Chances Ao Meu Novo Mundo escrita por Hawtrey


Capítulo 6
Raiva


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem ;)



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— Temos que falar com Cedrico, agora.

— E com Voldemort — completei — Não podemos esquecer de tirar satisfação com ele!

— Podem explicar? — pediu Snape irritado.

— Não! — respondemos em uníssono.

Em seguida começamos a correr chamando por Cedrico. Mas o mesmo já estava no fim do corredor nos esperando.

— Ainda bem que não precisamos sair gritando por ai — suspirou Ana.

— Qual é o problema? — questionou ele parecendo indiferente a todo o nosso desespero.

— Por favor, diga que eu não sou uma vampira — pedi.

— Você não é uma vampira — disse ele indiferente.

— Agora seja sincero — pediu Ana séria.

Cedrico respirou fundo, olhou para os lados e soltou:

— Tanto quanto Severo Snape.

Que droga!

― Como? Por que? ― questionou Ana assustada.

― É genético. Se Snape e Belatriz são, então ela também é ― respondeu Cedrico o que lhe pareceu o obvio.

― Então Lyane também é ― conclui sem ter duvidas.

― Com toda certeza ― garantiu Cedrico.

― Eu também sou? ― verificou Ana temerosa.

― Há uma chance ― respondeu ele indiferente ― Precisamos conversar melhor em outro lugar.

Como assim eu sou vampira? Ah que droga! Há um mês eu nem acreditava na existência de vampiros, agora não só dou de cara com Edward Cullen como também sou uma. Por Merlin! O que faço agora? Nem sei como ser vampira, algo me diz que não vou me dar muito bem com essa nova realidade...

― Ainda se lembra desse lugar, não é mesmo Lays? ― verificou Cedrico me chamando atenção.

Olhei em volta e percebi que estávamos no “esconderijo” que Dumbledore deu a ele.

― Claro, o seu lugar de fuga ― respondi.

― Gostei desse lugar ― admitiu Ana jogando-se em uma das poltronas.

Cedrico foi até um estante cheia de livros, pegou dois e entregou a mim, dizendo:

― Leia esses livros. Eles vão ajudar você a entender melhor o que está acontecendo.

― Que tal ir adiantando algumas coisas? ― pedi jogando os livros dentro da minha bolsa.

― O que quer saber? ― questionou ele sentando.

― Como é um vampiro da minha espécie? O que ele faz? O que ele não pode fazer? ― questionei sem hesitar.

Cedrico apenas suspirou e disse:

― Temo que essa pergunta somente Belatriz pode responder.

― Fala sério? ― questionou Ana ajeitando-se rapidamente.

Cedrico concordou.

― Nunca saberemos a resposta ― conclui infeliz.

― Acho que saberemos mais rápido do que pensa... ― replicou Ana pensativa.

― Não comece a ser misteriosa agora Ana, não me traga mais confusão ― pedi de forma séria.

Tudo o que eu menos preciso agora é de alguém colocando mais mistério na realidade.


As semanas passaram-se normalmente, tentei ficar o mais longe possível de Snape, para evitar futuras brigas. Não tentei ou me esforcei para me aproximar de Lyane, não vou ficar correndo atrás da minha irmã só por causa de suas besteiras.

Tentei ao máximo não me preocupar com nada, me concentrei apenas nas informações dos livros que Cedrico me deu. Eles estão sendo uteis.

― Não acha que devia estar pensando no futuro dessa historia? ― questionou Ana jogando os livros sobre a mesa da biblioteca.

― Como assim? ― questionei sem tirar os olhos do livro.

Ela puxou o livro com violência e o jogou contra a mesa da biblioteca, irritada.

― Pelo o amor de Merlin Layse! O tempo está passando e a história também não para. Se não fizer algo o quanto antes, a historia vai se repetir até o ultimo detalhe!

― Impossível ― repliquei suspirando ― Só por estarmos aqui já estamos alterando a historia e consequentemente o futuro.

― Você me entendeu... ― insistiu Ana entredentes.

― O que quer que eu faça? ― perguntei levantando-me ― Não posso simplesmente ir mudando tudo o que quero! Vai bagunçar tudo!

— O que vimos naquele dia na sala do Snape foi só um aviso — lembrou Ana — Mas há muitas chances de acontecer! Você não quer mata-lo, ou quer?

— Claro que não — respondi sem hesitar.

— Então faça as mudanças necessárias o quanto antes — sugeriu a mini Lestrange — Peça ajuda à Snape.

— Ficou maluca!? Ele jamais irá me ajudar e colocar tudo em risco.

— Pelo menos tente!

— E ser acusada de ser fraca e inútil? Nem pensar.

