-da-manhã e nem o almoço. Praticamente estava um dia sem comer.

Cheguei mais perto da cozinha e um aroma muito cheiroso de hambúrguer estava pelo ar. Me animei logo, pois hambúrguer era minha comida favorita. Entrei na cozinha, porém tudo ficou preto. Senti meus braços e pernas sendo amarrados e caí no chão. Logo em seguida, chutes e socos foram aplicados em todo o meu corpo, principalmente o rosto. Depois de toda aquela tortura, voltei a ter minha visão, mas a primeira imagem que vi não foi uma das mais belas e agradáveis do mundo. Era a noiva do meu irmão sorrindo para mim. Ela tinha algumas marcas no rosto, parecia ter levado vários murros.

– Cheguei – Ouvi meu irmão na porta, ela rapidamente desamarrou tudo e jogou em um armário.

– Pare, Hei-kun, isso dói – Gritou ela se jogando sobre a mesa.

Ouvi coisas caindo no chão e passos apresados.

– Marian... MAS O QUE É ISSO?! –Gritou meu irmão. Era a primeira vez que o via gritar.

– Yanga – Disse. Meu irmão correu até ela – O Hei-kun começou a me atacar depois de chegar de uma briga na escola.

– HEI – Gritou ele novamente. Não pude revidar, estava com medo daquele meu irmão – HEI, EXPLIQUE-SE.

– Onii-chan, eu-eu n-não – Ele gritou comigo varias vezes. Suas palavras estavam doendo mais do que os machucados em meu corpo.

Meu Deus, o que fiz para merecer isso? Logo eu, uma pessoa totalmente normal. Mas não parou só ai minha tortura. O demônio continuou a atacar. Todos os dias daquele ano ela tinha o prazer de me torturar, de me ver sofrer. Certa vez ameacei de contar a policia, ela apenas disse:

– Com que provas? Você tem alguma? – Perguntou ela – Quem vai acreditar em um menino encrenqueiro feito você? Um vândalo que briga todos os dias.

– EU NÃO SOU ISSO! – Gritei para ela.

– Tens prova? – Fiquei calado. Ela me olhou, satisfeita.

– Eu vou contar ao onii-chan – Eu a ameacei. Mas ela continuou com a mesma expressão.

– Seu onii-chan?! Ele não confia mais em você, pensar que é um vândalo de uma merda. Ele não acreditaria em você – Ela riu – E ele não vai poder me contrariar, pois sou a filha do chefe dele. Se eu disse uma só palavra para meu pai, seu irmão já era.

Minha vida estava um inferno, o pior estava acontecendo. Tinha um demônio pessoal em casa dia e noite. Meu irmão não confiava em mim e eu ia mal na escola. Tudo ficou confuso. Por sorte, tinha passado para o ensino médio. Porém ninguém comemorou.

Diferente de muitos alunos ali na rua, eu não estava nem um pouco feliz. Aquele iria ser o primeiro dia de aula e eu não sou muito bom para fazer amigos. Eu encarei a escola e entrei logo, pois a cerimônia iria começar.

O dia não foi lá essas coisas, passei todas as aulas calado. As únicas palavras que falei foram: “Oi, tudo bem?” com uma menina, mas acho que ela nunca mais vai falar comigo. Na rua, dava passos lentos e curtos, tentando ao máximo não chegar naquela casa e ver aquele demônio em formar de mulher. Mas isso não adiantou. Bem ali, parada na rua, estava ela com o mesmo sorriso de sempre. Achei estranho, ela estava parada no meio da faixa de pedestre. Não parecia a mesma, uma cauda negra e afiada saia de sua saia, dentes afiados estavam em sua boca e ela estava com garras enormes.

Corri, ela pulou. “Por que ninguém esta vendo isso?” Perguntei a mim mesmo, entrando em um beco escuro. Que má sorte minha, era um beco sem saída. O demônio estava ali, me olhava com os olhos vermelhos. Tremi de medo.

– Então, pequeninho – Disse ela com uma voz rouca e profunda – Faz meses que esperei esse momento. Pensou que ia escapar? – Ela pegou minha garganta e jogou meu corpo contra a parede.

Suas garras estavam quase perfurando meu pescoço. A mesma começou a ri. Mas então parou, soltou a minha garganta e se contorceu no chão.

– Não, seu corpo idiota, eu quero esmagá-lo, quero me alimentar, eu quero, eu quero – Repetiu ela, bateu a própria cabeça da parede. Parecia estar lutando contra algo. Não tive tempo de ver o resto, saí dali.

