Child Of The Storm escrita por cahtorres


Capítulo 6
everything is her fault.


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais, ok?



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Bonnie Truitt narrando:

Os trovões que estavam sempre no chalé me acordaram. Resmunguei, colocando o travesseiro sobre a cabeça, xingando até a quinta geração de quem quer que fosse o estúpido que tinha tido a brilhante idéia de fazer um chalé com trovões.

Quando percebi que não conseguiria mesmo dormir, me sentei na cama, examinando o local. Estava do mesmo jeito que estava quando cheguei aqui – exceto pela minha mochila e as roupas jogadas no chão. Era um chalé bonito, no entanto. Se você fosse ver isso como um templo e não como um chalé. E aquela estátua de Zeus assustava um pouco.

Revirei os olhos, bufando irritada e me levantei da cama, indo na direção do banheiro. Demorei no banho o máximo que consegui. Estava odiando esse chalé, com esses trovões estúpidos. Terminei o banho e fui me vestir, peguei as coisas mais simples do mundo: a camisa do acampamento, shorts jeans e all star preto. Fiz uma trança no meu cabelo e sai do meu chalé. O acampamento estava praticamente vazio, as pessoas deveriam estar dormindo. Assim como eu deveria estar dormindo, mas era impossível dormir naquele chalé. Caminhei calmamente até o refeitório e me sentei na mesa de Zeus.

Pouco tempo depois as ninfas começaram a servir a comida. Peguei waffles e uma omelete. Fui até a fogueira e fiquei examinando o fogo, pensando em quem dedicar um dos meus deliciosos waffles. Por fim, suspirei jogando-o ao fogo, pensando “Para Poseidon e Hades”.

Escutei um trovão e sorri com isso. Voltei para a minha mesa e comi em silêncio, examinando o pessoal de Apolo. Precisava de algum treinador de arco e flecha e, bem, o pai deles é um dos gêmeos arqueiros estão eles devem ser bons.

Assim que terminei deixei o refeitório em silêncio e fui até a área com alvos. Peguei um arco e uma flecha que estavam jogados no chão e os examinei calmamente.

– Sabe, roubar coisas é errado. – ouvi alguém falar de meu lado e me virei em um pulo com a mão sobre o coração, respirando fundo, o que fez o garoto sorrir – Will Solace. – ele falou, me estendendo a mão. Segurei-a e senti minha mão ficando mais quente, em uma temperatura agradável

– Bonnie Truitt. Você é filho de Apolo, certo?

– O que te faz pensar isso? – ele arqueou uma sobrancelha e eu dei de ombros

– Você é quente, como o sol. E seu sobrenome te entrega um pouco. – falei e ele concordou com a cabeça, rindo levemente

– O que está fazendo aqui? – perguntou, pegando o arco e a flecha de minha mão e se posicionando para lançar a flecha em um dos alvos – Filhos de Zeus costumam utilizar espadas, você sabe… Luta corpo-a-corpo. – ele falou, dando de ombros e soltando a flecha em seguida, que parou no centro do alvo

– Bem, eu sou horrível com espadas… E eu não gosto de luta corpo-a-corpo. – eu dei de ombro e apontei para o alvo em seguida – Você é bom nisso.

– Ah, obrigada. – ele pegou uma flecha e me estendeu, junto com o arco – Tente.

Olhei para o chão e mordi o lábio inferior – Eu não tenho a mínima idéia de como se faz isso. – murmurei, com raiva de admitir que eu não conseguia fazer alguma coisa.

– Ok, eu te ajudo, criança da tempestade. – ele arrumou o arco em minhas mãos, encaixando a flecha no arco – Agora mire e solte a flecha.

– Simples assim?

– Bem, basicamente, é. Simples assim.

Eu sabia que não era simples assim.

Respirei fundo e me posicionei na maneira que achei mais adequada e olhei para a flecha, e para o arco, mirando da melhor forma que eu conseguia. Soltei a flecha e ela parou bem no meio do alvo.