— Pense bem Layse — pediu Ana arrumando suas coisas — É uma chance de você garantir a sobrevivência dele.

*

Sozinha em um corredor deserto e praticamente escuro, comecei a pensar na possibilidade de pedir ajuda a Snape... será que ele me ajudaria? Poxa... é para salvar a vida dele! Do que estou falando? Desde quando Snape se preocupa com a própria vida?

— Não devia estar dormindo princesa?

Fechei os olhos buscando paciência. Ela não se cansa de me seguir!?

— E você não devia estar na esquina Pansy? — impliquei virando-me para encara-la.

Ela avançou furiosa.

— Olha como fala comigo filha do seboso!

— Se acha que xingando o Snape vai me enfurecer... Pode esquecer queridinha — retruquei indiferente.

— Então eu posso, sem problemas, lembrar que cada membro da sua inútil e suja família odeia você? — tentou ela novamente.

— Eu diria que estou mais do que consciente de que todas essas pessoas me odeiam — repliquei indiferente fazendo-a bufar impaciente — Mas não tem problema nenhum você lembrar se quiser. Não esqueça que Ana não me odeia ainda.

Ela revirou os olhos e se aproximou com a varinha erguida:

— Vamos ver se é indiferente a isso também.

Por instinto que peguei nas escolas trouxas, apenas arranquei a varinha de sua mão e a empurrei. Por azar dela, o empurrão foi forte demais e ela tropeçou, caindo no chão.

— O que está acontecendo aqui? — bradou Umbridge aparecendo em meio a escuridão

E como eu tenho muita sorte, Snape estava com ela.

— A Snape me atacou! — acusou Pansy com um medo falso — Mesmo depois de ter arrancado minha varinha.

E a maldita varinha dela ainda estava em minhas mãos, como prova do crime que não aconteceu!

— Explique-se — ordenou Snape frio me fazendo recuar. Eu tinha medo dele?

— Eu me declaro inocente — falei fazendo-o bufar — Ela que ficou com raiva e tentou lançar um feitiço em mim! Eu nem saquei minha varinha, apenas arranquei a dela e a empurrei. Como ela tem muito azar que nem eu, tropeçou e caiu. E deve ter batido a cabeça para inventar uma história tão falsa como essa...

Pansy poderia me queimar viva só com o olhar, tamanha era sua raiva.

— De qualquer forma — voltou Snape — A srta. Layse irá pedir desculpas a srta. Parkinson, por derruba-la — ordenou ele com um olhar vitorioso.

Hahaha palhaçada isso!

— Nunca! — exclamei me aproximando de Snape — Eu nunca peço desculpas por algo que o outro ser mereceu levar. Se eu tivesse dado um soco na cara feia dela, eu até poderia pedir. Mas infelizmente eu não dei.

— Olha como fala comigo garota — ameaçou Snape — Exijo mais respeito.

Bufei indignada.

— Peça desculpas! — vociferou Umbridge — É uma ordem.

— Um minuto — pedi.

Encarei Pansy com um sorriso forçado no rosto, ela já estava de pé e sorria vitoriosa. Respirou fundo e me preparei. Acertei-lhe no soco bem no meio daquela cara de cadela que ela tem.

— Agora sim — disse sarcástica — Desculpa Pansy. Não fiz por mal...

Snape e Umbridge me encaram mortalmente. Ops... estou lascada.


— Três meses de detenção!? — verificou Ana assustada — A Umbridge te deu três meses de detenção!?

— Pela segunda vez Ana, sim, ela me deus três meses!

— Será um inferno! Você conhece a detenção dela...

— Sim Ana — concordei entediada — Conheço muito bem as detenções dela. Agora me deixa ir, por que o pior me espera. Uma conversa séria com o Snape.

Tive que bater na porta de Snape varias vezes até ele ter difícil trabalho de me deixar entrar.

— Por que não avisou que estava ocupado? — perguntei vendo vários pergaminhos em sua mesa — Deixa que eu volto amanhã.

— Cala a boca e senta logo — ordenou ele muito gentilmente.

Revirei os olhos e sentei no mesmo lugar de sempre.

— Seu ato de ontem é inaceitável — começou ele me fazendo bufar — Sua desobediência foi proposital! Digo que a detenção dada por Umbridge foi pouco, você estava fora da cama depois do toque de recolher e ainda agrediu uma aluna. Terá que ter detenções comigo também, toda noite.

Duas detenções? Toda noite? Mas o que!?

— Como assim!? — exclamei indignada — Parkinson também estava fora da cama e não recebeu nenhuma detenção. Só por que ela é uma sonserina! Isso é uma injustiça contra a minha pessoa e a qualquer grifinório!

