Heart And Soul escrita por CDJ


Capítulo 44
XLIV


Notas iniciais do capítulo

lembrando que é POV da Liv de novo, pessoal



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 Nós saímos naquela noite. Justin me levou pra comer sushi num lugar que era conhecido dele. Nem sei o nome do lugar, mas o dono era simpático e a comida era maravilhosa. É claro que o sushi ao qual eu estava acostumada não chegava nem perto do sushi que Justin Bieber comia. Era mil vezes melhor, mas também umas cem vezes mais caro. Justin não me deixou nem olhar para a conta, por mais que eu tenha tentado lhe oferecer cinquenta dólares. Acho que talvez os cinquenta dólares nem dessem para ser usados como gorjeta para os garçons.

 Voltamos para a Mansão Bieber.

 Justin me levou para a sala de TV – e tenho certeza que aquilo não era uma TV de verdade, e sim uma tela de cinema de tão grande – e nós jogamos Mortal Kombat até de madrugada. Demorei um pouco pra pegar o jeito, mas assim que descobri o truque de cabelo da Sindel, o Scorpion de Justin sempre morria. Ele nem conseguia se mover.

 – Isso é injusto – reclamou Justin – Você praticou enquanto a gente estava longe e não me contou!

 Dei risada e neguei com a cabeça.

 – Desculpa se eu sou boa demais pra você conseguir lidar, Bieber – respondi.

 – Isso não acabou ainda – ele me olhou, ressentido – Quero revanche.

 – Não importa quantas vezes jogue, você vai acabar morrendo – debochei dele, dando de ombros.

 – Você anda muito convencida, senhorita Mayes.

 – É porque eu posso, senhor Bieber.

 Justin deu risada e colocou o controle do Xbox no chão. Depois disso, pulou em cima de mim e me jogou para trás. Gritei com o susto e derrubei o controle que estava segurando. Sorte que estava a poucos centímetros do chão, então o estrago nem foi visível. De qualquer maneira, um controle novo não faria nem cócegas na conta bancária de Justin. Ele podia comprar quantos controles quisesse.

 – Puta merda, eu senti tanto a sua falta – ele sussurrou.

 – Eu sei – sussurrei de volta e dei risada – Também senti muito a sua falta.

 Justin continuou daquele jeito, deitado em cima de mim. O calor que emanava de seu corpo era intenso e o seu cheiro era irresistível. Eu não acreditava no que estava pensando no momento: o que eu mais sentia falta era da nossa aproximação, tanto física quanto psicológica. Eu amava Justin, ele era meu melhor – e praticamente único – amigo. Amava o tempo que passávamos juntos.

 – Você disse que não ia se esquecer de mim – murmurei, tristemente.

 Eu havia jurado para mim mesma que não ia tocar naquele assunto, que não ia brigar com Justin por causa daquilo. Nós tínhamos tão pouco tempo juntos e eu não queria que nada fosse desperdiçado. Mas eu não podia negar que aquele mês sem ele tivesse sido completamente entediante. Era como olhar a vida por olhos que não eram meus: nada tinha cor, nada tinha vida de verdade. Justin não havia me ligado, nem mandado mensagem, nem falado comigo no Twitter. Aquilo me machucou de uma maneira muito estranha e desconhecida e eu realmente pensei que tivesse me abandonado. Eu não sabia o que faria se aquilo fosse verdade, mas graças a Deus não preciso me preocupar. Justin não ia me abandonar nunca. Eu sabia disso agora.

 Ele passou a evitar meus olhos.

 – Desculpe, Liv. Eu realmente não tive a intenção de me esquecer de você – ele disse, ainda evitando meu olhar.

 Algo bem no fundo me dizia que ele estava mentindo. Que aquela era a sua exata intenção. Mas por que? Eu não conseguia entender. É claro que eu devia estar ficando maluca. Justin provavelmente deve ter ficado muito ocupado ou então simplesmente se esqueceu de mim. Só de pensar na segunda opção, meu coração se apertava.

 Como ele poderia se esquecer de mim tão facilmente se eu pensava nele todos os dias?

 – Está tudo bem – eu disse, para quebrar o silêncio – Eu entendo. Você é um homem muito ocupado, afinal de contas.

 Justin deu risada e me mandou uma piscadela.

 – Você nem imagina o quanto – ele pareceu lembrar de alguma coisa e, de repente, ficou muito inquieto – Ah, falando nisso! Amanhã nós vamos ao meu estúdio.

 – Ao seu estúdio? – perguntei, a voz soando muito aguda.

 – Sim! Quero que você escute algumas das músicas novas. A maioria é completamente inédita.

 – Vou adorar isso – eu disse, abrindo o maior sorriso.

 – Eu espero que você goste. Estou trabalhando muito nesse CD.

 – Você sabe que não importa o que eu acho, não é? O importante é o que você acha. Você que vai ter que lidar com o peso disso na sua própria carreira musical se fizer algo de que não goste.

 Justin ficou quieto para analisar o que eu havia dito.

 – Como sempre você disse sabias palavras, senhorita Mayes.

 – É o meu trabalho, senhor Bieber.

 – Ser extremamente irritante e nem um pouco razoável? – ele perguntou, debochando.

 – Não. Dar uma luz à sua consciência perturbada.

 Justin riu mais uma vez e balançou a cabeça, assentindo.

 – Você realmente é a minha luz, Liv.

 Corei com aquelas palavras e somente naquele instante percebi o quanto estávamos estranhos naquela posição. Eu continuava deitada no sofá e Justin estava deitado em cima de mim. Tudo que ele fazia sempre o deixava mais próximo. A cada momento que dizia alguma coisa, eu podia sentir seu hálito. Aquilo estava errado. Nós devíamos ficar mais afastados. Será que ele não se lembrava do que havia acontecido no Natal?

