Final Destination 2 - Fallen escrita por VinnieCamargo


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem!
Glossário:
FADE IN: Isso significa que a imagem começou naquele instante.
FADE OUT: Isso significa que a imagem escureceu naquele instante.
POV = Ponto de vista do personagem, ou seja, o que será visto a partir do local em que ele está.
POV OFF: Significa que o ponto de vista do personagem saiu do frame da tela.
O.S ou SOMENTE VOZ ou S.V significa que o personagem falou aquilo fora do ângulo da cena.
Quando algo estiver em CAPS LOCK, significa que a câmera se focou naquilo, okay?
Exemplo:
CLOSE NO ROSTO DE JOHNNY
Significa que a câmera se focou no rosto de Johnny.



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56.  INT. HOSPITAL – DIA

A câmera mostra um quarto de hospital público: simples e lotado. Várias crianças estão deitadas em suas respectivas camas e estão rindo de algo. A câmera se afasta e revela ANNE parada na frente de uma lousa lendo um livro.

ANNE: ''Então o homem reverenciou o rei e ficou de pé novamente. O homem disse: Eu não pude fazer o trabalho sujo, senhor. Eu não posso matar algo que não merece morrer. Então o rei abriu um sorriso largo e o abraçou. Essa é a atitude que eu esperava!

As crianças abrem um sorriso.

ANNE: Então, o rei acolheu o homem como seu servo, deu a ele o casamento com a moça tão esperado e se tornaram grandes amigos até o resto da vida.

Anne sorri e fecha o livro. Então ouvimos o som do telefone tocando e ela olha para a bolsa. Ela anda em direção e o atende.

ANNE: Johnny? ...

A expressão de Anne CONGELA por alguns segundos. Ela engole em seco e suspira.

57.  INT. APT. DOS GÓTICOS

O apartamento é aconchegante. Moderno. Alguns quadros com pôsteres de bandas de rock.

LAURIE (FORA DE VISTA): Luuuuuuuuke vem cá!

LUKE (FORA DE VISTA): Já vou!

A câmera começa a virar até mostrar (de costas) Laurie sentada numa cadeira em frente a um notebook.

LAURIE

Está vidrada na tela. Seus olhos refletem a página que ela está vendo.

POV DE LAURIE

É uma notícia. Entre as letras miúdas, está uma foto de Jennifer, sorridente. Na foto, Jennifer parecia não ter idéia sequer de seu triste fim. Outra foto menor mostra a van capotada sobre Jennifer. A cabeça não está lá mais, mas é possível ver onde ela tinha estado, devido as poças mais grossas.

LUKE (FORA DE VISTA): Que foi?

Laurie se assusta e olha para trás, Luke ri e a câmera enquadra os dois num ângulo agradável.

LUKE: Caramba, desculpa. Que foi?

LAURIE: Luke, sabe aquela garota que balançava os braços loucamente naquele dia do acidente?

LUKE: A poser de atriz?

LAURIE: Essa mesma. Está morta.

Luke parece um pouco confuso com a notícia.

LUKE: Que estranho. Isso me lembra de alguma coisa... Mas, o que temos a ver com isso?

LAURIE: Ela foi retirada do acidente conosco, devido à confusão que o cara criou.

LUKE: Hm. Foi o que pensei, mas... aonde você quer chegar?

LAURIE: Além dessa garota, outros dois caras que escaparam do acidente também morreram.

Luke suspira. Ele pega o mouse e começa a ler a notícia acompanhando com a seta.

EX-FUNCIONÁRIA DA BUILD IT É ATROPELADA POR UMA VAN

''Jennifer Caulfield estava indo a uma entrevista de emprego quando um outdoor se soltou do prédio vizinho e caiu na rua. Uma van desviou do outdoor e acabou capotando sobre Jennifer, matando instantaneamente. Caulfield era funcionária da Build It e havia escapado da explosão no galpão...''

Luke pára e olha sério para Laurie.

LUKE: E os outros dois? Não me diga que morreram decapitados por hélices de helicópteros, empalados por canos ou...

LAURIE: Luke é sério. Um adolescente morreu eviscerado por uns ganchos e um biker morreu devido a uma queda, em sua apresentação. Eles haviam saído conosco e estão mortos. Eu sei que essa lenda urbana parece idiota, mas é inevitável não pensar sobre isso. Você sabe do que eu tô falando...

LUKE: Sim, eu me lembro das notícias sobre o avião, o engavetamento de carros, a montanha-russa...

LAURIE: Um show em Los Angeles, acidentes de metrô em Los Angeles e Nova Yorque, o elevador de vidro em Las Vegas, e a lista continua. Luke, tá acontecendo de novo!

Luke começa a fazer uma cara de terror então ri. Laurie balança a cabeça.

LUKE: Você tá mesmo acreditando nisso?

Laurie suspira e começa a responder, mas...

POV DE LAURIE

O telefone TOCA.

Ambos se encaram.

58.  EXT. RUA – CALÇADA – DIA

LUKE (O. S): Então, nós estamos sendo perseguidos pela morte?

