The Dawn of Evangelion escrita por Goldfield


Capítulo 4
Números




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Números

Nevada, EUA, 1947

A mesa de reuniões era comprida, maior ainda do que aquela em que Soryu vinha costumando trabalhar. O ar refrigerado e a comodidade das poltronas levava a crer ser aquele recinto comum local de encontro de figurões do país – talvez até mesmo o presidente. Todos os assentos ao redor estavam ocupados, sendo que os de cabeceira acomodavam o coronel Lorenz de um lado, e o coronel Willians do outro.

         - Você só pode ter ficado maluco, chucrute! – bradou nervoso este último, segurando-se ao assento. – Retirar aquele anjo, extraterrestre ou seja lá o que for da quarentena foi quase suicídio! Ela poderia ter cegado mais dos meus homens! Pior: não sabemos que tipo de doença ou agente patológico pode carregar!

         - Metatron está limpa, coronel, fique tranqüilo – Heinrich não perdia a pose nem a calma. – Ordenei que o doutor Langley realizasse uma série de exames antes de liberá-la. Externamente, não nos oferece perigo algum. É simplesmente o corpo de Mary Morgan.

         - E internamente?

         O alemão ignorou o questionamento. Olhou mais uma vez para os indivíduos aglomerados em torno do móvel: generais das Forças Armadas norte-americanas, o recém-nomeado diretor da CIA, representantes da Casa Branca, o doutor Richard Langley junto com alguns outros pesquisadores, a doutora Lianna Zeppelin Soryu... ao fundo, de pé junto à porta, Takeo Rokubungi, vestindo preto, mantinha guarda quase como um fuzileiro naval. Aqueles à mesa tinham todos diante de si um aglomerado de folhas organizadas em pastas. Tratava-se de uma transcrição datilografada, em inglês, do Gênesis Apócrifo. Traduzido na íntegra por Metatron nos últimos dias.

         - Senhores – iniciou Lorenz. – Estamos aqui para discutir nosso posicionamento diante daquela que pode ser uma das maiores descobertas da história da humanidade. Nossa real origem. O motivo de estarmos aqui. A verdade por trás da Criação. O documento que têm em mãos foi traduzido de manuscritos encontrados no Mar Morto, por mim e minha assistente Lianna, há algumas semanas. Em seu estado original, encontravam-se registrados em hebraico, egípcio, mesopotâmico, maia... Línguas que derivaram todas de uma mesma fonte, meus caros. A chamada “Primeira Civilização Ancestral”, ou Nephilim, como Metatron os denomina. A raça alienígena que podemos chamar de “Deus”.

         Um burburinho tomou a sala. Alguns generais balançavam a cabeça em sinal negativo, visivelmente relutantes em abandonar suas crenças. Heinrich pediu silêncio com um gesto, e continuou:

         - Podem constatar ser a verdade diante dos inexplicáveis feitos do anjo Metatron, encarnado na garota Mary Morgan, desde que foi encontrado no Novo México. A chegada dele tão próxima à descoberta dos manuscritos não pode ser uma mera coincidência. Tudo faz parte de um aviso. Uma mensagem endereçada à raça humana que por milênios permaneceu oculta.

         - Que mensagem? – inquiriu o diretor da CIA, interessado.

         - O caminho para a humanidade poder viver pelo resto de seus dias numa era de paz e tranqüilidade, após sobreviver a uma guerra violenta contra os Anjos. Os primeiros seres vivos na Terra, que, por punição divina, foram segregados. Mas que retornarão.

         O coronel fez um sinal para a doutora Soryu. Esta tomou a palavra:

         - Apesar da linguagem bem clara na maior parte de seu texto, os manuscritos também falam através de enigmas. Os principais são os chamados “três segredos”, que se encontram no fim da narrativa. Mencionam-se três selos que, quando rompidos, conduziriam o homem à Verdade Divina. O primeiro segredo, pelo que eu e os outros pesquisadores pudemos interpretar, é a chegada de Lilith e o Fruto do Conhecimento à Terra. Ele teria ocorrido bilhões de anos atrás, num impacto violento que gerou a lua, fez os Anjos desaparecerem e originou a vida como a conhecemos. O segundo segredo trata do reencontro dos seres humanos com Adão e os Anjos, que iniciaria uma guerra entre os dois lados.

