Bonnie estava sentada em um banco do lado de fora da casa. Podia ouvir as pessoas por trás da música incrivelmente alta. Do seu lado estava um copo descartável vermelho com alguma bebida dentro, que ela não se importou em identificar. Levou o copo a boca tomando o resto da bebida de uma vez, sentindo o álcool queimar sua garganta.

- Você não deveria estar lá dentro? – perguntou um rapaz alto ao seu lado, sorrindo de canto

Ele tinha pele clara, um sorriso sedutor, cabelo escuro, olhos incrivelmente negros e um corpo bem definido… Ele se sentou ao lado dela, encarando-a, esperando pela resposta. Ou fingindo que estava esperando a resposta.

- Deveria, mas lá dentro tem muita gente bêbada, então… - ela deu um sorriso sarcástico para ele, o fazendo rir levemente

- Como se você não estivesse bêbada. – retrucou, fazendo Bonnie o encarar perplexa

- Eu não estou bêbada! – se defendeu, cruzando os braços

- Oh, claro! – falou, erguendo as mãos como quem diz “eu me rendo”

- Ótimo. – retrucou, pegando o copo e passando a unha pelas bordas dele, o deformando levemente.

Eles permaneceram em silêncio. Um encarando os céus e outro encarando um copo vermelho. Incrivelmente, o silêncio não chegava a ser constrangedor, era bom e combinava com a brisa suave que soprava os cabelos castanhos de Bonnie levemente.

- Eu ainda não sei seu nome. – falou a garota, só percebendo o que tinha falado segundos depois, olhando para ele, com um sorriso de canto.

- Nicholas. Nico, se preferir. – respondeu, retribuindo o sorriso. Ele levou a mão até o rosto da garota, tirando uma mecha do cabelo da frente de seus olhos azuis eletrizantes.

- Nicholas… - murmurou, lentamente, sorrindo – É um ótimo nome. – ela soltou um riso leve

- Agora, eu não sei o seu nome. – retrucou

- Bonnie. – murmurou, dando de ombros, indiferente.

A garota podia começar a sentir os efeitos dos quatro – ou foram cinco? - copos de bebidas, provavelmente, diferentes. Sua cabeça rodava e ela se sentia um pouco tonta. Respirou fundo, fechando os olhos, levando os dedos às têmporas.  Ela pode ouvir o riso dele e deu uma cotovelada nele para que ele parasse com aquilo, o que só fez com que ele quisesse rir mais.

- Então, srta. eu não estou bêbeda...? – debochou, fazendo-a encará-lo

- Eu não estou bêbada! – rebateu, irritada, fazendo ele revirar os olhos e ficar de pé, estendendo a mão para ela

Ela segurou a mão dele e se levantou, se apoiando nele em seguida, por estar tonta, fazendo-o segurar o riso.

- Eu posso te levar em casa, se você quiser. – falou, indicando um carro preto à esquerda. Ela acenou com a cabeça, indo na direção do carro com ele ao seu lado.

Ela entrou no carro e falou o endereço para ele. Sabia que estava sendo louca fazendo aquilo: ele era um completo estranho e ela tinha acabado de dar o seu endereço para ele. Mas sua cabeça começara a pesar a ela sentia sono. Encostou a cabeça no vidro gelado, fechando os olhos e sentindo o corpo relaxar.

Nico parou o carro na frente de uma casa azulada. Tocou o ombro da garota, fazendo-a olhar para ele com os olhos azuis sonolentos.

- Chegamos. – falou sorrindo, indicando a casa com a cabeça

- Oh, claro. Obrigada. – falou, passando o pulso fechado sobre os olhos e sorrindo para ele. Ela abriu a porta do carro e saiu levemente cambaleante, fazendo Nicholas rir levemente, saindo do carro.

Ele a pegou no colo, fazendo-a dar um gritinho de susto, mas depois encostou a cabeça no ombro dele. Ele subiu as escadas que dava para a varanda, parando na frente da porta. A garota colocou a mão no bolso do casaco, tirando de lá uma chave dourada, abrindo a porta em seguida.

O garoto entrou na casa em silêncio e com certo receio.  Não era como se os pais fossem ficar feliz por ela chegar em casa as 2am com um garoto totalmente desconhecido. Ele subiu as escadas calmamente e seguiu na direção que a garota indicava com a cabeça.

Ele parou em frente à uma porta aberta para um quarto vazio – obviamente o de Bonnie. Entrou, observando o local. Era um quarto simples: uma cama, bancadas, armários, livros e outras coisas que toda garota tem.

Nico deitou-a confortavelmente na cama, cobrindo-a em seguida. Quando estava preste a ir embora, ouviu ela chamando-o com a voz fraca

- Nicholas... – era um murmuro baixo e ela sorria. Ele olhou para ela, retribuindo o sorriso – Obrigada. – falou, fechando os olhos e dormindo em seguida.