A CÂMERA desce revelando o grupo andando pela calçada. Entre eles, estão: JOHNNY, ANNE, SCOTTY, JESSICA, LUKE, LAURIE E JOSEPH. Eles ANDAM enquanto CONVERSAM.

LAURIE: Eu te disse Luke. Desde o momento em que reconheci os caras que tinham morrido, eu fiquei com a pulga atrás da orelha.

JOSEPH: Bom, é algo muito mais perigoso que uma pulga.

JOHNNY: Do que você tá falando?

JOSEPH: Deus do céu, vocês ainda não estão acreditando?

SCOTTY: Cara, e se alguém chegasse a você e dissesse que a morte está te perseguindo. Você já parou para pensar o quanto isso é bizarro?

JESSICA: Sério, eu nem sei o que tô fazendo aqui. O que aconteceu com o Joey foi um acidente! Parem de remoer o que passou, nenhum tipo de força maligna o perseguiu. Eu estive do lado dele o tempo todo!

JOSEPH: Você não pode ver, mas é capaz de sentir.

LUKE: Tipo... como?

JOSEPH: Algum de vocês já notou algo meio... digamos... irônico demais nos últimos dias?

Todos parecem pensar.

LUKE: Eu não.

LAURIE: Nem eu. Fora o fato de que o que tá acontecendo aqui se encaixa a uma lenda urbana, nada não.

SCOTTY: Não também. E você Johnny?

Todos ficam em silêncio e olham para Johnny. Ele parece assentir...

SCOTTY: Johnny?

JOHNNY: Na verdade existe algo sim.

Todos suspiram. Eles não querem acreditar. Joseph sorri.

JOSEPH: Vá em frente, Johnny.

JOHNNY: Na verdade, eu percebi um tipo de ironia em relação a como... (olha para Jessica) A como eles morreram. Joey sempre disse que iria dar um mortal e tudo iria mudar...

JESSICA: Sério, Johnny, você é um idiota.

JOSEPH: (interessado) Continue Johnny.

JOHNNY: O outdoor que causou a morte da Jennifer anunciava o teste que ela faria. A van que a... era uma van de reportagem. Jennifer sonhava em ser famosa.

O grupo fica tenso. OUVIMOS o ar passando pesado sobre eles, suas vestes balançam. Eles olham para cima e a câmera os mostra do alto, olhares confusos, caçados.

LUKE: Mas o que isso significa? Que essa força maligna é irônica? Que ela nos mata em relação aos nossos comportamentos?

SCOTTY: De alguma maneira sim, Joey morreu fazendo algo que gostava. Jennifer morreu indo em direção a algo que amava, literalmente.

ANNE: Akiro amava o próprio underground.

JOSEPH: A questão não é essa. A morte costuma dar as investidas em momentos ou ações que são consideradas quase óbvias para vocês.

JESSICA: Se bem que esse japonês pediu para morrer.

LAURIE: Olha quem fala.

JESSICA: Ele tava acostumado com aquilo, falou?

ANNE: Akiro também estava acostumado. Ele treinava, foi apenas um acidente...

JOSEPH: A questão é, eu também estou em perigo.

LUKE: Na verdade, eu tenho uma pergunta. Quem é você e como você sabe de tudo isso?

JOSEPH: Eu já passei por isso.

SCOTTY: Mas se você já passou por isso, então você sobreviveu, não é? Então, por que diabos você tá botando medo na gente? Por que não nos conta como acabar com tudo isso de uma vez por todas?

JOSEPH: É que eu achei que tinha a enganado, mas de um jeito ou de outro, ela me colocou nessa nova lista com vocês...

Joseph pára abruptamente, triste. Todos o encaram.

SCOTTY: Vá em frente.

Joseph assente. Ele suspira fundo e –

JOSEPH: Há alguns meses eu estava prestes a embarcar num metrô, na zona norte de Nova Yorque. Eu estava voltando do trabalho, indo para casa. No mesmo momento em que embarquei, uma moça começou a gritar, dizendo que assim que partíssemos, outro metrô iria atingir o nosso. Todo mundo começou a rir, afinal, era impossível um metrô tomar a linha errada. As probabilidades eram mínimas. Então, ela criou uma confusão, e quando eu percebi, eu estava parado na plataforma com um grupo de pessoas que eu mal conhecia. Eu fui retirado à força, porque estava junto dela e os seguranças acreditaram que eu a conhecia. Os outros saíram por motivos diversos: crença, lembraram de algo que tinham esquecido em algum lugar devido a confusão que atrasou a nossa partida. Então, com dor no coração, eu vi o metrô ir embora e comecei a reclamar, afinal, o próximo metrô que iria ao meu destino final sairia apenas uma hora depois. Alguns minutos se passaram, e as luzes da plataforma começaram a piscar. Todos nós fomos surpreendidos por uma explosão distante, que logo alcançou os nossos ouvidos. Houve a maldita colisão.

Joseph pára novamente. Todos estão curiosos e apreensivos.

JOSEPH: Nas semanas seguintes, as pessoas que haviam escapado começaram a morrer. Eu me uni à moça que tinha tido a visão, e quando descobrimos o esquema, era tarde demais. Só restava a mim.