Relaxei o braço, olhando a flecha fixamente. Estava surpresa com isso. Eu nunca tive uma mira exemplar – exceto quando era para acertar a cabeça de Alison com uma bolinha de papel – e nunca tinha pegado em um arco.

– Tem certeza que você nunca usou um arco? – perguntou Will, com uma sobrancelha arqueada.

– Bem, ao menos que eu tenha feito aulas enquanto andava dormindo*, essa é a primeira vez que eu pego em um arco. – falei, encolhendo os ombros

– Bem, então acho que meu pai gosta de você. – ele deu de ombros, sorrindo – Não acho que você precise de ajuda.

– Claro que eu preciso de ajuda! – exclamei, cruzando os braços – Isso foi… Hm, sorte de iniciante…? – minha intenção era de afirmar isso, mas saiu mais como uma pergunta.

– Ah, certo. Sorte. – ele revirou os olhos – Se você quer fazer, isso então tá. – ele deu de ombros, indiferente – Será um prazer lhe ensinar. – ele sorriu para mim, me estendendo outra flecha.

Treinamos a manhã inteira e eu tenho que admitir, eu era boa nisso.

Não que eu tenha feito tudo excepcionalmente bem, como da primeira vez – eu estava certa sobre minha sorte de iniciante – mas eu fui muito bem para quem tinha pegado em um arco pela primeira vez.

Era umas 2p.m. e eu tinha dedicado meu tempo a não fazer nada. Não que isso fosse permitido, mas eu não estava realmente me importando com isso. Estava no lago de canoagem com os pés na água, Cassie do meu lado, falando sobre coisas completamente banais.

– Onde você mora? – perguntei, jogando mais uma pedrinha no lago.

– Aqui. – ela deu de ombros, sorrindo e eu olhei para ela com uma cara do tipo “fala-sério” – Eu morava no Canadá, Toronto. Só que agora eu passo tempo integral no acampamento. As vezes volto para casa, mas não gosto muito de lá. E depois, o acampamento precisa de seu oráculo, não acha?

– O que?! – minha voz saiu uma oitava mais alta do que eu queria

– Oh, achei que tinham te contado… - falou, dando de ombros, indiferente – Eu sou o oráculo do acampamento. Virei oráculo a um ano, mais ou menos… - ela mordeu o lábio inferior, pensativa

– Isso quer dizer que você pode ver meu futuro?

– Não funciona assim… Você pode me perguntar alguma coisa e, se o espírito dos delfos quiser, ele responde através de mim. Mas normalmente são coisas confusas, cheias de rimas e enigmática. – ela bufou, revirando os olhos – E isso que eu odeio rimas.

– Isso é estranho… Minha mãe teve um caso com um deus, minha professora era uma criatura estranha…

– Uma empusa… - ela falou, jogando uma pedrinha no lago, mas eu ignorei ela

– ... Meu, hm… amigo – se é que eu podia chamar ele de amigo – é filho do deus da morte, minha amiga é…

– Quem disse que eu sou sua amiga? – ela olhou para mim com a sobrancelha arqueada

– Eu que disse. – falei, dando de ombros – como eu dizia minha amiga é uma meio alguma coisa, mas não é uma semideusa… E agora ela também é o oráculo. Super normal isso.

– E você tem uma ótima pontaria, aparentemente. Talvez Senhor Apollo goste de você… - ela deu de ombros, indiferente – Ou Lady Ártemis.

– Ártemis… a deusa da caça, não?

– Exato. – ela sorriu em aprovação – Hey, seu garoto está ali. – falou, indicando uma das canoas com o queixo

– Meu garoto? – perguntei, com a testa franzida – Desde quando eu tenho um garoto? – perguntei, colocando a mão no queixo, pensativa

– O Nico, sua anta! – falou, revirando os olhos

– E quem disse que ele é meu garoto? Melhor, quem disse que ele é meu?

