No outro dia, acordei mal humorada, porque meu carro ainda estava no mecânico.
Tomei banho e coloquei uma roupa qualquer e fiz a maquiagem, logo já estava sentada com cara de poucos amigos no banco do carro de John.
- Acordou do lado esquerdo da cama?
- Do direito.
Ele riu e bagunçou meu cabelo, o que me fez socar seu ombro com força.
- Sua maníaca. - Ele disse rindo e arrancou com o carro.

Quando eu finalmente cheguei à escola, encontrei Nina, a garota ruiva feliz, conversando com algumas pessoas, ela acenou pra mim e eu fui até lá.
Um dos garotos me olhou e eu tenho certeza que pensou “garota estranha” então eu sorri com sarcasmo pra ele.
- Bom dia Jade! - Ela disse feliz e se jogou em mim
- Bom dia.
- Gente! Essa é a Jade!

Cumprimentei com a cabeça e, antes de ocorrerem todas as apresentações ouvi um grito e me virei.
- VAMPIRA! - Jimmy chamou do outro lado do pátio
- Que é?
Ele fez sinal para que eu fosse até lá, não me despedi, nem olhei para os outros, só fui até Jimmy.
- Eu pensei que você andaria com qualquer pessoa, menos com eles ou com as patys.
- O que tem eles?
- São meio perdedores, quero dizer, um deles é um nerd, Ben eu acho, um é legal, o Ron, a Nina é simpática, só que estranha e lerda, e a outra é paty, mas…
- Outra?
- É, uma morena… Mas enfim…
- Tanto faz, sou amiga da Nina, os outros eu sequer sei o nome. Aliás, agora sei.
Ele sorriu pra mim e eu levantei uma sobrancelha - Que foi?
- Nada.

- Bom dia galera! - Matt disse feliz surgindo por trás de mim e passando um braço por meus ombros, eu o olhei com cara feia, ele riu e me soltou.
- Bom dia. - Eu e Jimmy respondemos
- Ensaio hoje depois da aula lá em casa. - Matt disse apontando pra Jimmy - Quer ir Vampira?
- Ir aonde?
- No ensaio da nossa banda.
- Ah, não sei se eu… - Comecei, mas meu celular vibrou no bolso e eu o peguei, era uma mensagem de Knox. “Hey baby! Acabou que é pra essa cidade mesmo que estamos indo!”

Sem perceber abri o maior sorriso de todos, então senti uma mão na minha testa e fechei a cara pra Jimmy.
- Que é? - Perguntei levantando o rosto, e percebendo que o cara dos mil nomes estava lá
- Você está doente.
- Não estou não! - Disse batendo na mão dele
- Então por que está sorrindo?
- Porque um avião acabou de cair no mar. - Respondi irônica e baixei o rosto pro celular de novo.
“JURA? E quando vocês se mudam?”
- Credo, depois diz que não é doida. - Matt reclamou
- Affe Matt, claro que eu não ia ficar tão feliz assim só por isso.
- Então está feliz por que?
O bipe do meu celular foi mais interessante que respondê-lo, então só olhei pro visor de novo.
“Amanhã, acontece que já estava tudo meio arranjado, só eu não sabia.”
“K, então quando chegar você me liga!”
- Vampira? - Matt chamou e eu fiz um ‘Shh’ e sacudi a mão
“Claro, agora deixa eu ir, tenho que pegar os papéis de transferência na escola. Beijo”
“K. Beijo.”

Sorri de novo e guardei o celular no bolso, quando olhei pra eles, vi que estavam todos me olhando estranho.
- Que é? - Perguntei raivosa
- Por que você estava sorrindo?
- Ah é… Meu namorado vai se mudar pra cá.
- Namorado? Alguém realmente suporta seu mau humor? - Brian perguntou sorrindo sarcástico
- Não, eu pago ele pra me namorar! - Disse irônica
- Faz mais sentido agora.
Rolei os olhos e ouvi o sinal tocar, já ia sair andando, quando alguém me puxou pra trás.
- Que é? - Perguntei irritada
- Você vai ou não?
- Aonde?
- No ensaio.
- Não, tenho que arrumar umas coisas hoje.
- Umh… Aposto que é por causa do seu namorado. Ele não vai querer você andando com agente. - Brian disse rindo
- Ninguém manda em mim. E ele sabe disso. - Eu disse encarando-o - E me larga Matt.
Quando ele obedeceu eu segurei a alça da minha bolsa e saí de perto deles, dando um soquinho amigável no braço de Jimmy quando passei por ele.
As aulas foram irritantes como nunca, acabei conhecendo os amigos de Nina.

Almocei com Nina e seus amigos, foi um pouco irritante, e descobri que a tal outra garota, era a idiota que esbarrara em mim no corredor.
Podia matá-la calmamente, isso com certeza me divertiria.

Nina me chamou para ir com ela em um karaoque na sexta a noite, concordei e ela ficou toda feliz.
Acabei chamando Jimmy, que disse que ia chamar sua banda.

Como estava de mau humor, resolvi ir caminhar pela praia, coloquei uma roupa qualquer e chinelos, odeio chinelos, mas tudo bem, não podia ir andar pela praia de botas ou tênis.
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Eu estava passando perto de uma casa nada modesta no meu caminho para a praia, quando vejo Gates sair dela… Ele é rico? Ou é um assaltante? Ok, parei.
Ele sorriu pra mim e parou na calçada esperando eu chegar lá.
- Oi Vampira.
- Oi.
- Está indo para a praia? - Perguntou sorrindo
Ergui uma sobrancelha pra ele e baixei meu olhar pra mim mesma, era óbvio que sim, então levantei o olhar pra ele de novo.
- Qual foi sua primeira pista?
Ele sorriu e rolou os olhos - Por que você é assim tão mau humorada?
- Porque eu sou. E se te incomoda, não fale comigo. - Respondi recomeçando a andar, ele veio atrás de mim.