 Com um desespero súbito, eu me perguntei se o que havia acontecido entre nós havia sido tão banal que ele havia se esquecido. E se isso fosse verdade? Afinal de contas, Justin havia se esquecido de mim por todo aquele tempo. Engoli em seco e o empurrei para trás, para que voltasse a se sentar no sofá. Assim que ele saiu em cima de mim, pulei para o lado. Queria ficar o mais longe possível dele.

 – Bem, acho que está na hora de ir dormir – eu disse, numa voz calma e controlada em contradição à confusão e à minha bagunça interior.

 – Tudo bem, se você estiver com sono. Vamos, vou te levar até o seu quarto.

 Justin se levantou e me ofereceu a mão. Eu me levantei e me abracei, ao invés de dar minha mão a ele. Tentei lhe mandar um sorriso de desculpas quando ele me olhou com as sobrancelhas franzidas. Depois de alguns segundos, a compreensão passou por seus olhos e ele recolheu a mão, além de manter uma boa distância de mim.

 Caminhamos pelos corredores da mansão em silêncio. Aquele lugar poderia ser bem assustador se as luzes estivessem apagadas. Mas, graças a Deus, todas elas estavam acesas. Novamente me peguei pensando em dinheiro e em quanto Justin devia pagar pela conta de luz mensal daquela casa. A quantia deve ser exorbitante, já que uma casa enorme desse tipo deve ter um aquecedor central que custa muito para manter.

 Assim que chegamos na porta do meu quarto, Justin se despediu com um aceno de cabeça. Eu entrei no quarto, pensando que talvez eu o tivesse afastado demais. Não é que eu não queria que nós tocássemos; muito pelo contrário, eu queria que nos tocássemos. Mas eu sabia que não podíamos e que era errado.

 Coloquei meu pijama e me deitei na cama, me obrigando a dormir. Virei e revirei, fui ao banheiro e voltei umas três vezes. Eu não sabia mais o que fazer para dormir. Talvez se eu descobrisse aonde era a cozinha, poderia pegar leite na geladeira e esquentar. Leite quente é muito bom para relaxar os músculos. Se bem que meu problema era na cabeça. Eu não conseguia me fazer parar de pensar em como os próximos dias seriam se eu já havia afastado Justin tanto assim logo no primeiro dia.

 Saí do quarto. Como eu tinha pensado antes, aquela casa realmente era assustadora com as luzes apagadas. Corri na ponta dos pés pelo corredor e só parei quando ouvi barulho de TV e vi luz escapulindo pela fresta da porta. Eu soube instantaneamente que aquele era o quarto de Justin. Olhei para o lado umas quatro vezes antes de resolver entrar e só entrei porque fiquei com medo da escuridão e com preguiça de procurar pela cozinha.

 Ele quase pulou da cama quando me viu.

 – Liv, o que está fazendo aqui? Como me achou?

 – Os nossos quartos ficam no mesmo corredor, Sherlock. Você sabe disso. Essa casa é sua! – respondi – E não consigo dormir.

 Justin sorriu de leve, ficando mais calmo, e puxou o cobertor ao seu lado.

 – Quer dormir aqui hoje? – perguntou.

Não respondi. Simplesmente caminhei até sua cama e escalei até o topo. Deitei ao lado de Justin e puxei as cobertas, cobrindo meu corpo até o pescoço. Aquela havia sido uma péssima escolha no quesito pijamas. O conjunto era uma regata apertada e um short curto demais. Minha mãe sempre me mandava jogá-lo fora quando me via usando. Agora eu entendia porque.

 – Prefere a TV desligada?

 – Do jeito que você quiser – respondi, dando de ombros.

 Ele se deitou na cama, abraçando minha cintura por trás. Ficar de conchinha com Justin Bieber na sua cama king size não era exatamente minha definição de “não se envolver”. Mas que diabo, eu estava cansada de toda a força que eu fazia para não tocar nele, não me relacionar da maneira certa, não me envolver com ele.

 – Isso te deixa desconfortável? – ele sussurrou, os lábios muito perto do meu pescoço.

 – Na verdade, não – respondi, sinceramente – E você?

 – Também não.

 Continuamos na mesma posição. A única mudança foi que eu passei a acariciar a mão de Justin que pendia na minha cintura. Ele segurou minha mão e nós entrelaçamos os dedos. Meus batimentos se aceleraram e eu corei.

 – Não me sinto confortável assim há muito tempo, para falar a verdade – disse Justin.

 – Isso é bom, não é? – perguntei.

 – Não faço a menor ideia – ele respondeu, e eu sabia que não estava falando somente da posição em que estávamos – Mas, por enquanto, não quero que mude por nada.

 – Não precisa mudar – murmurei, com um fiapo de voz.

 – Isso é bom. Fico feliz por você pensar assim, Liv.

 – Eu sou conhecida pela minha mente aberta, Justin – eu disse, dando risada.

 Ele também riu.

 – Durma bem, Liv – ele sussurrou – Teremos um dia cheio amanhã.

 Meus olhos começaram a pesar. Entendi o que ele quis dizer, porque eu também não me sentia tão confortável assim há muito, muito tempo. Eu sentia como se pudesse mesmo pegar no sono agora. Pra que leite quente quando se tem Justin Bieber?

 – Mal posso esperar – sorri, sonolenta – Boa noite, Justin.

 – Boa noite, Liv.

 E nós caímos no sono, abraçados.


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Notas finais do capítulo

Criei conta no anime spirit também, pessoal. Aqui o meu perfil: http://animespirit.com.br/cbdd6277
espero que tenham gostado, pessoal :)



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