A Herdeira das Trevas escrita por Lua


Capítulo 8
Novos amigos




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Capítulo 8: Novos amigos



PDV. Alana Riddle



– Draco! Esse é o quarto feminino da Grifinória! - Gritei.


–Me fala, o que você fez com a Pansy?! - Ele parecia furioso.


Fiquei sem palavras, aquela pergunta me pegou desprevinida, o que ele sabia? O que contaram a ele? Seja lá o que for, não me parece ser verdade.


–Eu não fiz nada! - Gritei de volta.


–Gente, vou deixar vocês a sós. - Gina saiu, e bem a tempo, estávamos tendo nossa primeira briga grave, e por causa da Pansy.


–Me fala, eu sei que fez alguma coisa, então me fala logo! Ela pode ficar pior, você sabia?! - Ele estava mesmo chateado.


–É a verdade Draco! Eu nem toquei nela! Ela que veio aqui e pegou o meu colar, e então... - Fui cortada.


–Então ela está no hospital por que pegou em seu colar? - Ele me cortou. Ele nunca havia gritado comigo antes, nem quando o Harry me beijou ele ficou tão bravo. Me enganei, ele não gosta de mim, e sim dela, a Pansy. Perdi. Não posso fazer mais nada a respeito. - Não foi isso que ela me contou!


–Se não acredita o problema é seu, e se fosse para eu mentir estaria na sonserina, como a Pansy! - Abri a porta e dei espaço para ele sair, eu já estava com o rosto enxarcado de lágrimas. - Agora sai, se vai ficar me chamando de mentirosa, é melhor sair. Não quero me irritar mais ainda com você.


Ele me olhava incrédulo, e saiu. Logo eu fechei a porta e me derramei em lágrimas, que é o que mais tenho feito, desde que cheguei em Hogwarts.



PDV. Draco Malfoy



Eu me recuso a acreditar que a minha Alana tenha se tornado tão violenta a ponto de mandar a Pansy para a ala hospitalar, mas é bem mais fácil acreditar na Pansy, que está de cama e com arranhões, do que na Alana, que é filha do lorde das Trevas.


Pansy me contou que ela estava com as amigas quando de repente a Alana chegou e saiu puxando-a pelos cabelos, e logo depois ficou dando chutes nela e a xingando.


A Pansy sempre foi durona, como deixou isso acontecer?


Fiquei vagando pelos corredores, sem rumo, apenas pensando, quando vi o Potter e a Weasley fêmea conversando, parece que estavam fugindo do colégio, estavam com tudo, capa de invisibilidade, mochilas prontas, mapa. Tudo o que eu precisava, uma oportunidade, seja lá para onde estejam indo, eu iria junto. Queria sair do colégio para esfriar a cabeça.


– Ei! Vocês dois! - Falei, indo até eles. - Aonde vão? - Eles se entreolharam - Melhor contar a mim do que a Dumbledore, não acham? - Cruzei os braços.


– Melhor contar, Harry. - A Weasley fêmea disse.


–Certo, nós vamos procurar uma pessoa, você só tem que saber isso! - Ele disse rabugento, e a namoradinha dele continuou.


–A Annabeth Stiller.


–Perda de tempo. Está morta. - Falei. O que eles querem com a mãe da Alana?


–Não, não está. Sabemos localizá-la. - A garota disse, e vi Potter ferver de raiva por eu saber dessas informações.


–É mesmo? Eu vou com vocês. - Falei. - Se eu fosse vocês não discordariam de mim. - Usei a chantagem de sempre. Eu não faria nada, mas eles não precisam saber disso.


–Droga. - O Potter resmungou, e nós aparatamos. Logo nos vimos parados em frente a... Uma mansão provavelmente abandonada. Minha expressão era de pânico. - Vai desistir Malfoy?


–Nunca. - Não faço isso por mim, faço pela Alana, ela merece saber mais sobre a mãe desaparecida dela, e apesar de no momento eu estar meio recentido com ela, eu ainda a amo, e nada pode mudar isso, nem mesmo a Pansy. Eu só pensava que ela era diferente, melhor que o pai.


