Just Smile. escrita por everbelieber
Minha querida rotina do fim de semana foi: acordar>comer>assistir>chorar>comer>chorar>dormir e o chorar as vezes incluía coisas não tão legais de minha parte, inúmeras vezes um dos recepcionistas perguntaram se eu não queria ir para a área de lazer, eu sempre negava com educação, a ultima vez que eu falei com o Kauã foi no sábado de tarde, e já é noite de domingo.
Só queria saber o que se passa na cabeça daquela estúpida, será que ela está feliz? O Kauã sabe que eu estou em um hotel, mas ele não sabe qual, fui ontem pela tarde buscar mais roupas, as que eu trouxe não eram o suficiente, mas eu fui quando não tinha ninguém em casa.
Afinal, porque eu estou fazendo isso mesmo? Meus olhos pesam de tantas lágrimas. No momento o melhor a se fazer é dormir, e fazer de tudo para acordar amanhã disposta a ir para a escola.
Acordei com o despertador tocando, deixei meu cabelo solto, vesti minha jaqueta verde escuro, uma calça jeans preta e uma blusa cinza, pus uma sapatilha verde, meus materiais estavam já no carro. Fui até o estacionamento do hotel, peguei meu carro e fui para a escola.
Cheguei um pouco cedo na escola, entrei na biblioteca e fiquei na mesa mais distante e mais escondida, pus minha bolsa em cima da mesa e deitei minha cabeça sobre ela.
_ Eu não vi Kauã, eu já disse – uma voz rouca falou devia ser o Justin
_ Já vai tocar e nenhum sinal dela – o Kauã disse
_ Eu não tenho culpa né
_ Será que ela não vai vim? – perguntou
_ Eu to aqui – falei um pouco alto para que eles ouvissem
_ Kaya, você está bem? – senti alguém tocando em minhas costas
_ Estou – falei sem me mover
_ Levanta para eu te dar um abraço boba – o Kauã falou e eu me levantei, ele me abraçou muito forte
_ Não... aperta muito – falei e ele me soltou me olhando desconfiado
_ Não me diz que... – ele não terminou a frase – deixa eu ver – ele estendeu a mão em direção a minha blusa
_ Melhor não – dei um passo pra trás
_ Vai Kaya, eu quero te ajudar nisso – ele se aproximou e eu deixei, fiquei fitando o chão enquanto ele subia minha blusa – meu Deus – ele sussurrou e eu fitei a expressão do Justin que engoliu seco e virou o rosto, após fitei a do Kauã.
_ Eu não queria ter feito isso, foi mais forte que eu – abaixei minha blusa e comecei a chorar. – pode dizer que eu sou uma idiota por isso, eu sou mesmo!
_ Eu vou conversar com a psicóloga, estou precisando – ele saiu balançando a cabeça negativamente, ok, meu irmão dando as costas para mim? Agora que eu me sinto uma idiota.
_ Er, vou ali já volto – o Justin me olhou
_ Vai virar as costas para mim como todos? Tudo bem... vai, mas não precisa voltar. – falei sentando-me e pondo uma imagem de forte em meu rosto, o que foi bem fail.
Ele revirou os olhos e entrou no corredor em que estava, ouvi o toque e levantei-me.
_ Espera – ouvi a voz do Justin – eu só fui buscar um lenço
_ Obrigado – sorri de lado pegando o lenço de sua mão
_ Vem aqui – ele estendeu os braços em minha direção – você cuidou de mim, preciso retribuir – ele sorriu
_ Posso te dar um abraço? – perguntei me aproximando
_ Deve – ele sorriu e eu o abracei – você quer ir lá pra casa? Minha mãe não precisou ir trabalhar hoje, daí você conversa com ela.
_ Até parece que sua mãe tem tempo pra isso – revirei os olhos
_ E tem, você tá meio... pálida – ele levantou meu rosto – está tudo bem mesmo?
_ Só estou um pouco tonta, não comi muito esse final de semana – falei me apoiando no balcão – estou bem – o olhei e peguei minha bolsa e saí da biblioteca
_ Só prometa, não por mim, mas por seu irmão, parar de fazer essas coisas ok? Você acaba de autodestruindo. – ele falou preocupado
_ Ok, eu prometo – sorri e ele me apertou no abraço
Ele falou com a diretora que me liberou, fui até a casa dele e ele ficou na escola, pediu para eu entregar um bilhete para a mãe dele. Passei a tarde conversando com ela, era uma conversa normal, tentava evitar ao máximo o assunto de meus problemas, a hora rapidamente se passou, ela fez um almoço simples, mas delicioso.
_ Está gostando no novo emprego? – sorri
_ Sim, estou procurando ainda uma forma de te agradecer, isso foi ótimo.
_ Não precisa agradecer, isso fez eu me sentir bem.
_ Mas então, você e o Justin ainda está quase inimigos, normais ou amigos? – ela perguntou
_ Acho que... quase amigos, na verdade é que eu não quero me aproximar muito... tipo, ele é uma ótima pessoa e eu me “apego” muito fácil a pessoas assim. – falei medindo minhas palavras
_ Ele realmente é uma pessoa muito boa, mas às vezes eu penso que ele poderia ser mais chato um pouco, ele é tão bom que às vezes cansa – ela falou e eu ri alto
_ Nossa, nós somos o oposto, eu sou muito chata, nem eu mesmo suporto – falei e ela riu
Ficamos conversando mais um pouco até que deu 15h20min.
