As brigas se tornaram frequentes. Era briga o tempo todo! Nenhum dos dois se reconhecia mais. Não pareciam mais aqueles dois apaixonados que prometeram não acabar com esse amor.

Ciúme...

- E SUAS AMIGUINHAS DA FACULDADE? COMO ACHA QUE ME SINTO?

- E SEUS “AMIGOS”? – Disse o menino, fazendo aspas no ar.

- PARECEM SER MAIS PRESENTES DO QUE O MEU PRÓPRIO NAMORADO, QUERIDO NICO!

Faculdade e falta de tempo...

- Desculpe, Lia. Não posso sair hoje. Tenho provas na faculdade e preciso estudar.

- Ah... Certo. – Thalia segurou as lágrimas. – Deixa para o próximo fim de semana, não é?

E festas.

- Por que não me avisou que iria à festa da sua “amiguinha loira”?

- Por que não me avisou que iria à festa de Connor?

- Connor? Irmão do seu amigo? QUE MAL TEM, NICO?

- Oras, você não me avisou.

- VOCÊ TAMBÉM NÃO ME AVISOU QUE IRIA À FESTA DA SUA AMIGUINHA.

- Não preciso dar detalhes de minha vida a você, Thalia!

Ela gelou. Nunca pensou que ouviria aquilo do namorado. Nunca pensou que ouvira aquilo de Nico.

- Certo. Então não precisa ficar mais preso a uma pessoa que você não precisa dar detalhes.

- O que você está fazendo?

- Te deixando livre. Terminando.

Thalia deixou Nico falando sozinho. Talvez seu pai tivesse razão. Por ele ser mais velho, a magoaria. Mas era tanto amor! Como chegou a esse ponto? Como se desgastaram tanto? Ela não sabia onde fora parar tanto amor. Talvez ainda estivesse guardado. Mas em uma caixinha bem pequena.

De namorados, passaram a dois estranhos, que passam na rua e não se cumprimentam. Há tempos não sorria. Há tempos não tinha mais sentimentos. Ou tinham. Mas não demonstravam, porque estava bem no fundo do peito.

Thalia estava se encontrar com Annabeth. Nos últimos dias a menina era a única que conseguia animá-la. Eram amigas. No caminho, Thalia viu um formato ao longe. Um menino e uma menina. A menina reconhecia a altura, o corpo, o cabelo e as roupas de longe. Era Nico. Nico e a namorada.

Ela olhou para baixo e acelerou o passo. Destruiu-se mais ainda por ver aquilo. Por que ele passava com a sua namorada? Por que ele tinha uma nova namorada? Era impossível de aceitar aquilo.

- Nico!

- Mariah! Vem aqui. – Nico puxou a namorada e a beijou. Na frente de Thalia. E olhou para ela. Por que olhara para ela? Por que tinha sido idiota à ponto de acreditar que ele a amava? Era frustrante.

Acelerou ainda mais o passo, chegando rapidamente na praça. Annabeth percebeu que a amiga estava com os olhos pesados, como se estivesse quase chorando. Percebeu também que ela estava com muita maquiagem. Thalia andara chorando e passara maquiagem para disfarçar.

- O que houve?

- Nico. E a namorada dele.

Annabeth entendera tudo. Thalia estava daquele jeito porque o menino que ela amava estava namorando. Ela talvez não entendesse o porquê de ela estava assim, mas respeitava. Não imaginava o que aconteceria se isso acontecesse entre ela e Percy.

- Percy diz que Nico está triste também.

- Ah é? Pois não parece. Ele vive sorrindo!

- Sabe Thalia, às vezes é fingido. Igual ao seu.

- Annabeth, passamos na rua e ele não me cumprimenta.  E não faz questão de mudar de lado. Sabia que ele tá namorando de novo? É. Sabe com quem? Com Mariah! É, aquela loira azeda. Sabe o que ele faz? Ele a beija na minha frente! Ele superou rápido demais.

- Não, Thalia. Está fazendo isso de propósito, pra você ficar do jeito que está. Abalada, chateada. Mas não pode ficar assim.

- Então como eu fico, Annabeth? Diga-me? COMO? Eu não sei.

- Olhe. Olhe para essa praça. Olhe para essas pessoas! Já pensou quantas já passaram por uma decepção no coração? Quantas já guardaram tanto os sentimentos, que acabaram por esquecer como se ama? Quantas já perderam oportunidades? Sabe, Lia. Você não pode deixar isso acontecer. Você entrou para o lado negro! Você se tornou escura. Qual foi a ultima vez que você sorriu de verdade? Você se lembra? Tenho certeza que não. E ficar nesse mundo triste que você anda vivendo está ajudando algo? Obviamente que não.

- Não adianta. Eu sei. Mas é o único que eu consigo me manter. É fácil falar, Annie. Não é você quem está passando pela dor. Sou eu. Por que ele a beija de propósito na minha frente, Annie? Por quê? Não tá bom demais estar namorando com ela? Você pode me responder o por quê? Acho que não. Nem ele sabe por que faz. Mas faz! E dói. Dói muito. Sempre dói. Para sempre. O pior é que eu ainda penso em nós, Annie! Eu e ele! E as promessas feitas lá no começo. Idiota, não? É, eu sei. Papai tinha razão.

- Hey, Lia. Não desista. Muita coisa ainda está por vir! Muita coisa ainda vai mudar.

- Mas a pergunta é: Eu consigo?

- Consegue, Thalia. Você é forte.

E Thalia sentiu suas forças sendo renovadas novamente. Fora iludida e idiota? Provavelmente. Mas recebera mais uma chance de tentar de novo. E iria até o fim dessa vez. E não desistiria.