–É aqui mesmo? - A Weasley fêmea perguntou.- Quer dizer... A mãe da Alana mora nessa casa?


–Gina, a Hermione disse que essa é a casa dos Stiller, provavelmente não tem ninguém aqui, mas pode ter pistas.


–E onde está a sangue-ruim nessas horas? - Perguntei esnobe.


–Ela ficou com o Rony. - A garota... quer dizer, a Gina disse. - Parece que finalmente eles estão se entendendo. - Caminhamos até o portão principal da casa.


–Já não era sem tempo! - O Potter disse entre risos. Não entendi muito bem, mas acho que os dois estão ficando. Eu não ligo, continuei andando.


Nos aproximamos, aquela casa parecia ter cerca de uns cinco mil anos de idade, tudo estava destruido, parece que foram invadidos. Reparamos que as portas e janelas estavam abertas. Como era de se esperar do Potter, ele entrou.


Logo eu e a Gina o seguimos, com receio. Lá estava tudo escuro, móveis derrubados e cacos de vidro espalhados pelo piso.


–Que sinistro. - Murmurei, e senti um frio na barriga, uma brisa passou, e ouvimos a porta se bater. O susto foi grande, mas continuamos a andar.


Andávamos observando cada detalhe, usávamos a varinha para iluminar, e ouvimos uma porta ranger.


–Harry, tem alguém aqui! - Gina falou assustada, se enroscando no braço do Potter, e logo vimos uma luz se aproximar. Uma luz laranja saindo dos corredores, provavelmente não é uma varinha.


–Quem está aí? - Uma garota saiu dos corredores segurando um lampião. Ela é bem parecida com a Alana, e também é bem bonita.


–Nós é que perguntamos! Quem você é, o que faz aqui e a quanto tempo está aqui?! - Harry parecia encantado por ela, que assim como Alana, parece ser uma veela. Percebi que a Gina se incomodou com os olhares trocados pelos dois. O Potter não devia fazer isso com ela, eu até estou começando a gostar dela.


–Desculpa, não deveria ter chegado assim de repente. - Com um movimento com a varinha- que tirara do bolso- ela concertou a casa, que aos poucos se tornou uma casa bem luxuosa. - Meu nome é Amanda Stiller.


– Eu sou o Harry, esta é a Gina e este é o Malfoy.


–Draco. - Corrigi o Potter.


–Prazer, fiquem a vontade, vou chamar a mamãe. - Ela saiu, e pude ouvir uma conversa vir lá de dentro.


"Filha, por que você fez isso! Podem ter vindo nos pegar!"


"Mãe, são só alunos! Estão com o uniforme de Hogwarts!"


"Tá bem... Espera, eu vou tentar reverter a situação, vou ver quem é, vem comigo." Logo depois ouvimos passos vindos em nossa direção.


– Mamãe, esses são Harry, Gina e Draco. - Amanda nos apresentou.


Reparei que a mulher que a acompanhava era ela, a Annabeth Stiller, a bela mulher que eu vi na foto de meus pais.


– Annabeth? - Falei espantado, e todos os olhos se voltaram para mim. - Você é a Annabeth, não é? A mãe da Alana!


– Alana?! Não, não... Sou mãe da Amanda apenas.


– Ele quis dizer Sophia. - Harry corrigiu-me. Sophia? Esse era o nome dela antes do sequestro?


– Vocês cconhecem a Sophia?! - A mulher se desesperou - Por favor, vocês tem que me falar onde ela está, eu preciso saber! - Ela já estava chorando de tanta emoção.


–Calma, nós sabemos onde ela está, ela está bem, estuda em Hogwarts, e agora se chama Alana... - Harry disse, e Annabeth caiu no chão sentada, a animação era muita, ela deveria pensar que a Alana havia sido morta pelo pai, quer dizer, por Voldemort.


–O Róger vai ficar tão contente... - Annabeth disse, sendo abraçada por Amanda, que também chorava.


–Quem é Róger? - Gina perguntou.