         - E o terceiro? – questionou um general, vendo que a mulher não continuara.

         - Não há referência ao terceiro segredo – completou Lorenz. – Essa é a única grande lacuna que os manuscritos possuem.

         - Está bem, vamos supor que essa “tese do anjo cruel” faça algum sentido – resmungou outro general. – Não poderíamos simplesmente perguntar a Metatron qual é o terceiro segredo? Ele supostamente é um Anjo. Traduziu todos os pergaminhos. Poderia contar isso a nós.

         - Nós já tentamos isso – esclareceu Soryu. – Ela diz que não sabe. Ou então quer que descubramos sozinhos.

         - Talvez só saibamos o que é o terceiro segredo quando chegarmos ao segundo – especulou um representante do presidente. – Há datas definidas para tudo isso acontecer? Alguma estimativa?

         - Há, sim – continuou Lianna, e a informação aparentava incomodá-la. – Segundo os cálculos e conversões feitos a partir do que está no documento, a volta de Adão e os anjos ocorrerá no ano 2000.

         - Temos tempo – sorriu um general. – Cinqüenta e três anos. Tempo de sobra para nos prepararmos para essa tal guerra... Isso se ela for mesmo acontecer.

         - Esses manuscritos cobrem bilhões de anos de história – afirmou Lorenz. – Perto disso, cinqüenta e três anos são pouquíssimo tempo.

         - Mas o que será exatamente esse “reencontro com os Anjos”? – inquiriu um outro secretário da Casa Branca. – Eles vão vir do espaço, como Metatron parece ter vindo? E onde está Adão?

         - As profecias não deixam isso claro – respondeu Soryu. – Porém temos teorias. A chegada de Lilith à Terra aparenta ter se assemelhado ao grande choque de um meteoro, para ter conseguido desprender uma quantidade de massa capaz de gerar a lua. A superfície terrestre deve ter se tornado inabitável por milhões de anos. Se os Anjos não morreram num primeiro momento... Devem estar enterrados pela crosta terrestre, quem sabe ainda vivos, apenas em estado de hibernação.

         - Contate seus antigos colegas da Ahnenerbe – pediu Heinrich. – Vamos colocar equipes de arqueólogos pelos quatro cantos do mundo em busca do paradeiro desses Anjos. Teremos vantagem se os encontrarmos antes que acordem.

         - Eles supostamente acordarão sozinhos, então, quando a hora chegar? – questionou um general.

         - Isso também não fica claro – explicou Lianna. – Mas há uma referência sobre “o homem encontrá-los às cegas”, o que significa que uma iniciativa humana pode estar envolvida. O texto diz que Adão será o primeiro. E que, gradativamente, após um período inicial de tormenta, os outros Anjos virão. É descrita inclusive a ordem em que chegarão. Até mesmo seus nomes.

         - Sachiel, Shamshel, Ramiel, Gaghiel... – um pesquisador leu em voz alta. – Quinze, no total. Tabris é o último.

         - Existe alguma informação sobre a aparência desses anjos? – perguntou, novamente, o diretor da CIA. – O que eles podem fazer?

         - Estamos analisando os destroços encontrados no Novo México, ao redor da localização em que Mary Morgan, já como receptáculo de Metatron, foi descoberta – replicou Langley. – Acreditamos que esses fragmentos compunham a forma anterior e original de Metatron, destruída na queda, e que a consciência, ou alma, se preferirem, do Anjo, foi transferida para o corpo de Mary de alguma maneira. Temos trabalhado para desvendar esse mistério. Fora isso, examinamos o material dos destroços. É mesmo tecido vivo, e uma análise preliminar revela ser no mínimo 90% similar ao organismo humano, embora tenha formato e desenvolvimento por completo diferentes.