JOHNNY: E qual era o esquema? O que você fez?

JOSEPH: Eu acredito que o esquema era encarar a morte de frente. Houve um momento, em que, após enganá-la, eu não sentia medo mais. Eu apenas a esperava. E ela não voltou...

LUKE: Legal, então é só sentar e relaxar?

JOSEPH: Eu sentei e relaxei e estou na lista mais uma vez. Eu acredito que deixei uma ponta solta em algum lugar, mas eu não consigo descobrir onde.

LAURIE: Isso é animador. O único cara que parece saber de algo mais... não sabe.

JOSEPH: Eu vou levar vocês para um lugar. Eu descobri muito material interessante, eu preciso de mais mentes trabalhando juntas.

JOHNNY: Mas o porquê disso tudo? Por que a morte decidiu ficar atrás da gente? Como eu tive uma visão?

JOSEPH: É uma longa história.

Um carro estaciona ao lado do grupo na calçada. Eles param. Ronny desce do carro.

RONNY: Atrasei-me?

ANNE: Não, chegou bem na hora da historinha.

JOSEPH: Há séculos atrás, talvez milênios, numa época onde os deuses andavam pela terra, aconteceu de um deus poderoso se apaixonar por uma mulher mortal. O amor dele por ela era tão grande que ele resolveu dar a ela um presente. O poder da premonição.

ANNE: Espere, eu conheço essa história!

SCOTTY: Conhece? Hum, as coisas estão começando a melhorar.

ANNE: Posso continuar?

JOSEPH: (rindo) Claro. Desde que seja a mesma...

ANNE: Continuando, esse Deus deu o dom da premonição a ela. Mas essa mulher nunca tinha sido capaz de amá-lo porque para ela, Deuses continuavam sendo aberrações. E então ela ignorou o presente e amaldiçoou o Deus. A repulsa do Deus, por ter dado um presente tão bom e ter recebido o mais puro ódio o levou a uma profunda solidão. E então, ele a amaldiçoou da maneira mais terrível: ela continuaria com o poder, mas ninguém seria capaz de acreditar nela, fosse o que fosse, mesmo que tudo fosse verdade. A visão dela continuou, ela poderia ver o futuro claramente, mas ninguém acreditava nas visões dela. Ela previu seus irmãos serem esfaqueados e mortos, ela previu suas irmãs sendo estupradas, sua cidade saqueada, mas ninguém acreditou nela e os eventos aconteceram. Então, ela chegou a prever o próprio assassinato, mas nem ela pode evitá-lo.

JOSEPH: Exato. Desde então, o espírito maluco dessa mulher vaga pela terra, procurando a chance de avisar um acidente a um escolhido, e finalmente, fazendo com que as pessoas acreditem nele, mudando o destino terrível que fora fadado. E você foi um escolhido Johnny. Mas mudar o destino é algo altamente perigoso, e os corpos de Akiro, Jennifer e Joey são provas disso.

RONNY: Que merda é essa?

JOSEPH: Você destruiu o esquema Johnny. Todos nós somos fadados a um destino, mas desde o momento em que ele é rompido, uma reação em cadeia incrível recomeça. Nós deveríamos estar enterrados a sete palmos de terra, mas não, estamos vivendo clandestinamente. E desde então, todos os atos que fazemos nessa vida clandestina, geram ainda mais atos e ações perigosas. Você por exemplo (aponta para Luke), você bem que poderia atrasar alguém ao encontro da própria morte. E essa pessoa sobreviveria. No entanto, você é um clandestino, um extraterrestre, e deveria estar morto. Você não deveria estar vivo para atrasar essa pessoa. E essa pessoa continuaria vivendo, 'atrasando' o destino de outras pessoas. É por isso que a morte precisa acabar com as evidências, antes que o plano inicial seja totalmente devastado. E a morte precisa de um controle. E desde o momento em que pessoas que não deveriam respirar: respiram, pessoas que deveriam viver, morrem.

Silêncio mais uma vez.

RONNY: Então, é por isso que vocês me queriam aqui? Sério, eu tô me arriscando a perder uma entrevista de emprego por isso?

LUKE: Besteira. É tudo besteira! Vocês têm idéia do que estão falando?

Johnny olha tenso para Anne.

JOHNNY: Por que não me contou antes?

ANNE: Desculpa, eu não liguei os fatos. E de qualquer jeito, isso é uma historinha boba... Qual é, espíritos? Morte?

Anne parece tensa. É claro que ela não acha que tudo aquilo é uma historinha boba.

SCOTTY: E então, se estamos mesmo sendo perseguidos, então por que estamos todos juntos e parados no mesmo local? Quero dizer, é mais fácil para a 'morte' pegar todo mundo de uma vez só.

BOOOOOM! Há um som alto de metal em atrito que vem de cima.

POV DO GRUPO

É um prédio em construção.

LAURIE: Acreditando ou não, esse local é perigoso demais. É melhor sairmos daqui.


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Notas finais do capítulo

Tensos?
Gostaram da teoria?
Ela foi adaptada do livro Looks Could Kill.
Reviews?



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