–Roger é o meu pai, ou melhor, pai meu e da... Alana. Ele já deve estar chegando. - Amanda disse enxugando as lágrimas. - Vocês podem esperar ele chegar? Queremos todos os detalhes sobre ela!


–Esperamos. - Harry afirmou, e nos sentamos no sofá.



PDV. Alana Riddle



Após Draco me deixar no quarto senti minhas lágrimas secarem, eu, como filha de Voldemort, tenho muito orgulho, e nunca me sentiria mal por uma briguinha de 'casal', e vai ser difícil, mas vou tentar perdoá-lo pelo que me disse.


Não quis chorar por ele, então para matar as saudades, eu aparatei para minha casa, a mansão Riddle.


Ao chegar me escondi atrás de uma pilastra, e vi a Night se enroscar em meu pescoço. Eu nem havia a visto, e então ouvi uma conversa, uma discurssão na verdade entre meu pai e os comensais, incluindo os Malfoy, que são o braço direito de minha família a décadas.


– E então Lucius? Mais novidades sobre Annabeth? - Papai perguntou. Quem é Annabeth afinal?


–Sim meu Lorde, parece que minhas fontes não foram completamente seguras, e há uma possibilidade, uma mínima possibilidade de ela estar viva.


–Então... Tragam-na para mim! Espero não me decepcionar com você, Lúcio, já sabe as concequências. Ou a traz aqui, ou o Draco... Já era. - Meu pai gargalhou, como sempre, maléficamente.


Fiquei surpresa a ver meu pai tão empenhado em procurar alguém, a última vez foi com o Harry e sua família, mas Annabeth... Nunca ouvi falar da tal, a não ser com o Draco. Não me importei, e fui ao meu quarto para pegar algumas coisas que eu havia esquecido antes de ir para Hogwarts.


Quando entrei no quarto vi uma garota lá dentro, quem seria ela?


–Quem é você? - Falei grossa e descompreendida.


–Eu é que pergunto, o que faz em meu quarto? - Ela se levantou e veio até mim. Como assim quarto dela? Esse sempre foi meu quarto, desde que nasci.


–Eu sou Alana Riddle, dona desse quarto e filha de Lorde Voldemort. - Falei orgulhosa e sem abaixar a cabeça um só segundo.


–Ah é? Pois eu sou Catherine Underwood, e sou a afilhada de Lorde Voldemort, e esse quarto foi entregado a mim por ele mesmo. Então saia daqui mentirosa, eu quero descançar.


Essa menina consegue ser mais irritante do que eu quando estou presa. Percebi que ela se segurava para não chorar, e que não se saiu muito bem nisso, seu rosto estava vermelho.


–Olha, não sei quem você pensa que é Catherine, mas meu pai não tem afilhada, nem mesmo tem parentes a não ser eu, então é melhor você sair daqui agora antes que eu arraste sua bunda até o lado de fora de minha casa! - Gritei furiosa, e ela me olhava assustada, sem palavras na certa.


–Alana? - Papai apareceu na porta, geralmente ele não vem me ver, o que o traz aqui então? - Desculpe filhinha, não lhe apresentei a Catherine, não é? Ela é minha afilhada sangue puro, filha dos falecidos Underwood. Trágico, não? - Se eu conheço meu pai, ele matou os Underwood e a trouxe aqui para se aproveitar dos poderes da pobrezinha, quase senti pena dela, sentiria se não estivesse tão irritada.


–O que ela faz em meu quarto? - Falei friamente.


–Ela está aqui enquanto não arrumamos um quarto para ela, não pensei que voltaria tão cedo de Hogwarts, fugindo? - Ele riu.- Com certeza tem meu sangue, hein? - Ele sorriu, o que é difícil de acontecer.


–Se você diz... - Dei de ombros, e me virei para a garota, que estava apavorada. - Quero ela longe de meu quarto, está na hora de começar a agir como a Riddle que eu sou! - Sai batida pela porta, derrubando tudo que via pela frente, e deixando meu pai bem orgulhoso, como era de se esperar.