Andamos em silêncio um tempo e ele puxou assunto.
- Então, você vai cantar alguma coisa ou vai só assistir? - Perguntou
- Anh?
- Na sexta...
- Ah, não sei. - Disse passando a mão pelo cabelo - Na verdade não gosto de cantar para os outros.
- Insegura?
Rolei os olhos e ri - Ah sim, sou super insegura. - Disse irônica
- Você pode dizer o que quiser, pra mim é porque você é insegura. - Disse e eu fechei a cara pra ele

Chegamos na praia e eu tirei os malditos chinelos que eu tanto odeio.
- O que você está fazendo aqui mesmo? - Perguntei tirando um saquinho da bolsa e colocando o chinelo lá e guardando.
Ele deu de ombros - Eu ia dar uma volta, aí vi que você estava vindo pra cá, vim com você.
Rolei os olhos e ele sorriu, andamos mais um pouco e eu resolvi parar, estendi a canga no chão e sentei. O sol estava fraco, graças aos céus.
Gates sentou do meu lado e tirou a camisa, percebi que… Ele é gostoso.

Fiquei olhando o mar, ele era insanamente azul e estava me hipnotizando, adoro mar… Adoro água, é gelada e limpa qualquer coisa da sua mente.
Gates me chamou e eu o olhei, ele sorriu - Quer entrar?
- Não sei… - Disse torcendo os olhos - Não trouxe outra roupa.
- E?
- E, que depois eu vou colocar essa blusa e tal, e minha roupa vai ficar toda molhada, você quer que eu ande toda molhada pela rua?
- Você não acha que, não importa qual roupa você coloque, depois de sair da água, ela vai molhar.
- Sim, mas… Ah quer saber, eu é que não vou ficar explicando essas coisas pra você. - Disse abraçando meus joelhos e voltando a olhar o mar.

Ele tanto me encheu que acabei concordando, quando tirei a blusa ele me olhou de cima a baixo e eu chutei areia pro lado dele.
- Hey! O que você está fazendo?
- O que você está fazendo?
- Olhando pra você, e pensando em como uma pessoa pode ser tão transparente.
Rolei os olhos e chutei mais areia nele - Para de olhar pra mim seu pervertido idiota!
Ele riu se defendendo da areia, eu guardei minhas roupas na bolsa e andei pro mar, coloquei o pé na água e me arrependi de ter cedido, estava gelada.

Passei poucos segundos pensando nisso, e então ele parou do meu lado e me olhou.
- Está me esperando?
- Não. Acho que desisto da ideia, tá gelada.
- E daí? Você acostuma. - Ele disse pegando minha mão e me puxando.
Esse cara tem algum problema, COMO ele não entendeu ainda que não gosto que me toquem?

Bufei enquanto ele me arrastava para a água, eu andava e o gelo da mesma subia pelas minhas pernas até o resto do corpo me fazendo arrepiar.
Eu estava caminhando lentamente, enquanto ele já estava longe, pois me soltou e pulou na água.

Quando a água já estava pouco acima da minha cintura, me afundei nela, Gates começou a vir em minha direção e parou na minha frente.
Eu já estava quase tremendo, e pensando que meu cabelo ia precisar de uma hidratação por causa do cloro.

Enfim, eu estava viajando no frio e no meu cabelo, quando percebi que ele estava falando alguma coisa. Tentei prestar atenção, mas acho que já era tarde, pois ele tinha ficado quieto.
- Você não ouviu nada, ouviu?
- Não. - Eu disse e ele fechou a cara, fiquei olhando pra ele confusa. - Afinal, o que você estava falando?
- Que você não foi no nosso ensaio, mas veio andar sozinha na praia.
Rolei os olhos - Você nem é nada meu pra se importar com isso.
- Nem seu amigo?
- Não. - Respondi simplesmente e ele fechou a cara - Que?
- Você sempre fala na cara dos outros que não é amiga deles?
- Se eu não for amiga.
- Eu te considero minha amiga.
- Você é burro por isso. Não sabe nem meu aniversário.
- Mas datas de aniversário não são importantes para definir amizades.
- Você me viu pela primeira vez ontem. Você não me conhece.
- Então ta, me fale sobre você, eu quero ser seu amigo.
- Não gosto de falar sobre mim.
- Viu só? Já sei algumas coisas sobre você.
Rolei os olhos e afundei toda na água, fiquei lá alguns segundos e voltei a superfície, ele ainda estava lá me olhando.

Acabei passando o resto da tarde e o início da noite com ele, quando fui pra casa, percebi algumas mensagens de Knox, querendo saber aonde eu estava.
Respondi que estava na praia e nós ficamos conversando por mensagens por um tempo, até que eu resolvi ir dormir.

Mas meia hora depois de estar deitada ouvindo música, meu celular vibrou de novo, pensei que fosse Knox, mas era um número que eu nunca tinha salvo no celular, porém estava nomeado.
“Somos amigos agora?”
“Como você tem meu número e salvou o seu no meu celular?”
“I’m Synyster Gates and I’m fucking awesome… So, friends?”
“Ahh tá! ¬¬’ Quem sabe...”
“Boa noite AMIGA!”
“Boa noite GAY!”
“Hahaha”
Coloquei o celular embaixo do travesseiro e fui dormir.