A Garota Do Diário escrita por Miller


Capítulo 4
Disagreements


Notas iniciais do capítulo

Dedicado à Camila Potter e a Julia Malfoyy pelas recomendações! Obrigado liindas *--*
(viu Anna, aqui está o capítulo --')



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Rose caminhava rapidamente ao meu lado, seus cabelos esvoaçando com o vento e suas bochechas coradas enquanto falava sobre a nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas.

– Eu a acho bem legal, sem falar que ela foi uma das ‘Mentes Brilhantes’ no Semanário dos Bruxos. Tenho certeza de que vai ser ótima para a gente. Sabia que ela inventou um feitiço contra basilisco? – e me encarou como se aquela fosse a melhor noticia do ano. – Mês passado foi aceito pelo Ministério e agora já está em uso.

Dei um muxoxo alto, realmente, falar sobre a professora de DCAT era uma das ultimas coisas que eu gostaria de fazer naquele momento.

– Sim, isso é porque nós encontramos muitos basiliscos por ai – eu resmunguei e revirei os olhos. – Mas talvez eu entenda o porquê de ela viver tropeçando nas coisas: ela pensa que vai ver um e fecha os olhos.

Rose me encarou com uma sobrancelha erguida.

– Quê? – perguntei sem entender.

– Você é sempre idiota assim ou está desse jeito agora? – ela perguntou.

– Normalmente sou assim – respondi e revirei os olhos novamente. – Mas eu realmente não quero passar o meu final de semana em Hogsmead falando sobre a professora chata de DCAT.

Ela suspirou e parou de andar quando chegamos à Praça de Hogsmead, indo sentar-se em um banquinho de madeira e me encarando estranhamente.

– Sobre o que você quer falar? – ela perguntou enquanto eu me sentava ao seu lado. E eu ainda não me acostumava com o fato de ela estar ali, ao meu lado, sem lançar nenhum feitiço sobre mim.

– Nós precisamos mesmo achar alguma coisa para falar? Não podemos simplesmente deixar as coisas nos levarem e falar o que vier na cabeça? – a encarei e, por um momento, fiquei perdido em seus olhos castanhos.

– Idiota – ela disse interrompendo meus devaneios.

– Quê? – perguntei confuso.

– Você disse que era para conversarmos sobre o que viesse na cabeça. E foi isso que me veio a cabeça quando olhei para você – ela explicou simplesmente levantando-se do banco e começando a caminhar em direção à rua movimentada enquanto eu ficava ali, apenas encarando-a ir. – Você não vai vir? – ela virou de repente para mim e ergueu uma sobrancelha. – Ou prefere ficar ai nesse banco?

Levantei-me do banco e caminhei até ela.

– Você sofre de bipolaridade? – perguntei erguendo uma sobrancelha também.

Rose rolou os olhos para mim e não respondeu. Dei de ombros.

Caminhamos em silêncio por algum tempo, até que ela soltou uma exclamação estranha e sorriu.

– Quê? – perguntei olhando-a sem entender.

– Chegou! Chegou! – ela disse e seu sorriso era tão grande que parecia que a qualquer momento rasgaria seu rosto.

– O que, pelas barbas de Merlin, chegou? – perguntei ainda sem entender.

– O novo livro da saga Amortentia – ela disse e apontou para a livraria onde um grande cartaz em rosa estampava:

Saga Amortentia

- Caldeirão de Amor

– Ingredientes da paixão

E agora o último lançamento:

• Poção de sentimentos •

Compre já o seu!


Os olhos castanhos dela pareciam dois diamantes de tanto que brilhavam. A garota puxou meu pulso, quase correndo em direção à loja.

Assim que entrei lá dentro senti sono. Livros, livros e mais milhares de pilhas de livros. Só de pensar nos milhares de letras miudinhas que cada um deles devia conter eu sentia meus olhos piscarem cada vez mais lentamente, minha mente ficando anuviada e tudo que eu mais queria naquele momento era uma cama, ou até mesmo uma pilha confortável de livros, onde eu pudesse cair e dormir.