– Eu sou o oráculo, eu vejo o futuro, amor. – ela sorriu vitoriosa

– Em forma de poesias que rimam. – desdenhei e ela simplesmente deu de ombros

– Vai lá, falar com ele e fazer algo de útil da sua vida.

– Você fala como se você estivesse fazendo muita coisa. – retruquei, cruzando os braços

– Oh, por favor. – ela revirou os olhos - Vai lá falar com ele Bonnie!

Bufei, ficando de pé, passando a mão pelas minhas roupas e caminhei calmamente na direção de Nico. Me virei e vi Cassie com a mão estendida, com o dedão para cima, sorrindo. Mostrei para ela o dedo do meio e me virei e entrei na canoa de Nico.

– Ei, precisa de ajuda aí, marinheiro? – perguntei, sorrindo

– Quando você entrou aqui? – perguntou, com a testa franzida

– Meia hora atrás. – falei, rindo e ele revirou os olhos

– Sério, porque a gente precisa de aula de canoagem? Não é como se eu pudesse entrar no mar, Poseidon me mataria. – ele falou, largando o que quer que ele tinha na mão.

– Bem, precaução, talvez? – perguntei, com a testa franzida – O que estava tentando fazer ai?

– Fazer essa coisa andar. – respondeu, revirando os olhos – O motor dessa coisa deve estar quebrado. – ele se sentou do meu lado, bufando

Você não tem idéia de como fica sexy irritado, pensei, mas resolvi não falar nada. Ficamos lá, sentados em silêncio, o que era bem comum acontecer quando eu estava envolvida. Não sou exatamente o tipo de pessoa que passa horas conversando… Ao menos, não sei puxar assunto nenhum.

– Zeus controla os raios, certo? – perguntei e ele olhou para mim com a tenta franzida, mas afirmou com a cabeça – Raios têm eletricidade, certo?

– Aonde você quer chegar com isso Srta.? – perguntou, franzindo a testa

– Talvez eu consiga fazer o motor funcionar… Se eu conseguir controlar a energia. – falei, dando de ombros

– Não, obrigada, prefiro não morrer ainda. – falou, balançando a cabeça como se dissesse “que idéia mais estúpida

– Pare com isso, a idéia foi boa. – resmunguei, cruzando os braços – Bem, então vamos remar? – pergunte, mordendo o lábio inferior

– Então, sobre você dar um choque no motor… - falo colocando a mão no queixo, de forma pensativa

– Meus deuses, como você é um folgado miserável. – falei, revirando os olhos e cruzando os braços em seguida

– Porque você está aqui por sinal?

– Resolvi fazer aula de canoagem… - falei, dando de ombros e ele riu, revirando os olhos

– Mentira.

Olhei para ele com uma sobrancelha arqueada e ele simplesmente deu de ombros – Cassie me obrigou a vir falar com você.

– Porque? – ele perguntou, com a testa franzida, visivelmente confuso

– Hm… Quem sabe…? – falei, dando de ombros, me fazendo de desentendida

– Mentira. – falou, sorrindo de canto

– Não é não! – falei, cruzando os braços.

– Claro que é. – ele ainda tinha o mesmo sorriso no rosto e eu tive uma imensa vontade de dar um soco na cara dele.

– Cale a boca head-bone. – resmunguei baixinho, enquanto pegava um dos remos e jogava para ele. – Vamos, essa é a sua aula… E você está com ajuda, então aproveite antes que alguém venha aqui te matar por não estar fazendo nada. – falei, segurando o outro remo e ele suspirou, indo para o meu lado. Aparentemente, a tarde ia ser longa.

Era praticamente final da tarde e eu estava fazendo aula de equitação quando uma garota baixinha, de pele escura e olhos brilhantes surgiu na minha frente, com uma cara preocupada.

– Quíron quer ver você lá na Casa Grande… - ela falou tão rápido que eu quase não entendi. A primeira coisa que me passou pela cabeça foi “ele descobriu que eu não to fazendo nada”.