         - Como isso é possível? – espantou-se outro militar.

         - A origem comum desses seres – elucidou Lorenz. – A Primeira Civilização Ancestral. Os Frutos da Vida e do Conhecimento se originaram dela. Daí sermos “a imagem e semelhança de Deus”. Da mesma maneira que os Anjos.

         O coronel Willians permanecera calado até aquele momento. Só então tomou a palavra, tendo um ar resignado:

         - OK. Já compreendemos a situação. Mas como agiremos frente a ela?

         Heinrich levantou-se da cadeira, como se fosse dar um discurso solene. União as mãos num gesto que lembrava prece e falou, bastante sério:

         - Recebi autorização do presidente Truman para criar um conselho especial para lidar com o conteúdo desses manuscritos. Ele será o líder, sendo que a posição será ocupada pelos próximos presidentes dos Estados Unidos eleitos, cada um devendo ser instruído sobre o que discutimos aqui hoje tão logo seja empossado. Outros cargos temporários no governo que compuserem o grupo também serão alternados conforme as mudanças políticas.

         - E eu presumo que o senhor será um membro vitalício... – Willians murmurou cheio de raiva.

         - O presidente concedeu tal honra a mim e à doutora Soryu, por termos sido os descobridores dos manuscritos. A Truman, eu e Lianna, se juntarão o Secretário de Defesa, o diretor da CIA, o vice-presidente e outros responsáveis por agências governamentais. Doze pessoas, no total.

         - E como se chamará esse conselho? – perguntou Langley, também surpreendido pela revelação.

         - Deveremos nos referir a ele pelo codinome “Majestic-12”.

         O rosto de Willians contorceu-se.

         - Como pode garantir que os demais nesta sala não levarão o assunto a público? – indagou, provocador.

         - Eu garanto que o senhor nem mais ninguém gostará de fazer isso, coronel... – alegou Rokubungi, soturno, aproximando-se pelas costas da poltrona.

         Silêncio. Não restava mais nada a ser dito, ao menos por enquanto. Além do mais, já haviam sido bombardeados o suficiente com informações. A reunião foi encerrada e os participantes, pouco a pouco, deixaram o recinto, conversando baixinho entre si.

         Apenas Lorenz permaneceu, sentado ainda à cabeceira da mesa. Voltou os olhos para cima, fitando a lâmpada no centro do teto como se pudesse enxergar o céu através de camadas e mais camadas de subsolo. Abriu um sorriso. Um sorriso característico de alguém que sabia mais do que compartilhara.

         Tempo... Eles tinham tão pouco tempo...

*  *  *

A sala de reuniões, situada dentro de um bunker de reforçadas paredes de concreto, localizava-se centenas de metros abaixo do Kremlin. Aquele complexo fora construído no subsolo para abrigar os dirigentes soviéticos, principalmente o “camarada” Stalin, em caso de ataque. O fato de Hitler quase ter entrado em Moscou durante a guerra aparentava realmente ter traumatizado os comunistas. Além disso, as instalações vinham sendo usadas já há algum tempo para abrigar reuniões secretas da cúpula do Partido... tratando de assuntos que não poderiam ser veiculados entre o glorioso povo da Mãe Rússia...

         Ao redor da mesa, oficiais das Forças Armadas e políticos de influência dentro da casta que governava a União Soviética. Stalin não estava presente, porém era representado por seus secretários particulares. Dentre as cabeceiras do móvel, apenas uma estava ocupada: junto a ela via-se sentado um jovem de origem germânica, alto, forte e de curtos cabelos loiros, num corte semelhante ao militar. Apesar de o império nazista ter desmoronado, o rapaz, na casa de seus vinte anos, parecia ter saído diretamente da Juventude Hitlerista, dada sua aparência e ar disciplinado até demais. Era fitado de modo intrigado pelos demais em torno da mesa, logo tomando a palavra:

         - Camaradas, temos de tomar uma atitude perante os movimentos das potências imperialistas. O NKVD confirmou que os Manuscritos do Mar Morto estão nas mãos dos americanos. Quase ao mesmo tempo, um artefato desconhecido caiu e foi encontrado em Roswell, Novo México. Dias depois, o presidente Truman baixou um ato reforçando o aparato de defesa dos Estados Unidos. Eles têm uma nova organização militar e uma nova agência de inteligência.