Cheguei em casa aterrorizado e tranquei-me em meu quarto. Aquilo havia ficado muito estranho. Tinha uma leve dúvida se a noiva de meu irmão era mesmo um demônio, mas não sabia que era esse tipo de demônio. Ouvi a porta batendo. Como qualquer pessoa, pensei que era ela. Entrei em desespero, tremia sem parar. Alguém bateu na porta. Guinchei. A maçaneta girou. Fechei meus olhos, temendo o pior.

– Hei, quero falar com você – Era meu irmão. Fiquei aliviado. A primeira coisa que fiz foi abraçá-lo por chegar cedo – Hei, o que está fazendo?

– Onii-chan – Disse, derramando rios de lagrimas.

– Hei, onde está a Mariana? – Eu o encarei. Ele estava mais preocupado com aquela mulher demoníaco do que comigo.

– Ela... Ela... ONII-CHAN, VOCÊ NÃO PODE FICAR MAIS COM ELA. ELA É UM DEMÔNIO EM PESSOA! ELA ME ATACOU, MAS NÃO PARECIA A MESMA. ESTAVA COM GRANDES GARRAS E TINHA DENTES AFIADOS. ERA O DEMÔNIO, EU DIGO, D-E-M-Ô-N-I-O, ONII...

– HEI, PARE. ESTOU FARTO DE SUAS INTRIGAS COM A MARIANA, EU E ELA ESTAVAMOS CONVERSANDO SOBRE SUAS AÇÕES E ELA OFERECEU LHE COLOCAR EM UM INTERNATO DO PAI. EU DISSE QUE IA PENSAR. CONFIEI EM VOCÊ, MAS AGORA VEJO QUE NEM ISSO POSSO FAZER. EU ESTOU DECIDIDO, VOCÊ VAI PARA O INTERNATO PRÓXIMA SEMANA.

– Mas...

– MAS NADA, VOCÊ VAI FICAR NO QUARTO SEM JANTAR – Ele saiu, batendo a porta.

Cai na choradeira. Berrei até ficar rouco e sentir minha garganta doer.

No dia seguinte, ele me chamou para a sala. A primeira coisa que notei foi que o demônio não estava ali. A segunda foi a expressão de meu irmão.

– Sente-se – Disse ele, apontando para o sofá.

– O que tem para falar comigo, Onii-chan? – Perguntei, sentando no sofá.

– Quero conversa com você sobre o colégio interno.

– Você desistiu – Disse eu, com um pouco de esperança.

– Não, Mariana foi fazer sua matricula e eu fiquei para lhe explicar as regras – Então ele começou a explicar.

Um tempo se passou e ele continuava a explicar.

– Você vai amanhã – Completou ele.

– Já? – Perguntei. Apesar daquilo, eu estava um pouco feliz. Sair daquela casa e nunca mais vez aquela mulher...

– Sim, aqui está seu uniforme – Ele me entregou uma roupa dobrada. Era uma camisa branca com uma jaqueta bege, uma gravata preta e uma calça também preta.

Subi as escadas ainda pensando sobre o estranho acontecimento de ontem. Vesti meu uniforme atual e fui à escola.


Diferente dos outros dias eu estava (eu acho) um pouco feliz. Era o dia que eu me livrava daquela pedra no meu sapato. Fomos todos juntos para o aeroporto.

– Então Tchau – Tentei olhar assustado para os dois, mas acho que não consegui.

– Tchau, Hei-kun – Falou o demônio em pessoa. Ela estava com um sorriso no rosto, parecia que estava gostando da minha partida. Ou quase.

– Boa viagem – Disse meu irmão.

Entrei no avião. A viagem durou 1 hora inteira. Finalmente tinha chegado. Ao sair do avião, logo avistei um cara balançando uma placa com meu nome. Fui até ele e perguntei se ele estava me procurando e se era sobre o tal colégio.

– Ah sim, por favor, senhor...

– Shingi – Disse rápido

– Senhor Shingi, venha comigo – Saímos do aeroporto.

Uma grande limusine preta nos esperava. Entrei. Uma mulher de terno estava sentada.

– Olá, Sr. Shingi –Disse ela – Sou a diretora – Não fui muito com a cara da mulher, mas sentei.

Ouvi novamente as regras do colégio. Que chato, odeio quando as pessoas repetem a mesma coisa que eu já entendi.

– Entendeu tudo? – Perguntou, olhando para mim com uma expressão seria.

– Sim – Respondi, sem muito entusiasmo.

– Quero que decore uma por uma para não quebrar nenhuma. Se levar três suspensões será expulso. Mariana-san me falou que preciso tomar muito cuidado com você – Eu não acreditava que aquilo estava acontecendo, eu tenho certeza que ela disse que eu era um vândalo ou outra coisa parecida. Como eu odeio aquela mulher demônio.