_ Eu já vou, já deu a hora – levantei-me do sofá
_ Fica mais um pouco, espera o seu irmão chegar com o Justin.
_ Não, é que eu estou em um hotel e vai que o Kauã descobre onde é? – a olhei e ela assentiu
_ Então tá ok, qualquer coisa é só pedir – ela sorriu e eu a abracei, a porta se destrancou e nós a encaramos
_ Olha você aqui – o Justin sorriu – você quer saber dos assuntos de hoje?
_ Pode ser – dei de ombros
_ Senta aí – ele falou e sentou-se ao meu lado
Ele falou detalhadamente sobre cada assunto, mas eu só ouvi até ele dar o primeiro sorriso, ok aquilo estava ficando confuso. Primeiro eu o odiava, depois amiga e agora estou... não, não posso ter me apaixonado por ele... não que eu ligue para o modo que ele vive, mas é uma coisa tão boba, tão... impossível, é essa é a palavra certa para o “nós”, impossível, mas seus olhos, lábios, nariz até o ultimo desenho de seu rosto me fizeram hipnotizar e pensar mais no quão perfeito ele é.
_ Kaya? Você escutou? – ele me tirou de meus pensamentos
_ Ah não, desculpa, o que foi mesmo?
_ Seu irmão ligou e perguntou se você vai voltar para casa hoje e se não, é pra você ligá-lo para vocês conversarem. – ele revirou os olhos – e não se preocupa com os assuntos, eu parei quando você ficou sorrindo feito uma boba – ele encostou-se no sofá
_ Ok, não ajudou muito – falei rindo – até amanhã – lhe dei um beijo na bochecha e saí
Chegando ao hotel liguei para o Kauã. Chamou duas vezes e ele atendeu
*Kaya: Oi Kauã
*Kauã: Oi, queria saber se você vai voltar pra casa hoje
*Kaya: Não
*Kauã: Por quê? A mamãe está quase chorando aqui e o papai só faltou matá-la
*Kaya: Ela te obrigou a falar isso?
*Kauã: Não Kaya, é sério.
*Kaya: Tudo bem...
*Kauã: Então você vai voltar?
*Kaya: Não, só no fim de semana.
*Kauã: Hoje ainda é segunda
*Kaya: Eu sei
*Kauã: Então tudo bem.
...
É definitivamente esse bem não estava bem, hoje já é sábado e eu vou voltar pra casa, escolha minha, já não aguentava mais a mesma rotina de acordar ir pra a escola chegar e ficar comendo ou assistindo, acho que engordei mais mil kg. Era apenas uma mala, fechei a conta no hotel e voltei pra casa.
_ Ah filha, que bom que você está de volta – minha mãe veio me abraçar.
Bom sabe aquela promessa ao Justin? Deixei de cumpri-la algumas vezes. Era como se por mais que eu gritasse ninguém me ouvia, era meu único refúgio, mas ninguém precisa ficar sabendo...
_ Vou para meu quarto – falei desviando de seus braços e subindo as escadas.
Meu quarto estava mais arrumado que o normal, apenas pus minha mala no canto do quarto e me joguei na cama.
_ Os nossos pais estão querendo falar com você lá em baixo – o Kauã praticamente gritou da porta do quarto me assustando
_ Estou indo – falei entrando no banheiro, ajeitei meu cabelo e desci as escadas.
...
_ E outra coisa, vamos cortar a metade de sua mesada, você está gastando de mais – minha mãe falou quando eu estava prestes a levantar
_ Como?
_ É, nós conversamos e você não precisa de tanto dinheiro, você nem saí mais – ela deu de ombros
_ Mas, se tiver algum motivo convincente você continua com o mesmo valor.
_ Hm, até tem, mas eu não posso dizer. - mordi os lábios.
_ Então... só a metade – minha mãe levantou com um sorriso vitorioso nos lábios.
_ Não! Ok eu digo. É que eu estou pagando a escola do Justin, ele ia perder a bolsa...
_ Ok, não convenceu – ela sorriu e levantou-se – vá para o seu quarto e reflita de quando vai parar de ser uma vagabunda, ou então aumenta o preço da hora – ela falou e meu pai a olhou.
_ Desculpa, mas eu não quero ter a mesma profissão que a sua – levantei-me e fui em direção a escada.
_ Vadia vagabunda, sobe para o quarto agora – ela falou
A única coisa que eu poderia dizer é que eu fiquei fora de mim.
_ Eu vou subir, aliás, não era nem para eu ter saído de lá.
_ Imbecil.
_ IMBECIL É VOCÊ – peguei a primeira coisa que eu vi pela frente e joguei nela, ela desviou, mas quase bateu no Kauã e no Justin que estavam entrando.
_ Vai para o quarto, agora. – meu pai falou, ele nunca havia falado daquela maneira comigo nem com ninguém.
_ Eu odeio vocês... – respirei fundo enquanto as lágrimas caiam – ODEIO OS DOIS – falei e subi a escada correndo.
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Olá, desculpem a demora para postar.
Como vocês estão? Estão gostando da fanfic? espero que sim.
Beijos e obrigado a todas que acompanham :)