– Ah. Meu. Merlin! – a voz da garota conseguiu afastar um pouco da névoa de sono que estava sobre mim e eu pisquei algumas vezes até que ela entrasse em foco. Ela sorriu para mim (e eu achei que toda aquela poeira dos livros deveria estar afetando o cérebro dela para ela estar fazendo aquilo), enquanto saltitava no lugar, batendo palminhas.

Definitivamente uma das coisas mais estranhas que eu já havia visto na vida – tirando é claro Albus usando as roupas de baixo de Ginny Potter por causa de uma aposta, mas daquilo eu preferia esquecer. Afinal, o quê, por Merlin, aquele livro tinha de tão importante que não fossem letras contando a história de algum amor incrivelmente chato?

O balconista conseguiu se livrar de outra adolescente que dava saltinhos ao levar o exemplar de ‘Poção de Sentimentos’ e virou-se para Rose com um sorriso um tanto cansado.

– Poção de Sentimentos certo? – o homem disse, acertando exatamente o que Rose queria.

Então eu pensei que toda aquela coisa de ficar saltitando e bater palminhas deveria ser comum para as leitoras da ‘Saga Amortentia’, ou o caso de algum alucinógeno comedor de cérebros escondido entre as páginas dos livros – e eu acreditava mais na segunda.

– Exato – Rose confirmou e sorriu ainda mais quando o homem foi para trás de um estante buscar o tal livro.

Quando o vendedor voltou com um livro extremamente rosa nas mãos eu pensei que a garota fosse desmaiar de tanta emoção.

– São 22 galeões – o homem disse e até mesmo eu fiquei chocado. 22 galeões por um livro? Eu quase podia comprar todo o meu material da escola com 22 galeões!

– Quê? – a garota encarava o vendedor como se não acreditasse em suas palavras. – O senhor por acaso disse 22 galeões? – perguntou incrédula.

O vendedor corou um pouco, mas deu de ombros.

– Os livros anteriores venderam muito bem e por isso o preço da demanda aumentou – o homem disse e sorriu amarelo.

Rose parecia alguém de quem os sonhos houvessem sido todos estraçalhados. Sua expressão era a mesma da de alguém que havia acabado de perder uma pessoa muito importante, seus olhos encheram-se de lágrimas e ela saiu da livraria com a mesma rapidez que havia entrado.

Olhei mais uma vez para o vendedor e dei de ombros saindo da loja logo em seguida.

Rose estava sentada no mesmo banco em que estávamos alguns minutos atrás. Caminhei lentamente até onde ela estava e sentei ao seu lado.

– Você sabe que aquela foi uma reação completamente exagerada não sabe? – eu perguntei e ela me encarou mortiferamente, seus olhos vermelhos como se estivesse se impedindo de chorar.

– Cale a boca – ela disse e voltou os olhos para o grande cartaz.

– Mas, por Merlin, aqueles livros custam 22 galeões, como isso é possível? – perguntei mais para mim mesmo do que para ela. Eu tinha 10 galeões no bolso e já me sentia rico, imagina gastar 22 em um livro chato cheio de letras minúsculas que causam sono?

– O preço aumentou um pouquinho – ela disse e deu de ombros.

– Um pouquinho? – eu ri. – Sabe, acho que estão começando a implantar aquele negócio trouxa, inchação – eu disse e ela me encarou como se eu tivesse uma abóbora ao invés de uma cabeça. – Quê? – perguntei e ela começou a rir. Mas não um riso comum, uma gargalhada mesmo, daquelas completamente histéricas que te fazem sentir vergonha pela pessoa que está tendo o acesso de risos.

As pessoas passavam por nós e encaravam-nos como se fossemos dois Bufadores de Chifre Enrugados. Triste.

– Hey! Hey! – eu toquei em seu ombro, mas ela continuava rindo. – HEY WEASLEY! – eu exclamei um pouco mais alto e ela me encarou, uma lágrima pelas risadas descendo dos seus olhos castanhos. – Sabe, eu não sou um palhaço.