Logo me lembrei da Night, e não a vi em lugar algum. Fui procurá-la melhor na sala de jantar, vi os Malfoy sentados, pelo menos Lúcio e a esposa nojenta dele.


–Boa noite senhorita, se perdeu de Hogwarts? - Lúcio disse me confrontando, e reparei papai aparecer e me olhar satisfeito, esperava uma reação minha.


–Alguma indireta, Malfoy? Não acho que seja um bom dia para sujar as roupas de sangue a toa. - Me abaixei e apanhei Night que estava no chão, enroscada em um rato morto. Era o que eu queria fazer com todos naquele momento, dar o bote.


Primeiro vem a Pansy, depois o Draco, a Catherine e agora o Lúcio? O que houve, tiraram o dia para ver a morte cara a cara? Ao menos papai está do meu lado.


–Hum... Uma Riddle valentona. Bom saber que a Herdeira das Trevas está se descobrindo. - Falou o Malfoy, como sempre, nojento.


–Do que está falando? Herdeira de que afinal? Não vejo nada a herdar a não ser o castelo e o ódio. - Cuspi as palavras, e papai veio até nós.


–Alana querida, já que possui uma horcrux, nada mais justo do quê, quando eu morrer, deixar meus maléficos poderes com você, não é? - Ele veio até mim, bem perto. - Apenas... um toque, e terá tudo o que deseja. - Ele observou a horcrux, falando lentamente, e logo se afastou, me dando as costas. - Mas não agora.


–Não preciso disso papai, esqueceu? Sou uma Grifinória. - Provoquei, e percebi os risos dos Malfoy, e o ódio de meu pai se acumularem. - Enfim, preciso terminar de pegar algumas coisas no quarto e irei embora.


Nem continuei a me explicar, nesta casa não é necessário, e fui para o meu quarto. Ouvi uns ruidos vindos lá de dentro, e entrei. Vi a Catherine chorando em pé com a sua varinha nas mãos. Ela iria... Se matar.


–Ei! O que pensa que está fazendo? - Falei revoltada.


–Não se preocupe, logo não terá de pensar mais em mim, não vou incomodar a princesinha do mal por muito tempo. - Ela fechou os olhos e respirou fundo. - Avada Keda...


–Expelliarmus! - Falei, desarmando-a, e pegando a varinha que estava caida no chão. - Você não vai se matar! Tudo bem que eu não goste de você, mas tenho meus motivos! Você não pode se matar por causa disso!


–Não me diga o que fazer!


Rictusempra! - Usei meu feitiço para fazê-la rir, ela estava séria demais, e não me ouvia falar, tinha que ter uma reação, e essa foi a menos violenta que achei, poderia ter usado o Cruccios.


– T-áa... Ago-gora pa-ara! - Ela dizia entre gargalhadas, e eu parei.


–Agora ouça. Eu não vou deixar você se matar, você tem que ser forte, eu sei que aguentar meu pai é difícil, mas fica mais difícil se você deixar! Tem que enfrentá-lo!


–Para quê? Para ele me matar?! - Ela sentou na cama, voltando a chorar.


–E fala a garota que iria se matar agorinha. - Olhei seu rosto triste, e me sentei ao seu lado. - Olha desculpa a minha grosseria antes, mas o dia está difícil para mim também, você nem imagina o quanto.


–Não é você. Meus pais morreram na minha frente, eu estava escondida, e não vi quem os matou, mas depois seu pai veio me buscar, dizendo que ficaria bem. - Ela pausou a fala. - Mas meus pais sempre odiaram Voldemort, eram da Grifinória e sempre me ensinaram a fazer o bem, como Voldemort pode ser meu padrinho? Como? - Ela aumentou o tom de voz.


–E eu então. Não tenho mãe, meu pai é um monstro sonserino, estou apaixonada por um sonserino que não é tão ruim assim, e ainda sou da Grifinória. Seus problemas não são quase nada comparados com o sofrimento que tive nessa torre minha vida toda! - Desabafei, e quando eu menos esperava, ela me abraçou, e então entendi que pior não poderia ficar, não com amigos ao meu lado.


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