– Está bem – Senti que em meu tom de voz saiu um pouco desagradável.

A limusine parou. Olhei pela janela e vi um grande portão. Ao longe vi o colégio. O portão se abriu e entramos em uma “estrada” meio que engolida pelas árvores em volta. Ele parou bem em frente ao colégio, bem perto de um chafariz de um cupido.

– Suas malas vão ser transportadas para seu quarto – Disse ela. E então fechou a porta e deu meia volta.

Era mesmo impressionante o lugar.

– Você é o Shingi-san? – Perguntou alguém.

Virei-me. Uma menina de cabelos curtos meio azul e olhos também azuis estava me encarando.

– Sim – Falei.

– Eu sou Miku, sou a presidente do conselho estudantil e estou encaminhada para lhe mostra o colégio.

O resto do dia foi só de muita caminhada e de muita observação, pois tinha que gravar cada imagem e cada lugar daquele colégio, ou então era capaz de me perder e ninguém nunca mais me achar. Mas até que foi divertido, Miku era uma garota tímida, mas ela era muito legal. O colégio era impressionante, todos os lugares eram bonitos e tinham muitas personalidades.

Por fim tivemos que pegar outra estrada para ir ao dormitório masculino. Ela me deixou na porta do dormitório e me deu um papelzinho com uma chave.

– Esse é o numero de seu quarto, daqui em diante você vai sozinho – Disse ela. Olhei para o papelzinho: 410; Era o número que estava ali.

Despedi-me dela e entrei no prédio. Por mais de meia hora procurei e não tive sucesso, então decidir perguntar a um velhinho que estava varrendo o chão.

– É no final do corredor do último andar – Respondeu ele.

Subi as escadas e logo cheguei ao quarto andar. Antes de ir para meu quarto, olhei para a passagem que estava em frente a minha porta. Aquilo era tão bonito, dava para ver o dormitório feminino que estava lá em baixo e também o colégio que ficava entre os dois dormitórios. Tinha várias trilhas para alguns outros lugares e o resto era mata e floresta, mas tudo aquilo era muito bonito.

Entrei no quarto. Era bem simples, comparado ao resto da escola e do dormitório. Tinha uma cama, uma escrivaninha, um guarda-roupas, uma prateleira e uma janela. Era tudo que eu precisava.

Joguei-me na cama. Olhei para um canto onde estava na mala. Estava com muita preguiça, então decidi arrumar as malas depois. Encarei o teto acinzentado. Apesar de está um pouco feliz, eu ainda pensava no meu irmão e naquela mulher. Tentei esquecer isso da melhor forma possível: Dormindo.

Quando acordei, já era de noite. Ouvi passos e conversas do lado de fora. “As aulas acabaram” Pensei comigo “Não devia ter dormido”. Abri a porta e todos me encararam. Mas logo desviaram o olhar. Desci até o térreo, pois era lá onde tinha um refeitório. Já era hora do jantar. Li a placa da frente: Jantar de hoje – Sopa. “Que merda de jantar”.

Entrei no refeitório, os outros garotos já estavam pegando suas tigelas e se servindo com escolha de três tipos de sopa. Peguei minha tigela e encarei as sopas. Todas elas pareciam estranhas. Fiquei tanto tempo encarando que mais da metade do refeitório já tinha ido embora. Por fim peguei a sopa de macarrão – que mais parecia água de tão rala que estava, mas era a mais “normal” que havia das três.

Tudo estava ido bem até um garoto passar e empurrar minhas costas. A coisa mais feliz do mundo aconteceu, eu meti a cara na tigela de sopa. Macarrão ficou pendurado até na minha orelha. Fui até o banheiro e lavei meu rosto.

Fui pra cama e tentei dormir, mas não consegui. Então, para matar o tédio, peguei meu PSP portátil e liguei. Eu estava com tanta preguiça que nem queria levantar para pegar algum jogo, mas eu sempre esquecia algum. Quando começou, tudo ficou rosa e cheio de flores.

– QUE PORRA É ESSA?! – Gritei. O jogo era da Barbie, mas eu nunca tinha comprado isso.

Joguei-o novamente para a mala. Tudo ficou escuro e eu acabei dormindo.

De manhã acordei como se acordasse com ressaca. Eram 7:16 da manhã. Coloquei meu uniforme com um pouco de dificuldade. Mas, em meio a isso, surpreendentemente eu acabei tropeçando na gravata e caí no chão.

– Bela manhã – Falei em voz alta.