         - Os relatórios confirmam sim tudo isso, mas entenda que a posição que o senhor defende é por demais absurda – contra-argumentou um dos oficiais. – Apocalipse, Anjos... isso é religião. Como o camarada Marx dizia, “o ópio do povo”. O Partido defende o materialismo, é a estrutura-base do socialismo. Não podemos mobilizar recursos ou tropas diante de uma crendice primitiva.

         - Crendice primitiva? – o alemão riu debochado. – Gostaria de confirmar com o camarada Dubnikov, da Força Aérea, o que os camponeses de Sikhote-Alin, perto de Vladivostok, viram nos céus das montanhas em fevereiro passado.

         O dito oficial, com uma expressão incerta no rosto, empurrou algumas fotos em preto e branco para o centro da mesa. Elas mostravam um estranho objeto geométrico, de grande tamanho e aspecto semitransparente, possuindo uma grande quantidade de lados simétricos – embora a estrutura básica se assemelhasse a um cubo. Os ângulos variavam de uma imagem para outra, dando a entender que o artefato girara em sua trajetória pelo céu.

         - Esse objeto voador não-identificado foi observado pairando acima das montanhas de Sikhote-Alin no dia 12 de fevereiro – explicou Dubnikov. – Uma esquadrilha de caças MiG foi enviada para examiná-lo mais de perto. Num dado momento, a figura aproximou-se do solo e inclusive entrou em contato com ele, gerando uma cratera. Foi quando um dos aviões abriu fogo. Atingido, embora visivelmente sem sofrer danos, o artefato levantou vôo de forma muito rápida e desapareceu.

         - Metatron – afirmou o loiro, convicto. – A mesma entidade encontrada pelos americanos no Novo México. Deve ter se convencido de que não seria frutífero pousar num país ateu, e escolheu os inimigos.

         - Essa coisa geométrica é um Anjo? – um dos secretários de Stalin estranhou.

         - Uma de suas formas. Talvez os americanos tenham entrado em contato com outra. De qualquer maneira, os senhores perderam a vantagem que possuíram inicialmente.

         - E como poderíamos recuperá-la? – questionou um oficial representando o NKVD.

         - Preparando-se. Os americanos começaram a se precaver para o que quer que os manuscritos ou Metatron tenham lhes revelado. O povo soviético deveria fazer o mesmo.

         - E o que propõe? – um general indagou desconfiado.

         Prático, o jovem alemão empurrou uma pasta com papéis que até então mantivera em seu colo para o centro da mesa.

         - Minha organização quer prestar auxílio à União Soviética. Seus principais membros são alemães, assim como Marx e Engels um dia também foram. Antes desta reunião, encontrei pessoalmente o camarada Stalin. Ele me autorizou a apresentar este plano ao conselho.

         - Do que se trata? – quis saber outro militar, folheando o documento.

         - Os soviéticos já estão se expandindo pelo Leste Europeu, compondo uma barreira contra os interesses imperialistas. Proponho um reforço: a criação de um órgão de informação comum a todas as nações socialistas. O nome será Cominform. Terá poder de decisão sobre todos os partidos comunistas regionais que responderem a Moscou.

         Fez uma pausa antes de completar:

         - Estejam preparados, camaradas. Mais do que uma disputa por influência ou um embate entre sistemas econômicos, sobre se o capitalismo ou o socialismo triunfarão, esta será uma árdua guerra de espionagem e dissimulação em busca da verdade contida naqueles manuscritos. Em busca da salvação da humanidade. Quem resistir ao que está por vir prevalecerá, e antes disso terão de lutar nesta contenda. Uma guerra mesquinha e mascarada. Uma guerra fria.