Suspirei e sai do pégasus que pareceu incrivelmente feliz com isso, o que me fez bufar. Era só um cavalo idiota que se acha o tal. Ok, um cavalo com asas, mas não vem ao caso. Caminhei calmamente até a Casa Grande, pensando em minha desculpa. Minha criatividade foi muito longe, desde “Eu estou tentando me acontumar” até “O cachorro comeu minha atividade”.

Depois de um tempo andando, cheguei a casa grande. Na varanda estavam Quíron, Cassie e o Sr. D.

– Oh, que ótimo ver as minha pessoas favoritas todas juntas!!! – falei, com uma falsa animação, com um sorriso imenso e Cassie revirou os olhos, não acreditando no que eu tinha acabado de falar.

– Pare com mentiras Brenda. – falou Sr. D., carrancudo. Bufei, desfazendo meu sorriso

– Também te amo maninho. – retruquei, me apoiando na mesa na frente deles.

– Parem vocês dois com a infantilidade, por favor. – falou Quiron e eu olhei para ele, esperando que ele continuasse a falar.

– O Olimpo está com alguns problemas Bonnie. – falou Cassie – E, bem, os deuses estão brigando e coisas ruins estão prestes a acontecer.

– E você previu isso com rimas legais? Quer dizer, rimas legais tornam tudo mais fácil, não? – falei, sorrindo de canto

– Você é muito ousada garota. Agir com desdém de um oráculo, dos deuses... Devo dizer que ousadia é uma coisa que eu admiro, mas você deve começara a ver o seu lugar. – falou Dionísio, em um tom ameaçador.

– A coisa aqui é séria Bonnie, se as coisas chegarem em uma situação pior… Bem, eu não quero imaginar isso. – Falou Quíron. Sua calda balançava freneticamente e eu tinha aprendido umas coisas com o cachorro que eu matei acidentalmente uma vez: se eles balançam a calda demais ou eles estavam muito feliz ou ele estava apavorado. A maioria das vezes a segunda opção.

– Ok, e o que isso tem haver comigo?? – perguntei, arqueando uma sobrancelha.

– Porque, bem… - Cassie tomou fôlego, olhando desviando os olhos os pés pela primeira vez desde que eu chegara. Seus olhos prateados brilhavam de uma forma triste – Porque é sua culpa.


*foi uma tradução literal do inglês sleepwalking, que é uma pessoa sonâmbula. Eu tentei usar a palavra "aportuguesada" certo, mas achei que estava soando estranho, então deixei assim mesmo (eu normalmente imagino os diálogos em inglês, eu acho mais emocinante)


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Notas finais do capítulo

Ok, AGORA, vocês podem me matar, e não deixar nenhum review. Eu fui cruel não postando nada por tanto tempo, MAS eu tenho uma justificativa:
Talvez pareça besta, mas, para mim, é difícil escrever algo tão grande e complexo... Eu tenho que pensar em como será a missão, qual vai ser o destino dos personagens e tenho que me manter firme a isso pelo caminho, porque eu sou muito volúvel (acho que a palavra é essa), eu mudo de opinião e de gosto muito rápido; o que eu acho legal agora eu posso não achar amanhã e isso atrapalha MUITO na hora de escrever. Bem, foi o que aconteceu com a fanfic. Eu sinto MUITO que isso tenha acontecido, eu não queria, nunca foi minha intensão, sério, mas, bem, aconteceu.
Mas provavelmente eu não vou demorar muito mais, eu estou com uma ideia muito fixa (e com uma possível continuação da fic) na cabeça e estou me agarrando a ela.
Agradeço de todo o coração a quem comentou na história esse capítulo foi para vocês, espero que tenham gostado (: e como eu disse no começo da nota, eu aceitarei de bom grado não receber nenhum review, vocês tem todo o direito.
Espero que tenha explicado tudo, qualquer dúvida sobre algo que ficou mal escrito, sobre erros ortográficos, sobre coisas que eu pulei, deixem uma mensagem no meu perfil, o-k? (:
amor,
Camila T.



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