Desci as escadas. Estava meio mal-humorado, então cada passo que eu dava o chão fazia um barulho estranho. Quando estava no último degrau, me lembrei que não havia tomado banho. “Que se dane!” Pensei.

Fui até o refeitório, mas, antes de entrar, chequei o cardápio: Café-da-manhã – Bolinhos de arroz; pão; queijo; Ovos.

Entrei e peguei uma bandeja. Estava com tanto mau-humor que peguei um pouco de cada coisa. Sentei em meio a dois outros garotos. Comi tudo e fui até a porta do dormitório.

Saí daquele local e fui até a escola. Chegando lá, vi novamente Miku. Logo que me viu começou a balançar a mão no ar e a faz gestos.

– Bom dia – Cumprimentei-a.

– Bom dia – Retribuiu ela – Tome, isso é o seu matéria – Disse, entregando uma mochila – Vamos, se não nos apresamos vamos chegar atrasado, principalmente eu.

– Como assim? – Perguntei um pouco curioso.

– Ora, você é do 1° ano e meu prédio não e o mesmo que o meu – Respondeu Miku, acelerando o passo.

– Então que dizer que você é uma senpai?

– Sim... Ah! Essa é sua sala – Ela apontou para cima. Vi uma placa mostrando claramente: 1-D – Vê se se cuida. Tchau.

– Tchau.

Antes de entrar, respirei fundo. Entrei e me dei de cara com o professor. Ele me olhou com uma cara bem feia. Depois de me apresentar a turma, me mandou sentar na quarta banca da terceira fila e continuou a dar a aula.

Fui sentar. Estava constrangido, pois todos me olhavam de um jeito estranho. O dia foi passando e ninguém, exatamente ninguém, veio falar comigo. Fiquei meio deprimido. Eu já não era muito de fazer amizade rápida e naquela situação então!

Saí da sala, cabisbaixo. Aquele dia estava ficando horrível. Mas antes de afasta-me para longe da sala o professor me chamou. Achei estranho, mas naquela situação era melhor ficar calado.

– Sente-se – Disse ele, apontando para uma cadeira que estava de frente a sua mesa.

Eu não sentei, fiquei parado ali mesmo. Não confiava nele. Ele me olhava de um jeito frio. Era o mesmo olhar que todos me lançavam desde que aquela mulher entrara na minha vida. Parecia que tudo e todos estavam contra mim.

– Pois bem – Disse ele, sentando em uma cadeira – Tenho um assunto importante para falar com você.

– Então fale logo – Respondi, tive a sensação de eu não deveria ter dito aquilo, pois o professor fechou a cara e olhou-me com raiva.

– Eu não vou tolerar nenhuma brincadeira na minha sala de aula – Ele apoiou as mãos no queixo e voltou a olhar para mim da mesa – Sei como são alunos tipo você, e é um dois piores. Sua ficha não é muito boa, sabia?

– Hum... – Abaixei minha cabeça, meio constrangido. Cerrei meus punhos e voltei meu olhar para aquele ser.

– Não vou perdoar nenhuma brincadeira ou ato vândalo aqui – Enquanto falava eu só tinha uma vontade: Partir para cima daquele homem e o socar quantas vezes eu quisesse. Mas, infelizmente, não fiz aquilo, pois seria burrice.

Depois de ouvir todo o discurso daquele homem, fui embora. Já estava anoitecendo. Os alunos já deviam está jantando.

“Quem é aquele homem para falar assim de mim?” Pensei comigo mesmo. O caminho era pouco iluminado. Estava um pouco assustador, mas decidi ficar o mais calmo possível.

Ouvi passos. Eles estavam atrás de mim e tentavam, inutilmente, serem abafados com os meus. Olhei para trás. Arregalei meus olhos para a figura humanoide ali. Ela era familiar. Apertei mais meus olhos e dei um passo para trás.

– Hei-kun – Disse a pessoa – Há quanto tempo, né?

– V-Você – Engoli um seco. Minha mão estava tremendo, meu coração parecia saltar de meu peito e minha boca tremia – POR QUE ESTÁ AQUI, MULHER DEMÔNIO?! – Ela riu. Uma nevoa a cobriu. Os dentes em sua boca foram ficando compridos e afiados, seus dedos esticaram e se tornaram incrivelmente longos e seu corpo aumentou de tamanho, deixando-a meio corcunda.

– Olá, lanchinho – Disse ela. Dei um passo para trás, ela estava como antes, mas agora estava duas vezes mais horripilante.

“O que vou fazer agora?” Pensei desesperadamente comigo mesmo.



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Notas finais do capítulo

Sei que uma coisa chata ficar pedindo review, mas saiba que é muito importante deixar um. Reclamações; Elogios; Dicas; Criticas...



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