         - Agradecemos seu apoio neste momento de crise, camarada Keel Lorenz – falou com sinceridade um político do Partido.

         O rapaz, em resposta, apenas assentiu com a cabeça.

*  *  *

O trabalho com os manuscritos não cessava. A maior parte de seu conteúdo já havia sido elucidado com a ajuda de Metatron. Mas existiam as lacunas. E o coronel Lorenz ordenara a Lianna que queimasse seus neurônios até que encontrasse as respostas ausentes.

         Ela, naquele momento, encontrava-se mais uma vez debruçada sobre os pergaminhos em sua mesa. Relia-os, comparando as diferentes interpretações das passagens que anotara num caderninho. Não conseguia compreender certos trechos. Um deles, por exemplo, tratando da “lança capaz de impor maldições a toda descendência”, era obscuro. Seria mesmo uma lança, literalmente falando, ou apenas mais uma metáfora? E a “costela tomada pelo homem graças ao Fruto do Conhecimento”? Costela de quem? De Adão? Teria algo a ver com o Gênesis bíblico?

         Suspirou. Muitas suposições, incertezas, pouca coisa concreta. Aliás, a um observador de fora tudo aquilo parecia loucura. Era difícil de acreditar que, em poucas semanas, uma expedição à Palestina em busca de documentos antigos se convertera na preparação para uma luta em defesa da humanidade, com seres divinos envolvidos...

         - Olá.

         Soryu quase caiu da cadeira de susto. Diante de si, do outro lado da mesa, Metatron, ou Mary, fitava-a de pé. Como é que havia entrado ali? A alemã podia jurar não ter ouvido a porta ser aberta...

         - Olá, querida – Lianna respondeu, sem saber qual a melhor forma de se referir ao Anjo. – Não entre mais assim sorrateira, OK? Eu me assustei.

         - Me desculpe. Mas a senhora não deveria se assustar com um Anjo.

         A arqueóloga ignorou o comentário e procurou continuar trabalhando, retornando sua atenção aos manuscritos. Mas a garota logo tornou a se manifestar:

         - Doutora Soryu, a senhora é feliz?

         Por que aquela pergunta, assim do nada? De qualquer modo, a ruiva, desconcentrada, viu-se incapaz de continuar lendo os documentos. Voltou a olhar para Metatron e replicou:

         - Por quê?

         - Seu ar é tão triste. Pesaroso. Algo aparenta incomodá-la tanto...

         Lianna hesitou, mas acabou esclarecendo:

         - Minha filha. Está longe daqui, no Japão. E eu não conseguirei vê-la enquanto não terminar de analisar estes manuscritos. Você, inclusive, poderia dar uma ajuda, não é?

         O Anjo riu.

         - Mais do que já ajudei? Agora é tarefa dos lilim terminarem de compreender seu próprio destino. Mas me diga, doutora... Como seria se pudesse ter sua filha sempre consigo? Se pudesse abrigá-la dentro de si para toda a eternidade, como quando a carregou por nove meses em seu ventre?

         - Ela está em mim, em meu coração – e, logo após terminar a frase, Soryu perguntou-se se não soara emotiva demais.

         - Não me refiro a sentimentos... mas ao físico. E se a senhora e sua filha vencessem as barreiras impostas pela carne para se tornarem apenas uma essência, um único ser composto por suas duas almas e enlaçado pelo mesmo amor que as torna próximas mesmo em corpos diferentes?

         A doutora franziu as sobrancelhas. Que conversa estranha era aquela? Acabou respondendo sem pensar muito, desejosa de encerrar o assunto:

         - Creio que isso se chamaria felicidade.

         Um breve silêncio se seguiu... ao final do qual Mary abriu um sorriso e disse, dirigindo-se à porta da sala:

         - Não deveria ser tão hostil ao coronel Lorenz, senhora.

         E saiu, deixando-a sozinha com seu trabalho... além de um tanto perturbada.


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