– Sério? Você deveria pensar mais nessa profissão então – ela disse e deu mais algumas risadas antes de por uma mão sobre as costelas e respirar fundo. – É inflação. In-fla-ção. Não inchação – ela disse e eu corei.

– Como se eu me interessasse realmente por isso, eu só ouvi o Albus falar uma vez – dei de ombros me sentindo como um retardado.

– Ai, minhas costelas estão doendo agora – ela reclamou.

– Isso que dá ficar rindo dos outros – eu disse e ela ergueu uma sobrancelha. – Mas então, você não tem dinheiro para comprar aquele livro? – perguntei tentando tirar o assunto de cima de mim.

Os olhos dela ficaram opacos, perdendo o brilho das risadas recentes. Tive vontade de me bater pela falta de tato.

– Tenho só 12 galeões – ela disse e deu de ombros.

A encarei, não sabendo o porquê de estar prestes a fazer aquilo, mas sentindo que se não fizesse me sentiria culpado pela eternidade.

– Se você juntar os seus 12 galeões com os meus 10 fica 22, daí você pode comprar o livro – eu disse e logo me senti culpado por fazer aquilo, ficaria sem dinheiro por um mês.

Ela me encarou com uma sobrancelha erguida.

– E porque você faria isso? – perguntou.

– Porque... – tentei pensar em alguma desculpa, mas não achei nenhuma. – Ora, porque me deu vontade – dei de ombros.

Ela me encarou por alguns instantes antes de balançar negativamente a cabeça.

– Não. Acho melhor não.

– E por quê? – perguntei intrigado.

– Eu não quero ficar devendo uma para um Malfoy – ela disse e eu senti meu queixo cair. – Meu pai sempre diz que não devemos confiar em vocês.

Uma onda de irritação me atingiu.

– Ora que bobagem, meu pai dizia a mesma coisa de vocês e dos Potter e meu melhor amigo é o Albus – eu disse.

Ela deu de ombros e sua expressão era estranha.

– Ah, mas Albus, bem... Albus é diferente, ele é inocente demais para essas coisas – ela disse e eu fiquei sem entender.

– O que você está querendo dizer com isso? – perguntei.

– Nada. Olha, esqueça o que eu falei okay? – ela disse e me encarou com um meio sorriso.

– Quê? Você diz que os Malfoy não são confiáveis para mim, que sou um Malfoy, sem falar que eu tenho sérias suspeitas de que o que você quis dizer sobre o Albus ser inocente era porque ele não via com quem estava se metendo. Quem você pensa que é? – eu perguntei e me ergui do banco.

– Hey, não precisa se estressar.

– Se eu te chamasse de uma pessoa que não merece confiança você gostaria? – perguntei encarando-a.

Ela não respondeu, mas a sua expressão continuava estranha e eu não conseguia identificar o que ela estava pensando.

O silêncio dela apenas me deixou mais irritado.

– Ótimo – eu disse e dei as costas para ela, caminhando rapidamente em direção ao Três Vassouras.

– Hey – alguém me chamou e eu virei para ver quem era.

– Oi Albus – eu cumprimentei-o e percebi que a sua expressão também não era das melhores.

– O que você estava fazendo com a Rose? – ele perguntou com a testa franzida.

– Brigando – eu disse e dei de ombros.

– Novidade – ele resmungou.

– E você, quem era aquela que estava com você? – perguntei mirando-o pelo canto do olho.

– Rachel – ele respondeu.

– Huh, e vocês estão bem agora? – perguntei e ele sorriu sarcasticamente para mim. Eu simplesmente adorava aquela simpatia de Albus.

– Você não está vendo minha expressão de felicidade? – ele perguntou.

– Okay, acho que entendi – eu disse e nós dois voltamos para Hogwarts, ambos perdidos em pensamentos.





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Notas finais do capítulo

Hum, eu não gostei muito de como ficou (e quando eu gosto), mas eu espero que pelo menos um pouquinho vocês tenham gostado.
Mandem reviews para mim ficar feliz *--*
Beijos :*