Quando Axl voltou foi escândalo danado dentro daquela casa. Ele criticou meu comportamento ate a morte. Brigou de mal fechado. Não queria olhar na minha cara. Imagina se ele soubesse que eu tinha o traído. Ele tinha lido e ficado informado de todo meu mal comportamento lá dentro do SPA.

- Nós não temos jeito mesmo. Na mesma hora que tá bom, fica ruim. – Meu relacionamento com Axl mais parecia uma montanha russa. – Então quer se separar? – Esta conversa tinha sido após uma briga horrorosa que os vasos de planta da sala tinham ido parado na parede. Normalmente era assim: ele brigava, xingava e eu retrucava. Ele me batia e eu jogava o que estivesse na frente tentando acertar ele. Não sei como pudemos chegar naquele ponto.

- Não. Eu amo você, do meu jeito. Tá ruim, mas não é nada demais. Quando nos casamos eu fiz a mesma coisa.  – Ele estava jogado nos primeiros degraus da escada. Enquanto me despertava lembranças dolorosas. – Alem do mais você só esta deslumbrada com toda essa merda de Hollywood. – Ele ria amargo. – Podemos tentar de novo? – Era sempre assim, tentar, tentar e tentar.

- Não quero acabar como o casamento dos meus pais, tentando. – Fui acida no meu comentário.

- Valentina eu detestaria te perder. Com a Erin foi ruim, eu achei que não ia viver mais, mas aí eu sobrevivi. Depois veio a Sthephanie foi pior que o nosso casamento esta sendo, principalmente porque tinha uma criança envolvida. Agora se você for embora eu vou me matar. Eu não vou  – Ele falava serio. – Mas não fique com pena de me abandonar, saiba que isso será pior que o suicídio. – Ele subiu as escadas e eu fui fazer um curativo no machucado que Axl tinha me feito.

Doeu ouvir aquelas palavras. E novamente cá estava eu refletindo como seria minha vida se o meu vizinho não fosse rock star. Provavelmente eu ainda estaria na merda. Eu devia muito a Axl, talvez agora fosse o momento.

Eu subi e fui atrás dele pedi desculpas e o beijei. Uma coisa levou a outra e você aí é suficientemente grande para saber o que aconteceu.

Eu tinha dado uma pausa no trabalho e agora estava em casa novamente. À toa, não. Eu estava dando forças para Axl terminar o bendito e estávamos tentando ter um bebê. Confesso que ele ficou um tanto motivado.

A alegria estava estampada nos olhos do Axl. Nunca tínhamos estado melhor. E olha que só estávamos tentando. Eu tinha totalmente absorvido a idéia de uma criança em nossas vidas.

Eu chegava em ir a pequenos parques e olhar as crianças e ficar imaginando como seria a nossa. O medico disse que poderia demorar um pouco, mas isso era normal.

Em uma desses passeios eu passei perto de um brechó infantil. Resolvi entrar e vi um lindo pijama verde que possuía trevos de quatro folhas desenhados. Ele era unissex a meu ver. Estava em bom estado e um preço ótimo. A idade da peça era de doze meses a dezoito. Num auge de loucura resolvi comprar, me parecia ótimo.

Levei a peça para casa e a conservei em segredo. Não queria contar a Axl que eu estava mais empolgada que ele. Ele poderia me achar ridícula ou tola? O fato era que aquele pijama era um segredo meu que mais tarde eu contaria.