— Cale-se antes que eu aumente sua detenção! — interrompeu Snape furioso.

Cerrei os olhos e respirei fundo. Peguei minhas coisas e antes de bater a porta falei.

— Vá a merda papai.

Furiosa, sai pisando fundo pelos corredores.

— Pare imediatamente Layse! — exclamou Snape do corredor quase cheio.

Parei e fechei os olhos pedindo paciência a Merlin.

— O que você quer? — perguntei seca quando o encarei.

— Olha o modo como fala. Sou seu professor — disse ele tentando se controlar.

— Fala logo — apressei — Antes que eu exploda cada corredor dessa escola.

— Volte para a minha sala e conversaremos.

A minha raiva era tanta que nem tive a consciência de negar quando ele me puxou pelo braço. Mas todo vampiro tem uma boa audição e eu não sou exceção.

— Isso deve ser mal de família... Layse deve esta tão estressada por que todos a odeiam nessa escola. O sangue ruim dela deve estar fervendo agora... A Lestrange é a próxima. Nenhuma delas honra o sobrenome que têm. Isso é um desperdício de chance. Uma família podre. Acho que o Lord das Trevas vai se divertir muito com as duas...

Simples. Mas o suficiente para despertar a fera. Ela tem razão: meu sangue está fervendo...de raiva.

Snape deve ter escutado também, pois segurou meu pulso ainda mais forte. Mas era tarde demais.

— Repete — falei encarando Pansy que nem estava tão longe assim de mim.

— O que? — ela fez-se de desentendida, mas estava nervosa.

— Layse... — repreendeu Snape temeroso.

— Calado — cortei seca. Deixei minha bolça cair no chão e me aproximei lentamente da cadela que arregalava os olhos — Repete o que você acabou de falar sobre a minha família.

— Mas... mas eu não disse nada — gaguejou ela.

— Parkinson saia daqui — ordenou Snape.

Mas antes que ela conseguisse dar um passo, eu a agarrei pelo pescoço pelos cabelos e a joguei na parede, colocando-a sobre a mira da minha varinha logo em seguida.

— Nunca. Jamais na sua vida e principalmente na minha presença, fale mal da minha família — avisei entredentes tentando controlar a raiva — Ela não é perfeita. Não é unida. E como você faz questão de lembrar, a maior parte dela me odeia. Mas nunca ouse falar mal dela se quiser continuar viva. Entendeu ou quer que eu escreva tudo na sua pele?

Ela concordou sem hesitar. Então a soltei. Fiz muito pouco... devia ter torturado ela até Voldemort sentir pena.

— Meu pai vai saber disso... — ouvi ela murmurar quando deu às costas.

Segurei-a pela capa e a trouxe para o mesmo lugar. Ela se assustou.

— Sim... seu pai vai saber — concordei com um sorriso malvado — E quando for contar a ele, me faça um favor e diga para ele vim conversar comigo pessoalmente.

— Mas um mês de detenção para você, srta. Snape — decretou Umbridge aparecendo sei la de onde.

— Venha Layse, você precisa se acalmar — disse Snape me puxando.

Ele me empurrou para dentro de sua sala e trancou a porta, ótimo.

— Eu sei, eu sei — adiantei me jogando na cadeira — Um mês de detenção e menos cinquenta pontos da Grifinória e blá blá blá. Ande logo com isso por que quero me trancar no quarto.

— Na verdade não vou punir você — surpreendeu Snape massageando as têmporas.

— Por que meu estresse é culpa sua? — chutei. Era verdade.

— Não — negou ele revirando os olhos — Por que essa raiva contida faz parte da nossa natureza, se é que me entende. Não posso culpa-la por jogar sua raiva em qualquer um. Apenas tenha mais controle. De certa forma, a culpa é minha também.

— Não preciso negar, ou preciso? — impliquei.

— Por favor Layse, estou tentando ajudar.

— Eu também. Mas nós sabemos que não vai conseguir, na primeira oportunidade vai me culpar por mais alguma coisa.

— Não posso fazer nada se você não consegue parar de se meter em confusão.

O silencio reinou por um tempo. Até que decidi quebra-lo com a sinceridade:

— Apesar de tudo, você ainda é meu pai. E cada palavra dita por você me fere, como seria com qualquer filho que se importe com a opinião do pai. Você pode não me querer como filha, mas eu o aceito como pai. E isso não vai mudar, não importa o quanto me odeie. Se gosta ou não dessa situação, é problema seu. Mas não fale como se não se importasse, porque sei que se importa. A partir de agora as coisas serão do seu jeito, professor Snape.

Peguei minhas coisas e fui para a próxima aula. Nada mais.


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