Come Back To Me - Loves never die escrita por Muitaz


Capítulo 10
Capítulo 10




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Depois de um longo dia, trancafiada em uma barraca, que mais parecia um spa 5 estrelas, finalmente a menina morena, Febe, retornou. Sua face estava abatida, e algumas lágrimas escorriam de seus olhos, as mãos molhadas encharcavam os cobertores que ocupavam todo o chão da barraca.

Ela se sentou a minha frente claramente cansada, abaixou a cabeça por alguns segundos, mas logo limpou as lágrimas, se recompôs, e fitou o fundo dos meus olhos.

-Então você esquece.

Assenti silenciosa.

-É interessante. Até onde você lembra?

Forcei minha mente, eu lembrava até... o beijo.

-Eu beijei um garoto – assim que falei isso seu rosto tomou uma expressão de repugnância  - quer dizer, ele me beijou, mas eu não sei, eu não o conheço.

-Como ele era?

Eu lembrava perfeitamente do seu rosto, seus cabelos loiros, seus olhos azuis resplandecentes, a doçura em sua face, a segurança, e a minha burrice em ter corrido. Mas eu sentia que se eu contasse ela me faria esquecer, e eu não podia, não esquecer dele.

-Desculpa, eu não to tentando ser grossa, mas esse não é o seu trabalho, certo?

Ela revirou os olhos como se eu fosse um caso perdido, o que me agradava.

-Olha, eu vou falar serio  - pausou – eu não estou em um bom dia, você não faz ideia do que já aconteceu hoje, então você quer me fazer o favor de cooperar, em vez de tornar tudo mais difícil! Por favor.

Uma quentura subiu pela minha espinha, e eu sabia exatamente o que era, culpa. Eu realmente não sabia o que tinha acontecido, mas podia imaginar que as coisas não terminaram muito bem para aquela menina Clair, eu acho. Mas por mais que eu me sentisse culpada, eu não podia me arriscar a perde-lo,  eu só tinha uma opção.

-Qu... quem é você? – Gaguejei, fingindo que havia esquecido.

Ela olhou no fundo de meus olhos, com inconstante seriedade, eu consegui sustentar o seu olhar, com dificuldade.

-Está mentido – Concluiu.

-Sobre o que? – Insistiu.

-Thalia, pare de mentir eu te conheço muito bem. Nós somos – pausou e deu um longo suspiro – eramos amigas.

Ela podia estar mentindo, mas podia estar falando a verdade.

-Quem é Jannet? – Tentei ao máximo mudar de assunto.

Ela sorriu.

-Ela se parece muito com você, é meio repulsiva as pessoas, meio dura, irônica. Nunca liga muito se as outras gostam dela, mas ao mesmo tempo é a pessoa mais prestativa que conheço.

-Ela parece ser chata, e não gostou muito de mim.

-Ela não gosta de ninguém, esse é o ponto forte dela. Mas enfim não me desvie do assunto quem era ele Thalia?

Droga.

-Ele era moreno, quase da minha altura, tinha olhos castanhos, bem escuros, quase como os de Jannet quando ela está calma –ri – parecia jovem e era  bonito – menti descaradamente, provavelmente ela iria descobrir.

-Nico? Você beijou Nico? – Gritou.

Nesse exato momento Jannet entrou na cabana, nunca virá um olhar tão desolado quanto o dela, mas a tristeza só durou alguns segundos, ela logo retomou a compostura, e seus olhos brilharam em chamas.

-Febe, Lady Ártemis deseja saber se houve algum progresso?

Falou me ignorando completamente.

-É eu vou começar com isso agora, você se importa de pegar um pouco de ambrosia e néctar para mim? – Pediu.

Ela assentiu e saiu da cabana correndo.

-Ela não gosta muito de mim – Afirmei.

-Ela não gosta de ninguém, mas você ganhou uma inimiga já que...

Ela pausou, e notei que não iria continuar, e sabia que era melhor não insistir, eu já havia conseguido engana-la não queria testar a minha sorte, que não andava muito boa.

-Quer dizer que deuses existem? –Quebrei o desconfortável silencio.

Ela olhou para cima como se pudesse enxergar o céu além da cobertura da cabana.

-É impressionante não é? Eu sempre fui meio cética.

-Mas qual ligação, eu tenho com eles? – Perguntei o que estava entlado em minha garganta.

Ela riu, se divertindo com a minha falta de informação.

-Você é filha do Deus dos deuses, O Grande, Poderoso, Zeus – Um trovão retumbou no céu quando Febe falou isso.

-Ãhn?

-Hum, deixa eu pensar, em uma de suas “escapadas”, homens – falou com repugnância, e mais uma vez um o som de um trovão retumbou -, Zeus encontrou sua mãe, Sra. Grace – Quando ela pronunciou aquele nome um arrepio me percorreu a costela, e o meu coração ficou pesado – e teve a você e ao seu irmão.

-Onde está a minha mãe? – Perguntei.

Seu rosto se tornou sombrio.

-Eu quero vê-la! – Insisti.

Eu ainda estava sorrindo, mas o que Febe disse a seguir não poderia ter me deixado mais desolada.

-Sua mãe esta morta, já fazem anos, que ela morreu em um acidente de carro.

Um nó se formou em minha garganta.

-Onde eu estava?

-Em algum lugar, bem longe.

Como assim? Como eu podia ser tão terrível a ponte de deixar minha mãe sozinha?

-O que ela fez? Comigo?

Febe desviou os seus olhos para suas mãos, e remexeu um pouco em uma de suas flechas.

Ela voltou com seu olhos para mim, e abriu a boca para começar a falar, mas nesse momento Jannet entrou na tenda com os braços carregados de suprimentos, ela quase derrubou tudo em cima de nós se não fosse pela ajuda de Febe teríamos sido soterradas.

-Aqui esta tudo o que você pediu.

A menina ainda me ignorava, nem ousava dirigir um olhar para o meu rosto.

-Obrigado Jenny!

-Eu falaria disponha, mas se for para cuidar dela, não disponha certo? – Avisou.

Febe simplesmente riu e pegou os suprimentos da mão da menina.

Tirou uma barra de cereal do bolo de comida e me deu. Peguei e mordi, e tinha gosto de...

-Pizza?

-É quase isso, como aos poucos – Falou.

Obedeci, comi aos poucos, mordida por mordida, a estranha barra de cereal sabor pizza, o que soa estranho já que pizza não é cereal eu acho que é... enfim assim que terminei me senti restruturada, com toda a minha força de volta e completamente recuperada da longa corrida que havia feito mais cedo, os cortes causados pelos galhos curaram e a dor em meus pulsos pela forte amarra de Jannet cedeu.

-E ai funcionou? – Perguntou Jannet.

-Não há como saber, talvez ela se esqueça agora, talvez amanhã, mês que vem, mas não dá para saber, só podemos esperar.

-Mas e o meu passado.

- O memoria é uma coisa delicada, pode se lembrar ou não. Tudo está em um algum lugar de sua mente, a menos que...

-Que?

-Que você tenha desistido do seu passado.

-Como assim? – Perguntei duvidosa.

-Você pulou no rio Lete? – Perguntou Jannet.


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